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Inteligência Artificial para o Setor de Transporte Rodoviário de Cargas

A aplicação da Inteligência Artificial possibilita inúmeras soluções para os problemas encontrados no dia a dia em todo o setor de Transporte de Cargas.

O objetivo da Inteligência Artificial é a criação de tecnologia que possam simular/emular o comportamento humano e raciocinar de maneira lógica para auxiliar em diferentes aspectos, gerando ganhos em produtividade e economia, com isso, permitir uma análise mais avançada através de dados armazenados e compartilhados sobre situações que podem passar despercebidos por um colaborador (mesmo com muita experiência), fazendo com que a resposta à um possível problema indesejável seja identificado antes mesmo dele acontecer.

São diversas situações que já são atendidas por algoritmos de Inteligência Artificial, utilizando-se de dados complexos e de grande escala, gerando respostas e modelos de maneira rápida e automatizadas, trazendo para o setor resultados com mais precisão e agilidade.

Um bom exemplo para ser discutido são as vantagens que podemos absorver na gestão das manutenções, gestão de frota e até mesmo no comercial. Cruzando informações de modelos de caminhões, rotas, peso, dirigibilidade, histórico de manutenção, seremos mais assertivos através de uma atuação que antecipa em uma determinada quilometragem do veículo a manutenção de uma peça através de histórico, antevendo um problema mecânico na estrada (indesejável), realizando uma preventiva nesse item e evitando uma parada inesperada e atrasos na entrega. E por que não pensar na indicação de modelos de pneu, óleos e outros itens mais adequados à realidade daquela determinada operação?

Ainda, podemos através de dados obtidos entre telemetria (muito presente nos veículos mais modernos), câmeras de fadiga, rotas e horários, fazer com que houvesse uma atuação no veículo gradativamente para que o condutor parasse o veículo em local seguro e consequentemente evitar um acidente de maiores proporções (em implantação).

Já na gestão da frota, indicar qual tipo de veículo mais adequado para determinada rota/destino observando o histórico de carga retorno disponível naquela região, visando a economia de diesel gerando maior rentabilidade àquela viagem.

Possuir dados de carregamentos e descarregamento e entregar ao embarcador informações sobre a baixa compra de seus clientes, poderá ser um aliado do time comercial, bem como, ter informações sobre tempos e ocorrências nessas condições para auxiliar a precificação do frete ou ajuste de operação.

Com base nas inúmeras vantagens que a Inteligência Artificial pode trazer para o setor, podemos afirmar que sua aplicação se torna cada vez mais necessária para a automação, gestão e tomada de decisões.

Referências:

Inteligência artificial no transporte: saiba as principais tendências. Disponível em: https://tl.trimble.com/blog/inteligencia-artificial-transporte/. Acesso em 14 ago 2023.

Aplicações da inteligência artificial no transporte. Disponível em: https://blog.praxio.com.br/aplicacoes-da-inteligencia-artificial-no-transporte/. Acesso em 14 ago 2023.

A era da Inteligência Artificial no Transporte Logístico: O atendimento humano ainda é indispensável?. Disponível em: https://mxlog.com.br/inteligencia-artificial-no-transporte-logistico/ Acesso em 15 ago 2023.

Por: Franklin Pscheidt – COMJOVEM Joinville

Fontes Renováveis no Futuro do TRC

As atividades humanas foram capazes de transformar e dominar o planeta. Através dos recursos disponíveis, a humanidade pôde garantir sua sobrevivência, satisfazer suas necessidades, desenvolver uma industrialização, conectar coisas e pessoas, de um lado ao outro do mundo. Numa população de 8 bilhões de pessoas, os recursos energéticos garantem a ordem e a globalização, ao passo em que o aprovisionamento energético mundial geram conflitos entre nações, o mercado e a economia disparam em preços recordes demonstrando a preocupação com a escassez de energia.

À medida que a conscientização sobre a importância da sustentabilidade cresce, surge uma oportunidade crucial para explorar e incorporar fontes de energia renováveis. E o setor de Transporte de Cargas (TRC) é um dos principais contribuintes para as emissões de gases de efeito estufa, uma vez que desempenha um papel essencial na economia global, movimentando mercadorias de maneira eficiente.

