A humanidade vive em constante evolução e em perfeita harmonia com o planeta terra. Será mesmo? Não é preciso refletir muito sobre o assunto para concluir que trata-se de uma afirmação, no mínimo, errônea e grosseira. Ao mesmo tempo em que traçamos um caminho longo na evolução humana, também não há dúvidas de que levamos a escassez de muitas fontes de energia necessárias para o aprimoramento da tecnologia e sobrevivência da espécie, as chamadas fontes não renováveis de energia. Com isso, colocamos em risco o equilíbrio homem x natureza.
Como uma tendência quase que inevitável, caminhamos agora rumo a busca por alternativas renováveis, as chamadas fontes de energia limpa. Surgem então alternativas que demonstram ser promissoras e econômicas ao mesmo tempo.
Diversos setores da economia passaram a voltar seu olhar para negócios rentáveis não apenas do ponto de vista monetário, mas também do posto de vista sustentável. O que rege as novas sinergias no mundo dos negócios a nível corporativo hoje estão alinhados com as boas práticas de ESG, do inglês environmental, social and governance. O mundo exige agora que corporações voltem o seu olhar para isso.
E diante deste contexto, como será que o transporte RODOVIáRIO de carga – TRC vem se desenvolvendo para acompanhar essa tendência e contribuir com esse processo? Como um setor propulsor e estritamente alinhado com as produções de riqueza mundial, obrigatoriamente não pode ficar de fora, até mesmo porque, não se apegar a isso pode ser fator crucial para a redução significativa desse modal de transporte de riquezas produzidas. Ou alguém arrisca em duvidar que outras formas de transporte que não rodoviário e que usam com maior frequência de fontes de energias renováveis possam abocanhar uma fatia cada vez mais do transporte de cargas.
Atendo a isso e já precavidos, observa-se uma onda tecnológica que, embora ainda pequena e tímida, traz para o TRC opções interessantes para a economia e a sustentabilidade. Fornecedores apresentam ao mercado veículos movidos por energias limpas e com a emissão cada vez menor de CO2 na atmosfera. Outras opções de implementos e equipamentos também trazem na essência o uso de fontes inesgotáveis de energia. Caminhões movidos a gás natural deixam de ser protótipos e passam a rodar pelas estradas, caminhões elétricos passam a ser uma alternativa existente. As baterias passam a armazenar energia provindas da luz solar e a extensão do veículo passa a receber placas fotovoltaicas para que isso seja possível.
Já algumas mudanças de maior abrangência e com apoio e impulsionamento das políticas governamentais a níveis mundiais vieram para obrigar o TRC a se adequar, mesmo que muitas vezes em cenários não propícios a isso. Como o caso do biodiesel, combustível biodegradável que atualmente é adicionado ao combustível derivado do petróleo.
Não que esta opção não seja possível ou viável, mas é preciso que antes o processo de produção dessa energia seja melhor aprimorado e que os insumos que geram essa biomassa sejam melhor selecionados, assim como, é preciso que as tecnologias embarcadas nos motores dos veículos a diesel tenham maior capacidade de queima desse combustível com uma menor degradação das suas peças.
Já no TRC a nível nacional, com uma forte tendência ao conglomerado e ao surgimento de “mega-transportadoras” com maior capacidade de gerir a logística e com maior poder
econômico para o aprimoramento e a aquisição de caminhões movidos por energia sustentável, vem a dificuldade em colocar rodar a frota em um país de dimensões continentais, com uma malha precária e sem estrutura condizente com as tecnologias oferecidas, como, por exemplo, caminhões movidos a energia elétrica e a gás.
Por fim, embora ainda existam muitos desafios para o uso de fontes renováveis de energia no transporte, não há como não se adaptar a essa nova realidade que independentemente de estar pronta ou não, vai colocar os adeptos a esta tendência em outro patamar do transporte rodoviário de cargas.
Por: Cide Teixeira – COMJOVEM Videira