O que é transporte? Essa palavra pode ter múltiplas definições, entretanto, a que melhor se enquadra em nossa opinião é o Transporte como um meio de acesso as necessidades primárias de um indivíduo, sendo elas a interação social, a educação, ao emprego, aos mercados e bens, e demais necessidades para a vida saudável de qualquer indivíduo no planeta. E sustentabilidade? Esta não está ligada apenas a cuidar do meio ambiente, ela vai muito mais além e atinge três importantes dimensões, sendo o campo Econômico, Social e Ambiental. Para se obter resultados efetivos quanto as ações sustentáveis é necessário o engajamento de todas as esferas de uma organização, isto é, acionistas, colaboradores, clientes e a própria sociedade.
A Organização das Nações Unidas (ONU) está com total atenção voltada ao setor de transportes e por isso lançou um relatório intitulado Mobilizando o Transporte Sustentável pelo Desenvolvimento, que tem por objetivo propor diretrizes para uma matriz de transportes muito mais sustentável que a atual, e que os países devem se adaptar até o ano de 2030. Segundo a ONU o setor de transporte é a chave para atingirmos todos as medidas propostas, pois é o elo de ligação entre as pessoas e suas necessidades básicas, e que se alcançado trará uma qualidade de vida incomparável no mundo todo. Na realidade do transporte sustentável além dos custos efetivos gerados, deve ser calculado também os custos referentes aos impactos que serão ocasionados para as futuras gerações, e toda essa conta deve ser paga hoje. Uma matriz de transportes sustentável não coloca em risco a saúde da sociedade e dos seus ecossistemas, mas sim satisfaz as necessidades básicas dos indivíduos e o seu desenvolvimento através de recursos renováveis, protegendo acima de tudo a saúde humana, com atenção a proteção ambiental controlando o uso dos recursos e preservando a mãe Terra.
O planejamento da matriz de transportes brasileira sempre foi voltado ao curto prazo, e isso fez com que o modal RODOVIáRIO se tornasse o mais utilizado. O Brasil está entre os principais países do mundo que mais compra veículos pesados, e por tal motivo cada vez mais a preocupação para que esse tipo de modal seja o mais sustentável possível. No entanto, é de grande notabilidade a falta de infraestrutura para o transporte rodoviário nas cidades brasileiras, e um exemplo claro disso é a pouca quantidade de áreas de carga e descarga nos grandes centros urbanos, tarefa essa que deveria ser feita por veículos de menor porte devido as dificuldades de acesso aos estabelecimentos comerciais. O para e arranca dos veículos nos grandes centros faz com que esses sejam menos eficientes e aumentem a emissão de CO2 na atmosfera e junto consequentemente o aumento do ruído. Mas, no Brasil o problema é ainda pior, a atual frota de veículos pesados que atuam no transporte rodoviário na maioria das vezes não passa pela correta manutenção preventiva ou então são mais antigos e não foram preparados com tecnologias para controle de emissões de poluentes.
As atividades de transporte são responsáveis em grande parte pelas mudanças climáticas sofridas pelo nosso planeta, portanto, várias alternativas para diminuição da emissão de gases poluentes e a adoção de transportes opcionais vem sendo tratadas como prioridades entre as maiores nações do planeta. A transição para combustíveis de baixo teor de carbono é parte central de uma estratégia climática a longo prazo. A eletrificação de veículos para transporte de curta distância e de passageiros também é uma tendência crescente.
A atividade humana está acelerando a composição da atmosfera em ritmo acelerado. Apesar disso, a predominância do setor de transportes o leva ao centro das atenções. Como o setor que mais emite, potencialmente é o que mais apresenta possibilidades de redução de emissões. Uma possível solução seria a substituição dos veículos por outros não poluentes.
Atualmente possuem diversas tecnologias possíveis de veículos que tenham nenhuma ou pouca emissão de gases de efeito estufa. Entre eles estão os carros elétricos, os veículos a célula de hidrogênio e os veículos de combustão de hidrogênio. Entretanto, tanto as eficiências energética e térmica quanto a viabilidade econômica dos veículos elétricos dominam os demais. Isto não implica, contudo, que a substituição dos atuais veículos movidos a combustíveis fósseis seja simples. Diversos fatores devem ser considerados, como: custo dos veículos; disponibilidade de energia elétrica e os níveis de emissões requeridos para gerá-la; relações entre os aspectos técnico-operacionais desses veículos e as preferências dos consumidores, aspectos relativos à segurança desses veículos e outros aspectos econômicos.
