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Com rota bioceânica e três novos portos, cidade de MS deve se transformar em ‘hub logístico’ do país

por | jul 22, 2019 | Logística

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Chapéu:

Com a viabilização do corredor bioceânico ligando o Brasil ao Chile, passando por Paraguai e Argentina, e a entrada em operação de três novos terminais portuários, somado ao que já está em atividade no município, Porto Murtinho, no sudoeste de Mato Grosso do Sul, deve se transformar em um intervalo de três a quatro anos em um “hub logístico”, ou seja, um grande centro de importação e exportação.

A previsão foi feita pelo prefeito do município Derlei João Delevatti (PSDB). Ele aponta que um dos grandes passos nesse sentido será dado com a construção entre a cidade e Carmelo Peralta, no Paraguai, de uma nova ponte ligando o Brasil ao país vizinho.

Neste sábado (20), a Itaipu Binancional vai assinar a licitação para o estudo de viabilidade e o projeto de engenharia da nova ponte. A estrutura terá 680 metros de comprimento. A estimativa da empresa é que a obra custe aproximadamente US$ 75 milhões.

A construção da nova ponte ligando os dois países é dos principais gargalos para viabilizar o corredor rodoviário bioceânico – Rota da Integração Latino-Americana – que vai ligar o Brasil aos portos chilenos no Pacifico, passando pelo Paraguai e Argentina.

Além desta ponte, voltada para dar acesso a região do Chaco, o Pantanal Paraguaio, e de lá para a Argentina, até chegar ao Chile, o prefeito, diz que o governo do país vizinho já assumiu também o compromisso de construir uma outra estrutura, ligando outra região do município a localidade de Vallemy. Essa estrutura, conforme ele, possibilitará o acesso pela cidade sul-mato-grossense a região central do Paraguai, chegando a capital, Assunção.

Além das estruturas rodoviárias, o prefeito aposta nos investimentos que estão sendo feitos no município no modal hidroviário como outra alavanca do desenvolvimento para a cidade. Ele aponta que o terminal já em operação na cidade, que foi construído pelo governo do estado e cedido a iniciativa privada já é a quarta principal via de escoamento da soja do estado, totalizando no primeiro semestre deste ano o escoamento de 226,5 mil toneladas, com receita de US$ 76,059 milhões.

Além deste terminal já em operação, o prefeito comenta que outros três projetos de novos portos no rio Paraguai estão em andamento no município. O em estágio mais avançado é o da empresa sul-mato-grossense Itahum Export, do grupo FV, que tem sede em Dourados.

O grupo, que já tem seis unidades de recebimento, beneficiamento, armazenamento e comercialização de produtos como soja e milho no mercado interno, está construindo em Porto Murtinho seu primeiro terminal portuário. As obras começaram em março deste ano e estão 30% executadas. A previsão é que a primeira fase do empreendimento, destinada ao embarque de grãos sólidos e açúcar esteja operando até abril de 2020.

Segundo um dos proprietários do grupo, Peter Ferter, o investimento nesta primeira fase do empreendimento é de R$ 56 milhões. Em um segundo estágio, será implantada uma estrutura para a importação de fertilizantes, de modo a otimizar a estrutura de transportes, permitindo que caminhões carregados com grãos e açúcar descarreguem sua carga para embarque no porto e retornem levando fertilizantes para os produtores.

Somente com a operação da primeira fase do projeto, o investidor espera um movimento de aproximadamente 200 caminhões por dia no município.
Os outros dois projetos são de empresas estrangeiras, dois grupos argentinos já adquiriram áreas para também implantarem terminais de exportação e importação no município.

Com os três novos terminais e o porto já em operação, o prefeito de Murtinho, estima um fluxo que pode chegar até a 700 caminhões por dia no município. Para preparar a cidade para os impactos que esse “hub logístico” vai causar, ele conta que o governo do estado já tem um projeto pronto para construir um anel rodoviário, de modo a evitar que os caminhões passem por dentro da cidade, com investimento previsto de R$ 39 milhões.

Com a economia ainda voltada principalmente para a pecuária e para o turismo da pesca, o prefeito prevê que o município terá uma diversificação de atividades com a viabilização dos projetos logísticos e aponta que já está buscando apoio do governo federal para se preparar para as novas demandas.

“Pelo menos dois empreendedores nos procuram toda a semana na prefeitura em busca de informações para investirem no município. Vamos ter um grande crescimento e queremos estar preparados para isso”, conclui.