Diversificação das matrizes energéticas para um futuro mais sustentável é uma pauta que está em alta em todos os setores econômicos. Todos os países estão de fato preocupados com o meio ambiente e com o futuro do nosso Planeta Terra, uma vez que, com a população em constante crescimento, consumo per capita cada vez maior e menores áreas verdes capazes de realizar a troca necessária de gases, em poucos séculos, não teremos mais um ecossistema capaz de trazer condição de vida humana e animal para a Terra. Muitas soluções energéticas já estão sendo aplicadas nas economias de primeiro mundo bem como em países emergentes, como por exemplo veículos híbridos, elétricos, hidrogênio e outras fontes de energia. Muito se fala da eletrificação pura do transporte, que a meu ver serão apenas aplicadas em veículos urbanos e com baixa autonomia. Polêmicas envolvendo a produção de energia elétrica, principalmente nos países europeus, podem ser o início da restrição da matriz elétrica pura, ou seja, com veículos “plug in”. Evidente que em um país como o Brasil, tal risco é bastante minimizado pela aplicação da energia solar, que cada vez mais ganha mercado e produção em nosso território; primeiramente por ser uma energia limpa e por exigir investimentos cada vez mais compatíveis e com pay back reduzido. A utilização deste modelo também poderá ser aplicada em transporte público metropolitano, por serem rotas pré-definidas, porém definitivamente não poderá ser aplicada com eficiência em transporte RODOVIáRIO de cargas e passageiros, principalmente por questões de engenharia de projeto dos veículos bem como infraestrutura de abastecimento. Outras soluções também são hoje utilizadas em veículos de carga, como por exemplo o gás natural. Grandes montadoras já oferecem veículos de linha com motores alimentados com gás natural. Entretanto tais soluções exigem estudo detalhado das rotas e logística uma vez que tais veículos, assim como os elétricos possuem baixa autonomia e forma de abastecimento pouco desenvolvida ao longo de nosssas rodovias. Por outro lado, cresce cada vez mais os estudos na matriz do hidrogênio para veículos leves e pesados. Apesar de ser uma tecnologia que requer alto investimento em pesquisa, projeto e infraestrutura de armazenagem e distribuição, já se enxerga uma solução alternativa para a produção do hidrogênio a partir do etanol, o chamado hidrogênio verde. Na verdade, trata-se de um carro elétrico, que é alimentado pela energia gerada por uma célula de combustível, que por sua vez é alimentada pela mistura de água e etanol. Hoje pesquisas de desenvolvimento estão sendo fomentadas principalmente em solo Brasileiro, que hoje é responsável pela segunda maior produção de etanol do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. A USP (Universidade de São Paulo) desenvolve em parceria com montadoras de veículos, soluções para geração de hidrogênio a partir do etanol, aplicando não somente em veículos de pequeno porte, mas também em ônibus que hoje circulam no campus da universidade. Vemos que mais uma vez o etanol será protagonista de mais uma grande revolução de matriz energética para o transporte e o Brasil está novamente na vanguarda deste projeto, assim como foi nos anos 80, com o pró-alcool, nos anos 2000 com os carros flex, e agora em 2020 com os veículos movidos a hidrogênio verde. Importante salientar que o sucesso deste projeto passa obrigatoriamente pelo alinhamento estratégico de toda a produção de etanol, que atualmente sofre oscilações de ofertas e preço, por competir diretamente com outro produto derivado da cana, o açúcar. O governo deve promover iniciativas que defendam a produção do etanol e que garantam segurança de fornecimento deste produto. Com tais cenários garantidos é possível imaginar a expansão e massificação da tecnologia, incluindo ao uso em veículos de transporte de carga e passageiros. Imaginemos uma solução de transporte a hidrogênio, plug in, que seja capaz de ser alimentada na rede elétrica quando disponível, mas também proporcione