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Redução de custos na cadeia logística

Redução de custos na cadeia logística

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Foto: CNT

A cena é comum: uma fila de caminhões carregados de soja esperando a hora de entregar no entreposto ferroviário. A demora é longa: às vezes, são 24 horas com motoristas e caminhões parados. O que nunca para são os custos dos empresários e a dificuldade do Brasil em tornar sua produção mais competitiva no mercado externo.

Pensando em solucionar esse problema, um grupo de alunos do curso Especialização em Gestão de Negócios, promovido pelo SEST SENAT e coordenado pelo ITL (Instituto de Transporte e Logística), desenvolveu um sistema de controle de agendamento para as chegadas das carretas no entreposto da ferrovia. O curso é oferecido a gestores de transporte de todos os modais dentro do Programa Avançado de Capacitação do Transporte e ministrado pela FDC (Fundação Dom Cabral).

O principal objetivo do trabalho foi analisar o ciclo logístico de exportação de grãos e tentar otimizar a operação para aumentar a competitividade. Com as safras brasileiras batendo recorde ano após ano, as filas de caminhão para descarregar em portos e entrepostos já estão famosas, principalmente, no auge da colheita, entre os meses de agosto e outubro.

Em uma visita técnica ao sistema de logística integrada da VLI, os gestores puderam elencar os gargalhos. O principal problema identificado foi o tempo de espera para descarregamento da carga, que pode chegar a 24 horas. Um dia de espera significa muito no caixa das empresas, e a análise dos relatórios do entreposto não deixou dúvidas sobre a principal causa desse entrave: 80% das chegadas das carretas se concentravam no período noturno: entre 18h e 22h.

Com esses resultados em mãos, o grupo propôs a implantação de um sistema de agendamento. De acordo com a capacidade diária de tombamento de carretas do terminal, são distribuídas as cotas com o agendamento dos horários ainda no terminal de origem. O sistema calcula a distância da carreta até o terminal, estimando quanto tempo levará até realizar a descarga no entreposto. Enquanto o carregamento é realizado, nota fiscal e quantidade de carga são inseridas no sistema para agilizar a operação de descarga.

Segundo Thiago Vinícius Almeida Barbosa Lima, gerente da VLI e um dos integrantes do grupo, a ideia do sistema surgiu da necessidade de ampliar a integração do sistema logístico do país. “Quando comparamos a dimensão e os sistemas de transporte do Brasil com países de dimensão aproximada (Canadá, Estados Unidos, China, Rússia, Índia etc.), observamos que há um grande déficit que precisa ser superado tanto com investimentos quanto com medidas inovadoras. Acreditamos que esse sistema é uma maneira de melhorar a eficiência logística nacional e aumentar a competitividade dos nossos produtos.”

Por meio dos testes iniciais de simulação aplicados na VLI, foi possível reduzir o tempo de descarregamento de 24 horas para sete horas, em média, o que potencializou o uso de caminhões que conseguiriam fazer mais viagens ao longo do mês. Em um período de pico no transporte de cargas, a quantidade de caminhões para transportar a produção da origem ao entreposto seria reduzida de 2.041 para 1.317 veículos.

No caso da VLI, com a implantação do sistema, os ganhos potenciais para um período de safra somam, aproximadamente, R$ 366 milhões em redução de investimento para atender aos volumes projetados em um horizonte de oito anos. Os cálculos levam em consideração, entre outros itens, o valor da aquisição das carretas, custos do salário de motoristas e o valor residual da carreta após o período do investimento.

Os ganhos não serão apenas para a empresa responsável pela logística da carga, mas, sim, para toda a cadeia de transporte. “A integração gera um sistema mais eficiente e sustentável, sendo uma alternativa para aumentar consideravelmente a capacidade de transporte do Brasil em curto prazo, suportando e impulsionando o nosso crescimento econômico por meio da redução dos custos logísticos nacionais”, finaliza Lima.