Os veículos elétricos se dividem entre os veículos elétricos (EVs), propulsados somente por motores elétricos, cuja energia é armazenada em baterias – e oriunda da rede de abastecimento de energia elétrica – e os híbridos, que combinam motores elétricos com motores a combustão interna. Os híbridos (HEVs), por sua vez, podem ter motores a combustão destinados a apenas carregar as baterias ou a ser corresponsáveis pela tração dos veículos, dividindo a tarefa de propeli-los com os motores elétricos, sendo, ao mesmo tempo, responsáveis por carregar as baterias. Finalmente, os híbridos do tipo plug-in (PHEVs) são os que, além de possuírem motores a combustão, também podem ser ligados à rede elétrica para a recarga de suas baterias, podendo assim prescindir, dependendo do uso, do acionamento do motor a combustão, pelo menos em pequenos trajetos.
• Veículo elétrico a bateria (BEV ou VEB): é tracionado por um motor elétrico e utiliza bateria como fonte de energia;
• Veículo elétrico híbrido (HEV ou VEH): utiliza pelo menos um motor elétrico e um motor a combustão interna. A bateria é recarregada exclusivamente pelo motor a combustão e pela frenagem regenerativa;
• Veículo elétrico plug-in (PHEV ou VEHP): é um híbrido em que a bateria também pode ser recarregada em uma fonte externa de energia (tomada elétrica).
Mais que isso, é importante considerar se os benefícios desses veículos valem a pena quando considerados os custos da adoção da tecnologia, que vão desde a geração de energia e suas emissões até a adaptação dela aos hábitos dos consumidores e os aspectos relacionados à segurança.
Contudo, para um transporte sustentável é necessário analisar também os riscos desta atividade. Ao longo dos anos o aumento do número de acidentes principalmente com vítimas fatais nas rodovias brasileiras é alarmante, e isso se deve ao fato de que carros, ônibus e caminhões circulam juntos, além de muitas vezes esses motoristas estarem sob cansaço acabando por provocar uma fatalidade. Outro importante indicador que contribui para essa estimativa é o aumento da quantidade de veículos pesados em função da diminuição dos estoques (Prática do Just In Time) pelas grandes indústrias, propiciando então o fluxo quase ininterrupto de veículos pesados para que seja possível o abastecimento de toda essa cadeia. Uma forma de diminuir com tal incidência é desviar o fluxo de veículos pesados para os anéis viários dos grandes centros. O Roubo de Cargas é também outro fator que assola nosso país e dificulta a sustentabilidade no segmento do TRC que encontra dificuldades para escoar as cargas até seu cliente final. No Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, somente neste ano a média é 1 roubo a cada 57 minutos, isto é, totalmente inadmissível para uma economia como o Brasil. Essa realidade está fazendo com que as empresas transportadoras elevem o preço das taxas para custear o gerenciamento de risco, as seguradoras o prêmio dos seguros, e os motoristas viajam assustados e apreensivos sem saber se poderão voltar para as suas casas. No entanto, caso esse cenário não seja revertido os grandes centros urbanos como Rio de Janeiro e São Paulo começarão a sofrer com a falta de abastecimento inclusive de produtos de primeira necessidade, tudo pela falta de segurança no transporte, e no final quem sofre é a população que fica sem remédios, sem alimentos, sem produtos de higiene e suscetíveis a doenças e até a própria criminalidade.
No século passado o auge foi do petróleo, e nesse o auge é da internet onde tudo pode ser interligado através da rede de dados. Em pouco tempo todos os objetos e equipamentos estarão conectados à internet em forma de comunicação mútua, e toda essa revolução ficará conhecida como Internet das coisas, e o setor de transportes já começa a sofrer as mudanças por conta dessas novas tecnologias, e um exemplo claro são os veículos autônomos não tripulados e com desenvolvimento no Brasil pela Scania. Com o novo modelo de veículos projetado para o futuro os chamados veículos não tripulados a esperança é que o número dessas ocorrências diminua bastante devido ao veículo ser comandando totalmente por sistemas que estarão em consonância com o tráfego das cidades. Outra evolução nos próximos anos é o modelo de transporte compartilhado no qual as pessoas deixarão de utilizar seus próprios veículos para se locomoverem até o trabalho, faculdade ou sair e passarão então a utilizar caronas, ou o sistema fretado compartilhado no qual várias pessoas que tem pontos de origem e destino similares farão o rateio dos custos da corrida. Essa é uma realidade que ajudará para a redução do congestionamento das grandes cidades, poluição do ar e diminuição de ruídos.
