Atualmente, as empresas se veem diante de um grande desafio: tratar todos os dados dos quais está em posse, seja de clientes, funcionários ou fornecedores.
São tantos dados sensíveis em poder das empresas (data leak) que a maioria ainda está engatinhando na adequação à nova lei geral de proteção de dados, a LGPD – justamente devido ao volume de dados sensíveis é que muitos empresários estão cheios de dúvidas, até mesmo por onde começar.
Mas qual a razão da necessidade de uma lei que visa proteger dados?
Por mais que a operacionalização do controle de dados se mostre difícil inicialmente, o tratamento dos mesmos mostrará o quanto são sensíveis, e como é importante proteger informações delicadas de pessoas físicas e jurídicas.
Muitas vezes, não percebemos o quanto nossos dados, informações que nos identificam como pessoa física ou jurídica, são sensíveis, e como podem ser de grande valia para criminosos, seja pelo meio virtual ou pelo físico.
Com o alcance da internet, nossos dados são facilmente obtidos, seja por descuido do portador, ao fornecê-los de forma displicente em sites não confiáveis, seja por má-fé de pessoas que os obtêm e passam a vendê-los a empresas que pretendem aumentar suas vendas de forma ilícita e invasiva – o portador pode vir a ter prejuízos não apenas através das propagandas indevidas e indesejadas, mas também através do uso dos dados por alguém que não seja o titular, com o objetivo de praticar golpes ou fraudes – enquanto isso, o titular, sem saber desse uso indevido, só terá conhecimento das fraudes quando for contatado e acusado de alguma atitude ilícita.
É uma grande responsabilidade para as empresas: proteger os dados de todos os seus funcionários, desde a fase pré-contratação, até o desligamento. As empresas deverão se responsabilizar pelo controle de dados até mesmo de não-funcionários: ao ser entrevistado para uma vaga de emprego, um candidato fornece seus dados sensíveis em seu currículo, e o empregador deve ter bases bem definidas sobre como tratar esses dados de forma segura. Dados contratuais com fornecedores e clientes também são alvo da proteção da lei.
Cabe aos empresários buscar o máximo de informação sobre a lei, sobre as consequências do seu descumprimento e, principalmente, CAPACITAÇÃO. A empresa deve capacitar os colaboradores que manuseiam dados sensíveis, através de cursos e treinamentos constantes, além de prover as condições operacionais para a proteção de dados físicos e digitais.
Agora no início, pode parecer bastante penosa a tarefa de se adequar à nova lei. Entretanto, devemos pensar na adequação não apenas como empresários, mas também como possíveis vítimas de uso indevido. A lei beneficiará a todos com a exigência de um uso mais racional e cuidadoso de informações sensíveis.
Por: Daniella Mori Kujiraoka – COMJOVEM CAMPINAS