por Rodrigo Bernardino | ago 14, 2020 | Logística, Notícias, Rodoviário
Aumento de 5,3% no tráfego de caminhões apontado pelo Índice ABCR é reflexo da retomada da atividade econômica em vários setores e deve manter tendência de alta
O movimento de veículos pesados, sobretudo caminhões, aumentou 5,3% nas rodovias brasileiras com pedágio. O aumento foi registrado em julho na comparação com os números de junho. O dado faz parte do Índice da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), que mede o movimento nas estradas. Na comparação com julho do ano passado, o fluxo desses veículos recuou 0,1%.
O indicador é apurado mensalmente por meio de uma parceria com a Tendências Consultoria Integrada. “O movimento de pesados é influenciado pela produção e circulação de bens de primeira necessidade, como sinalizado pelo dinamismo recente da indústria de alimentos e as vendas de supermercados”, afirma Thiago Xavier, analista da Tendências.
De acordo com ele, a expectativa é que o índice continue a apresentar resultados positivos nos próximos meses. “O transporte de cargas foi o menos penalizado pela crise do coronavírus e tem se recuperado com mais velocidade”, afirma o especialista.
Tráfego de caminhões cresce no Sudeste
O fluxo de caminhões também aumentou mais em alguns Estados. O Rio de Janeiro, por exemplo, foi o Estado em que o movimento de veículos pesados nas estradas apresentou resultado mais intenso. A alta registrada em julho ante junho foi 6,5%. Na comparação com o mesmo mês de 2019, contudo, houve retração de 6,5%.
Outros Estados do Sudeste também apresentaram evolução no volume de tráfego. Em São Paulo, o índice ABCR mostra avanço de 4,3% na comparação com junho e redução de 0,5% ante julho de 2019. No Paraná, houve, respectivamente, aumento de 1,2% e recuo de 0,4%.
Movimento de veículos leves em baixa
No caso de veículos leves, o cenário é totalmente diferente, de acordo com os dados apurados pela ABCR. Em julho, o número de automóveis que passaram pelos pedágios das rodovias brasileiras caiu 0,9% ante junho. Na comparação com o mesmo mês de 2019, a queda muito maior, de 24,9%.
A redução do número de automóveis circulando por estradas com pedágio é devido a dois fatores principais, segundo informações da ABCR. Um deles é a necessidade de isolamento social, relacionada ao avanço do novo coronavírus no Brasil. O outro está ligado à diminuição da renda das famílias. “Isso limita as decisões de viagem”, afirma Xavier.
por Rodrigo Bernardino | ago 14, 2020 | Notícias
Foto: Divulgação
As vendas externas do agronegócio em julho representaram 51,2% no valor total exportado pelo país, somando US$ 10 bilhões no mês passado, alta de 11,7% em relação ao valor exportado em julho de 2019.
Importações – De acordo com o Boletim da Balança do Agronegócio, divulgado nesta quarta-feira (12/08) pela Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SCRI-Mapa), as importações, por outro lado, tiveram diminuição de 16,3% atingindo US$ 982 milhões em julho. O saldo da balança ficou em US$ 9 bilhões.
Aumento – Produtos importantes da pauta brasileira de exportação agropecuária tiveram considerável aumento de volume comercializado: soja em grão (+39,4%), açúcar (+92,3%), celulose (+35,1%), algodão (+64,4%), carne suína (+45,0%) e carne bovina (+20,9%).
Soja em grão – As exportações de soja em grão chegaram a 10,4 milhões de toneladas em julho deste ano e geraram US$ 3,61 bilhões em receitas para o Brasil. A China foi o principal país importador da soja em grão brasileira, registrando aquisições de 7,9 milhões de toneladas ou 75,8% da quantidade exportada pelo grão.
Açúcar – As vendas externas de açúcar subiram de US$ 526 milhões em julho de 2019 para US$ 964 milhões em julho de 2020. Um incremento de 83,4% no período em análise. O aumento de 92,3% na quantidade exportada, que atingiu 3,5 milhões de toneladas no mês de julho de 2020, contribuindo para o aumento das exportações.
Celulose – As exportações de celulose aumentaram 35,1% em quantidade, mas a queda de 37,2% no preço médio do produto fez com que houvesse redução no valor de exportação, que ficou em US$ 480 milhões em julho de 2020 (-15,2%). Já o algodão, não cardado nem penteado, totalizou US$ 107 milhões, com vendas de 77 mil toneladas.
Carnes – Entre as carnes, a suína e a bovina foram as de melhores desempenhos nas exportações. A expansão da carne bovina de 23%, subiram de US$ 631 milhões (julho de 2019) para US$ 776 milhões em julho deste ano. O aumento ocorreu principalmente em função das vendas de carne bovina in natura à China, que cresceram 143,3%, atingindo US$ 375,50 milhões.
