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Fórum de segurança destaca queda do Roubo de Cargas em várias regiões do país

por | ago 31, 2020 | Eventos, Notícias

Fonte: FETCEMG
Chapéu: Segurança

Lideranças do setor de transporte e autoridades policiais dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Bahia e Rio de Janeiro reuniram-se nesta quinta-feira (27), no Fórum On-line de Segurança Logística, evento realizado pela Fetcemg, com apoio dos seus Sindicatos filiados. No evento, foram apresentados os cenários de roubos de cargas em cada região e as principais ações de combate ao crime desenvolvidas pelas forças policiais.

O presidente da Fetcemg, Sérgio Pedrosa, em sua fala de abertura, agradeceu a participação das autoridades e lideranças de outros estados e destacou a contribuição do trabalho da assessoria de Segurança Logística da Fetcemg para a integração da polícia e ações efetivas pelos transportadores em Minas Gerais. “Desde o início do seu trabalho, a assessoria de Segurança Logística da Fetcemg elevou o debate e promoveu integração com outras entidades e estados, trazendo benefícios para o setor de transporte”, destacou.

“É um prazer ter tantos colegas neste fórum de ações e saber o que está acontecendo em cada região durante a pandemia. A gente sabe que é uma luta grande em cada estado”, afirmou o assessor de Segurança da entidade, Ivanildo Santos, que foi o moderador do debate.

Queda geral

Em todas as apresentações, a queda nos índices no ano de 2020 em comparação com o primeiro semestre de 2019 foi unânime. A implantação de tecnologias de inteligência para maior efetividade nas investigações e a integração entre forças policiais e a iniciativa privada foram duas fortes tendências que têm se mostrado essenciais neste trabalho.

GIRO NOS ESTADOS

Rio de Janeiro

O estado tem registrado uma queda considerável de 2017 pra cá, segundo os especialistas. “O tráfico de drogas entrou no roubo de cargas, o que aumentou o índice. Mas com as ações de combate conseguimos resultados exitosos”, destacou Sérgio Viana, da Fetranscarga.

A diretora-presidente do Instituto de Segurança Pública (ISP), Adriana Mendes, apresentou os números do órgão. “Em 2020, acumulado do ano até julho, tivemos uma redução de 34% em relação ao mesmo período de 2019”.

Ela apresentou a ferramenta de análise criminal desenvolvida pelo ISP que usa georreferenciamento dos dados dos registros das delegacias, o ISPGeo. A ferramenta tem apoiado o planejamento operacional e outras ações do DRFC e viabiliza consultas e visualização de mapas, tabelas e análises, com atualização diária de dados. “Pretendemos, com esse trabalho, lançar um olhar sobre o conhecimento, ter melhor qualidade dos dados, uma integração harmoniosa de esforços e a aplicação de recursos humanos e materiais mais criteriosa”.

O Tenente Coronel Silva Junior, da PMRJ, destacou outras ações: “O acompanhamento diário da mancha criminal por meio do ISPGeo; operações de grande porte, Operação “Cinturão da Avenida Brasil”; ações integradas com a PCREJ e PRF; interlocução com as empresas de transporte”, proporcionaram esse trabalho exitoso”.

Bahia

No estado, que é o maior entroncamento das regiões norte e nordeste, foi registrada redução de 20% nos roubos de cargas no primeiro semestre de 2020, comparando com o mesmo período de 2019.

Apesar da diminuição de casos, o volume de apreensões aumentou. No comparativo de janeiro a agosto, a Decarga recuperou R$ 2,7 milhões em 2020, contra R$2,6 milhões em 2019, o que demonstra maior eficiência do departamento. “São ótimos resultados, tendo em vista que contamos com um pequeno efetivo para atuar. Porém, contamos com apoio de 25 corregedorias de polícia do estado e apoio da PRF e PMBA. Os estados de Sergipe e Minas Gerais são nossos grandes parceiros na colaboração contra os roubos de cargas”, destacou o titular da Delegacia de Cargas de Feira de Santana-BA, Gustavo Coutinho.

Espírito Santo

O superintendente do Transcares, Mario Natali, falou sobre as peculiaridades do estado, que possui pouco mais de 600km de comprimento e interessante potencialidade logística, fazendo divisas com Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. “Temos um grupo de trabalho bem estruturado, coordenado pelo subsecretario de segurança, e uma legislação rica (Lei estadual 10.638), que pune o receptador com cassação da inscrição fiscal”, destacou.

Os índices no estado seguem em queda. Em 2018, foram 36 ocorrências no primeiro semestre. No mesmo período de 2019, foram 20 registros; em 2020, 14 casos.

Minas Gerais

O delegado César Matoso, do Depatri, representando o delegado-chefe do departamento Márcio Nabak e o delegado da especializada Rafael Azevedo, falou do êxito nas ações policiais civis no estado e nas ações investigativas de desarticulação de ações criminosas nas rodovias mineiras.

“De 2019 para 2020, concluímos 66 operações, em contraponto a 14 operações em 2019. Foram 82 prisões em flagrante contra 13 em 2019, com a prisão de 3 organizações criminosas”, destacou.

Ele atribuiu a queda à implantação de um trabalho conjunto e estruturado com a PRF. “Nos permitiu avançar na produtividade para a conclusão efetiva das investigações”, afirmou.

“Não podemos pensar no combate ao roubo de cargas sem integração”, afirmou o Inspetor Marco Antônio Territo de Barros (PRF-MG). Ele destacou o trabalho integrado com a PMMG e o Depatri. Segundo ele, houve queda de 25% nos casos (301 em 2019 contra 220 em 2020). “Os números poderiam ser melhores. Durante a pandemia, houve aumento no roubo de cargas, principalmente dos produtos mais cobiçados no momento, como alimentos, medicamentos e EPIs”.

São Paulo

O coordenador do Procarga, Waldomiro Milanesi, apresentou o Relatório Estatístico Criminal. Em São Paulo, todas as ocorrências dos 645 municípios são registradas on-line. “Isso possibilita que a comunicação do evento seja imediata e a coordenadoria realize a estatística”, destacou.

De janeiro a junho de 2019, foram 3.536 casos. No mesmo período em 2020, 2.945, totalizando uma redução de 16,7%. Milanesi atribuiu a queda também à lenta retomada da economia e ao modus operandi das quadrilhas, que segundo ele continua o mesmo.

A falta de um sistema nacional de comunicação e integração foi apontada por Milanesi como um problema a ser resolvido.