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SETCESP e SINDICAM-SP criam a Câmara de Arbitragem do Transporte de Cargas

SETCESP e SINDICAM-SP criam a Câmara de Arbitragem do Transporte de Cargas

Litígios no transporte de cargas podem ser resolvidos de forma extrajudicial de maneira mais rápida e menos onerosa

O SETCESP (Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de São Paulo e Região) e o SINDICAM-SP (Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de São Paulo) instituíram a Câmara de Arbitragem do Transporte de Cargas – ‘CATC’, que tem por objetivo solucionar litígios no setor de transporte de forma célere, com menor custo e de forma segura.

Quem tem algum desacordo no transporte de cargas, pode recorrer a CATC que atenderá a toda e qualquer demanda relacionada à regras de trânsito, saldo de frete, descumprimento de contrato, vale-pedágio, seguros, acidentes e também alguns assuntos trabalhistas, entre outros.

A Câmara de Arbitragem pode julgar demandas, e a sentença por ela produzida tem o mesmo valor de uma instituída pelo Poder Judiciário.

“Queremos resolver os conflitos na área de transporte de cargas antes que eles cheguem no polo judicial, ajudando a todos, inclusive ao poder judiciário brasileiro que está sobrecarregado”, explica Tayguara Helou, presidente do Conselho Superior e de Administração do SETCESP.

Processos na justiça estadual, dependendo da origem e do tipo de ação, levam em média, seis anos e dois meses para tramitar. Já os processos na justiça federal têm um tempo estimado de oito anos, segundo o estudo ‘Justiça em Números 2019′, divulgado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Agora, uma reclamação submetida à Câmara de Arbitragem deve ser resolvida em até seis meses.

Outras vantagens são que a Câmara de Arbitragem apresenta um baixo custo e conta com árbitros que são especialistas técnicos no assunto, a cada tema em discussão, para definição da sentença.

“Nossa vontade é trazer soluções que envolvam o transportador autônomo, as transportadoras e até os embarcadores. Resolver na CATC, problemas que teriam que ir para o judiciário, no qual há milhares de processos”, comenta Norival Almeida Silva, presidente do SINDICAM-SP.

No Brasil, a arbitragem ainda é pouco utilizada, como conta Adauto Bentivegna Filho, diretor jurídico da CATC, mas que aos poucos está se popularizando. “A ideia é prezar sempre pela conciliação”, garante Adauto, que descreve o órgão como uma maneira de resolver problemas de conflito de forma ágil e segura.

Para utilizar o serviço, basta que o interessado protocole sua demanda diretamente na sede da instituição, localizada na Rua Orlando Monteiro, 21, sala 33, Vila Maria, São Paulo/SP ou pelo e-mail contato@camaratrc.com.br. Em seguida, será feito uma verificação dos requisitos para que a demanda possa ser submetida à arbitragem, e dada sequência a ação.

Caminhões autônomos já rodam nas rodovias dos Estados Unidos

Caminhões autônomos já rodam nas rodovias dos Estados Unidos

Foto: TuSimple/Divulgação

Caminhões autônomos já rodam em sete rotas nos Estados Unidos e, até 2024, as operações deverão estar implementadas para uso comercial em todo o país

A startup TuSimple, empresa que desenvolve tecnologias para caminhões autônomos, acaba de lançar a primeira rede autônoma de cargas nos Estados Unidos. Batizado de Autonomous Freight Network (AFN), o sistema já está em operação em sete rotas no país. Os caminhões autônomos podem rodar sem motorista.

O sistema é composto por caminhões autônomos, rotas mapeadas digitalmente e terminais em locais estratégicos. Tudo é controlado por meio do aplicativo de monitoramento TuSimple Connect. O conjunto compõe a tecnologia chamada L4. O objetivo é tornar a operação mais segura e eficiente.

“Nosso objetivo é ter uma rede de transporte com rotas mapeadas conectando centenas de terminais. E permitir operações autônomas de longa distância eficientes e de baixo custo”, diz o presidente da TuSimple, Cheng Lu.

Caminhões autônomos de longas distâncias em etapas

A entrada em operação da rede autônoma ocorrerá em três fases. Nesta inicial, os caminhões vão trafegar por rotas entre as cidades de Phoenix e Tucson, no Estado do Arizona, El Paso, Dallas, Houston e San Antonio, no Texas. Esse trecho tem cerca de 1.600 km.

A TuSimple já opera em sete rotas diferentes entre Phoenix, Tucson, El Paso e Dallas. No terceiro trimestre, a startup abrirá um novo terminal de embarque em Dallas. Com isso os caminhões vão poder trafegar de forma autônoma pelo chamado “triângulo do Texas”.