Governo realiza leilão da BR-364/365 com deságio de 33,14%

Governo realiza leilão da BR-364/365 com deságio de 33,14%

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Foto: Aluísio Alves/ Reuters

A concessão da BR-364/365, primeiro leilão de rodovias realizado pelo governo Jair Bolsonaro, foi arrematada, nesta sexta-feira (27), pela EcoRodovias Concessões e Serviços S.A. O grupo levou a concessão, no trecho entre os municípios de Jataí (GO) e Uberlândia (MG), por um período de 30 anos. O valor da Tarifa Básica de Pedágio vencedora foi de R$ 4,69, deságio de 33,14% em relação ao da tarifa-teto, de R$ 7,02. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, comemorou o sucesso do leilão.

O grupo EcoRodovias vai operar um trecho de 437 km e terá que fazer investimentos da ordem de R$ 4,59 bilhões, sendo R$ 2,06 bilhões referentes a investimentos em melhorias e intervenções previstas no Programa de Exploração da Rodovia (PER), além de R$ 2,53 bilhões de custos operacionais.

O leilão – Realizado pelo Ministério da Infraestrutura, a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e a Secretaria do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), o leilão recebeu três propostas de empresas interessadas. A sessão teve início às 10h e, em seguida, foram abertas as propostas econômicas escritas de cada grupo.

A primeira proposta foi da empresa Silva & Bertoli – Empreendimentos e Participações Societárias S.A. com uma oferta de tarifa de R$ 5,75. Em seguida a EcoRodovias Concessões e Serviços S.A ofertou um lance de R$ 4,69, e, por último, foi a vez do Consórcio Way-364/365, com lance de R$ 5,82.

Cronograma – A partir de agora, a ANTT vai fazer a verificação da documentação do consórcio vencedor. Em seguida, haverá prazo para recursos e a homologação do resultado do certame por parte da diretoria da agência. A assinatura do contrato de concessão está prevista para ocorrer até dezembro e o início das operações do consórcio deve ocorrer até janeiro

Obras

Entre as principais obras previstas para a rodovia estão a duplicação de 44,2 km, a construção de 134,3 km de terceira faixa, implantação de 87,8 km de acostamentos e 19,4 km de vias marginais. A empresa vencedora também será responsável pela construção de dois viadutos, passagens inferiores, rotatórias, passarelas e melhoria dos acessos, além de recuperação e implantação dos sistemas elétricos de iluminação relacionados.

Próximos leilões

A carteira de projetos do Ministério da Infraestrutura até 2022 é extensa. Na lista constam rodovias importantes, como as BR-381/262/MG/ES, BR-163/230/MT/PA, BR-153/080/414/GO/TO, BR-364/RO/MT, BR-153/282/470/SC e SC-412, BR-116/493/RJ, BR-040/495/RJ/MG, BR-116/465/101/RJ/SP, além de 4,1 mil km das Rodovias Integradas do Paraná. Outros 7,2 mil km de rodovias já estão em fase de estudos.

Para Maia, parcerias com iniciativa privada são a saída para retomar investimentos

Para Maia, parcerias com iniciativa privada são a saída para retomar investimentos

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Foto: J.Batista/ Câmara dos Deputados

Em mesa-redonda promovida pela Comissão Especial das Parcerias Público-Privadas (PL 3453/08) na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu mudanças estruturais nos gastos públicos de modo a aumentar a eficiência do Estado e fazer com o que o País retome a capacidade de investir.

Maia defendeu uma discussão sobre as vinculações obrigatórias do Orçamento da União; a regulamentação, que ele considera excessiva, da atuação da iniciativa privada em áreas como saúde e educação; os subsídios e incentivos fiscais, que segundo ele totalizam R$ 400 bilhões; e a necessidade de outras medidas como uma reforma administrativa para aproximar os salários dos servidores públicos dos da iniciativa privada.

“O papel do Parlamento é este: fiscalizar e reformar o Estado, para que ele possa voltar a ser eficiente e ter um custo correspondente à realidade”, disse.

Maia disse ainda que as parcerias público-privadas são a saída para que o Brasil compense, a curto prazo, o fato de ter perdido a capacidade de investir. Ele acrescentou, porém, que para isso é preciso dar segurança jurídica e acabar com que considera excesso de interferência estatal, para criar condições para que o capital privado, disponível hoje no exterior, seja aplicado no País. 