autonomia com a geração de hidrogênio a partir do etanol. Porém, como responsáveis por toda esta “pegada” de carbono deixada ao longo destes mais de 100 anos de transporte, devemos também estar à frente do nosso tempo e não pensar somente na geração de carbono e outros poluentes, mas também assumir nossa responsabilidade ambiental e compromisso com o futuro, ser capaz de implementar mais soluções para gerar crédito de carbono. Neste sentido acredito muito nas diversas inciativas de cunho ambiental que não só inibem a geração de poluentes, mas também geram fontes de compensação e sequestro de carbono. Muitos especialistas atualmente defendem que não será suficiente as empresas compensarem a sua pegada de carbono, mas sim, em um futuro muito próximo, as empresas realmente comprometidas com o meio ambiente, não só não geraram carbono e outros poluentes, mas também promoverão através da sua atividade principal e auxiliares a compensação de carbono positiva. Hoje em nossa companhia possuímos diversos projetos que promovem sustentabilidade e também crédito de carbono dos quais, aproveitamento de agua de chuva, com a utilização de reservatórios para armazenagem, usina solar própria com capacidade superior ao uso da empresa, projeto Sementes, que promove a coleta das sementes das árvores do nosso pátio e distribuição de sementes e mudas para a comunidade e o papel verde que promove o uso consciente do papel, promovendo ainda a reutilização de papeis como rascunho e após seu último uso sendo destinado à fragmentação e posterior utilização para o processo de compostagem e produção de adubo orgânico, são alguns exemplos. Percebemos, portanto, que o uso de fontes renováveis no transporte, não se trata apenas de pensar em meios de diminuir ou zerar a geração de poluentes e carbono, mas sobretudo como podemos fazer para recuperar todo nosso ecossistema, afetado ao longo destes anos pelas nossas atividades e aos poucos permitir que o Planeta Terra, mesmo com sua população em franco crescimento, retorne à sua condição ambiental saudável. Cabe a nós, gestores do transporte e logística, influenciadores e formadores de opinião, pensar no futuro e compreender que ele já chegou, e que, com soluções muitas vezes extremamente simples, podemos garantir a sobrevivência das nossas gerações futuras.
No dia 20 de julho, o núcleo da COMJOVEM Belo Horizonte e Região realizou uma visita técnica ao Centro de Manutenção da Azul Linhas Aéreas, localizado no hangar do Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte.
Ao todo, 36 representantes de empresas de transporte, sendo 17 integrantes do núcleo, tiveram a oportunidade de conhecer a história do centro de manutenção, os quatro hangares onde são feitas as manutenções nas aeronaves de pequeno porte da companhia, e ainda, assistiram apresentações com especialistas sobre as melhores Práticas de Logística 4.0, eficiência, automação e visibilidade, tecnologias embarcadas; e ESG – Environmental, Social and Governance.
“Agradecemos ao gerente-geral de Manutenção de Aeronaves da Azul Linhas Aéreas, Ricardo Luiz Vasconcellos, ao ex-colaborador da Azul, hoje diretor de Operações de Supply Chain da DHL, Deividy Ferraz Martins, ao coordenador de PCP da Azul, Hudson Firmino, ao coordenador de Planejamento e Materiais, Osvaldo Resende, e ao gerente de Manutenção de Aeronaves da Azul Linhas Aéreas, Wanderson Madureira, e suas respectivas equipes, por nos proporcionarem uma tarde de imersão em inovação e logística. Aprendemos muito e saímos de lá ainda mais engajados e motivados a fazer a diferença no nosso setor”, destaca a coordenadora da comissão, Ana Paula de Souza.
Falar sobre agilismo é algo que aprecio muito desde o primeiro momento em que tive contato com este modelo de gestão. Em 2018 tive a oportunidade de conhecer desenvolvedores de softwares que trabalhavam em uma empresa com este mesmo fim em Belo Horizonte. Bastou apenas a oportunidade de um prazeroso happy hour para que eu compreendesse que aquilo era um fantástico modelo de gestão.
