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Brasil precisa de R$ 1,16 trilhão para renovar frota de caminhões

Brasil precisa de R$ 1,16 trilhão para renovar frota de caminhões

País possui 1.226.778 caminhões com tecnologia inferior ao Euro 6 segundo estudo da CNT; entidade propõe renovação de frota escalonada, redução de impostos e melhores condições de financiamento para incentivar o setor

Não há dúvida de que, do ponto de vista ambiental, os caminhões Euro 6 (fase P8 do Proconve), produzidos no Brasil a partir de 2022, são uma das melhores soluções existentes na atualidade para reduzir as emissões de poluentes. Quando comparados com os modelos fabricados até 1999 (fase P2 do Proconve), os modelos atuais reduzem, em média, 95,4% das emissões de gases poluentes na atmosfera. Além disso, diminuem em 98,3% a emissão de material particulado, responsável pela fumaça preta.

Diante desse cenário, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) apresentou, neste mês, um estudo dos impactos ambientais e econômicos advindos da renovação de frota no transporte de cargas. A nova edição da Série Transporte em Foco apresenta cenários decorrentes da substituição de veículos pesados antigos por veículos com tecnologias mais eficientes. A publicação também analisa dados essenciais para o desenvolvimento de estratégias que podem viabilizar investimentos em renovação de frota, por meio de políticas econômicas que facilitem aportes de recursos voltados ao setor.

Segundo o estudo da CNT, para renovar por completo todos os caminhões brasileiros produzidos até 2022 (fases P0 a P7), composta atualmente por 1.226.778 veículos ou 95,1% da frota nacional, seria necessário um investimento imediato de aproximadamente R$ 1,16 trilhão. Considerando o estoque de ativos dos transportadores que pode ser vendido, o desembolso efetivo seria de R$ 845,58 bilhões.

De acordo com os dados do Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC) da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), 54,9% da frota cadastrada supera 13 anos de fabricação (são caminhões produzidos até 2011, ano final da fase P5 do Proconve). Para substituir essa parte da frota por caminhões da fase P8, é necessário um investimento de R$ 613,48 bilhões. Todavia, ao considerar a possível venda do estoque de caminhões existente, o aporte necessário seria de R$ 529,54 bilhões.

A CNT lembra ainda que as empresas de transporte de cargas (ETC) concentram 68,2% da sua frota em veículos com tecnologias mais recentes (fases P7 e P8), enquanto os transportadores autônomos de cargas (TAC) possuem, apenas, 12,8% da sua frota total de caminhões produzidos nas mesmas fases.

A análise evidencia que um dos maiores desafios para a renovação de frota é o desenvolvimento de políticas públicas de incentivo econômico para acelerar esse processo. A defesa da descarbonização pelo setor transportador deve ser um dos principais fatores que impulsionam o transporte sustentável, garantindo o suporte às especificidades de cada segmento. Outro ponto a ser considerado é a forma de promover equidade nos incentivos a autônomos e empresas de transporte de carga.

O diretor executivo da CNT, Bruno Batista, pondera que a descarbonização é cobrada do setor constantemente, só que há um descompasso entre as metas pretendidas e as políticas indutoras. “A aquisição de um  caminhão com a tecnologia mais recente disponível no mercado gera a imobilização de alto volume de recurso em um único bem. Além disso, faltam políticas estruturadas para o financiamento dos veículos usados”, observa.

Face a esse contexto, a CNT propõe a promoção de políticas de incentivo à renovação de frota de forma escalonada, o fomento do mercado de veículos usados com tecnologias mais modernas, a criação de programas de incentivo de renovação de frota mais claros e acessíveis aos transportadores, a aplicação de mecanismos de incentivos à renovação de frota, como a redução de impostos para veículos mais modernos e melhores condições de financiamento, entre outras ações.

