Faça um exercício comigo: se neste momento você precisar adquirir qualquer item que esteja precisando, vai pensar primeiro em “onde” ou em “qual aplicativo” comprar? Se fosse há alguns anos – até mesmo meses, antes da pandemia chegar –, a primeira questão seria o pensamento intuitivo a surgir na sua mente; atualmente, a tendência já mudou.
Nós desenvolvemos uma nova relação de consumo nos dias atuais. Isso é fato. A tecnologia acabou transformando as formas como consumimos, acelerada pela crescente disseminação da covid-19 que afetou os comércios e as vidas das pessoas. Dentro desse contexto, tivemos que nos adaptar à nova realidade e algumas das mudanças já dão indicativos de que vieram para ficar.
Os sinais são evidentes: a pandemia impulsionou, entre outras mudanças, o processo de aceleração digital do comércio, como aponta o presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), Claudio Felisoni. Mais do que uma tendência, comprar pela internet se tornou uma urgência na atualidade.
Antigamente, era preciso sair de casa para comprar. Hoje, com toques no celular ou por meio de cliques no computador, as pessoas têm acesso a uma extensa quantidade de produtos, preços e opções que são entregues diretamente nas portas de suas casas. E isso contempla todos os setores. Supermercados, farmácias, lojas de sapatos, roupas, eletrônicos… Qualquer área que sua mente puder imaginar estará no ambiente digital.
Conforme revelado por uma pesquisa realizada pela empresa de tecnologia Creio, mais da metade dos consumidores brasileiros (56%) afirmou ter comprado online pela primeira vez durante os primeiros meses da pandemia. Além desse, outro dado impactante: 94% pretendem continuar comprando pela internet nas lojas que descobriram no período. A presença digital se tornou mais do que essencial para se adequar a esse novo hábito de consumo.
Além disso, outro fator que contribui para esse “boom” da internet é a comunicação envolvida nas redes. Presente na forma como as lojas e empresas dialogam com seus públicos no meio digital, no trabalho realizado pelas plataformas para aproximar o consumidor, no marketing envolvido nos sites e mídias sociais. Todo esse ambiente online propiciado pelas marcas faz com que tenhamos um saldo muito positivo tanto em termos de compra quanto de alcance de consumidores.
E a tendência, com certeza, é de esse processo aumentar ainda mais. De acordo com o estudo global “Visa Back to Business Study”, realizado em novembro de 2020 em países como Brasil, EUA, Canadá, Alemanha e Hong Kong, os novos hábitos de consumo devem permanecer em 2021. A pesquisa mapeou que, no final do ano passado, 82% das micro e pequenas empresas consultadas tinham adotado novas formas de tecnologia digital para se adequarem ao cenário. Além disso, no Brasil, 88% dos pequenos empresários já alteraram a sua forma de operar nos últimos meses.
Apesar de todo esse cenário de migração para o online, acredito que a parte sinestésica do processo de compra presencial não irá acabar. A questão é que todas as empresas precisam marcar presença nos meios digitais para conseguirem um alcance maior de clientes. E investir na comunicação com esse público. Desta forma, será possível agradar tanto os consumidores conectados quanto os que preferirem a nova “moda antiga”.
Rodrigo Bernardino, jornalista
Assessor de Comunicação e Imprensa da NTC&Logística