No acumulado do quadrimestre encerrado no fim de fevereiro, a média nacional caiu 0,2%
Enquanto a indústria brasileira como um todo e de muitas regiões do país sentem as dificuldades da economia e recuam, a do Mato Grosso tem conseguido se manter com crescimento expressivo, só que por causa de uma concentração na indústria de alimentos, especialmente carne bovina e soja.
A Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, divulgada nesta terça-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o Estado teve aumento de 4% na produção em janeiro, frente a dezembro.
Foi o quarto mês seguido de crescimento, período no qual acumulou ganho de 37,6%. Enquanto isso, a indústria brasileira teve recuo de 0,2% no período.
O desempenho do Mato Grosso em janeiro foi o melhor no mês entre as 15 regiões pesquisadas pelo IBGE e ajudou a impedir uma queda ainda maior da indústria brasileira, de 2,4% no período.
Frente a janeiro de 2021, o crescimento da produção de Mato Grosso ficou em dois dígitos (43%), puxado também por uma base mais fraca de janeiro de 2021. No resultado acumulado em doze meses, a alta é de 3,9%.
Ao fim de janeiro, o patamar de produção estava 23,5% acima daquele observado em fevereiro de 2020, antes da pandemia, o melhor nível entre os 15 locais pesquisados pelo IBGE.
A indústria do Mato Grosso é muito pequena, responde por apenas 1,3% do total nacional, e fortemente concentrada em alimentos, como aponta o responsável pela pesquisa, Bernardo Almeida, especificamente em carnes e em soja.
O peso do setor de alimentos é de 70,2% da indústria de Mato Grosso. Mesmo dentro do segmento há forte concentração: quase metade é ligado à soja – 28,9% vem dos resíduos de extração de óleo de soja e 19% do óleo de soja em bruto – e quase 40% vem de carnes bovinas – 19,5% das congeladas e 18,2% das frescas e refrigeradas. São segmentos, portanto, dentro do perfil de agroindústria do Estado.
“O Mato Grosso se destaca com o avanço no setor de alimentos. Como o Estado tem uma indústria pouco diversificada, muito concentrada no setor de alimentos, isso pode trazer um crescimento bem significativo na indústria”, explica Almeida.