CNT defende perdimento de CNPJ de empresas envolvidas na venda ou comercialização de carga roubada

CNT defende perdimento de CNPJ de empresas envolvidas na venda ou comercialização de carga roubada

Entidade reuniu-se com o deputado relator para pedir a reinserção do assunto no substitutivo do PL 770/2015, para estabelecer a condenação

A gerente executiva de Poder Legislativo da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Andrea Cavalcanti, reuniu-se, nessa terça-feira (29), em Brasília, com o deputado federal Kim Kataguiri (União-SP). Na pauta, um tema de grande importância para os empresários do setor de cargas: o Projeto de Lei (PL) nº 6260/2019. A matéria tramita apensada ao PL 770/2015, que agrava a pena de roubo se a vítima estiver em serviço de transporte de cargas.

A proposta estabelece alterações no Código Penal brasileiro, aumentando a punição para o crime de receptação qualificada. No caso do setor, isso se refere à venda ou comercialização de cargas roubadas.

Com penas que podem variar entre quatro e oito anos de reclusão e multa, a proposta prevê a perda do CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) de empresas envolvidas. “Para a CNT, o perdimento do CNPJ pode ajudar a coibir esse tipo de crime, pois a receptação e a venda do produto roubado estimulam os roubos”, explicou Andrea Cavalcanti.

Apesar da importância, a questão da revenda de carga roubada não está contemplada no substitutivo apresentado pelo parlamentar, que é o relator do projeto e de seus apensos. O parecer apresentado por Kataguiri a favor da aprovação da matéria baseia-se apenas no aumento da pena, no caso de roubo de cargas.

Contudo, após conversar com a gerente da CNT, o deputado afirmou que revisará o parecer para que a demanda do setor transportador seja atendida.

Cenário sobre o roubo de cargas no setor

O ano de 2022 registrou 13.089 casos de roubos de cargas no Brasil, com prejuízo de cerca de R$ 1,2 bilhão. A região Sudeste concentrou o maior número de casos (85,18% das ocorrências), seguida das regiões Sul (6,12%), Nordeste (4,66%), Centro-Oeste (2,81%) e Norte (1,23%). Só no primeiro semestre do ano de 2023, as incidências de roubo aumentaram 22,3%.

Esses dados são da NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística) e demonstram que o grave problema precisa de uma solução imediata. “Além de colocar a vida dos profissionais do transporte em risco, esse crime impacta diretamente o valor do custo do transporte e encarece serviços, como o gerenciamento de riscos e o seguro das cargas”, disse Andrea Cavalcanti. Portanto, para a CNT, é preciso desestimular a venda ou a receptação dos produtos que são fruto de roubos.

Fiscalização dinâmica nas rodovias: ANTT e especialistas debatem a evolução da pesagem em movimento

Fiscalização dinâmica nas rodovias: ANTT e especialistas debatem a evolução da pesagem em movimento

Evento online e gratuito focou nas aplicações globais e nacionais dos sistemas WIM

Na manhã desta quarta-feira (30/10), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) reuniu especialistas em um webinar gratuito e inovador, para discutir as últimas evoluções e desafios na fiscalização de pesagem em movimento, conhecida como Weigh In Motion (WIM). O evento online trouxe à tona o papel estratégico dos sistemas WIM no controle de peso do transporte de cargas, contando com a presença de autoridades do setor e especialistas nacionais e internacionais em uma troca de experiências sobre as práticas mais eficazes na aplicação dessa tecnologia no Brasil e no mundo.

O diretor-geral da ANTT, Rafael Vitale, e o diretor Guilherme Theo Sampaio participaram da abertura do evento, enfatizando o compromisso da ANTT em modernizar a fiscalização nas rodovias brasileiras. Em sua fala, Vitale destacou que a pesagem em movimento tem o potencial de melhorar diretamente a segurança viária e reduzir custos de manutenção das estradas. “Controlar o excesso de peso é, na verdade, também beneficiar a segurança viária. Estamos trabalhando para expandir essa tecnologia para toda a malha rodoviária do país, e os usuários vão sair ganhando”, disse.