As fontes de energia renovável são inesgotáveis, já que se renovam constantemente ao serem usadas. Entre as principais fontes renováveis estão a energia hídrica (dos rios), solar (do sol), eólica (do vento), biomassa (da matéria orgânica), geotérmica (do interior da Terra) e oceânica (das marés e ondas). A aplicação dessas fontes no TRC pode revolucionar o setor, tornando-o mais sustentável e reduzindo as emissões de carbono. Veículos de carga atualmente consomem cerca de 25% da energia usada por todos os meios de transporte, sendo que 95% dessa energia ainda vêm de combustíveis fósseis. Porém, se considerarmos que, no Brasil, 83% da matriz elétrica é originada de fontes renováveis (como hidrelétrica, eólica, biomassa e solar), a opção por veículos de carga movidos a fontes renováveis faz ainda mais sentido a médio e longo prazo.

Uma maior compreensão e disseminação do conhecimento sobre as fontes renováveis são fundamentais para impulsionar sua adoção no TRC. À medida que as gestões atuais se familiarizam com essas tecnologias e sua aplicação no setor, podem identificar oportunidades de integração mais eficazes. A educação e a capacitação desempenham um papel crucial nesse processo, capacitando futuras lideranças a liderar a transição para fontes de energia mais limpas. O Programa DESPOLUIR é um grande exemplo de ação promovida pelo setor. Representada pela CNT em parceria com o SEST SENAT, o programa visa ampliar e promover a performance ambiental do transportador através de avaliações veiculares, educação ambiental, participação em fóruns, premiação de empresas, entre outros.

O TRC pode utilizar fontes renováveis de diversas maneiras. A energia solar pode ser empregada para alimentar sistemas auxiliares em caminhões, como refrigeração e iluminação. Os veículos elétricos movidos a baterias de íon de lítio estão ganhando terreno, eliminando as emissões de escapamento e contribuindo para a redução de custos operacionais. Além disso, biocombustíveis, como o biodiesel, podem ser obtidos a partir de fontes renováveis, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis.

Vários casos de sucesso já demonstram o potencial das fontes renováveis no TRC. Empresas líderes estão investindo em frotas de caminhões elétricos movidos a baterias, reduzindo significativamente sua pegada de carbono. Além disso, a integração de painéis solares em centros de distribuição e terminais de carga está fornecendo energia limpa para operações logísticas.

A pegada de carbono no transporte de cargas é uma preocupação crítica que demanda soluções sustentáveis. As emissões de gases de efeito estufa (GEE) provenientes do setor de transporte, em grande parte alimentadas por combustíveis fósseis, contribuem significativamente para as mudanças climáticas. No entanto, a relação entre o transporte de cargas e as energias renováveis oferece uma perspectiva promissora para mitigar esse problema. Ao adotar fontes de energia renovável, como a energia solar, eólica e elétrica, o setor de transporte de cargas pode reduzir drasticamente suas emissões de GEE. A transição para veículos movidos a energia elétrica ou híbrida, alimentados por fontes renováveis, representa uma abordagem eficaz para combater o esgotamento dos recursos naturais não renováveis e ao mesmo tempo promover a sustentabilidade ambiental no TRC.

Embora o futuro seja promissor, existem desafios significativos a serem superados, principalmente no que diz respeito aos custos e investimentos necessários para as adequações. A infraestrutura de recarga para veículos elétricos ainda precisa ser expandida e aprimorada, demandando investimentos consideráveis em estações de carregamento e infraestrutura elétrica. Além disso, a aquisição inicial de veículos elétricos pode ser dispendiosa, envolvendo um custo inicial maior em comparação com veículos convencionais movidos a combustíveis fósseis. A gestão eficiente das baterias, incluindo sua durabilidade e ciclo de vida, também requer investimentos em tecnologias avançadas. A logística de abastecimento, garantindo a disponibilidade de pontos de recarga e a sincronização das operações, representa outro desafio custoso a ser enfrentado pelo setor de transporte de cargas na transição para fontes de energia renovável.

O TRC tem potencial para liderar na adoção de energias renováveis, destacando-se como exemplo para outras indústrias e desempenhando um papel crucial na preservação do meio ambiente. A Comjovem, parceira do TRC, desempenha um papel fundamental ao promover a conscientização ambiental e impulsionar o desenvolvimento sustentável do setor por meio de ideias inovadoras e colaboração entre seus líderes, preparando as empresas do segmento para um futuro mais limpo, eficiente e competitivo.

Referências:

Caminho mais sustentável: veículos elétricos e movidos a gás ganham as estradas brasileiras. Disponível em: <https://www.poder360.com.br/conteudo-patrocinado/caminho-mais- sustentavel-veiculos-eletricos-e-movidos-a-gas-ganham-as-estradas-brasileiras/>. Acesso em 08 set. 2023.

DESPOLUIR – Apresentação institucional. Disponível em:

<https://cmsdespoluir.cnt.org.br/SiteAssets/lists/Contedo%20das%20Pginas/AllItems/Apresenta%C3

%A7%C3%A3o%20Institucional%20do%20Despoluir_OLD.pdf>. Acesso em 08 set. 2023.

