por Rodrigo Bernardino | ago 4, 2020 | Notícias
Queda das importações e câmbio desvalorizado explicam resultado
Pelo segundo mês consecutivo, a balança comercial brasileira bateu recorde. Em julho, o país exportou US$ 8,06 bilhões a mais do que importou, segundo dados divulgados hoje (3) pela Secretaria de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia.
Esse é o maior superávit para o mês desde o início da série histórica, em 1989. Ao todo, foram exportados US$ 19,56 bilhões em julho, enquanto o total de produtos e serviços importados fechou em US$ 11,50 bilhões.
Os principais fatores para o resultado foram o bom desempenho dos produtos agropecuários – impulsionados pela maior demanda de países asiáticos e o real desvalorizado -, e a queda generalizada nas importações, como efeito da crise econômica causada pela pandemia de covid-19.
Mesmo com o recorde no superávit da balança comercial, as exportações no mês passado foram 2,9% menores do que em julho do ano passado, quando foram adquiridos do exterior US$ 20,2 bilhões em produtos. Já a queda nas importações foi bem mais acentuada: o país comprou 35,2% menos em julho deste ano na comparação com o mesmo mês em 2019, pela média diária.
No acumulado do ano, as exportações brasileiras estão 6,4% menores do que no mesmo período (janeiro a julho) de 2019. No caso das importações, o recuo nos primeiros sete meses do ano é ainda maior, de 10,5%, na comparação com o mesmo período do ano passado. A expectativa para o governo federal é que as exportações brasileiras caiam mais de 10% em 2020 e as importações sejam reduzidas em 17%.
“Temos que ter em mente que estamos vivendo uma crise. Em momentos de crise, é normal que as importações caiam e que você tenha excedentes exportáveis e que faça com que a balança comercial atinja saldos interessantes”, afirmou Lucas Ferraz, secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia.
Segundo ele, o objetivo do governo não é obter superávits na balança comercial, mas aumentar de forma equilibrada tanto as importações quanto as exportações.
“O mais importante para o país é uma balança comercial onde exportações e importações crescem de forma equilibrada. No longo prazo, o nosso objetivo continua sendo, via aumento da inserção internacional da economia brasileira, aumentar a corrente de comércio: as importações e as exportações. Não existe grande exportador que não seja grande importador”, acrescentou.
Exportações
Apesar da queda nos valores exportados, por causa da desvalorização do real frente ao dólar, o volume de produtos vendidos pelo país em julho deste ano cresceu em relação ao mesmo período do ano passado, especialmente no setor de agropecuária, cujo aumento foi de 21,1%.
O que tem puxado esse desempenho, segundo os dados da balança, é a venda de soja, cujo valor cresceu 35,2% nos sete primeiros meses desse ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. O volume exportado foi ainda maior: 38,2% de aumento na mesma comparação. A demanda tem vindo principalmente de países asiáticos, como a China, que registrou um aumento de 15,4% na compra de produtos brasileiros na comparação entre 2020 (janeiro-julho) e 2019 (janeiro-julho). Por outro lado, o milho e o café registraram queda nas exportações, de forma geral, na comparação deste ano com 2019, até agora.
Na indústria extrativa, o volume exportado de petróleo cresceu 40,5% de janeiro a julho de 2020, na comparação com o mesmo período do ano anterior, mas como o preço do produto está em queda no mercado internacional, houve redução de 10,5% nas vendas (em valores). Já o minério de ferro apresentou redução tanto no volume (-9%) quanto no valor das vendas (-4,3%).
Na indústria de transformação, a queda nas exportações tem sido mais acentuada. Automóveis e aeronaves, produtos exportados principalmente para Argentina, Estados Unidos e Europa, registraram queda de 46,3% e 54,3%, respectivamente, em termos de volume vendido, na comparação entre janeiro e julho de 2020 com o mesmo período do ano passado.
