Governo de SC quer concluir dois trechos da rodovia federal, mas Dnit aponta quatro pontos prioritários; valor para duplicação é de R$ 200 milhões
O Governo de Santa Catarina e o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) não chegaram a um consenso sobre quais trechos da BR-470 irão receber o aporte financeiro de R$ 200 milhões para dar prosseguimento às obras.
O secretário de Infraestrutura e Mobilidade, Thiago Augusto Vieira, enviou uma resposta ao órgão federal, na última segunda-feira (7), afirmando que o Estado pretende investir na duplicação de trechos da BR-470, entre o km 0,0 ao km 18,61, de Navegantes até Luiz Alves. Bem como entre o km 18,61 ao km 44,87, entre Luiz Alves e Blumenau.
Conforme o secretário, o Dnit enviou um documento propondo iniciar as obras em quatro lotes. Além das duas citadas pelo Governo do Estado, no lote 3 – entre os km 44,87 ao 57,78, em Blumenau – e no 4, no trecho do km 57,78 ao km 73,18, entre Blumenau e Indaial.
“O Governo de Santa Catarina deixou claro, desde as primeiras reuniões, a necessidade de investir em locais de forma efetiva para resolver o problema. A ideia é finalizar essas duas até o fim de 2022. Caso repasse R$ 50 milhões para cada obra, ficaria inviável a conclusão até o fim do próximo ano e o cidadão catarinense seria o único prejudicado”, explicou o secretário Thiago Vieira.
Além disso, o secretário informou que aguarda o retorno do Dnit para marcar um novo encontro durante a semana e entrar em um consenso sobre para onde irá o investimento dos R$ 200 milhões.
“A expectativa é resolver nos próximos 30 dias e dar seguimento às obras para que seja finalizado dentro do prazo estabelecido, ou seja, até o fim de 2022”, completou o secretário.
Procurado pela reportagem do ND+, o Dnit informou que o superintendente regional do órgão em Santa Catarina, Ronaldo Carioni Barbosa, estará em Brasília, nesta quarta-feira (9), para se inteirar sobre o assunto. Isso porque as tratativas estão sendo realizadas com a Diretoria Geral.
Situação das obras
Conforme o painel “Monitora Fiesc”, as obras entre o km 0,0 ao 18,61, de Navegantes até Luiz Alves, na BR-470 (lote 1), estão 54% concluídas e consideradas com o “andamento comprometido”.
O valor total para conclusão está estimado em R$ 257 milhões, mas cerca de R$ 146,4 milhões para conclusão de 57%, conforme o Monitora Fiesc.
Além da duplicação, estão previstas a restauração da pista existente, a implantação de ruas laterais, a recuperação e construção de OAE (Obras de Arte Especiais), ou seja, implementação de pontes, túneis ou viadutos. Inicialmente, o prazo de entrega estava marcado para maio de 2018, mas passou para dezembro de 2022.
Vale ressaltar que 4,8 quilômetros das obras do Lote 1 foram liberados após conclusão da duplicação entre o km 11,1, em Navegantes, até o 15,9, em Luiz Alves.
Conforme a última atualização do Monitora Fiesc, em outubro de 2020, o Lote 2, entre os km 18,61 ao 44,87, iniciou-se em junho de 2014, e está com 78% realizado, mas também classificado como “andamento comprometido”.
Assim como o Lote 1, é necessária a liberação de recurso e desapropriação para dar continuidade à obra. O secretário ressaltou que o Governo do Estado pretende entregar a duplicação da rodovia no fim de 2022.
O valor total está estimado em R$ 461,2 milhões, mas R$ 355,7 milhões foram usados para os 77%.
Já o Lote 3, entre o km 44,87 e 57,78, em Blumenau, teve início em março de 2015 e está com apenas 31% do total realizado. Ainda conforme a atualização de outubro de 2020, a expectativa é finalizar em dezembro de 2022, mas é necessário trechos de desapropriação e liberação de recurso financeiro.
Para a conclusão de 29%, já foram usados R$ 72,9 milhões, onde o valor total está estimado em R$ 248,5 milhões.
A última obra proposta pelo Dnit para entrar no investimento, o Lote 4, entre o km 57,78 ao 73,18, de Blumenau até Indaial, está com apenas 30% concluído, conforme o painel Monitora Fiesc. Iniciada em junho de 2014, ou seja, faz sete anos que os trabalhos começaram naquele trecho.
Entre os registros, em janeiro de 2015, foi constatado que a obra em andamento apresentava dificuldades por conta da “desapropriação para início da readequação da rede de gás natural”.
Conforme a atualização de outubro de 2020, o valor total para a conclusão é de R$ 313,2 milhões. Até o momento, R$ 87,2 milhões foram usados para 28% da elaboração da duplicação.