No quadro abaixo é possível analisarmos através de alguns indicadores a situação atual do transporte rodoviário Brasileiro segmentadas por três importantes áreas (Econômica, Ambiental e Social) e no segundo quadro um replanejamento desses indicadores na realidade de transporte sustentável que está em implementação no mundo todo, vejamos:
Portanto, compreende-se que a sustentabilidade é satisfazer com consciência as necessidades do presente garantindo as próximas gerações o direito de satisfazerem suas próprias necessidades também conscientemente. Transporte Sustentável é progresso, é segurança, é inovação tecnológica, é qualidade de vida, é proteger o meio ambiente, é acreditar que o mundo pode ser melhor.
Publicada no Diário Oficial da União em 03/03/2015, a Lei 13.103/2015, chamada ‘lei do motorista’, dentre novas determinações, disciplinou a jornada de trabalho e o tempo de direção do motorista profissional, bem como trouxe em seu escopo, o objeto do presente estudo, que é a obrigatoriedade de realização do exame toxicológico para os motoristas profissionais de transporte RODOVIáRIO de passageiros e de cargas.
Para atender exigências dos Detrans e as relações profissionais regidas pela CLT, tendo como objetivo detectar o consumo de substâncias psicoativas que comprometam a capacidade de direção, a Lei prevê que exames sejam realizados mediante a coleta de cabelo, pelos ou unhas.
Para os motoristas empregados, tornou-se obrigatório, a partir de 17/04/2016, que se submetam ao exame toxicológico no momento da admissão e demissão, sendo que, conforme regulamentado pela Portaria n.º 116 do Ministério do Trabalho e Previdência Social, as despesas com tais exames realizados, quando em tais situações, deverão ser suportados pelo Empregador. Além disso, o artigo 235-B, inciso VII da CLT determina que, periodicamente, a cada 2 (dois) anos e 6 (seis) meses, o motorista profissional deverá ser submetido a exames toxicológicos pelo empregador.
Dentre as dificuldades, oriundas do cumprimento de tal legislação, destaca-se o motivo de haver poucos laboratórios credenciados para a realização dos exames que, como consequência, vêm atrasando os processos de admissão e demissão. Na maioria das vezes, quando a transportadora define por contratar um novo funcionário, espera poder contar com a mão de obra do profissional o mais breve possível, porém, o prazo médio, atribuído pelos laboratórios responsáveis por retornar o resultado, tem sido de 20 dias, sendo que, na melhor das hipóteses, o laudo poderá ser entregue no prazo de cinco dias úteis. Em tais circunstâncias, as empresas estão tendo então de optar por deixar de atender seus clientes, mantendo equipamentos parados e sem faturar ou assumir o risco de contratar o funcionário antes de receber o laudo com o resultado do exame.
Embora tenha-se exposto a dificuldade supra, essa não é considerada a mais grave. A condição mais complicada e de difícil solução é: como proceder em caso de resultado positivo para uso de drogas quando na demissão ou quando na realização de exames periódicos?
Mediante casos de resultados positivos, alguns pareceres jurídicos sugerem o afastamento do funcionário pelo INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) até comprovar-se sua “recuperação” ou até que seja realizado um exame de contraprova que apresente resultado negativo. Porém, o INSS vem se recusando a assumir essa “oneração” e as empresas de transportes acabam sucumbindo e absorvendo as despesas referentes a esse período durante o qual o funcionário permanece afastado de suas atividades.
É sabido que diversas empresas transportadoras optam por não cumprir a presente legislação e assim não realizam o exame toxicológico, optando por assumir o risco pertinente a possíveis autuações pelo Ministério do Trabalho ou de outro organismo fiscalizador, por temerem ter de assumir às custas de “bancar” um funcionário tido então como “improdutivo” até que esse se demonstre tratado e portando um laudo com resultado negativo.
Já, no segmento de transportes de cargas classificadas como perigosas existe mais um moderador: é comum o embarcador exigir o cumprimento da lei, solicitando a apresentação de laudos do exame toxicológico que comprovem a aptidão do motorista. Nesse caso, portanto, não resta opção às empresas desses segmentos se não realizar tais exigências para poderem operar.