Importações
Entre os produtos importados pelo Brasil, a principal redução foi verificada em combustíveis e lubrificantes, com queda de 32,9% na comparação entre 2020 (janeiro-julho) e 2019 (janeiro-julho), por causa da queda da demanda interna, em meio à crise econômica causada pela pandemia. Já os bens de consumo, como produtos eletrônicos, registrou uma queda de 14,9% nas importações, seguidos por bens intermediários (-11,2%).
por Rodrigo Bernardino | ago 4, 2020 | Notícias
Novos investimentos deverão estar focados não apenas na expansão da rede física, mas sobretudo nos ganhos de eficiência, nas tecnologias digitais e na busca do melhor atendimento dos consumidores
A América Latina carece de infraestrutura para sustentar o crescimento econômico, investe pouco e investe mal nesse segmento e a maioria dos governos da região talvez não tenha percebido uma grande mudança que já começou e será fundamental para a melhoria desses serviços. Novos investimentos deverão estar focados não apenas na expansão da rede física, mas sobretudo nos ganhos de eficiência, nas tecnologias digitais e na busca do melhor atendimento dos consumidores.
É o que propõe o novo relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) sobre o tema. Seu título, De Estruturas a Serviços, resume as mudanças. Seu subtítulo sugere que este é o caminho para a infraestrutura na América Latina. “A saída não é mais investimentos, mas investimentos mais qualificados”, diz o representante do BID no Brasil, Morgan Doyle.
Tradicionalmente se pensa em cimento, areia, ferro, tijolos e canos quando se fala em infraestrutura. A região, de fato, ainda carece de boas rodovias, de saneamento básico e de serviços essenciais. São serviços que exigem obras.
Mas agora se tornou necessário que os investimentos em infraestrutura não sejam balizados apenas por obras, mas também pela avaliação dos efeitos que os novos serviços produzem, pelo aumento da eficiência, pela incorporação de tecnologias digitais e pela qualidade e acessibilidade que propiciam a seus usuários.
Com investimentos menores e aumentos na eficiência da infraestrutura por meio do uso de processos digitais e outras ações, o Produto Interno Bruto da América Latina e do Caribe poderia ganhar 5,7% em dez anos, de acordo com o BID.
A tecnologia digital permitirá melhor compreensão de como as pessoas consomem eletricidade e água. A infraestrutura sustentável – com a utilização, por exemplo, de veículos movidos a eletricidade no transporte público – servirá melhor à população. Ampliação da rede de atendimento e melhora dos serviços de internet elevarão a qualidade de vida da população mais carente.
Mudanças na mesma velocidade serão exigidas nas políticas públicas, sobretudo nas medidas regulatórias, de modo a obrigar prestadores de serviços a serem eficientes, justos e sustentáveis. Só assim os serviços de infraestrutura serão melhores e mais acessíveis.
por Rodrigo Bernardino | ago 3, 2020 | Notícias
Foto: Anderson Riedel
O ministro da Economia, Paulo Guedes, será ouvido nesta quarta-feira (5) pela Comissão Mista que vai analisar a Reforma Tributária. A reunião está marcada para às 10h da manhã. Guedes vai explicar a deputados e senadores as propostas do governo para um novo sistema tributário.
Relator da comissão, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse que espera fechar um texto que promova mudanças mais profundas. O texto único vai reunir as propostas do Senado e da Câmara e as contribuições do governo federal.
Em linhas gerais, o projeto na Câmara transforma cinco impostos em um só, e o do Senado, une nove – sem aumentar nem diminuir a carga tributária no país.
Os presidentes das Casas, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), já se manifestaram publicamente contra a criação de um novo imposto. Já o ministro Paulo Guedes sinalizou a criação de um novo tributo, para incidir sobre transações financeiras.
As discussões em torno da Reforma Tributária só estão no começo. Ainda há um longo caminho a seguir, mesmo que o presidente da Comissão esteja otimista. O senador Roberto Rocha (PSDB-MA) acredita que a proposta tem chance de ser aprovada ainda este ano pelo Congresso.
por Rodrigo Bernardino | ago 3, 2020 | Notícias
De acordo com Tarcísio de Freitas, o Congresso precisa enfrentar questão para não inviabilizar a ação dos ministérios
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, disse na última sexta-feira (31/7) que, com o teto de gastos garantindo recursos corrigidos pela inflação para as áreas de saúde e educação, a tendência é de redução dos recursos públicos destinados à sua e a outras pastas, o que, segundo ele, pode inviabilizar a ação dos ministérios, caso o Congresso Nacional não “enfrente a questão”.
