No começo era o caos. Ao final de março de 2020 todos os empresários e funcionários das empresas do setor de transporte temiam pelo pior. As previsões de demanda em função de uma possível quarentena estendida ou da necessidade de um lockdown mais severo apontavam para impactos negativos, mesmo em segmentos do transporte que carregam produtos essenciais para a vida das pessoas. Esta talvez tenha sido a primeira fase dos impactos da pandemia no setor de transporte. Em pouco tempo percebeu-se que era possível analisar em detalhes, com calma e otimismo os impactos da pandemia no setor. Neste momento começou a ser possível vislumbrar estratégias para lidar com o vírus e a pandemia. Internamente, foi momento de pensar na segurança dos colaboradores e em garantir a continuidade do trabalho com saúde e produtividade. Externamente foi possível começar a perceber oportunidades e estruturar-se para aproveitá-las. Foi importante nesse momento o arrojo e o preparo prévio de prospecção de clientes e qualificação de fornecedores para atender a demanda e maximizar os resultados. Houve um terceiro momento em que a sociedade e a economia em geral sentiram efeitos da pandemia. O principal impacto fez com que as transportadoras tivessem de pensar nos custos e ponderar investimentos visando expandir e aproveitar o momento para absorver um pouco mais de valor. Chegamos, por fim, ao cenário atual. Passadas três fases distintas de momentos estratégicos completamente diferentes é chegada a hora de pensar em 2021. Não se sabe exatamente até quando vai a pandemia. Não se sabe se novas restrições de circulação de pessoas e mercadorias serão impostas. Porém, o que aprendemos com a pandemia é que as coisas podem mudar rapidamente de figura. Se agora o setor “surfa a onda”, pode ser que em breve tenhamos um cenário não tão favorável. Sem sombra de dúvidas chegarão satisfeitas com os resultados, ao final de 2021, as transportadoras que tiverem agilidade no diagnóstico estratégico e rapidez na adaptação interna ao momento. Mais do que nunca, não serão os mais fortes nem os mais inteligentes que sobreviverão, mas sim aqueles que se adaptarem melhor ao ambiente em mudança. Charles Darwin mais uma vez tinha razão.
Por: Patricia Costella