Divergentes são as opiniões quanto à eficácia da obrigatoriedade de realização do exame toxicológico como método de reduzir acidentes nas cidades e estradas, considera-se, porém, que no formato como foi redigida a lei, os principais prejudicados são as empresas transportadoras que além de ter suas operações afetadas acabam assumindo elevados custos provenientes de seu cumprimento.
REFERÊNCIAS
PERDIGÃO, Diego. A lei 13.103/2015 e a obrigatoriedade do exame toxicológico.
PRESIDENCIA DA REPÚBLICA, Consolidações das Leis do Trabalho.
PRESIDENCIA DA REPÚBLICA, Lei Nº 13.103, de 2 de março de 2015.
Mudança tem como definição, um processo de transformação, adequação, modificação de diversas situações existentes. Levamos em consideração alguns fatores como: cultura, ambiente, estilo de vida, localização entre diversos outros fatores do cotidiano. Com a evolução diária do ambiente competitivo das organizações, necessitamos nos adaptar às mudanças com o objetivo de engajamento contínuo, para êxito no processo de mudança, a mesma deve ser clara, objetiva e precisa ser motivada pelos líderes na gestão das organizações.
GESTÃO DE MUDANÇAS
A Gestão da mudança tem como foco desempenho humano, engloba o processo de reestabelecer ou estruturar os processos da organização, com o objetivo de alterar algum ponto na sua cultura, estratégia, estrutura ou produto. O contexto mudança nos traz a jornada emocional onde na qual estabelece as seguintes fases:
CONFORTO E CONTROLE: O indivíduo nesta fase, encontra-se na zona de conforto, se sentem seguras e no controle, detém conhecimento técnico e de processos da empresa, se sentem injustiçados e perseguidos por falta de oportunidades.
TEMOR E RESISTÊNCIA: Nesta fase o indivíduo reluta para aceitar as mudanças, onde a resistência prevalece, sair do status quo ameaça aos direitos adquiridos pelas pessoas, e transtornos aos modos estabelecidos de se desempenharem as tarefas. As pessoas que são afetadas pela mudança experimentam certas desordens emocionais, envolvendo uma sensação de perda, de incerteza e de ansiedade.
INVESTIGAÇÃO, EXPERIMENTAÇÃO E DESCOBERTA: Esta fase compreende –se em o indivíduo querer a mudança, enxerga a oportunidade, mas não detém de uma visão clara do processo.
APRENDIZAGEM, ACEITAÇÃO E COMPROMETIMENTO: A fase da aceitação é a última, o perceber o novo, olhar para trás e ver a curva do aprendizado e todas as fases da mudança, aceitar essa nova fase e a internalização é positiva.
No processo de mudança deve- se utilizar as práticas que envolvam os colaboradores com o objetivo de alcançar o maior índice de aceitação e menor índice de rejeição no setor do capital humana da organização. Para que a mudança seja positiva, devemos conduzir o processo de com habilidade dos gestores para que em todas as fases se obtenham êxitos, sem perdas financeiras e aceitação dos colaboradores.
Qualquer tipo de mudança, por menor que pareça, provoca alterações nas rotinas de trabalho por isso é preciso saber gerenciar os processos de mudanças e principalmente entender sua interferência nas relações interpessoais e principalmente o papel do gestor para gerenciar estas questões.
Os processos de mudanças são instrumentos de grande valia que as organizações devem utilizar com o intuito de estarem sempre atualizados e aperfeiçoando os processos de gestão de pessoas. Em um processo de mudança, o convencimento se torna o fator mais importante para o sucesso do projeto, devem ser claros os ganhos que serão adquiridos, o conhecimento e experiência que o processo irá trazer e também estabelecer novas redes de relacionamentos.
Os gestores e lideranças devem estar capacitados no âmbito de gestão e competência técnica para que torne uma equipe forte e concisa, pois grande parte do sucesso da implantação está vinculada a capacidade de o gestor ter capacidades de liderança perante aos colaboradores. É preciso comercializar que a ideia será benéfica para todos, tanto para a empresa como a equipe envolvida no processo.
A estratégia para reduzir as mudanças é a liderança. Liderar é praticar a influência resultando em poder, om a ausência desta competência muito pouco ou talvez nada será realizado para exercer a mudança. A Liderança deve estar presente e diluída em toda equipe que efetivará a transformação. Liderar é ter criatividade.