A afirmação foi feita a parlamentares da bancada do Maranhão, durante a cerimônia virtual de assinatura das ordens de serviço que dão início à duplicação de 18 quilômetros da BR-135, e à retomada da obra na Travessia Urbana de Imperatriz, localizada na BR-010 – obra paralisada para revisão de projetos. De acordo com a pasta, estão previstos R$ 80 milhões em investimentos nessas obras localizadas em território maranhense.
Ao comentar que o governo já contratou cerca de R$ 26 bilhões, por meio de leilões de concessão do setor ferroviário à iniciativa privada, Freitas disse que está “o tempo todo fazendo esforço com a Economia para tentar trazer mais recurso para o Ministério da Infraestrutura”.
“Agora, infelizmente, temos um teto de gastos e temos despesas obrigatórias que crescem, e muita despesa vinculada. Então, por exemplo, recurso de educação e saúde sempre crescem acompanhando a inflação.
Como a gente tem o teto, se o recurso de saúde e educação estão crescendo, o recurso de infraestrutura está diminuindo. Nosso espaço vai ser cada vez menor”, disse o ministro dirigindo-se a parlamentares da bancada maranhense.
Segundo o ministro, em algum momento, o Congresso que enfrentar a questão da desvinculação, porque, se não, todos os ministérios vão parar em algum momento. Vamos ter o crescimento dos recursos para educação e saúde, o que, obviamente, é meritório e importante. Agora temos de começar a discutir também a questão da efetividade; dos incentivos para que os resultados também apareçam”, argumentou.
Freitas lembrou que, tendo como referência a relação com o Produto Interno Bruto (PIB, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país), “o Brasil é um dos países que mais investem em educação e saúde. Não falta dinheiro para essas áreas, e os orçamentos são crescentes.
Já os nossos vão diminuindo. Não há espaço. Então a gente faz todo esforço para conseguir recursos”, acrescentou.
BR-135
Sobre as obras que tiveram ordens de serviço assinadas hoje, a previsão é que a frente de serviços na BR-135 tenha início na próxima segunda-feira (3/8), abrangendo o trecho de 18 quilômetros compreendido entre os municípios de Bacabeira e Santa Rita (Km 51 ao km 69).
Segundo o ministério, as equipes já estão se mobilizando, realizando serviços de pequena monta, como preparo para chegada de equipamentos, contratação de mão de obra e limpeza do local. Posteriormente, terão início os trabalhos de pista. A expectativa é concluir o cronograma até dezembro deste ano.
A duplicação da BR-135 entre as cidades de Bacabeira e Miranda do Norte (km 51 ao km 127) pretende dar maior segurança ao trânsito local, de forma a minimizar o número de acidentes nas áreas mais movimentadas da rodovia e proporcionar melhores condições para o transporte de serviços e produtos e a diminuição do tempo de percurso dos usuários na rodovia”.
Travessia de Imperatriz
A Travessia de Imperatriz terá suas obras de readequação de capacidade e reabilitação de 14,7 km na BR-010 também reiniciadas em agosto. Além da duplicação de trecho serão feitas obras complementares e o alargamento das vias laterais existentes, com viadutos ao longo da rodovia sendo utilizados como retornos e acessos aos empreendimentos próximos. Serão também construídas uma passarela e uma ciclovia ao longo do passeio das marginais.
por Rodrigo Bernardino | ago 3, 2020 | Notícias
Foto: Jefferson Bernardes / PMPA
Vinte e duas entidades dos setores econômico e produtivo, entre elas a FETRANSUL, se reuniram neste fim de semana e redigiram um novo comunicado oficial conjunto, pedindo a retomada imediata das atividades econômicas em Porto Alegre. O documento, que também é dirigido aos cidadãos, foi enviado ao prefeito da capital, Nelson Marchezan Jr., na manhã deste domingo (02).
