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O Transcares e o boom logístico no Espírito Santo

por | ago 23, 2024 | Notícias, Outros

Fonte: Assessoria de Imprensa do Transcares (22/08/2024)
Divulgação
Chapéu: Associado da NTC&Logística

Muito se fala da localização privilegiada do Espírito Santo, próximo a grandes centros consumidores, e de sua estrutura logística que conecta e, portanto, pode vir a ser solução para o Brasil e para o mundo. Junte-se a isso uma pandemia, que fez o e-commerce dar um salto gigantesco em termos de expansão, e incentivos fiscais como Compete-ES e Invest-ES, e pronto! Temos um cenário para aproveitar o boom logístico em solo capixaba. Um bom momento que pode ser medido por meio dos condomínios logísticos que estão sendo construídos Estado afora.

Empresários capixabas do transporte de cargas e logística estão acompanhando essa movimentação e, como conhecem os “lados A e B” do setor, conseguem identificar as possibilidades que estão sendo geradas, antever as que estão por vir e apontar os desafios deste movimento.

Diretor da Porto Seguro Logística e Transporte e conselheiro do Transcares, Wesley Loose destaca o bom momento do Estado e “o excelente cenário resguardado até 2031” em função dos incentivos fiscais.

“Vivemos um momento de oportunidades! Até 2031, teremos garantidos os incentivos fiscais, e esses programas atraem novas empresas. Está sendo desenvolvida, em Aracruz, uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE), que tende a fortalecer a posição do Estado no comércio exterior, e há, ainda, o grande volume de mercadorias, sobretudo carros elétricos, que estão chegando às Eadis (Estação Aduaneira do Interior). Juntos, esses fatores fazem deste um momento diferenciado para o Espírito Santo”, argumenta.

A questão tributária também foi destacada como detalhe do boom logístico capixaba pelo diretor-financeiro do Transcares e diretor da De Marchi Transportes, Fernando De Marchi. Mas, especificamente no seu caso, que está na Região Norte do Estado, ele também ressalta o fato de os municípios de Aracruz e Linhares estarem em área da Sudene. “Ou seja, mesmo que percamos os atuais incentivos, temos outros para manter a economia aquecida”.

Contudo, para além de questões econômicas e tributárias, ele chama a atenção para a postura do empresário capixaba. De Marchi defende que o Espírito Santo está se destacando como “alavanca para o Brasil”. “Aqui, temos um bom ambiente para negócios, os poderes público e privado caminham lado a lado, existe respeito e diálogo por um bem comum e maior. E a consequência disso são mais investimentos e uma economia pujante”.

Desafios

O cenário promissor é uma realidade. No entanto, as oportunidades caminham lado a lado com os desafios, e um deles é a falta de áreas para empresas instalarem seus galpões logísticos. Quem chama a atenção para a situação é Adilson Simões, do Grupo Veno, que reúne Transilva.Log, DTL e Codepe, esta última mantenedora do centro logístico do Grupo.

“A demanda cresceu tanto que está reprimida. Nossa importação de veículos elétricos aumentou muito, e o volume da operação está maior que a nossa capacidade. Já tem muito armador atracando em outros estados com mais espaço logístico, e a exportação passa a ter problema também porque fica sem fluxo normal para a liberação de contêineres. Este é nosso maior gargalo”.

Apesar deste maior gargalo, existem outros desafios, segundo o gerente Comercial da Multilift Logística, Wagner Cantarela. Fora infraestrutura, segurança nas estradas e melhor distribuição da matriz de transportes, que são senso comum, o executivo cita outros três.

“O primeiro é como nos manter preparados em um cenário de forte incerteza; o segundo diz respeito às obrigações fiscais. Observo que os procedimentos são elaborados considerando um modelo logístico básico como se fosse um padrão único no País. E o terceiro ponto é a mão de obra para o futuro. Não utilizaria a palavra qualificada para defini-la, e sim aquela que esteja disposta a atuar no setor compreendendo suas particularidades”.

E, para um Estado que ainda sofre com alguns gargalos, seria este boom logístico algo positivo? “Sim, claro!”, responde Cantarela, justificando em seguida. “Porque evidencia deficiências e provoca a construção de agendas positivas entre a classe empresarial e o poder público”.

Presidente do Transcares, Luiz Alberto Teixeira reforça a posição de Cantarela. “Vejo esse desenvolvimento logístico como um grande momento para o Espírito Santo. Ainda dependemos de algumas soluções de infraestrutura, mas o Transcares está participando de todos os comitês criados para tratar e ajudar na eficiência e aprimoramento dos processos, e isso tem sido positivo. Já estamos vendo resultado”.