A comunicação é o requisito básico e mais importante para que a mudança seja implementada de forma eficaz, é comum que as palavras sejam recebidas de uma maneira diferente daquela da intenção primaria, depende de como forem ditas podem desencadear sentimentos, ações e pensamentos bem diferentes. Feedback faz parte da comunicação eficaz onde faz parte dos processos de mudança organizacional, tem como objetivo motivar e informar um conteúdo. Uma organização que não oferece feedback aos seus colaboradores não consegue manter os mesmos comprometidos.
No processo de mudança deve-se estabelecer os valores e que os mesmos sejam compartilhados na totalidade da organização, desde o topo até a base. Toda as organizações possuem valores e é preciso que fique explicito para que os colaboradores alinhem seus valores que carregam ao entrarem na empresa.
Muitas mudanças se perdem por falta de controle, possuir competência de controle é saber conduzir o processo dentro dos limites estabelecidos, está competência é executar um plano exato para que todos consigam desenvolver suas competências e que fiquem atualizados. Aprendizagem organizacional é não perder memória quando da aposentadoria ou saída de algum técnico ou líder. É ter processos internos de identificação e registro das atividades chave na mudança.
A gestão e precificação dos valores de rotas não parte mais do transportador, mas sim, do embarcador. Este é o novo cenário vivenciado pelas empresas de transporte no Brasil, as quais passaram a ter que trabalhar internamente para viabilizar o “aceite” a uma determinada rota que está sendo ofertada pelo Embarcador a um preço pré-fixado pelo mesmo.
Imaginar o cenário acima, obviamente hipotético (será ?), assusta a maioria dos transportadores. Vamos partir do principio que este valor de frete proposto pelo Embarcador seja viável financeiramente e economicamente, porém diante disso, caberá as transportadoras desenvolverem processos internos, equipe, infra-estrutura, modelos de gestão administrativa e operacional eficientes e eficazes para almejar uma margem desejada para a rota ofertada pelo embarcador.
Trabalhar com margens cada vez mais exprimidas ou até negativas, BID´s intermináveis e complexos, passivos trabalhistas, custos que não param de crescer, etc, infelizmente vem sendo a realidade hoje do setor de transporte RODOVIáRIO de cargas. Mergulhamos hoje numa das maiores crises da história do Brasil, muito mais do que uma crise econômica existe uma grande crise POLíTICA afetando-nos de sobremaneira e fazendo-nos observar cenários cada vez mais desoladores de perspectivas de uma melhoria de curto prazo.
Claro que fatores externos influenciam, e muito, nosso negócio, de maneira nenhuma estou aqui para contestar ou contrariar tal fator, que em sua maioria não temos previsão e muito menos gestão. Porém cada vez mais empresários e tomadores de decisão que estão a frente de grandes, médias ou pequenas empresas, devem privar-se por algumas horas em seu dia desse turbilhão de assuntos externos e voltar seu olhar para dentro da própria organização.
O título deste artigo e a provocação que ele nos traz, é justamente no sentido em que a resolução de uma parte de nossos problemas esteja bem “debaixo de nossos olhos”, porém acabamos ficando relativamente cegos para tais situações e culpando apenas concorrentes que fazem preços baixos, o governo pela baixa condição de infra-estrutura oferecida, alta carga de impostos, Leis trabalhistas obsoletas, etc, mas no que depende de nós como empresários para ações dentro de nossas empresas, acabamos também deixando muito a desejar.
Mais do que um interesse para reduzir custos e melhorar o desempenho, a gestão interna de custeamento da operação como um todo deve ser o foco diário dos proprietários e tomadores de decisão, cabendo a eles envolver toda a equipe neste objetivo em comum de cuidar dos custos da empresa como se eles fossem pessoais.
O fato que é que a crise passará, mas queremos que nossas empresas sejam perenes, portanto nossa capacidade nos cargos de gestão e de sermos resilientes quanto as diversas dificuldades encontradas e transformar tudo isso em motivação, mudança e capacitação da equipe como um todo, certamente é o que nos tornará capazes de deixarmos nossa marca e nossas empresas sólidas e duradouras.
O preço do frete nesse novo cenário de igualdade a todos seria mesmo a principal preocupação ou somente um balizador e direcionador para nossas ações no dia-a-dia ?