Na abertura, a carta diz que: “Vivemos há mais de 4 meses com atividades restritivas aos hábitos e costumes da sociedade porto-alegrense, entre os quais o livre arbítrio de trabalhar, comprar e vender. Neste período, o poder público teve tempo e a verba necessária para dotar nossa cidade de estrutura física e de pessoal para o atendimento médico da população atingida pela pandemia”. As entidades elencam as demandas que esperam ver atendidas e fazem sugestões como , por exemplo, de horários para o funcionamento do comércio.
Além disso, os empresários reforçam que “os protocolos de saúde, que protegem os trabalhadores e os clientes da Covid-19, serão rigorosamente seguidos, cobrados e difundidos por nossas entidades, buscando uma conscientização cada vez maior de nossa população”.
Com a repercussão do pedido, o prefeito convidou as entidades para uma reunião virtual às 15h desta segunda-feira (03). O presidente da FETRANSUL, Afrânio Kieling, irá participar do encontro: “O setor da logística e do transporte RODOVIáRIO de cargas não parou, mas, com a indústria e o comércio fechados, também sentimos o impacto da crise. Somos uma cadeia, onde cada setor é importante para abastecer a sociedade e manter a economia de pé. Os setores produtivos e econômicos não suportam mais as consequências severas das restrições. O fechamento de empresas, lojas e o desemprego são nocivos para toda a sociedade. O comunicado demonstra união. Cobramos sensibilidade e coerência do poder público e pedimos a colaboração dos cidadãos para cumprir as medidas de higiene e distanciamento social, tal e como nossas empresas já fazem”.
Leia abaixo a íntegra do comunicado
Fonte: Assessoria de imprensa da FETRANSUL
COMUNICADO – Aos cidadãos de Porto Alegre
Vivemos há mais de 4 meses com atividades restritivas aos hábitos e costumes da sociedade porto alegrense, entre os quais, o livre arbítrio de trabalhar, comprar e vender. Neste período o poder público teve tempo e a verba necessária para dotar nossa cidade de estrutura física e de pessoal para o atendimento médico da população atingida pela pandemia.
Temos agora que buscar medidas também para a preservação de nossa economia, quer pessoal, familiar ou empresarial, sem as quais não teremos condições de manter a luta contra este vírus e em defesa da vida.
Considerando a necessidade de manter os cuidados para diminuir a aglomeração das pessoas no transporte público e procurando minimizar as possibilidades de contágios, apresentamos as seguintes medidas, numa primeira fase, que urgem serem tomadas, sempre mantendo o diálogo com as partes envolvidas para novos ajustes:
- 1 – A abertura do comércio, independentemente do seu porte, nos seguintes horários: comércio tradicional (de rua) das 9 h às 17h e dos shopping centers das 12 h às 20 h;
- 2 – Abertura de bares e restaurantes nos horários de 11h às 22 h.
- 3 – Atendimento dos prestadores de serviços em período único das 10h às 16 h, excetuando as instituições de ensino que atenderão os termos acordados com o Governo do Estado
- 4 – Liberação das atividades na Construção Civil, igualando as obras públicas e privadas, no horário das 7h às 17h
- 5 – A ampliação dos horários de atendimento das atividades essenciais e a flexibilização dos estacionamentos para minimizar eventuais concentrações e aglomerações.
Os protocolos de saúde, que protegem os trabalhadores e clientes do covid-19, serão rigorosamente seguidos, cobrados e difundidos por nossas entidades, buscando uma conscientização cada vez maior de nossa população.
Frente ao acima exposto é imperioso que o poder público decrete a retomada inadiável e imediata das atividades econômicas. Estamos abertos a um processo construtivo, sob pena de ruptura dos canais de interlocução e do colapso do sistema econômico e; por conseguinte, da saúde de toda a população.
Porto Alegre, 1° de agosto de 2020