Suína – As exportações de carne suína tiveram incremento de 34,2% em valor, atingindo a cifra de US$ 202 milhões em julho de 2020. A China também foi o país responsável pelo aumento das exportações brasileiras, tendo adquirido US$ 106,68 de carne suína in natura brasileira em julho de 2020 (+90,3%). Já as exportações de carne de frango tiveram decréscimo no período de análise, passando de US$ 673 milhões em julho de 2019 para US$ 490 milhões em julho de 2020 (-27,2%).
Países compradores – Quanto aos mercados compradores, o crescimento de quase US$ 1 bilhão nas exportações para a China explica a expansão das vendas externas em julho deste ano. As vendas ao país asiático atingiram US$ 3,85 bilhões (aumento de 34,3%) ou uma participação de 38,4% de todo o valor exportado pelo Brasil em produtos do agronegócio. (Mapa)
por Rodrigo Bernardino | ago 14, 2020 | Notícias
Caso isso ocorra, instituição tomará medidas como expansão de crédito
O Banco Central não espera a ocorrência de uma “segunda onda” da pandemia do novo coronavírus no país, disse hoje o diretor de POLíTICA Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, em seminário virtual promovido pela Associação de Bancos no Estado do Rio de Janeiro (Aberj).
“Em nosso cenário básico não há uma segunda onda do vírus, que é a grande ameaça atual nos países desenvolvidos. Quando parecia que a pandemia já tinha acabado, veio a reabertura e as medidas de isolamento voltaram. Esse é o grande assunto hoje nos Estados Unidos e na Europa. O nosso cenário, aqui, é de que as coisas voltem sem uma nova onda.”
Para Kanczuk, apesar dessa perspectiva, a instituição analisa cenários alternativos, baseado no que vem ocorrendo em outros países. O diretor disse que se houver uma segunda onda, serão tomadas outras medidas com relação à economia, como uma nova expansão de crédito.
“Nosso papel é atuar. A gente tem certeza de que, dependendo do caminho, se acontecer uma segunda onda, vamos com tudo de novo. Estamos prontos para atuar mais uma vez e fazer medidas de expansão de crédito novo. Mas é um pouco mais reativo do que pró ativo. Esse é o nosso papel. É assim que a gente vê a nossa atuação”, disse ele.
Retomada
Sobre a recuperação da economia, Kanczuk afirmou que existem várias indicações, podendo se dar no formato de V (swoosh), em que após uma queda profunda começa a recuperação no mesmo ritmo em que caiu. Há também a representação em U, quando a volta não é tão rápida e ainda em W, em que são duas quedas com duas retomadas.
O diretor destacou que, em crises econômicas, o sistema bancário precisa dar respostas e se refazer, como nos Estados Unidos, mas disse que aqui a situação pode ser diferente nesse sentido, porque o sistema bancário brasileiro é sólido e respondeu bem nas crises econômicas de 2008 e 2009.
“Nos Estados Unidos, o sistema bancário vai ter que se refazer, não vai ser algo rápido, lá tem todo um estudo de como crises financeiras mais se parecem com um U do que um V”, disse.
No caso do Brasil, o diretor acredita que a economia pode voltar em uma velocidade do U. Ele afastou a possibilidade de ser como um V, com a recuperação mais rápida, porque há setores que não conseguem retomar, devido ao isolamento social. Na falta de uma letra, aparece o símbolo usado pelos economistas, o swoosh. “Parece o símbolo da Nike, mas é um pouco diferente. É alguma coisa assim. Volta, não é um U, mas começa a perder um pouco de força, porque alguns setores não conseguem voltar.”
Varejo e indústria
Neste período de pandemia, segundo Kanczuk, as compras pela internet e o movimento dos que receberam renda de programas do governo favoreceram setores do varejo e da indústria. Mas outros setores não conseguiram dar resposta rápida, como os de serviços prestados a famílias, de cabeleireiro e limpeza, por exemplo. “Esses não retornam com a mesma força e ficam meio em função da pandemia, de quando isso vai se encerrar”.
Para Kanczuk, dados como o da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), têm mostrado isso. “Não teve surpresa nenhuma. Foi mais ou menos o que todo mundo esperava”.
Autonomia
Em sua apresentação, o diretor disse que a autonomia do Banco Central atrai mais os investidores externos que conhecem pouco o Brasil. “A minha impressão é de que o brasileiro não vê diferença, mas um cara que conhece bem menos de Brasil, e quer saber onde vai colocar o dinheiro, olha o país e vê que tem banco central independente, que é uma coisa de instituição correta”, afirmou.