Na segunda fase, com início de operação previsto para 2022, a TuSimple expandirá a rota de Los Angeles, na Califórnia, a Jacksonville, na Flórida. E vai conectar a costa leste à costa oeste dos EUA.

Na terceira fase, a mais ousada, as operações serão expandidas para 48 Estados norte-americanos. Quando isso ocorrer, as operações com veículos autônomos estarão disponíveis para uso comercial em todo o país, de acordo com informações dos executivos da TuSimple

Os EUA vão funcionar como mercado-piloto para a companhia. Após a conclusão da implantação da terceira fase, o próximo passo da startup é replicar a estratégia em países da Europa e Ásia.

A meta da empresa é expandir rapidamente as operações e o número de rotas de veículos autônomos. E fornecer o serviço a usuários em qualquer lugar, 24 horas por dia, sete dias por semana.

Grandes operadores logísticos apoiam

Representantes dos principais operadores logísticos norte-americanos participaram do evento de lançamento da rede autônoma da TuSimple. Havia executivos de companhias como UPS, Penske Truck Leasing, Xpress e McLane, por exemplo.

O U.S. Xpress, aliás, é uma das parceiras do projeto. A companhia, cuja frota tem aproximadamente 7 mil caminhões, vai fornecer dados da operação para ajudar no aprendizado e no aprimoramento da tecnologia L4. Com acesso a mais rotas, a TuSimple pode refinar o sistema.

O objetivo é tornar o sistema mais seguro e reduzir o risco de acidentes. Por ora, cada caminhão terá um motorista que, embora não dirija de forma efetiva, ficará ao volante para monitorar tudo o que acontece durante a viagem. Esses condutores poderão tomar o controle do caminhão em caso de necessidade.

“Nos últimos dois anos, o US Xpress trabalhou em estreita colaboração com a TuSimple para ajudar a definir as necessidades das operadoras para caminhões L4”, disse o presidente e diretor executivo da U.S. Xpress, Eric Fuller.

Economia de combustível

Fuller diz que, além de a tecnologia tornar a operação de transporte mais segura, permitirá o aumento da eficiência. Isso se traduz em redução do consumo de combustível. Estudo elaborado pela startup com base nos primeiros testes mostra que a tecnologia autônoma pode gerar 10% de economia em relação aos caminhões tradicionais.

A Penske Truck Leasing fara a manutenção preventiva dos caminhões autônomos. “A Penske sempre apoiou seus clientes quando se trata de inovações para a mobilidade”, diz o vice-presidente de estratégia e experimentação de veículos conectados da empresa, Bill Combs.

No Brasil tecnologia atua em ambiente controlado

No Brasil, apenas a Volvo e a Mercedes-Benz oferecem caminhões com recursos de tecnologia autônoma. Os modelos são direcionados à operações nas lavouras de cana-de-açúcar. A filial brasileira da Volkswagen Caminhões e Ônibus também deve lançar em breve um veículo com essa tecnologia para atuar em canaviais.

Esses caminhões utilizam um conjunto de recursos que formam o sistema. Há, por exemplo, navegador GPS de alta precisão que atua em conjunto com o controlador eletrônico de velocidade, conhecido como “piloto automático”. Esses dispositivos utilizam uma série de parâmetros para manter o veículo no trajeto pré-estabelecido.

No caso dos caminhões canavieiros, a circulação entre as filas da plantação é feita de forma mais eficiente. Isso se traduz em menores índices de pisoteamento (quando os pneus esmagam os brotos). Na prática, há menos perdas.

No Brasil, os caminhões utilizam sistema autônomo de nível 2. Por meio de geolocalização (a partir de sinais de satélite), o caminhão pode frear, acelerar e seguir a rota predeterminada sozinho. Não é necessária a atuação de motorista.

Mesmo assim a operação é limitada a ambientes controlados. Como plantações e propriedades particulares. Embora o sistema seja bastante eficiente, sempre há um motorista a bordo. O objetivo é monitorar o comportamento do veículo e intervir quando necessário.

Setor de transportes terá o pior ano da história com pandemia

Setor de transportes terá o pior ano da história com pandemia

Foto: Edilson Dantas

Levantamento mostra que PIB do segmento terá tombo de 7% em 2020. Solução para a crise passa por investimento em tecnologia

Os transportes encerrarão o ano com o pior desempenho de sua história. O Produto Interno Bruto (PIB) do setor deve sofrer uma retração de 7%, segundo estudo exclusivo realizado pela TCP Partners, empresa de gestão e investimentos. Operações aéreas e o transporte de cargas e passageiros despencaram a partir de março, quando a crise sanitária começou a avançar pelo país. Para especialistas, o setor passará por mudanças significativas e terá que se reinventar.