Dentre muitas pesquisas que fiz naquela época, percebi que todos os artigos e conteúdo que eu encontrava eram apenas direcionados para desenvolvimento de sistemas ou empresas com alta tecnologia em seu dia a dia. Aquilo de certa forma me deixava incomodado, por não poder aproveitar todo o potencial da ferramenta no dia a dia de uma transportadora. Foi então que, ainda naquela época, decidi aprofundar meu conhecimento e realizar os primeiros estudos técnicos para desenvolvimento de uma metodologia ágil voltada para logística e transportes, descobrindo assim todo o histórico e as ferramentas existentes neste modelo de gestão.
Historicamente o movimento iniciou-se nos anos 2000 quando um grupo de desenvolvedores, incomodados com os atuais modelos de gestão no desenvolvimento de softwares, decidiram criar a “Agile Alliance”, para então criar algo que se tornou fundamental para o desenvolvimento de softwares – e de outras atividades – para as próximas década, o Manifesto Agile. Neste manifesto foram organizados 12 princípios – dispostos cada um em uma pequena frase – a serem seguidos no desenvolvimento de softwares.
Neste artigo demonstrarei de maneira prática e intuitiva utilização de alguns dos 12 princípios em uma gestão de empresas de logística e transporte, que sempre dispondo primeiramente o conceito original e depois exemplificando a sua aplicação a nossa realidade.
Nossa maior prioridade é satisfazer o cliente através da entrega contínua e adiantada de software com valor agregado. Para adaptar este princípio ao nosso dia a dia realizamos a divulgação contínua da importância no atendimento de qualidade ao cliente. Adaptamos a entrega contínua para o conceito de sempre entregar o melhor serviço possível para o cliente, evitando erros de operação e buscando sempre superar suas expectativas. Para atendimento pleno deste item o treinamento deve ser contínuo o uso de pesquisas de satisfação e o controle do NPS. Em caso de níveis altos de insatisfação a tratativa é realizada através de realinhamento de cultura de atendimento.
Mudanças nos requisitos são bem-vindas, mesmo tardiamente no desenvolvimento. Processos ágeis tiram vantagem das mudanças visando vantagem competitiva para o cliente. Este princípio foi fundamental para criarmos dois desdobramentos. Primeiramente o entendimento que as coisas mudam constantemente e por isso devemos sempre estar preparados para tirar lições e aprendizados. Em segundo, incentivamos sempre a divulgação de sugestões e opiniões na empresa, seja através de simples caixas de sugestões até o uso de momento específico durante a escuta ativa realizada pela nossa psicóloga organizacional e gestores. Entendemos que aqueles que estão em campo são os melhores agentes de sugestões e de transformação.
Pessoas de negócio e desenvolvedores devem trabalhar diariamente em conjunto por todo o projeto. Este princípio foi base para implantação da cultura de “visão de dono” por parte de todos os nossos colaboradores. Realizar constantemente reuniões de cultura e mentorias em todos os níveis da companhia é fundamental para que todos se sintam pertencente ao propósito maior da empresa e assim consigam trabalhar em equipe com um objetivo comum, livre de interesses próprios ou do setor. Este de fato é um princípio que leva tempo para ser implementado, principalmente por se tratar de uma mudança cultural profunda. Foi implementado também o conceito de squads, que são equipes interdisciplinares para desenvolver ações de resolução de problemas nos mais diversos setores da empresa. Através dos squads as pessoas entendem o problema sob a perspectiva do outro e existe de fato, empatia para a resolução de desafios.
Construa projetos em torno de indivíduos motivados.Dê a eles o ambiente e o suporte necessário e confie neles para fazer o trabalho. Criamos um ambiente que aproximasse as pessoas e as deixassem mais confortáveis no seu dia a dia. Espaço de jogos, sala de descompressão foram ferramentas com um ótimo custo benefício. Autonomia é outro ponto fundamental desta transformação. Dar autonomia aos membros da equipe faz parte do processo de crescimento da equipe e da empresa. Erros podem acontecer; contudo criar mecanismo para minimizar os reflexos destes erros é fundamental. Através do erro é possível aprender e melhorar.
