Entre os dias 30 de junho e 5 de julho, as equipes das Unidades Operacionais do SEST SENAT se deslocaram para postos de gasolina, centros de distribuição e terminais de carga para oferecer serviços de saúde aos caminhoneiros brasileiros. Em mais de 60 pontos, distribuídos em todo o Brasil, foram oferecidos atendimentos de saúde bucal, aferição de pressão arterial e aulas de alongamento, com foco na prevenção de doenças da coluna e orientação sobre a boa postura corporal.
Também foram fornecidas informações sobre alimentação saudável e os riscos do uso de álcool e drogas, aferição de pressão arterial e glicemia e, em alguns locais, vacinação contra a hepatite B, a tríplice viral e febre amarela. E a ação realizada em São Paulo, no Posto Graal Barueri, na Rodovia Presidente Castelo Branco, contou com um reforço especial.
Na manhã do dia 3, o médico Drauzio Varella esteve na tenda do SEST SENAT dando dicas de saúde e interagindo com os caminhoneiros que ali passaram. No bate-papo com os estradeiros, ele afirmou que o caminhoneiro brasileiro leva uma vida pouco saudável, sobretudo, pela dificuldade de ter uma rotina minimamente estável.
“As viagens não são todas iguais na maioria das vezes, e o profissional tem que estar junto do caminhão o tempo todo. Ele viaja centenas de quilômetros em um dia sentado, e, quando para, geralmente em um posto, fica em um lugar onde possa ver o caminhão. Portanto, anda uns 50 metros do caminhão até o restaurante. Quando acaba sua refeição, volta ao veículo e dorme nele. Essa relação deixa a ele muito pouco tempo de sobra para se movimentar.”
Drauzio Varella explicou que, por conta dessa realidade, o trabalhador ganha muito peso, porque leva uma vida sedentária e come mais do que deveria para as suas necessidades. “Isso te leva a três problemas básicos: obesidade, hipertensão arterial e diabetes, que são doenças muito comuns.”
O médico diz que essa rotina ainda traz um problema adicional: “Passar o dia inteiro sentado, sem se movimentar, é péssimo para a musculatura paravertebral, que corre dos dois lados da coluna. Isso faz com que eles tenham dores nas costas e se movimentem ainda menos. É um ciclo vicioso.”
Para atenuar essa realidade, Varella recomenda pequenas medidas. “Toda vez que parar o caminhão, antes de jantar, por exemplo, faça uma caminhada. Procure adquirir uma postura adequada no caminhão, mais ereta. E faça os controles. Existe uma crença de que pressão arterial elevada provoca dor de cabeça, tontura, você enxergar pontos brilhantes. Isso só acontece quando ela está muito alta, quando a máxima chega a 18, a 20. Na medicina, a gente chama a pressão arterial de assassino silencioso, porque não percebe nada.”
O médico reforça ainda a necessidade do controle periódico da diabetes e de mudanças na dieta, mesmo com a alimentação sendo feita em pontos de parada. “Você não precisa comer doce, e pode reduzir a quantidade de açúcar no café. Evite comer carboidratos em grande quantidade. Não precisa comer, numa refeição, arroz, feijão, macarrão e farinha. Dá para fazer uma distribuição mais inteligente dos componentes do seu prato.”
Nesse sentido, Drauzio Varella destaca a importância da atuação do SEST SENAT junto aos trabalhadores do transporte. Para ele, a rede de proteção oferecida a esses profissionais, com as quatro especialidades (nutrição, odontologia, fisioterapia e psicologia), é importantíssima, principalmente pelo caráter de prevenção de doenças, sejam elas físicas ou mentais. Ele também reforça a relevância de ações onde o caminhoneiro mais precisa: no seu local de trabalho.
Dia do motorista
Entre os dias 21 e 26 de julho, será a vez também dos motoristas de ônibus e taxistas receberem atendimentos gratuitos em todo o Brasil, em praças, vias públicas, terminais rodoviários, empresas, embarcadoras, portos entre outros.