Nos dois primeiros meses de 2022 foram comercializados quase 19 mil caminhões e ônibus, volume que supera em 7% os emplacamentos de pesados durante o mesmo período do ano passado.
O desempenho foi puxado pelos caminhões, segmento que vendeu 16,4 mil veículos no bimestre, 10% a mais que um ano atrás. Quanto aos ônibus, as 2,4 mil unidades de 0KM ficaram 9,5% aquém do resultado obtido entre janeiro e fevereiro de 2021.
Os dados foram divulgados na quinta-feira, 3, pela Fenabrave. Segundo o presidente da entidade, José Maurício Andreta Jr., o setor de caminhões se beneficiou pelo fato de ainda estar cumprindo entregas de pedidos realizados no ano passado.
Em fevereiro, o comércio de caminhões foi 3,2% maior em comparação aos doze meses anteriores, com 7,9 mil unidades. Em relação a janeiro, entretanto, a quantidade de veículos vendidas foi 6,5% menor – além de ser o mês mais curto e este ano ter contado com o carnaval, fevereiro teve 19 dias úteis, enquanto que, janeiro, 21.
Apesar do aquecimento desse mercado, Andreta Jr. advertiu que os juros altos, aliado ao aumento dos custos de produção e dos combustíveis “são fatores que podem impactar o segmento no decorrer do ano”.
Os 1,1 mil emplacamentos de ônibus, por sua vez, demonstraram desempenho inferior tanto com relação ao mês anterior, com queda de quase 18%, como frente a fevereiro do ano passado, com recuo de 21,3%.
Para o dirigente trata-se de setor bastante dependente de programas de transporte público, já que as empresas que atuam no ramo ainda não voltaram a direcionar investimentos à renovação de frota devido ao cenário de pandemia:
“A expectativa é que os resultados melhorem no decorrer do ano, tanto por conta das aquisições governamentais como por parte da iniciativa privada”.
Incentivo – Andreta Jr. disse esperar que a redução de IPI anunciada pelo governo federal em 25 de fevereiro, de 18,5% para veículos, ajude nas vendas a partir deste mês. Ele ponderou, no entanto, que as dificuldades de obtenção de crédito são uma realidade, assim como a escassez de produtos, que persiste devido à crise dos semicondutores, o que pode se intensificar com a guerra entre Rússia e Ucrânia. No fim do mês a Fenabrave fará a revisão das projeções para 2022.