O método mais eficiente e eficaz de transmitir informações para e entre uma equipe de desenvolvimento é através de conversa face a face & Em intervalos regulares, a equipe reflete sobre como se tornar mais eficaz e então refina e ajusta seu comportamento de acordo. Investimento em ferramentas de comunicação, organização e planejamento deve ser parte obrigatória de qualquer transformação ágil, mas deve-se preocupar também com treinamento e bom uso destas ferramentas. Outras duas ferramentas são o one o one e a daily scrum. A one o one é a reunião que todo gestor deve realizar com todos os membros de sua equipe, sendo de no máximo 15-20 minutos. Nesta reunião o gestor deve estar aberto a escutar as necessidades do seu liderado, aconselhar em aspectos profissionais e sobretudo dar um feedback do trabalho desenvolvido pelo liderado. A daily scrum é uma reunião diária de 30 minutos com todos os membros da equipe onde em 5 minutos cada membro expõe as atividades realizadas no dia anterior, as atividades que pretende realizar no dia e expõe dificuldades que está enfrentando para que todos possam tentar contribuir.
Perceba que estes dois “cultos gerenciais” reforçam não só este fundamento, mas também diversos outros presentes no manifesto original. & Software funcionando é a medida primária de progresso. Para atendimento deste princípio investimos em ferramentas de controle e gestão para que todos os processos seguissem seu fluxo normal. O bom andamento dos processos é de fundamental importância para o sucesso da empresa.
Simplicidade – a arte de maximizar a quantidade de trabalho não realizado-é essencial. Este princípio é fundamental e o mais bem aceito na equipe. Criar ideias simples é fundamental para a execução de um bom trabalho. Realizar o trabalho de forma simples é muitas vezes o mais assertivo. O uso de MVP é de fato a ferramenta mais utilizada em nossa corporação. Incentivamos de maneira constante o uso de modelo para todas as iniciativas.
Percebemos que conceitos simples com aplicações práticas e diretas podem trazer inúmeros benefícios para nossas empresas. A aplicação da metodologia ágil ainda que de forma simplificada é o futuro da gestão moderna e nós, gestores do futuro, temos que investir em ferramentas e pessoas para que consigamos cada vez mais resultados. Mesmo sendo um conceito com mais de 20 anos, a metodologia ágil nunca foi tão atual e ao mesmo tempo vanguardista.
A sigla ESG é a abreviação de “Environment, Social & Governance” (Ambiental, Social e Governança, ou ASG no português). Esse conceito refere-se às boas práticas empresariais que se preocupam com critérios ambientais, sociais e parâmetros de excelente governança corporativa (Valor Econômico, 2021).
Nas últimas décadas, graves problemas ambientais, incluindo o uso excessivo de recursos naturais, ar, água e ruído poluição e o rápido desaparecimento das florestas tropicais têm representado ameaças para a qualidade de vida em todo o mundo (Wu e Dunn, 1995).
As empresas de logística têm um papel crucial no desenvolvimento socioambiental da cadeia de suprimentos, pois conectam as empresas de toda a cadeia enquanto suas atividades ainda dependem fortemente do consumo de combustível fósseis e energia que resultam em altas emissões de carbono (Herold e Lee, 2017).
No Brasil, cerca de 60% dos transportes de carga são feitos pelas rodovias, como apontam dados do Plano Nacional de Logística de 2015. A dependência de frotas de caminhões é grande, e os veículos a diesel são os principais responsáveis pela poluição do ar. Esse é um dos desafios que o setor enfrenta: encontrar outras formas eficientes, econômicas e viáveis para a realização de entregas. Para reverter esse cenário, surgem alternativas, como as entregas realizadas com frotas de bicicletas e caminhões elétricos, e até mesmo a pé, quando as distâncias permitem. (Guilherme Juliani, 2021).
Segundo a Brasil Risk, a incorporação dos critérios ESG no ambiente corporativo traz uma série de benefícios, entre eles: Operação mais inteligente e enxuta; melhoria na gestão de riscos; upgrade nos resultados institucionais e financeiros; melhor posicionamento no mercado financeiro, já que as empresas passam a ser vistas como um bom investimento; menor exposição à volatilidade econômica e POLíTICA; reflexos positivos no balanço das empresas por adotarem cuidados com o meio ambiente, responsabilidade social e governança ética; melhoria na reputação, credibilidade e visibilidade para a marca; atração e retenção de talentos; mais competitividade e respeito dos clientes.