Fontes alternativas de energia é tema do 2º Fórum de Inovação do Transporte. Disponível em:

<https://www.portalntc.org.br/fontes-alternativas-de-energia-e-tema-do-2o-forum-de-inovacao-do- transporte/>. Acesso em 08 set. 2023.

Programa Despoluir e ações do Sistema CNT na busca pela sustentabilidade no transporte. Disponível em: <https://www.cnt.org.br/agencia-cnt/programa-despoluir-e-aes-do-sistema-cnt-na-busca-pela- sustentabilidade-no-transporte>. Acesso em 08 set. 2023.

Por: Aline Bublitz Felix – COMJOVEM Joinville

Metodologias Ágeis aplicadas no TRC

As metodologias ágeis consistem em ciclos de desenvolvimento curtos, transformando grandes projetos em pequenos sprints de produção e controlando melhor o resultado final. Os métodos ágeis, ou “Agile”, surgiram na área de TI no contexto de desenvolvimento de produtos e softwares, substituindo o modelo anterior de modelo “cascata”, também conhecido como modelo pesado.

Os métodos ágeis são uma alternativa à gestão tradicional de projetos, com foco em satisfazer os clientes conforme as necessidades. Nesse modelo, são incentivados o trabalho em equipe, a auto-organização, a comunicação frequente, o foco no cliente e a entrega de valor. A partir da aplicação deste processo, é possível entregar ao cliente a oportunidade de avaliar os resultados do trabalho previamente, aumentando assim a sinergia entre a empresa, o cliente e o projeto.

Em 2001 foi publicado o Manifesto Ágil que trouxe alguns princípios e valores que servem como base para o desenvolvimento ágil de software. Assim, de forma simplificada, estes valores pregam: “Indivíduos e interações acima de processos e ferramentas; Software funcional acima de documentação compreensiva; Colaboração do cliente acima de negociação do contrato; Responder a mudanças acima de seguir um plano fixo”.

Mais de 20 anos após o surgimento deste conceito nas áreas relacionadas à tecnologia e o Manifesto Ágil ainda é novidade para muitos, não apenas nos conceitos teóricos e seus valores, mas na aplicação prática dentro das organizações. Entretanto, nos últimos anos estes modelos têm ganhado espaço em diversos outros setores, bem como no segmento de transporte de cargas.

Os benefícios dos métodos são diversos, como aumento significativo na produtividade, qualidade do produto, maior engajamento dos colaboradores com o projeto, redução de problemas e falhas, e sem contar com aumento na satisfação do cliente.

Dentre os principais métodos ágeis que podem ser implantados nas empresas são: Scrum, Kanban e Lean.

Scrum

O Scrum começa com um Dono de Produto, encarregado de fazer o Backlog: uma lista de tarefas e das exigências do produto final. Em seguida vem o “Sprint”, um período de tempo pré-determinado dentro do qual a equipe completa conjuntos de tarefas do Backlog. Cada Sprint termina com uma revisão, em que a equipe analisa o trabalho e discute formas de melhorar o processo.

Kanban

Modelo adaptado de um sistema de trabalho criado nos anos 60 pela empresa Toyota, que sinalizava as etapas dos processos de fabricação e previa gargalos na produção. A partir de uma representação visual, um quadro branco era dividido em três colunas: “para fazer”, “fazendo” e “feito”. Cada tarefa anotada em um post-it e deve ser movida entre as colunas, conforme o seu andamento.

Lean

O conceito de Lean (enxuto) envolve a identificação e eliminação sistemática de desperdícios, em que apenas os recursos necessários são utilizados para a realização de um processo.

O Transporte Rodoviário de Cargas

O desafio diário no segmento de TRC no Brasil é algo muito debatido. Em uma empresa, problemas e soluções passam por seus corredores e instigam os gestores e equipes a uma solução e entrega eficiente e eficaz aos seus clientes.

Após um período de pandemia, vivido entre 2020 e 2022, as transportadoras representavam um ramo de atividade classificada como essencial, vez que seu trabalho era necessário para abastecer toda cadeia que dependiam dos seus serviços para continuar atendendo, além da própria população.

A tecnologia passou a ser a palavra da vez no TRC. A implementação da cultura digital trouxe o conceito de digitalização de processos, para ampliar a qualidade e entrega ao cliente. Além disso, conceitos entraram no radar de tendências logísticas, como Internet das Coisas, Robotização e Automação, Inteligência Artificial, Big Data Analytics, Veículos Autônomos, Realidade Aumentada, entre outros.