O estudo engloba empresas de cargas, logística e também de transporte de passageiros. Tem como base dados do segmento divulgados pelo IBGE, que aponta queda de 8% na atividade até maio.

Levantamento da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística mostra que a demanda por cargas despencou 45% em abril, cinco semanas após o início das medidas de isolamento social, e continuou acima de 40% até maio.

À medida que a economia foi se reabrindo, a queda se reduziu e está atualmente em 24,8%. No caso das companhias aéreas, em maio, o movimento de passageiros despencou 90%.

— O setor de transporte e logística sofrerá os impactos da pandemia por muito tempo. Por ser transversal, é necessário que outros setores da economia se recuperem para que as empresas de transporte se restabeleçam — diz Ricardo Jacomassi, sócio e economista-chefe da TCP Partners, lembrando que a safra recorde deste ano é que acabou amenizando uma perda ainda maior para as transportadoras.

Recuperação judicial

Muitas empresas do setor estão recorrendo à recuperação judicial como forma de evitar a falência, observa Jacomassi. O mecanismo suspende temporariamente compromissos com credores até que a empresa se recupere. Aéreas, transportadoras de cargas fracionadas e de transportes terrestres de passageiros são as companhias com maior probabilidade de buscar o caminho da recuperação judicial, diz a TCP.

A Latam Brasil já aderiu ao pedido de recuperação feito pela matriz chilena nos Estados Unidos. A Expresso Pégaso, que já foi uma das maiores empresas de ônibus do Rio, também entrou com pedido de recuperação judicial.

— Temos visto empresas relevantes de transporte recorrerem à recuperação judicial. As companhias já vinham com margem baixa de rentabilidade por causa da elevação do preço do diesel, o que culminou com a paralisação dos caminhoneiros em 2018 — diz Luiz Deoclecio, presidente da OnBehalf, consultoria de reorganização de negócios e administradora judicial.

O setor deverá passar por um encolhimento provocado pela crise que só deve terminar em 2021. O estudo da TCP Partners mostra que, das 157.365 empresas de transporte de carga no país, pelo menos 19,2 mil devem fechar as portas até o próximo ano. No transporte de passageiros, o quadro não é diferente: das 29.820 companhias existentes, 4,1 devem desaparecer no período.

O setor movimentou R$ 256,08 bilhões em 2018, ano da greve dos caminhoneiros, um crescimento de 2,2% em relação ao ano anterior, mas ainda 6% abaixo do que movimentava antes da recessão iniciada em 2014. Em 2019, a expansão foi de apenas 0,2%. 

Uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), feita em julho com 858 empresas de cargas e de passageiros de todos os modais, mostra que, após quatro meses de pandemia, as empresas de transporte ainda enfrentam forte queda de demanda e do faturamento.

Com dificuldade de acesso a crédito, muitas estão recorrendo a linhas com os juros mais altos do mercado, como cartão de crédito, para quitar folhas de pagamento, impostos e até mesmo para pagar o diesel.

— Estamos trabalhando com um cenário de ano perdido e, como não há melhora quatro meses depois do início da pandemia, teremos reflexos em 2021. É a maior crise da história do setor — diz Bruno Batista, diretor executivo da CNT.

O futuro da ‘logtech’

Os reflexos da pandemia se refletem em todas as áreas, incluindo os trabalhadores autônomos. O caminhoneiro Juarez Aparecido de Souza, de 57 anos, dono de um caminhão que transportava material de construção em São Paulo, viu a demanda cair mais de 50%.

Há algumas semanas, conseguiu um contrato para entregar uma carga de almofadas do bairro da Penha, zona Leste de São Paulo, até uma grande rede de varejo, distante 38 quilômetros da fábrica. Levou quase quatro dias para fazer a entrega.

— Além da queda de demanda, os agendamentos para descarregar a carga estão mais espaçados para evitar aglomerações. Com isso, o tempo de entrega fica mais extenso — diz Souza.

O professor de operações do Insper, Vinicius Picanço, avalia que o setor terá que se reinventar no pós-pandemia. O segmento ainda usa pouca tecnologia e depende de muita manipulação humana para carregamento e descarregamento, o que foi um problema durante a crise sanitária global.

Em outros países, nas cadeias logísticas, a tecnologia já vem ganhando espaço. Um segmento deve crescer, segundo o professor, o das chamadas “logtechs”.

