Já a algum tempo, a tecnologia deixou de ser um grande diferencial competitivo para as empresas de logística e passou a ser uma obrigação. Sistemas como Big Data, Inteligência artificial, de roteirização e automações no geral, são de conhecimento e uso de praticamente todas as empresas do mercado. Porém, novas tecnologias estão sendo apresentadas e assim, devem impactar ainda mais os setores de transporte e logística, como é o caso dos robôs. Pesquisando sobre o tema, encontrei um estudo da Tractica, realizado em 2020, que estimou que o investimento em robôs no setor logístico atinja US$ 22,4 bi até o final deste ano.
Além disso, encontrei outro estudo, realizado pela BCG (Boston Consulting Group) que constatou que a combinação de robótica com outras tecnologias, aprimoramentos de processos e alterações no layout estrutural podem gerar economia de até 40% em centros de distribuição.
Em países mais desenvolvidos, os CDs estão repletos de robôs e AGVs, isso porque os aparelhos são comprovadamente funcionais, economizam no longo prazo, diminuem erros operacionais e entregam uma grande eficiência. A Amazon, por exemplo, em 2015 já contava com 30 mil robôs em atividade em 13 centros de distribuição, e a DB Schenker Logistics, na Escandinávia, automatizou seu picking com o sistema CarryPick da Swisslog, e está utilizando a tecnologia AutoStore, também da Swisslog, na automatização do picking do centro de distribuição da Texas Instruments em Cingapura.
E é exatamente isso que planejamos fazer na Flash Courier, com a chegada dos robôs, queremos desenvolver e evoluir nossa capacidade de roteirização e entendemos que a longo prazo, teremos um retorno importante, que suprirá o investimento feito inicialmente. Com a pandemia, a necessidade por inovação ficou ainda mais evidente e a robótica é sim um dos próximos passos.
O projeto das esteiras é o nosso primeiro passo no uso da robótica, que deve trazer padronização, segurança e velocidade a nossa operação. Baseados nos resultados que obtivermos com essa implementação consideraremos a expansão no uso dessa e a implantação de tecnologias semelhantes em outros processos da empresa, porque entendemos que esse é o futuro.
Porém, ao contrário do que muitos podem acreditar, a implementação de robôs não irá causar demissões em massa. Aqui na Flash Courier, com essa tecnologia adicionada a nossa operação, teremos uma capacidade de roteirização de 17 mil pacotes por hora e para rodar em sua plena capacidade, o projeto precisa de, pelo menos, 41 pessoas, apenas nos postos operacionais e por turno. Além desses, o processo de acompanhamento e suporte da operação envolverá até 5 pessoas por turno. Ao todo, esperamos um aumento de produtividade de aproximadamente 70%.
A verdade é que em função da explosão do comércio eletrônico nos últimos anos, e principalmente em 2020, a tendência da robótica para suportar o dinamismo e a grande exigência dos clientes já é uma realidade. No continente asiático e nos Estados Unidos e México, as empresas estão investindo fortemente nessa tecnologia para se adaptarem a nova realidade do mercado mundial.
*Guilherme Juliani, CEO da Flash Courier