Após mais de cinco meses de inatividade devido às enchentes que atingiram a região em maio, o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, retomou parcialmente suas operações na segunda-feira (21). A reabertura do terminal trouxe alívio ao setor de transporte RODOVIáRIO de cargas, que enfrentou dificuldades com o fechamento temporário do aeroporto e as condições precárias das estradas.
A vice-presidente de Transporte Internacional do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs), Andressa Scapini, destaca a importância do aeroporto para a logística da região. “O Aeroporto Salgado Filho é um hub logístico essencial para o modal rodoviário e aéreo de cargas no Sul do Brasil. Com sua reabertura, conseguimos retomar rotas e prazos essenciais, garantindo a competitividade e o abastecimento dos negócios que dependem dessa conexão estratégica”, afirma Andressa.
O fechamento prolongado causou isolamento logístico significativo para Porto Alegre, prejudicando especialmente o transporte de pequenos volumes e cargas emergenciais. A diretora de Negócios na Kodex Express, Thais Bandeira, detalha os impactos enfrentados. “Como trabalhamos com foco no transporte aéreo e logístico multimodal, sentimos fortemente o impacto. Tivemos de nos adaptar, utilizando o modal rodoviário até Florianópolis para escoar as cargas. Isso aumentou nossos custos e prazos de entrega, mas mantivemos o atendimento sem interrupções. A falta de infraestrutura afetou não apenas nossa empresa, mas toda a economia local, comprometendo o transporte e a mobilidade de pessoas e mercadorias”, explica Thais.
A reabertura do aeroporto também marca o retorno de voos comerciais, com o primeiro pouso realizado às 8h03, e operações com uma pista de 1.730 metros. A normalização completa das atividades, incluindo voos internacionais, está prevista para 16 de dezembro. Segundo Thaís, a retomada atende a uma alta demanda represada e permite que o transporte de cargas urgentes seja realizado com maior eficiência. “A cidade e a economia estão retomando seu ritmo, e esse retorno é essencial para melhorar a conectividade, não apenas no transporte de cargas, mas também para o turismo, que foi severamente impactado”, acrescenta a diretora da empresa.