Brasil ocupa a 50ª posição entre 133 economias mais inovadoras do mundo, de acordo com o Índice Global de Inovação (IGI) 2024. O resultado foi apresentado na última sexta-feira (4), em São Paulo, em uma reunião liderada por Pedro Wongtschowski, coordenador da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI). O evento também marcou a transição da coordenação do movimento para André Clark, vice-presidente sênior da Siemens Energy para a América Latina.
A lista, divulgada anualmente pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), revelou que os dez países mais inovadores permanecem os mesmos do ano anterior, com Suíça, Suécia e Estados Unidos ocupando as três primeiras posições. O Brasil caiu uma posição em relação ao ano anterior.
Wongtschowski destacou que o Brasil ainda precisa de mais empenho para melhorar sua posição. Ele observou que, embora o país tenha avançado, outros também progrediram mais. O Brasil continua a liderar na América Latina e no Caribe, enquanto a Coreia do Sul saltou do 10º para o 6º lugar, e a China avançou do 14º para o 11º.
Entre os critérios de avaliação do IGI, o Brasil se destacou nas seguintes categorias:
Sofisticação empresarial (39º): envolve insumos para inovação, como investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
Produtos criativos (42º): analisa resultados da inovação, incluindo registros de marcas e produção de filmes.
Sofisticação de mercado (47º): avalia condições como disponibilidade de crédito e ambiente de investimento.
Produtos de conhecimento e tecnologia (50º): investiga resultados da inovação, como patentes e artigos publicados.
Wongtschowski lembrou que o Brasil não conseguiu recuperar a posição de 2011, quando estava em 47º. Ele reiterou a necessidade de expandir investimentos em P&D, incentivar formação em STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) e melhorar a infraestrutura em tecnologias de informação e comunicação.
O Índice Global de Inovação também revelou que o Brasil possui pontos fortes, como mercado interno (8º), marcas registradas (9º) e participação eletrônica (11º). Em contrapartida, os pontos fracos incluem estabilidade POLíTICA para negócios (115º), formação bruta de capital (108º) e fluxo de alunos estrangeiros (107º).
Wongtschowski encerrou a apresentação mencionando o descontingenciamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e os recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), destacando que os resultados devem ser refletidos nos índices futuros.