Evento realizado ontem (22), apresentou o aumento no valor dos insumos indispensáveis ao setor, especialmente do diesel
A 11ª edição da Conferência de Tarifas, foi realizada nesta manhã, na sede do SETCESP. Cerca de 140 pessoas entre empresários, especialistas e executivos do setor de transporte participaram do evento, que reverbera também os assuntos discutidos no CONET (Conselho Nacional de Estudos em Transportes, Custos, Tarifas e Mercado).
“O custo é o maior calcanhar de Aquiles dos transportadores”, disse o presidente do Conselho Superior e de Administração do SETCESP, Adriano Depentor, ao comparar a lenda grega que explica a origem do ponto fraco às dificuldades enfrentadas pelos transportadores diante do preço dos insumos.
Na ocasião, o presidente da FETCESP, Carlos Panzan, falou da importância da participação de todos os associados com relação a este assunto, “precisamos estar unidos, porque assim somos fortes, caso contrário, vamos ver muitas empresas sucumbirem frente aos custos”.
Em sua apresentação, Lauro Valdivia, engenheiro de transporte e assessor técnico da NTC&Logística, listou os componentes tarifário do frete. “Prestar serviço de transporte não é simples, e por isso, não dá para ser cobrado de forma simples. O transporte está sujeito a muitas variações”, enfatizou o engenheiro que exemplificou algumas das situações que são suscetíveis ao transporte: “o veículo pode ficar preso em um congestionamento, por conta de um alagamento, um deslizamento ou até um acidente. Estamos vulneráveis a estas coisas”. Ele insistiu que esses motivos têm que ser considerados quando o frete for cobrado.
Valdivia também informou os números da pesquisa da NTC 2021, que mostra que a variação dos insumos, de março de 2021 a março de 2022, teve um aumento de 20,6% na carga fracionada e 28,6% na carga lotação. Além disso, a variação do diesel atingiu um aumento de 78,7% desde dezembro de 2020, segundo os dados da ANP. Vale lembrar que o diesel representa 35% dos custos envolvidos no transporte.
Ele reforçou também a importância de adicionar gatilhos no contrato para ajustes de frete quando a variação dos insumos for muito alta, observando que há pouco, a Tabela do Piso Mínimo de Frete foi ajustada, por conta da variação do diesel. Um aumento de 11,5% no coeficiente de deslocamento.
“As pessoas entram em uma negociação mais preocupadas com o mínimo que dá para aceitar, do que com o máximo que dá conseguir”, alertou a economista do IPTC, Raquel Serini na ocasião.
A economista aconselhou sobre os itens que uma proposta comercial deve conter: especificações da operação, retirada de equipamentos, condições de seguro e situações de sinistros, avarias entre outros itens. Além disso, ela compartilhou em detalhes um modelo eficaz de proposta que servirá em caso de reajustes de insumos.
Ao final do evento, o analista de dados do IPTC, Bruno Carvalho, exibiu a nova ferramenta do SETCESP para os transportadores: o Painel do Diesel. Este é um conteúdo exclusivo para a consulta dos associados, que indica o mapeamento do preço médio do diesel na bomba em cada município do estado de São Paulo. “É uma ferramenta de facilitação para que o transportador possa saber o lugar onde pode ser mais vantajoso abastecer”, informou Carvalho.
“O objetivo deste nosso encontro foi subsidiar o transportador de informações para que ele possa ir ao mercado e repassar a realidade sentida pelo setor”, concluiu Depentor.