Não há dúvida de que a logística sustentável é crucial para alcançar o crescimento econômico e diminuir o impacto social negativo e impactos ambientais (Abbasi e Nilsson, 2016; Khan et al., 2019b). Embora o desempenho logístico tenha convencionalmente orientado para o custo, tempo e precisão, as empresas de logística estão agora sujeitas a intensa pressão de governos e outros stakeholders quanto ao cumprimento de práticas responsáveis (Shaw e outros, 2010).
À medida que as preocupações com a logística sustentável e verde aumentam, os fatores que impactam os esforços de responsabilidade social corporativa no setor de logística ganham mais importância. Mecanismos externos (ou seja, o ambiente institucional) e mecanismos internos (ou seja, o conselho de administração ou diretoria) podem influenciar estratégias, políticas e esforços de ESG.
A diretoria tem um papel significativo na promoção de uma empresa para o equilíbrio sócio[1]econômico (Liao et al., 2015), gerenciando os interesses dos stakeholders (Burke et al., 2019), proporcionando negociação entre a cadeia de suprimentos. Nesse contexto, a composição e estrutura da diretoria são um fator importante na decisão corporativa tomada de decisão relacionada a questões ambientais e sociais (Post et al., 2011). Embora haja um progresso significativo no sentido de compreender a ligação entre a estrutura da diretoria e o desempenho do ESG (Hussain et al., 2018), nenhum estudo anterior ainda investigou essa ligação no setor de logística. A motivação por trás da realização do presente estudo é abordar esta lacuna na literatura analisando a relação entre um conjunto de placas características e atuação da RSE no contexto logístico.
Importante salientar a relevância do valor do desempenho da responsabilidade social corporativa no setor de logística, focando particularmente nas características do conselho de administração e na estrutura de sua gestão.
Existem estudos que sugerem que a diversidade de gênero do conselho de administração está positivamente associada à desempenho de responsabilidade social corporativa e desempenho de governança. Além disso, as empresas que possuem comitê de sustentabilidade são mais propensas a terem maior desempenho de responsabilidade social corporativa (tanto geral e social) do que aqueles que não o fazem. Além disso, as empresas com maior diversificação em sua diretoria são mais propensas a apresentam maior atuação no pilar social de responsabilidade social corporativa.
Esses resultados confirmam que as mulheres nos conselhos e nos comitês de responsabilidade social corporativa são um fator essencial para atingir as metas de responsabilidade social corporativa.
Esta constatação justifica a nomeação de mais mulheres para conselhos corporativos e até sugere o cumprimento de determinada proporção de mulheres no tamanho geral da diretoria. Assim, as empresas que ainda não possuem diretoras ou exibem uma representação feminina fraca em conselhos são aconselhados a diversificar sua composição para melhorar a processo decisório direcionado às políticas e práticas de ESG.
Estatísticas descritivas mostram que a proporção de diretoras femininas nas empresas de logística é, em média, 11,49%. Os resultados mostraram que o número de membros nos conselhos não desempenha um papel papel significativo nos compromissos de ESG das empresas. A separação de CEOs e presidentes do conselho é indiferente ao compromisso de ESG das empresas de logística, no entanto, as mulheres nessas posições aumentaram particularmente a dimensão de governança da ESG, bem como o envolvimento geral.
Para a logística 4.0 é impossível ignorar que a governança de ESG é essencial para a sustentabildiade do TRC, contudo torna-se também relevante o reconhecimento e incentivo da ascensão feminina em um ambiente majoritariamente masculino.
