Na Fiep na última sexta-feira (30), vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços afirmou que medida é importante para evitar desindustrialização do país
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, defendeu nesta sexta-feira (30), em encontro na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) que a Reforma Tributária é fundamental para ampliar a competitividade da economia brasileira e incentivar a indústria brasileira. Para Alckmin, que é também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, a proposta em tramitação no Congresso tem potencial para simplificar o sistema de impostos e acabar com a cumulatividade de tributos, desonerando investimentos e estimulando exportações.
Segundo o vice-presidente, é preciso reverter o processo de desindustrialização atravessado pelo país. “A grande pergunta é o que podemos fazer para fazer crescer a indústria”, disse. “Há uma tendência dos países de, por perda de competitividade e por ficarem mais caros, se desindustrializarem. A pergunta é sempre onde é que eu faço um bem barato. Então nós temos que ter uma agenda de como ter uma competitividade maior e reduzir o Custo Brasil. Não tem uma saída só, tem um conjunto de tarefas para serem feitas”, completou.
Em sua opinião, um dos grandes entraves é a complexidade do sistema tributário brasileiro, ancorado em uma tributação sobre consumo, que aumenta o custo para se produzir no país. “O mundo inteiro tem um imposto sobre consumo, que é o IVA, nós temos cinco: IPI, PIS, Cofins, ICMS, ISS. Tudo em cima de consumo. Nos Estados Unidos, o tributo sobre consumo é 20%. Lá tributa renda e patrimônio. No Brasil, 50%. Aí o país é caro, a população não consegue consumir”, explicou.
Como exemplo do impacto disso sobre o consumo, citou que a indústria automobilística tem capacidade para produzir 4,5 milhões de veículos ao ano, tendo chegado a vender 3,8 milhões, mas hoje alcançando apenas 2,1 milhões. Além disso, ressaltou que isso prejudica também o desempenho da indústria do país no comércio internacional. “É caro para exportar. Exporta soja, petróleo bruto e minério de ferro. Não consegue valor agregado, ficou caro, perde competitividade”, afirmou.
Para Alckmin, parte desses problemas se resolvem com a Reforma Tributária. “Tem que desonerar completamente investimento e desonerar completamente exportação. Essa é uma reforma que traz eficiência econômica. Pode, em 15 anos, o país crescer 10% do PIB”, defendeu, acrescentando que a proposta também garante neutralidade na arrecadação entre os entes da Federação. “A lógica da Reforma Tributária não é tirar de um e dar para outro. Ela tem que ter neutralidade federativa. O que o estado do Paraná recebe, vai continuar recebendo. O que os municípios recebem, vão continuar recebendo. O que ela precisa é simplificar e tirar a cumulatividade”, explicou.
Sobrevivência da indústria para o presidente da Fiep, Carlos Valter Martins Pedro, a Reforma Tributária é fundamental para a sobrevivência da indústria brasileira. “Uma medida vital para toda a economia, mas especialmente para a indústria, é a Reforma Tributária. A complexidade do nosso sistema tributário e a cumulatividade de impostos ao longo das cadeias produtivas são alguns dos principais fatores que tornam os produtos brasileiros pouco competitivos diante de mercadorias produzidas em outros países”, afirmou.
Em sua opinião, a proposta que vem sendo discutida é o começo da solução desse problema. “A Fiep e a indústria paranaense confiam que esse problema começará a ser solucionado com a aprovação da Reforma Tributária em tramitação no Congresso Nacional. Uma proposta que, se não resulta em redução da carga tributária, ao menos torna o sistema de impostos mais simples, eficaz e justo”, disse.
O evento da última sexta teve, ainda, a participação do governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, e o prefeito de Curitiba, Rafael Greca. Também estiveram presentes diversos deputados federais e estaduais, senadores, secretários de Estado e lideranças da indústria e do setor produtivo paranaense.