Foto: Isadora Jacoby/Especial/ JC
Entidades do setor garantem que não faltarão alimentos
A corrida aos supermercados para fazer estoques durante os períodos de quarentena devido ao coronavírus gerou cenas que lembraram a experiência da população durante a greve dos caminhoneiros em 2018: filas nos caixas e gôndolas vazias. Entretanto, entidades do transporte e supermercadistas garantem que haverá abastecimento de produtos para a população.
“Somos como a banda tocando no Titanic, não podemos parar”, destaca Afrânio Kieling, presidente da Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Estado do Rio Grande do Sul (Fetransul). Segundo o dirigente, os transportadores e os caminhoneiros vão continuar operando. “O momento é sério, estamos conscientes, compartilhando informações sobre cuidados. Mas nosso maior patrimônio, que são os motoristas, estão dispostos a seguir em atividade”, afirma Kieling.
Segundo o presidente da Fetransul, a maior preocupação não é a falta de caminhões, mas uma eventual redução na oferta de produtos para serem entregues devido a cortes na produção ou excesso de demanda. “Essa é uma avaliação que estamos monitorando. Sabemos que, em relação a alguns produtos básicos, como itens de higiene e álcool gel, os fabricantes não estavam preparados para a procura crescente, e precisam de tempo para aumentar a oferta e distribuí-la adequadamente”, comenta.
Em nota, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) afirmou que está atenta aos impactos econômicos que a pandemia já tem causado ao setor. Segundo a entidade, as empresas têm seguido as recomendações das autoridades de saúde para que as entregas sejam realizadas com segurança e responsabilidade, e que o setor é responsável por garantir que não faltem alimentos, medicamentos nem produtos de higiene e limpeza no País. “A CNT se coloca à disposição das autoridades para auxiliar no planejamento e na execução de ações emergenciais que possam auxiliar o País neste momento de crise”, destaca a nota.
A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) também havia informado que não há risco de desabastecimento de produtos nos supermercados gaúchos. “É hora de tranquilizar o consumidor, não haverá falta de alimentos ou de produtos de necessidade básica. Esta é uma situação diferente da greve dos caminhoneiros, por exemplo, quando o setor estava com dificuldades para receber as mercadorias da indústria. Hoje, o abastecimento está normal”, explica o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo.
Conforme Longo, a ruptura de alguns itens em supermercados maiores, que provocou a sensação de falta de produtos, foi resultado do crescimento atípico da demanda. “Alguns itens registraram em algumas horas a venda programada para uma semana. Por mais eficientes que as empresas sejam, não há como reabastecer as gôndolas nesta velocidade”, explica o presidente da Agas, sublinhando que as empresas têm estoques dos produtos e que, em algumas horas, o abastecimento é normalizado. “Não há risco de falta de alimentos nas lojas. A população não precisa se preocupar, já que os supermercados estão preparados, inclusive, para aumentar o abastecimento, caso necessário, como já acontece em datas festivas”, conclui.