O início do século XXI é conhecido pela continuação da Era da Informação. Uma das principais características dessa era é a modificação no mercado, que deixa de privilegiar a indústria tradicional para valorizar a informação e a tecnologia. Vivemos um cenário de transformações digitais e tecnológicas. O mundo está evoluindo a cada instante. Segundo Amaral (2016, p. 4), “os dados são fatos coletados e normalmente armazenados. Informação é o dado analisado e com significado. O conhecimento é a informação interpretada, entendida e aplicada para um fim”. Essas definições são antigas e, mesmo com o decorrer do tempo e com os avanços tecnológicos, esses conceitos ainda podem ser utilizados. O que se alterou no decorrer do tempo foi o volume de dados gerados, que cresceu exponencialmente. Ainda de acordo com Amaral, observamos o fenômeno da “massificação dos dados”, em que há o aumento considerável dos dados nos últimos tempos. Dessa forma, também se aumentou a importância da manipulação dessas informações por meio de métodos e do uso adequado da tecnologia para o tratamento de todo conhecimento que possa ser gerado. Um smartphone de hoje tem maior capacidade que um computador existente no ano de 1985. Temos mais de seis bilhões de pessoas com telefones celulares. Mais de 1,7 bilhões de pessoas estão usando redes sociais. Quase três milhões de e-mails enviados por segundo. Cem horas de vídeos são carregados no youtube por minuto. Atualmente, há quinhentos milhões de tweets por dia. 92% dos dados do mundo foram criados nos últimos dois anos. 2,3 trilhões de GB de dados são criados por dia, cem terabytes de dados carregados por dia no facebook. Segundo um levantamento divulgado recentemente pelo IDC (International Data Corporation), a produção de dados dobra a cada dois anos. No ano de 2020, foram gerados 350 zetabytes de dados, equivalentes à 35 trilhões de gigabytes. Ao considerar os números, podemos compreender melhor a avalanche de dados que são gerados e tratados no mundo moderno. Geramos dados o tempo todo em nossas redes sociais, em mensagens, e-mails, dos quais podem gerar vários outros dados e até mesmo novos conhecimentos. Com todo esse volume de dados, os usuários e empresas tendem a se preocupar com a segurança das suas informações, sejam em aplicativos, websites, dispositivos, dentre vários outros. E para onde estão indo nossos dados? Como estão sendo utilizados? Surgem uma série de perguntas. Portanto, há um cenário que não ocorria anteriormente e que, de fato, necessita de atenção, pois estamos falando sobre a privacidade. Estamos passando por um momento de grandes mudanças, e uma delas é a lei 13.709/18, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Ela tem como objetivo estabelecer uma maior segurança da informação sobre o uso de dados pessoais e dados pessoais sensíveis. Dessa forma, a organização que realiza algum tipo de tratamento sobre esses dados deve seguir as regras e normas estabelecidas pela ANPD (Agência Nacional de Proteção de Dados), sendo este o órgão regulador. Com esse avanço, a tendência é de que os titulares dos dados possuam uma maior autonomia sobre seus dados e que possam exigir uma maior transparência sobre a utilização de seus dados e de seus pessoais por parte das organizações. Muitos são os benefícios na implementação da LPGD, entre os quais: a confiabilidade na estrutura organizacional, sobretudo no ambiente de prestação de serviços, como o do transporte. Prevalecerá a organização que perpetuará a ética, a integridade e o respeito à privacidade dos dados dos stakeholders. Estamos apenas no início de uma longa jornada, que exige a transformação em vários âmbitos: nas esferas tecnológicas, processuais, jurídicas e culturais, dentre outras. Vamos trilhar novos caminhos, com novos desafios, mas certos de que será necessário zelar pela privacidade.
