O não cumprimento das regras para tratar de problemas ambientais estimula a reação por parte dos empresários no setor de logística
A POLíTICA Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em 2010, representou um dos principais avanços jurídicos na garantia da sustentabilidade ambiental. Com o passar dos anos, as metas estabelecidas no decreto de eliminar os lixões até 2014 não foram executadas. A questão envolve a reciclagem de materiais inutilizados, porém, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), o Brasil recicla apenas 2,1% do total dos resíduos coletados.
Protagonistas no setor de transporte de cargas enxergam mudanças na maneira em como a área encara essa situação e, por causa disso, procuram reverter o cenário por meio de ações em suas empresas. É o caso de Gislaine Zorzin, Diretora Administrativa da Zorzin Logística, que acredita na mobilização dos administradores em controlar os resíduos gerados pelas instituições. “Os investimentos na área serão cada vez maiores, uma vez que a preocupação com o meio ambiente e a responsabilidade do fabricante em controlar os resíduos gerados estão mais evidentes”, esclarece Gislaine.
A empresária complementa dizendo que as indústrias observarão melhoras nos seus balanços financeiros se implementarem a sustentabilidade nos seus valores. De acordo com Gislaine, “a logística reversa gera mais operações e melhores oportunidades. Para as indústrias, o uso dessa estratégia é obrigatório, pois falamos do controle de resíduos que podem gerar danos ao meio ambiente quando descartados de maneira irregular. A redução do impacto ambiental gera a diminuição do risco”.
Assim, uma das soluções que o setor de transporte RODOVIáRIO de cargas aponta é o uso da logística reversa. Nesse sentido, indústrias e transportadoras atuam lado a lado, pois o deslocamento dos produtos até os locais de distribuição ou venda é parte integrante do processo de logística tradicional – que trabalha com a mercadoria desde o fornecedor até o ponto de consumo – e, por consequência, da reversa também.
Apesar de opostos, os dois conceitos estão relacionados. Na logística reversa, o trabalho do gestor é pensar nas formas de planejamento, de organização e de fluxo do produto desde o retorno do ponto de consumo ou de venda até o fabricante, com o objetivo de ser reutilizado e de evitar o descarte inadequado das cargas. Os benefícios da adoção dessa prática nas empresas, de acordo com Gislaine, são “a melhora da conscientização, a redução dos impactos negativos – ocasionados pelo descarte incorreto dos resíduos – e o aumento dos lucros com a diminuição de aquisição de matéria-prima”.
Em sua empresa, ela trabalha a proposta da logística reversa no transporte de resíduos com os clientes que fazem o destino dos rejeitos conforme a PNRS e finaliza enfatizando que o desenvolvimento sustentável e a melhora da economia passam pelo setor de transporte devido à sua importância à viabilização das metas da indústria.
A qualidade do serviço e a contenção do desperdício se complementam, e o transporte de cargas por rodovias é um dos responsáveis por tornar esse cenário viável.
As soluções para os problemas que afligem a população passam pelo mercado e por aqueles que participam dele. Com a legislação avançando e a sustentabilidade se tornando tendência, o gestor serve de exemplo como figura de referência aos demais indivíduos, auxiliando nas mudanças de comportamento na sociedade.