Presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, falou à CNN sobre medidas que deveriam ser adotadas para conter a queda na produção de veículos
Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (7), o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, comentou sobre algumas medidas que deveriam ser adotadas para conter a queda na produção de veículos, que apresentou 27,4% de queda em janeiro contra o mesmo mês do ano passado.
Divulgado nesta segunda-feira (7) pela Anfavea, associação que representa as montadoras, o balanço aponta o pior janeiro em 19 anos para a produção da indústria automotiva.
A queda soma 145,4 mil unidades entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. Na comparação com dezembro, a queda foi de 31,1%.
“Em janeiro temos outros elementos, chuvas muito fortes que causaram o fechamento de concessionárias, temos também a variante Ômicron que afetou com menos gente circulando nas lojas, menos gente atendendo nas concessionárias e nas montadoras”, disse Moraes.
“A gente comparou com outros países e aconteceu que o Japão, França, Coreia do Sul e Itália também tiveram quedas, ou seja, é um efeito que estamos enfrentando, é um desafio e esperamos que a gente consiga melhorar gradativamente a partir de fevereiro e março”, acrescentou o presidente do setor.
Sobre o declínio na oferta de carros populares pela montadoras nos últimos anos, o presidente da Anfavea destacou o crescimento no nível de exigência do consumidor em relação aos veículos.
“Temos que oferecer carros com redução de consumo, índices adicionais de segurança, redução de poluentes, o carro é outro produto, não dá mais para vender carro sem retrovisor, com câmbio manual, banco de plástico, o consumidor também quer um carro tecnológico,isso é um desafio”, afirmou.
Para tornar o mercado mais atrativo, Luiz Carlos Moraes afirmou que uma reforma tributária seria a solução para aumentar a demanda.
“Como a gente pode oferecer um produto que o consumidor quer e com condições atrativas? Eu só vejo isso com uma reforma estrutural na reforma tributária, que a gente tenha um sistema tributário mais aceitável, que a gente possa ter produtos mais competitivos no ponto de vista do consumidor em termos de preços”, concluiu.