Recentemente a notícia de que a falta de motoristas profissionais no Reino Unido vem causando vários problemas de desabastecimento no país trouxe à tona um problema crônico que atinge também o Estados Unidos, o Brasil e vários outros países da Europa e do mundo. No Reino Unido, especificamente o Brexit somado à crise causada pela pandemia de Covid-19 contribuíram significativamente para esse cenário. A escassez de caminhoneiros está causando problemas para transportadoras e muitos outros empreendimentos comerciais. Isso ocorre porque a cada ano o número de motoristas que se aposentam é bem maior do que o número de novos motoristas que ingressam no mercado. De acordo com relatório técnico do IPTC (Instituto Paulista de Transporte de Cargas) em parceria com o Setecesp (Sindicato das Empresas de Transporte de SP) e através de dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) foi registrada uma queda significativa no número de profissionais habilitados para direção de caminhões na categoria C e complementares. Até 2015 o Brasil registrava um crescimento médio 1,4% ao ano no número de motoristas de caminhões, chegando a um total de 5.605.511 profissionais habilitados na categoria C e complementares. Contudo, entre 2015 e 2020 esse número começou a recuar em média 5,9% a cada ano, chegando a um total 4.541.998 profissionais. O relatório também apresentou uma mudança no perfil de idade dos motoristas que em 2010 se concentravam na faixa entre 41 e 50 anos de idade e em 2020 passou a concentrar na faixa entre 51 e 60 anos de idade. Não são apenas as condições de trabalho que estão por trás dessa tendência. Os cenários de ameaças resultantes do progresso tecnológico na direção autônoma apresentam um problema muito maior: esses são cenários em que caminhões elétricos navegam de forma autônoma, o que significa que os motoristas de caminhão de hoje podem se tornar excedentes para as necessidades. Vale a pena mudar de perspectiva aqui, pois a ameaça percebida abriga inúmeras oportunidades de desenvolvimento profissional, que simplesmente tem que acompanhar o tempo.
Segundo o site tkographix.com, perguntar se o caminhoneiro do futuro dirigirá um caminhão soa redundante. No entanto, é um questionamento válido. Quanto mais perto os carros e caminhões sem motorista se tornam uma realidade, mais confiável se torna a pergunta. A realidade é que, em um futuro não muito distante, os motoristas de caminhão podem não estar dirigindo caminhões. Se os motoristas de caminhão não estiverem dirigindo, o que farão? Alguns acreditam que a chegada de caminhões autônomos deixará inúmeros profissionais sem emprego, inundando o mercado de vagas e causando turbulência econômica generalizada. A chegada de caminhões autônomos não significa que todos os veículos estarão sem motorista. Isso significa que os veículos podem se dirigir sozinhos. Isso não elimina os motoristas de caminhão. Isso pode diminuir o número de motoristas necessários e, certamente, mudará as habilidades exigidas de um caminhoneiro. Os carros e caminhões autônomos não serão introduzidos do dia para a noite. Eles passarão pelos diferentes estágios de implementação, desde a direção assistida ou parcialmente automatizada, que já é bastante comum hoje, até a direção altamente ou totalmente automatizada, até a direção totalmente autônoma. A introdução de uma rede 5G contribuirá em termos de infraestrutura, inicialmente para a condução automatizada de caminhões em rodovias e, eventualmente, para uma condução totalmente autônoma. No entanto, também há uma ampla gama de atividades que continuarão a exigir um motorista de caminhão, ou, mais especificamente, gerente de caminhão. Um aspecto das funções do “gerente de caminhão” será, então, operar o computador de bordo, bem como assumir a responsabilidade pelo monitoramento e segurança, semelhante ao que faz hoje um piloto de aeronave. Apesar de uma condução autônoma, outro aspecto passa pela necessidade física desse profissional acompanhar em todas as instâncias o carregamento, acondicionamento da carga e manutenção do veículo. E, em caso de dúvida, o gerente de caminhão também atuará como motorista nas ruas estreitas dos grandes centros.
A variedade e a natureza inovadora das tarefas realizadas pelo gerente de caminhão exigirão cada vez mais habilidades diferentes. Além de compreender os sistemas de acionamento elétrico, o gerente de caminhão também precisará de conhecimentos básicos de tecnologia da informação. Softwares modernos aumentarão o envolvimento desse profissional nos processos de informação, comunicação e organizacionais ao longo de toda a cadeia de valor logístico, especialmente se os processos de carga e descarga nas rampas também forem totalmente automatizados. O único fato certo é que a mudança está chegando. Carros autônomos, comunicações V2V (veículo a veículo) e realidade aumentada estão chegando ao setor de transporte RODOVIáRIO. A questão é como isso mudará a indústria de caminhões e a posição do motorista de caminhão e se os transportadores brasileiros estão preparados para essa mudança.
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