O ano começou com otimismo no mercado de veículos 0km. Pelo balanço da Anfavea, em 2023 foram 2.309.000 unidades emplacadas, 9,7% acima de 2022. O desempenho só não foi melhor pela queda de 14,7% no volume de emplacamentos de caminhões. Para este ano, a previsão da entidade é de um crescimento de 6,1% em relação ao ano passado.
Confirmada a previsão, o volume pode chegar a mais de 2.400.000 unidades, somando 2.304.000 veículos leves (5,7% acima de 2023) e 146.000 veículos pesados (alta de 13,6%). Para o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, voltar à marca histórica de mais de 3.000.000 de veículos vendidos ao ano não está fora da realidade.
“O Brasil tem tudo para que nos próximos anos, talvez daqui a três ou quatro, volte a ter um mercado na casa de 3.000.000 de unidades. Este é um cenário bastante concreto, nós estamos tendo crescimento e a redução da taxa de juros deve acentuar ainda mais esse crescimento”, afirmou.
Já as projeções da Fenabrave apontam para um crescimento ainda maior neste ano, de 13,5%, totalizando 4.420.000 unidades emplacadas. Deste total, carros de passeio e utilitários leves deverão ter uma participação de 2.440.000 unidades, 12% acima de 2023 e motos, 1.830.000 unidades, com um crescimento de 16% quando comparado ao ano passado. Os demais compõem os segmentos de pesados, implementos rodoviários e outros.
Em 2023, o balanço da Fenabrave finalizou com um total de 4.108.041 de unidades emplacadas, incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões ônibus, implementos rodoviários e outros; 12% acima de 2022. Pela primeira vez na história desde 2019 foram emplacados mais de dois milhões de automóveis (1.720.841 unidades e 9,13% acima de 2022) e comerciais leves (458.522 unidades, 20,44% a mais do que no ano anterior).
Com 1.581.527 unidades, motocicletas tiveram um volume de emplacamentos 16,10% superior a 2022, enquanto a retração para caminhões foi de 16,39% e para ônibus, alta de 12,63%. Segundo o presidente da Fenabrave, Andreta Jr., “a disponibilidade e o custo do crédito têm muita influência na decisão de compra dos consumidores. Com a ligeira melhora na inadimplência, no último trimestre de 2023, percebemos que houve uma maior disponibilização de crédito por parte das instituições financeiras e isso foi captado pelo mercado”.
E há motivos para comemorar. “2023 foi um ano em que o setor automotivo demonstrou uma recuperação importante e que deve ser celebrada, tanto que foi a 1ª vez, desde 2019, que tivemos mais de 2 milhões de automóveis e comerciais leves emplacados no ano”, disse Andreta Jr., lembrando que em 2023 houve a concessão de bônus para veículos leves de até R$ 120 mil, através da MP 1.175/23. “O impulso das medidas provisórias que estimularam o setor mostra que é necessário buscar soluções permanentes que mantenham o mercado aquecido. Além das medidas provisórias com estímulos fiscais, a melhoria do crédito por conta da queda da taxa de juros foi fundamental para a elevação de 12%”.
Nas palavras de Márcio de Lima Leite, “a Fenabrave apresentou um número maior e são eles quem conhecem de concessionária, de revenda. Faço votos para que a projeção de crescimento que as concessionárias estão trabalhando para este ano possa refletir nos nossos emplacamentos. Com isso, vamos ter um ano ainda melhor”, afirmou.
Sobre a produção de veículos prevista para este ano, a Anfavea estima 2.470.000 de unidades, 6,2% acima de 2023. Para veículos leves, a previsão é de 2.310.000 unidades, alta de 4,8%, e para pesado, um crescimento de 32,1% ou 160.000 unidades.
Eletrificados
Ainda que a participação dos eletrificados no volume total de emplacamentos de veículos leves seja pequena, de 4,4% em 2023, a Anfavea prevê que ela tende a aumentar. Para este ano, são estimadas 142 mil unidades emplacadas, 51% acima de 2023. Confirmada a previsão, passará a representar 6,2% do volume total de emplacamentos. O presidente da entidade é mais otimista e crê que esse volume será ainda maior, “eu aposto que será maior do que 142.000 unidades, mesmo com a recomposição parcial da alíquota de importação. Ainda é um mercado que desperta interesse do consumidor e, principalmente, por ser novo, esse mercado pode ser um pouco maior do que o previsto. Existem outros players que também pretendem lançar produtos no mercado brasileiro, o que pode mudar esse cenário, aumentando o número da eletrificação no Brasil”, comentou Leite.
Usados batem recorde
Em 2023, pelo balanço da FENAUTO, foram quase 14.500.000 unidades de veículos seminovos e usados comercializados, um recorde que se equipara ao volume comercializado em 2023. O acumulado de vendas de veículos com 13 anos, ou mais, foi o mais expressivo, com um crescimento de 13,5% em relação a 2022, chegando a um total de 5.033.345 unidades no ano.
Uma tendência de crescimento que deve se manter neste ano, conforme disse o presidente da entidade, Enilson Sales. “O nosso relatório mostra um percentual de aumento expressivo na comercialização de veículos, conforme já estávamos prevendo. Desde 2015, o nosso mercado vem apresentando resultados positivos, indicando um crescimento sustentável como esse verificado em 2023. Acreditamos que para 2024 essa tendência positiva deve continuar”, validou.
Abeifa: emplacamento cresce 47,9% em dezembro , acumulado do ano aumenta 110%
O emplacamento de veículos no Brasil teve um aumento significativo em dezembro, crescendo 47,9%, e o acumulado do ano registrou um aumento de 110%. Esse desempenho foi fortemente influenciado pela antecipação de compras de veículos híbridos e elétricos, após o anúncio do aumento da alíquota do imposto de importação em 10 de novembro de 2023.
No mês de dezembro, as vendas das empresas associadas à Abeifa aumentaram 281,2% em comparação com dezembro de 2022, totalizando 8.349 unidades licenciadas, das quais 5.508 foram importadas e 318 produzidas nacionalmente. O crescimento foi observado tanto nas unidades importadas (45,8% em relação a novembro e 282,4% em relação a dezembro de 2022) quanto na produção nacional (133,8% em relação a novembro e 253,3% em relação a dezembro de 2022).
Com esse desempenho, o acumulado do ano alcançou 43.428 unidades, representando um aumento de 110,2%. As unidades importadas tiveram um crescimento de 127,7%, enquanto a produção nacional teve uma queda de 20,9%.
A antecipação das compras de veículos híbridos e elétricos foi uma resposta imediata dos consumidores ao aumento das alíquotas de importação, que entraram em vigor em janeiro de 2024. Algumas empresas anunciaram que não repassarão integralmente as novas alíquotas aos estoques existentes no Brasil.
Apesar das dificuldades impostas pelas mudanças nas políticas de importação, a Abeifa reafirma seu compromisso com a descarbonização da frota brasileira e contribuição para a neoindustrialização do País. A participação das associadas no mercado total de veículos em dezembro foi de 3,5%, e no acumulado do ano foi de 2%. O presidente da entidade destaca a contribuição dos importadores para a modernização da frota brasileira, introduzindo novas tecnologias e inovações.