“Até na saúde e na educação temos que pensar que modelo podemos construir para atrair o capital privado. Na saúde, o excesso de regulamentação faz parecer um setor privado socialista, em que as partes não podem sequer discutir contratos entre si sem uma interferência bruta do setor público”, disse.

Maia defendeu o teto de gastos e a reforma da Previdência aprovados pela Câmara, e incluiu as duas medidas como essenciais para que o país racionalize seus custos, volte a crescer e distribua renda.

Para o presidente da Câmara, o sistema de aposentadorias, setores da economia e corporações se apropriam de recursos que poderiam ser investidos em áreas essenciais para a economia e revertidos para o cidadão. “O sistema da Previdência transfere renda dos mais podres para os mais ricos, assim como o sistema tributário igual e a administração pública, que paga os melhores salários para a cúpula do serviço público. O Estado atende os que têm poder e têm lobby para defender seus interesses. O estado, hoje, está inviabilizado e precisa ser reorganizado para atender os interesses da sociedade”, disse.

A mesa-redonda da Comissão Especial das Parcerias Público Privadas também contou com as participações dos deputados João Maia (PL-RN), presidente da comissão; Arnaldo Jardim (CIDADANIA-SP), relator; Hugo Leal (PSD-RJ), Paulo Ganime (NOVO-RJ) e Christino Áureo (PP-RJ).

Autoridade Portuária lança processo simplificado para contratos de transição

Autoridade Portuária lança processo simplificado para contratos de transição

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Foto: Divulgação

A Autoridade Portuária de Santos lançou nesta segunda-feira (30) o Edital de Processo Seletivo Simplificado para a escolha de Arrendatários Transitórios para celebração de Contrato de Transição, instrumento que permite a exploração pela iniciativa privada de áreas hoje ociosas até que sejam ultimados os respectivos processos licitatórios para a assunção do novo arrendatário. A possibilidade está prevista na Resolução nº 07/2016 da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Busca-se, assim, dar uso operacional ao ativo público e atender às necessidades de cadeias produtivas.

O edital está disponível no site www.portodesantos.com.br e é aberto em caráter permanente. O Processo Seletivo Simplificado para cada uma das áreas disponíveis, constantemente atualizadas no site da Autoridade Portuária (www.portodesantos.com.br), inicia-se com a apresentação de oferta por qualquer interessado que atenda às condições de participação e segue realizado conforme procedimento e prazos dispostos no edital.

Já foram listadas como disponíveis três áreas localizadas no Cais do Saboó (ex-Terminal Marítimo do Valongo e ex-Rodrimar).

“Nosso objetivo é otimizar ao máximo o uso da estrutura portuária, ofertar soluções de espaço para quem demanda e auferir a devida receita para o Porto. Um Porto como Santos não pode incorrer no erro de manter áreas nobres sem uso”, disse o presidente da Autoridade Portuária de Santos, Casemiro Tércio Carvalho.

As áreas estão abertas a receber propostas de diferentes proponentes sem restrições quanto à modalidade de cargas, desde que atendam a legislação aplicável. Mais detalhes podem ser acessados no edital disponível no link abaixo:

http://www.portodesantos.com.br/licitacoes-e-contratos/processo-seletivo-simplificado-contratos-de-transicao/

 

Sobre a Autoridade Portuária de Santos

 

A Autoridade Portuária de Santos (Codesp) é uma empresa pública vinculada à Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários (SNPTA) do Ministério da Infraestrutura (MINFRA). É responsável pelo planejamento logístico e pela administração da infraestrutura do Porto Organizado de Santos, o maior da América Latina, por onde passa quase um terço das trocas comerciais brasileiras. Com 7,8 milhões de metros quadrados, o porto está localizado a 70 quilômetros da Grande São Paulo e possui 43¹ terminais marí­timos e retroportuários, situados em duas margens, uma em Santos (direita) e outra em Santos e Guarujá (esquerda).