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A troca do óleo diesel pelo gás natural liquefeito (GNL) no abastecimento do transporte de carga, poderia reduzir em até 60% dos custos. Assim, estima a pesquisa realizada pelo Centro de Pesquisa para Inovação em Gás (RCGI). Dessa forma, os estudos estimaram uma hipotética substituição nos veículos de São Paulo.
A ideia do estudo foi estimar o custo em reais por milhão de BTU – uma unidade de medida de energia. Com isso, é possível estimar o ganho ambiental dessa alternativa. De acordo com Pedro Gerber Machado, do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo (USP), um dos autores do estudo, o estudo se inspira num conceito russo.
“O estudo foi feito com base em dados europeus sobre o custo da infraestrutura para distribuição de GNL. Assim, nos inspiramos na ideia de ‘corredor azul’, explica Machado. Trata-se um conceito surgido na Rússia, que define um percurso pré-estabelecido, ao longo do qual é possível encontrar abastecimento de GNL.
Diferentes cenários para infraestrutura
Ainda segundo o pesquisador do IEE, no estudo foram analisados quatro cenários de substituição do diesel. “Eles estão relacionados à forma como o gás natural chega a cada região e como ele é liquefeito. Por isso, usamos duas hipóteses para a forma de entrega e duas para a forma de liquefação. No primeiro cenário, ele chega à planta de liquefação por gasodutos. Portanto, está limitado à existência deles para ser implantado. No segundo, o produto é liquefeito numa central e distribuído para o resto das regiões por meio de transporte RODOVIáRIO.”
De acordo com Machado, os pesquisadores calcularam, então, o custo do combustível com base na infraestrutura necessária para atender 10% da demanda do diesel no estado de São Paulo, regionalmente. “As emissões de gases do efeito estufa e de poluentes locais foram calculadas por meio de fatores de emissão da literatura e dados de pesquisas aplicadas no caso de combustíveis alternativos, que não existem no Brasil (como é o caso do GNL)”, completa.
Ganhos e perdas ambientais
Os resultados das análises mostraram que as maiores beneficiárias da troca do diesel pelo GNL seriam a capital paulista e Campinas, onde o primeiro tem preços mais altos do que no resto do estado. “No melhor cenário, a adoção do GNL, além diminuir em até 60% o custo do combustível, reduziria em 5,2% as emissões de CO2 equivalente; 88% as de material particulado; 75% as de óxidos de nitrogênio; e eliminaria as emissões de hidrocarbonetos”, conta Machado.
Por isso, os pesquisadores concluíram que existe benefício econômico, pois o GNL é mais barato que o diesel em todas as regiões. Além disso, existem também vantagens ambientais na emissão de poluentes locais.
No entanto, existem pontos que precisam ser revisados. “O novo combustível primeiro precisa ser aceito pelo mercado. Os outros benefícios, por sua vez, variam muito com o tipo de tecnologia com a qual o gás é usado. Ou seja, se é um caminhão dual-fuel ou dedicado ao GNL e o tipo de condução do motorista. No caso das reduções de gases do efeito estufas, elas são inexpressivas. Pois o GNL emite mais metano (CH4), que tem um poder de aquecimento global 28 vezes maior que o CO2.”