Picanço lembra que empresas como Amazon e Uber já estão entrando nessa fatia de mercado.

Carreata de caminhões comemora o Dia do Motorista em Porto Alegre

Carreata de caminhões comemora o Dia do Motorista em Porto Alegre

Foto: Alina Souza

Cortejo ocorreu na Zona Norte da cidade

O Dia do Motorista, 25 de julho, foi comemorado no último sábado com um carreata de caminhões na Zona Norte de Porto Alegre. Cinco empresas associadas ao Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística no Estado do Rio Grande do Sul  (Setcergs) participam do cortejo de caminhões de carga que saiu da avenida Plínio Kroeff, no Complexo Logístico do Porto Seco, e percorreu as avenidas Plinio Kroeff, Baltazar de Oliveira Garcia, Sertório, Assis Brasil e Francisco Silveira Bitencourt, retornando depois para o ponto de partida. A EPTC e a Brigada Militar acompanharam ao longo do trajeto. 

A carreata no Dia do Motorista acontece há alguns anos por iniciativa da Vitlog, sediada no Porto Seco. O diretor da empresa e dirigente também do Setcergs, Marcus Vinicius Couto da Silva, disse que o objetivo principal é “valorizar o nosso motorista, tão necessário em qualquer empresa de transporte de cargas”. Segundo ele, não é a primeira vez que ocorre a participação de outras empresas do setor. “É para dar mais ênfase nesta ação e mostrar a importância do setor e a representatividade”, justificou.

Marcus Vinicius Couto da Silva falou também como o setor tem lidado diante da pandemia do novo coronavírus. Ele recordou que o modal de transporte rodoviário de cargas leva todo tipo de mercadoria, com empresas que trabalham com os mais diferentes ramos econômicos, como de alimentação e farmacêutico. “Todos sentiram o impacto, mas ao mesmo tempo já existe uma sensação de estabilidade digamos assim no setor”, avaliou. “O pior já passou”, sintetizou. “Como o transporte é um serviço essencial à sociedade, ninguém parou em nenhum momento. As empresas podem ter dito suas reduções, mas ao mesmo tempo nunca deixaram de funcionar”, destacou. Ele ressaltou ainda o comércio online também movimentou o transporte rodoviário de cargas

O diretor constatou ainda a solidariedade prestada pela sociedade aos motoristas profissionais nas estradas neste período de pandemia, com postos de atendimento nas margens e nos postos de combustíveis onde forneciam cestas básicas e kits de prevenção ao novo coronavírus. Marcus Vinicius Couto da Silva citou que muitos caminhoneiros encontraram dificuldades nas rodovias, deparando-se com estabelecimentos comerciais fechados. “É muito legal ver esse movimento. Isso demonstra o quanto as pessoas enxergam que o transportador e o caminhoneiro são importantes para a sociedade como um todo”, concluiu.

Ministério da Infraestrutura lança selo para reconhecer boas práticas no setor de transporte

Ministério da Infraestrutura lança selo para reconhecer boas práticas no setor de transporte

Selo Infra + Integridade deve funcionar como certificado de integridade e governança

As empresas mais engajadas com a transparência em suas gestões, com iniciativas de conformidade, responsabilidade social, sustentabilidade e prevenção à fraude e à corrupção, serão atestadas pelo MInfra (Ministério da Infraestrutura) com o selo Infra + Integridade. Os objetivos são fazer com que as empresas carreguem uma marca que funcione como um certificado de integridade e governança e fomentar a implementação de programas de compliance. Para terem direito ao selo, as empresas passarão por uma avaliação documental de conduta e idoneidade. A portaria que regulamenta o selo foi publicada na última  sexta-feira (24).

De acordo com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, a premiação busca a conscientização quanto ao enfrentamento de práticas ilícitas e antiéticas, o reconhecimento de práticas de integridade e sustentabilidade no setor de infraestrutura, além de mitigar os riscos de ocorrências de fraude e atos de corrupção. “É uma maneira que encontramos de incentivarmos uma cultura de ética e valores nas administrações privadas”, falou o ministro. 

O selo Infra + Integridade é o sétimo pilar do programa Radar Anticorrupção, criado pelo MInfra para aprimorar a gestão pública e coibir desvios de conduta e de recursos públicos. Desde que foi criado, há um ano, o programa já realizou mais de 500 análises de integridade e encaminhou 260 denúncias às autoridades policiais e a órgãos de controle.

O selo tem duração de um ano, e as empresas que o conquistarem poderão divulgá-lo em seus portfólios, documentos, materiais informativos e sites institucionais.