Os sistemas WIM, discutidos no evento, representam uma solução de pesagem que permite a fiscalização dos veículos enquanto estão em movimento, eliminando a necessidade de redução de velocidade ou paradas em postos de pesagem. O modelo de alta velocidade, conhecido como HS-WIM (High Speed Weigh-In-Motion), é uma evolução da tecnologia WIM e passou por validação em uma parceria entre a ANTT e a concessionária Ecovias do Cerrado, nos trechos das BRs 364 e 365, entre Uberlândia (MG) e Jataí (GO).

Em sua fala, o diretor da ANTT, Guilherme Theo Sampaio, explicou que o avanço com o HS-WIM é um marco na modernização da infraestrutura de transporte rodoviário no Brasil. “A ANTT tem dado passos decisivos com a modernização dos seus processos de fiscalização, e essa iniciativa representa uma verdadeira revolução na fiscalização do excesso de peso nas rodovias”. Para ele, o uso dessa tecnologia é uma forma de superar o modelo tradicional de fiscalização, ainda da década de 70, que dependia de postos fixos e balanças lentas, e já não atendia mais às demandas do transporte moderno.

Organizado em conjunto com o Laboratório de Transportes e Logística (LabTrans) e a Sociedade Internacional para Pesagem em Movimento (ISWIM), o webinar trouxe palestrantes de renome internacional, como Tanvi Pandya, do Departamento de Transportes de Nova York, e Hans Van Loo, da Corner Stone International, para compartilhar as melhores práticas de pesagem em movimento em países que já utilizam o sistema. A troca de conhecimento, segundo Vitale, é fundamental para o avanço tecnológico do setor, pois permite que o Brasil se alinhe com soluções já validadas em outros mercados.

Impacto positivo na infraestrutura e na economia

O excesso de peso é um problema recorrente nas rodovias brasileiras, provocando desgastes prematuros nos pavimentos, além de afetar a segurança viária. Um veículo sobrecarregado compromete a capacidade de frenagem e aceleração, aumentando o risco de acidentes. Com o novo sistema HS-WIM, a ANTT visa a redução desses problemas, uma vez que a fiscalização poderá cobrir a totalidade dos veículos de carga que trafegam pelo trecho, otimizando a fiscalização e permitindo uma aplicação preventiva das regras de peso.

Outro ponto positivo abordado durante o webinar foi a redução dos custos operacionais e ambientais, pois os veículos não precisarão mais desacelerar para pesagem, o que diminui o consumo de combustível e a emissão de poluentes. Além disso, o sistema HS-WIM gera menos impacto nas estruturas rodoviárias ao evitar filas nos postos de pesagem e a necessidade de constantes paradas.

Para Sampaio, o papel do LabTrans e do ISWIM na modernização do transporte brasileiro é essencial. “A parceria com o LabTrans, com sua expertise em pesquisa aplicada, e com o ISWIM, que traz o conhecimento global na implementação desses sistemas, acelera a curva de aprendizado e amplia a eficácia dos projetos no país”, afirmou o diretor.

Pesagem em movimento na prática: resultados e futuro

Desde 2011, a ANTT, o LabTrans e a ISWIM têm promovido eventos no Brasil para discutir os avanços dos sistemas WIM, destacando as melhores práticas e tecnologias emergentes. Em 2023, o Brasil deu um passo decisivo ao implementar o HS-WIM em alta velocidade em caráter experimental na Ecovias do Cerrado. Com o sucesso dos testes, a ANTT busca ampliar o uso do HS-WIM em todo o território nacional.

O sistema HS-WIM está previsto para substituir os quatro postos de pesagem fixos na BR-364 e BR-365, onde sensores foram instalados em pórticos sobre as faixas de rodagem para monitorar o peso dos veículos sem a necessidade de paradas. Esta substituição representa uma modernização que, além de proporcionar maior agilidade ao trânsito, trará impactos financeiros positivos para os usuários, refletidos em tarifas mais acessíveis.

