A Confederação Nacional do Transporte – CNT divulgou em janeiro de 2018 um boletim que traz o retrato da representatividade do transporte RODOVIáRIO de cargas no Brasil. Essa modalidade de transporte representa 61,1% do volume de cargas transportadas no país e mesmo possuindo esse número expressivo, presencia-se um baixo investimento em infraestrutura logística. Apenas 2,2% do nosso PIB é investido, em contrapartida os países em desenvolvimento investem em média 5,1% e a China 8,5%. Como consequência ocupamos a 55 posição em pesquisa do Banco Mundial, chamada LPI (Logistics Performance Index) e estamos muitos distantes dos países que lideram o ranking, são eles Alemanha, Luxemburgo, Suécia, Holanda e também atrás de países em desenvolvimento como a Índia, África do Sul e Chile.
O Transportador Rodoviário de Cargas precisa se reinventar fazendo com que suas empresas busquem alternativas para auxiliar a gestão estratégica e operacional. Uma medida para alcançar esses objetivos é a adoção de indicadores de desempenho (ou KPIs – Key Performance Indicator) pois eles auxiliam na tomada de decisão.
É importante que os esses indicadores sejam específicos, mensuráveis, atingíveis, realistas e que possuam um período de comparação. Eles também devem ser de fácil compreensão e devem demonstrar os pontos cruciais a serem priorizados pelos gestores e os pontos de evolução de cada atividade dentro da empresa, devem identificar as oportunidades de melhorias. As organizações devem analisar indicadores que realmente sejam relevantes para seu negócio, por isso a importância desse sistema ser personalizado.
A adoção de indicadores pode trazer inúmeros benefícios e é possível destacar a melhoria contínua no desempenho da organização, a obtenção de números reais e mais precisos, o auxilio na tomada de decisões, a apresentação dos resultados de forma mais clara, além de facilitarem a transmissão da missão, visão e valor da organização para os colaboradores que não ocupam cargos estratégicos, mas direcionam seus esforços para objetivos estratégicos da empresa.
“Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, e não há sucesso no que não se gerencia”
William Edwards Deming
Podemos destacar como importantes indicadores para o TRC, indicadores de custo (custo x km, custo operacional total, etc), percentual de entregas/coletas no prazo, percentual de avarias no transporte, acuracidade na emissão dos conhecimentos eletrônicos de frete, inadimplência, ociosidade da frota, dentre outros.
Levando em consideração as pesquisas realizadas conclui-se que o setor de Transporte Rodoviário de Cargas ainda é muito carente de gestão, principalmente pela maneira em que as empresas foram constituídas pois a grande maioria são familiares que ainda se baseiam no conhecimento tácito dos seus fundadores e por isso é possível enxergar a dificuldade e a falta de conhecimento na gestão baseada em indicadores.
Responsável: Amanda Peres Nery