A subcontratação é a prestação de transporte executada por pessoa diferente daquela contratada pelo tomador do serviço. Esse é um tema que gera muitas dúvidas nos empresários do segmento de transporte RODOVIáRIO de cargas. Em nosso segmento é comum que ocorram subcontratações de outras empresas do mesmo ramo de atividade ou transportadores autônomos de cargas para cumprirem parte do percurso seja até o destino final ou apenas até um armazém pré-determinado. Os altos custos para manter estruturas em todas as cidades em que atuam faz com que muitas empresas recorram a essa alternativa para viabilizar seus negócios, no entanto, a alta carga tributária aplicada nesse tipo de operações está fazendo com que nossas empresas percam em competitividade.
O autor Natali (2016) afirma que:
“A terceirização ou subcontratação no transporte de cargas é uma realidade em todo Brasil…Talvez por falta de uma cultura, as contratações atuais não estão considerando todos os termos da lei, causando muitos passivos trabalhistas. Acredito que a doutrina e conhecimento dos aspectos legais que envolvam a subcontratação são o caminho para uma postura preventiva nas empresas, evitando as armadilhas da informalidade”.
Na atual realidade da economia mundial a terceirização torna-se cada vez mais necessária e o Brasil mais uma vez tem dado pouca importância para o assunto. Quando se opta por uma subcontratação a empresa subcontrante acaba por dividir a responsabilidade de certas etapas do processo com a subcontratada, mas assume maiores riscos perante ao seu cliente tendo em vista que parte do processo será realizado fora dos limites de sua organização. O autor Figueiroa (2016) concorda também que até que seja feita uma roubusta legislação sobre o tema os empresários devem redobrar os cuidados para que seja evitado posteriores discusões judiciais seja por parte dos subcontrantados ou dos clientes que contratam o serviço de transporte.
A atividade econômica do Transporte Rodoviário de Cargas é de natureza comercial, podendo ser exercida por pessoa física ou jurídica, e quando o assunto é subcontratação de transportadores autônomos podemos ter duas opções sendo elas o agregado ou independente, e ambas estão previstas nas Leis nº 7.290/84 e 11.442/2007. A Lei 11.442/2007 que discorre sobre o transporte rodoviário de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração, estabelece a figura do Transportador Autônomo de Cargas como sendo a pessoa física que tenha no transporte rodoviário de cargas a sua atividade profissional. Portanto, ao assumir tal responsabilidade, os transportadores estão autorizados a realizar a subcontratação do frete. Já o TAC Agregado caracteriza-se pelo transportador que coloca o veículo de sua propriedade ou de sua posse, a ser dirigido por ele próprio ou por preposto seu, a serviço do contratante, com exclusividade, mediante remuneração certa. Vale lembrar, que a exclusividade pode gerar margem de discussões de passivos trabalhistas na Justiça do Trabalho e por isso é um risco para nós empresários que ficamos à mercê da compreensão do Judiciário, muitas vezes equivocada. E o TAC Independente por sua vez é o transportador que presta serviços em caráter eventual e sem exclusividade, mediante frete ajustado a cada viagem.
Para salvaguardar ao máximo os direitos da empresa subcontratante é de suma importância a adoção de contratos de prestação de serviços com todos os transportadores autônomos de cargas e o pagamento através do Recibo de Pagamento Autônomo (RPA), buscando tentar desvincular qualquer característica de “vínculo empregatício”. Uma alternativa atualmente utilizada que procura descaracterizar o vínculo empregatício desses ditos “autônomos” é que esses abram Micro Empresas Individuais (MEIs) e emitam as Notas Fiscais de Serviço (NFS) pelos transportes realizados, no entanto, conforme últimos julgados não está adiantando muito visto que as transportadoras estão como sempre sendo condenadas.
Se formos considerar em uma esfera mais ampla a subcontratação de pessoas jurídicas, leia-se aqui outas empresas transportadoras, podemos também descartar o risco de questionamentos sobre vínculo empregatício por estarmos lidando com duas personalidades jurídicas, porém, por outro lado a carga tributária decorrente nesse tipo de prestação de serviço que inclui o IR, CSLL, PIS, COFINS acaba por onerar a operação, visto que o único benefício nesse caso é a isenção de ICMS que fica a cargo apenas da empresa subcontratante, e a responsabilidade de seguro. Portanto, essa opção acaba se tornando muitas vezes inviável pela alta taxa de tributos e pelo Mark Up aspirado pela empresa subcontratada. Diante desse cenário a nossa realidade é a perca de competitividade no mercado para operadores logísticos multimodais, diminuição no fluxo de negócios entre as empresas do setor e a complexidade das operações logísticas para diversos embarcadores.