“A ANTT planeja expandir o sistema de pesagem em movimento a outros trechos rodoviários brasileiros, uma medida que reafirma seu compromisso com a segurança viária, a modernização da infraestrutura de transportes e a redução de impactos ambientais e financeiros causados pelo excesso de peso nas rodovias”, concluiu Vitale.

Sest Senat realiza ‘Experience Day’ na Baixada Santista e lança Programa Despoluir

Sest Senat realiza ‘Experience Day’ na Baixada Santista e lança Programa Despoluir

Nesta quarta-feira (30), aconteceu o Experience Day, realizado na Unidade do SEST SENAT de Praia Grande, situada na Rua Valter José Alves, no bairro Nova Mirim. Também será lançado o Programa Despoluir, com a entrega da primeira unidade móvel que fará atendimentos em toda a Baixada Santista.

O evento é uma realização da FETCESP (Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo), em parceria com o SEST SENAT e o SINDISAN (Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do Litoral Paulista).

O objetivo é apresentar a todas as empresas de transporte de cargas, passageiros e motoristas autônomos da região os serviços oferecidos pelo SEST SENAT, fazendo com que empresários, funcionários, motoristas autônomos e população em geral conheçam melhor a instituição.

No mesmo evento, também acontece o lançamento do Programa Despoluir, com a entrega da primeira unidade móvel que fará os atendimentos na Baixada Santista. O programa tem como objetivos principais a eficiência energética, a redução da emissão de poluentes e a melhoria da qualidade do ar mediante a regularização ambiental de veículos a diesel.

Ainda nessa mesma oportunidade, será realizada a cerimônia de intitulação do SEST SENAT de Praia Grande, que levará o nome do empresário do TRC, Vicente Aparício Y Moncho, proprietário da Alamo Logística e Transporte Intermodal.

Governo de Mato Grosso impulsiona logística com obras históricas em todo o Estado

Governo de Mato Grosso impulsiona logística com obras históricas em todo o Estado

Iniciativas visam melhorar a fluidez do tráfego, impulsionar o transporte agrícola e dinamizar o setor logístico

Sob a liderança do governador Mauro Mendes (União), o governo do Estado de Mato Grosso está promovendo uma verdadeira revolução na logística regional, com um número recorde de obras de infraestrutura em andamento. O compromisso com a mobilidade e o desenvolvimento do Estado se traduz em construções de pontes, viadutos e rodovias, muitas das quais realizadas em parceria com o governo federal.

As iniciativas visam melhorar a fluidez do tráfego, impulsionar o transporte agrícola e dinamizar o setor logístico, fundamental para o desenvolvimento econômico de Mato Grosso.

Entre as obras em destaque, está a maior ponte de concreto do Estado, localizada sobre o rio Juruena, que interligará os municípios de Cotriguaçu e Nova Bandeirantes. Com uma extensão de 1.360 metros, essa ponte se destaca pela grandiosidade e importância estratégica para a região Norte de Mato Grosso. Atualmente, a obra avança com cerca de 30% do seu total já executado, representando um marco na melhoria da acessibilidade e no transporte de cargas e pessoas na região.

Outro empreendimento fundamental é a nova ponte entre Cuiabá e Várzea Grande, uma construção de 230 metros que fará parte do futuro Rodoanel. Essa ponte será essencial para a conexão do Trevo do Lagarto, em Várzea Grande, ao Distrito Industrial de Cuiabá, promovendo agilidade e segurança para o fluxo de veículos. O Rodoanel, quando concluído, terá 52 km de extensão e passará pelas rodovias MT-010 (Estrada da Guia) e MT-251 (Estrada da Chapada), até chegar à BR-070, além da BR-163/364.

A obra segue em ritmo acelerado e promete ser um divisor de águas na infraestrutura de transporte do estado, reduzindo o tráfego nas áreas urbanas e facilitando o escoamento da produção.