Ele disse ainda que a Aberj se apresenta como a antiga entidade de classe representante do sistema financeiro, fundada pelos banco, e que o principal objetivo é o aprimoramento técnico. “Responsabilidade que margeia sua personalidade socioeconômica, política e cultural.”
por Rodrigo Bernardino | ago 14, 2020 | Notícias
Depois de tombo em abril, indicador aproxima-se de média histórica
Depois de sofrer um tombo em abril, por causa da pandemia do novo coronavírus, a atividade das indústrias de pequeno porte recuperou-se no restante do segundo trimestre, revelou pesquisa divulgada hoje (13) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Indicador de Desempenho da Pequena Indústria fechou junho em 41,3 pontos, um pouco abaixo do registrado em junho de 2019 (41,8 pontos) e próximo da média histórica de 42,7 pontos.
Média ponderada do desempenho das pequenas indústrias extrativas, de transformação e da construção, o indicador varia de 0 a 100 pontos. Quanto maior o nível, melhor o desempenho. Em abril, um mês depois do início da pandemia, o índice chegou a 27,1 pontos. Em maio, subiu para 33,8 pontos.
Segundo a CNI, o salto de 7,5 pontos em junho indica que o pior momento da crise parece ter passado, mas que a reposição das perdas trazidas pela pandemia de covid-19 levará tempo. A entidade cobra a conclusão da reforma tributária em discussão no Congresso Nacional como ponto crucial para a retomada da atividade econômica no médio e no longo prazo.
Situação financeira
Diferentemente da atividade, que apresenta recuperação em “V” (termo usado para designar recuperações rápidas depois de quedas bruscas), o Índice de Situação Financeira da Pequena Indústria cresceu levemente no segundo trimestre. O indicador passou de 32 pontos no fim de março para 33,2 pontos no fim de junho, sinalizando que as finanças das pequenas indústrias continuam comprometidas pela crise econômica.
O índice também varia de 0 a 100 pontos e mede parâmetros como o endividamento e a capacidade de honrar compromissos das pequenas empresas. O resultado de junho está semelhante a níveis de 2017 e está 3,2 pontos abaixo do registrado no fim do segundo trimestre do ano passado e 3,9 pontos abaixo da média histórica de 37,1 pontos.
Confiança
Indicador que mede as expectativas para os próximos meses, o Índice de Confiança do Empresário Industrial das pequenas empresas encerrou julho em 48,8 pontos. Embora o indicador tenha tido alta expressiva, subindo 7,2 pontos em junho e 6,8 pontos no mês passado, o pequeno empresário industrial continua pessimista, ainda que em menor intensidade.
Segundo a CNI, a confiança continua limitada pela percepção ainda negativa dos empresários quanto às condições atuais de negócios em decorrência da crise causada pela pandemia do novo coronavírus. Índices acima de 50 pontos refletem otimismo e abaixo dessa marca refletem falta de confiança. O índice tinha caído 25,2 pontos em abril e subido apenas 0,2 ponto em maio.
por Rodrigo Bernardino | ago 14, 2020 | Notícias
No semestre (comparação com igual período de 2019), houve queda de 13,3% no Estado
O volume de serviços prestados no Ceará cresceu 6,4% em junho ante maio, divulgou hoje (13) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em maio, o setor no Estado havia registrado variação de -0,3% e, em abril, havia despencado 21,9%.
Em junho começou a ser posto em prática no Ceará o plano de reabertura gradual das atividades, que estavam suspensas em decorrência do coronavírus. Na segunda metade do mês, os restaurantes, parte importante do setor de serviços, voltaram a funcionar na Capital em horário reduzido.
As atividades turísticas no Estado também apresentaram um salto em junho ante maio. Houve crescimento de 13,2%. Já na comparação entre junho deste ano e igual período de 2019, o segmento apresenta queda de 69,3%.
Queda no semestre
Apesar do crescimento na comparação com maio, o setor de serviços ainda amarga fortes baixas em outras bases de comparação. Em junho ante igual período do ano anterior, por exemplo, o volume de serviços prestados despencou 21,3%.
No semestre (comparação com igual período de 2019), houve queda de 13,3%. Veja o comportamento mês a mês:
Janeiro: 1,2%
Fevereiro:-1,5%
Março:-4,6%
Abril:-21,9%
Maio:-0,3%
Junho:6,4%
Brasil
No País, os serviços cresceram 5% em junho ante maio após quatro meses de taxas negativas seguidas. Na comparação entre junho deste ano e igual período do ano passado, porém, houve recuo de 12,1%.
No acumulado do ano, o volume de serviços caiu 8,3% frente a igual período de 2019. O acumulado nos últimos doze meses (-3,3%) teve o resultado negativo mais intenso desde novembro de 2017 (-3,4%).