A expectativa então é que o governo do nosso país dê atenção para o segmento de transporte, um dos mais importantes e relevantes para o desenvolvimento da nação, proporcionando a desburocratização do nosso setor, a diminuição dos tributos e uma maior segurança jurídica que hoje praticamente pode-se dizer que é nula, para que somente assim tenhamos um aumento do fluxo de serviços e consequentemente desenvolvimento a economia como um todo.
Para finalizar ressalto que a Decisão Normativa CAT 01 do último dia 26/04/2017 alterou a legislação do Estado de São Paulo no que tange ao crédito de ICMS na prestação de serviço de transporte realizado por subcontratação.
Atualmente as empresas familiares tem uma presença de destaque na economia nacional, agregam uma fatia dos grandes grupos de empresas. Indiferente dos segmentos, as empresas familiares têm como objetivo comum, condicionar a história da empresa vinculada ao fundador e visam que a sucessão seja realizada por alguém da família. Dos 300 maiores grupos empresariais privados do Brasil, 265 são de origem familiar.
Segundo, o Jornal Industria & Comércio, atualmente as empresas familiares representam 93% das empresas ativas no Brasil e representam 40% do PIB brasileiro. Apesar dos números expressivos, a longevidade destas organizações é baixa: a idade média de uma empresa no País é de 9 anos. A sucessão familiar na visão do fundador é vista como um assunto preocupante. Existe a resistência por parte do empreendedor fundador, pois não consegue romper o vínculo da empresa. Os sucessores devem ter comprometimento para que a empresa continue com a rentabilidade que o fundador a deixou. A sucessão está ligada ao tipo de empresa, as suas características.
O empreendedor posterga até o limite a sua sucessão, quando se torna obrigado, o sucessor encontra a dificuldade da gestão devido ao empreendedor não transferir seus conhecimentos e a cultura da empresa para o mesmo. Esta posição de controle e propriedade do empreendedor irá repercutir no futuro da empresa. À medida que o empreendedor se dá conta que começam a aparecer às limitações fisiológicas e intelectuais o mesmo vê a necessidade de um sucessor, mas sempre com as mesmas peculiaridades para que a empresa mantenha as mesmas características e cultura. O empreendedor deve ter algumas características as quais se definem como: capacidade do trabalho, habilidade, auto-sacrifício, busca contínua de progresso, visão. A sucessão de pais para filhos é salientada pelas emoções e inseguranças que acercam os mesmos. O fundador tem receio que a próxima geração que assumir a direção extinga o patrimônio alcançado. O processo sucessório (Tondo, 2008, p. 75). Devem-se ser atribuídos pequenos processos para a construção da noção de negócios para quando estiverem na gestão da empresa possam tomar decisões assertivas. A sucessão familiar deve ser exposta como uma idealização de um projeto que requer aprendizado constante. A mesma é esperada pelos filhos, mas nem todos poderão ser sucessores. A sucessão é um direito legítimo, mas nem todos poderão se tornar sucessores, mas todos deverão ter seu percentual em forma de herança. No momento da escolha do sucessor deve-se levar em conta o planejamento de carreira caracterizada como o desenvolvimento do indivíduo como profissional. O elemento familiar deverá estar preparado para trabalhar e introduzir conhecimentos e desenvolver métodos para a melhoria da empresa. Indiferente de como for a escolha do sucessor o mesmo deverá ter maturidade para entender que irá iniciar o conhecimento pelos processos mais simples com a finalidade de compreender as etapas que ajudam nas decisões quando estiver no controle da empresa.
As empresas familiares podem tomar dois rumos, podem possuir na gestão membros da família ou admitir membros não familiares. Existem a possibilidade da integração das duas opções, mesclar membros familiares com não familiares. A importância da sucessão famíliar na questão da retenção de informações e despreparação do sucessor e que as empresas que podem vir a aparecer, como a morte repentina do fundador.
Há também a decisão da venda, quando não há sucessores ou os sucessores assumem trilhar por outras carreiras e não se interessam pelo negócio familiar.
A sucessão deve ser trabalhada sempre com antecipação para que o processo sucessório obtenha sucesso.
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