Muito se fala sobre a participação cada vez maior da mulher no mercado de trabalho, seja em funções operacionais, administrativas, executivas e também como empresárias, e o quanto a conquista desse espaço tem custado às mulheres, pois além do baixo reconhecimento (as pesquisas salarias estão aí para comprovar) após a jornada de trabalho ao chegar em casa as mulheres precisam dar continuidade às suas rotinas domésticas: atenção aos filhos (banho, comida, saúde, tarefas escolares), ao companheiro, a si própria (saúde e beleza) e muitas ainda tem que realizar boa parte das tarefas domésticas.
E a vida de uma mulher empresária do segmento de transporte não tem nada de diferente, e diria até que é bastante dura. Nosso segmento trabalha com margens extremamente apertadas e, por isso, todos os recursos da empresa precisam ser otimizados; a logística operacional (coleta, viagens, entrega) impõe uma carga de trabalho e responsabilidade onde raramente conseguimos sair da empresa às 18:00, e desligar o celular é inconcebível. E após o trabalho também temos todas aquelas rotinas domésticas que já comentei (sim, também fazemos tudo isso em casa). Lembro que a licença maternidade dos meus dois filhos foi conciliando extratos, emitindo cheques enquanto balançava o berço com uma das pernas.
Com relação à participação da mulher no nosso segmento eu percebo que ainda é muito modesta, com um crescimento lento motivado muito mais pelo processo sucessório do que pela iniciativa feminina de constituir uma empresa de transporte. Ao menos isso é o que eu percebo nas reuniões empresariais de que participo. Ou seja, o transporte ainda é um segmento predominantemente masculino.
Mas, como em qualquer período da história as mulheres sempre tiveram que lidar com várias atribuições, baixo reconhecimento e realizar múltiplas tarefas diariamente não adianta ficar de “mimimi”. Vamos fazer o que tem que ser feito e lutar para que outras colegas da nossa ou da próxima geração tenham uma vida menos árdua.
Vejo que temos muito a contribuir nesse segmento, pois além da predisposição natural para realizar processos de forma organizada, a mulher consegue realizar uma gestão mais humanizada, sem perder de vista o foco no resultado.
Sucesso, mulheres!
Responsável: Mariluce Gobbi