Você já ouviu falar de Internet das Coisas ou simplesmente Internet of Things (IoT)? A IoT propõe conectar todos os objetos físicos em uma infraestrutura global na internet para troca de informações e comunicação. A IoT tem como objetivo dar suporte a inteligências de identificação, localização, rastreamento, monitoramento e gerenciamento de dados, e pode ser dividida em software ou hardware. Exemplos claros da aplicação da IoT do tipo software na logística são principalmente os sistemas TMS, WMS, os aplicativos com inteligência artificial embarcada, os sistemas de roteirização e de gerenciamento de risco, enquanto nas aplicações hardware tem-se o RFID e QR Code, os equipamentos de rastreamento e demais equipamentos eletrônicos portáteis conectados à internet.
A IoT pode beneficiar e muito a economia e principalmente o setor logístico, isso porque torna muito mais simples a integração e o fluxo de informação entre as cadeias de abastecimento, no entanto, barreiras legais e comerciais precisam ser superadas para que essa proposta seja realmente aplicada na prática. O uso de tecnologias influencia significativamente o desempenho das empresas transportadoras, pois hoje não é possível obter sucesso no segmento de transporte RODOVIáRIO de cargas se não forem utilizadas ferramentas de tecnologia da informação nos processos logísticos. Tamanha é a prova que se cair à internet da empresa praticamente todas as operações ficam paralisadas, visto que atualmente a maior parte dos processos é realizada via web service.
Através da tecnologia e dos sistemas de informação as empresas de transporte estão transpondo barreiras tecnológicas antes compreendidas somente às indústrias, e assim inserindo no serviço prestado vetores tecnológicos de competitividade e confiabilidade. O controle logístico da frota é mais preciso, e o risco do transporte minimizado quando são utilizadas ferramentas modernas de rastreamento, por exemplo.
Mas, segundo dados oficiais as transportadoras encontram dificuldades na aplicação da IoT em suas operações, e é possível afirmar que a crise econômica seguida da crise POLíTICA e a elevada carga tributária são alguns dos principais problemas enfrentados por essas empresas. Outra barreira está relacionada aos altos custos para implantação de novas tecnologias nas operações de transporte, visto que em certas operações estes seriam maiores que os benefícios proporcionados. Embora haja uma grande oferta de tecnologias para o transporte de cargas disponível no mercado, a crescente concorrência faz com que as transportadoras busquem redução nos seus custos e em contrapartida dificulta a disponibilidade de investimentos para aquisição destes. É possível afirmar que a maior parte das empresas que conseguem justificar tal investimento são aquelas que transportam mercadorias de alto valor agregado e que consequentemente cobram mais pelo frete, logo, a minoria das transportadoras brasileiras se enquadradam neste cenário.
Por outro lado, esbarramos na falta de investimento e manutenção das rodovias brasileiras com baixa densidade da malha rodoviária, idade avançada da frota (veículos antigos a tecnologia) e mão de obra desqualificada. A falta de união do setor faz com que não sejam atraídos investimentos em planejamento de rede e TI, e isso é perigoso pois está relacionado a privacidade e a manipulação dos dados fornecidos por essas tecnologias, pois os bilhões de dispositivos que estarão conectados à internet até 2020 representarão também um risco de acessos indevidos, abrindo precedentes a insegurança e manipulação de forma negativa desses dados.
As tecnologias estão revolucionando não só a sociedade, mas também a forma das organizações fazerem negócios. Entretanto, tais transformações ainda não venceram os entraves que a legislação brasileira, que permanece complexa, burocrática e pouco ágil nos impõe. Grande parte do nosso tempo e recursos gastamos em atividades extremamente burocráticas que se caracterizam como barreiras ao desenvolvimento econômico e tecnológico do setor de transportes. O que fica em evidência é que há um longo caminho para que as dificuldades aqui postas possam ser vencidas pelas empresas transportadoras de cargas no país, e as tecnologias como a IoT sejam uma realidade no dia a dia das nossas empresas para o progresso e desenvolvimento do nosso país.
Responsável: Luiz Gustavo Peres Nery