Assim, temos um grande exemplo do conceito de mundo BANI (rittle, Anxious, Nonlinear, and Incomprehensible ou em português FANI, Frágil, Ansioso, Não linear e Incompreensível). Esse momento fez acelerar a transformação digital em muitas empresas, além de fazer com que esse acrônimo tenha ainda mais sentido.

Assim, os métodos ágeis servem como uma solução que trará benefícios não apenas para as empresas, como também para seus clientes. Não existe a “melhor metodologia”, mas um modelo mais adequado dentro do contexto do seu negócio ou projeto.

Referências:

BARROS, Leonardo. Conheça 3 metodologias ágeis para aplicar no trabalho remoto. Disponível em: https://tangerino.com.br/blog/metodologias-ageis/. Acesso em: 23 set. 2022.

Manifesto para Desenvolvimento Ágil de Software. Acesso em: 25 set. 2022.

Métodos ágeis: o que são e como impactam o seu negócio? Acesso em: 25 set. 2022.

Mundo BANI: Conheça o conceito e esteja preparo para ele. Disponível em: . Acesso em: 25 set. 2022.

Por: Aline Bublitz Felix – COMJOVEM Joinville

A Exposição Não Intencional de Dados e a Cultura de Proteção Nas Empresas

Você já deve estar ouvindo muito falarem sobre privacidade e tratamento de dados, políticas de privacidade, LGPD, e outros termos voltamos a segurança sobre as informações e privacidade de dados pessoais.

Apesar do tema estar em alta, ele não é novo, já que a primeira lei que versou sobre este tema foi em 1970, na Alemanha. Desde então, ela sofreu várias mudanças e adaptações, uma vez que o avanço tecnológico está diretamente relacionado com o tratamento de dados pessoais, permitindo também a criação de novos modelos de negócios, assim como o aperfeiçoamento de políticas públicas.

A União Europeia foi precursora no tema e expandiu sua discussão, até que em 2012 publicou a GDPR (General Data Protection Regulation), ou o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados, que inspirou o Brasil na promulgação da Lei nº 13.709, seis anos mais tarde. A legislação até hoje ainda gera dúvidas e passou a ser o foco das atenções uma vez que a ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados), órgão fiscalizador e regulamentador criado pelo Governo Federal para garantir o cumprimento da LGPD, poderá notificar e multar as empresas a partir de 1º de agosto de 2021.

A partir da definição de dados sensíveis, surge a seguinte questão: mas e o que acontece quando a informação de dados confidenciais e sensíveis são acessadas por terceiro não autorizado?

Esse tipo de violação, que ultimamente temos visto muito nas mídias, é conhecido como data breach ou data leak, que é a liberação intencional ou não intencional de informações seguras ou privadas e confidenciais para um ambiente não confiável. Outros termos para esse fenômeno incluem divulgação não intencional de informações, vazamento de informações e também vazamento de dados. Esse vazamento ocorre quando dados confidenciais são acidentalmente expostos fisicamente, na Internet ou de qualquer outra forma, incluindo discos rígidos ou laptops perdidos. Isso significa que um criminoso cibernético pode obter acesso não autorizado aos dados confidenciais sem esforço.

É importante ressaltar que existem diferenças entre os termos “violação de dados” e “vazamento de dados”, pois sua distinção está na forma da exposição de dados: uma “violação de dados” ou data breach, ocorre quando um ataque bem-sucedido é capaz de proteger informações confidenciais, já um “vazamento de dados” ou data leak, não requer um ataque cibernético e geralmente decorre de práticas inadequadas de segurança de dados ou ação acidental ou inação de um indivíduo.

A partir do momento que um cibercriminoso identifica um vazamento de dados, os dados divulgados podem ser usados para criar um planejamento para um ataque cibernético bem-sucedido. Portanto, ao identificar e reparar vazamentos de dados antes de serem descobertos, o risco de violações de dados é significativamente reduzido. Além disso, quanto maior a empresa, maior o interesse por informações sigilosas e estratégicas de empresas.

Então o data leak é uma exposição indevida do dado, em ambiente não seguro, intencional ou não, que pode criar vulnerabilidades e até impactos e incidentes com dados. Uma das mais graves consequências é potencializar, ou facilitar, um cyber attack.

A privacidade de dados e a sua efetiva proteção então foi o tema mais abordado pelas empresas que buscam entender a legislação e aplicá-la e seus ambientes laborais. Entretanto, a proteção de dados não se resume ao aspecto legislativo, já que a sociedade precisa da compreensão de uma nova cultura e conscientização.

Por isso, a partir das diretrizes da LGPD, as empresas precisam orientar os seus colaboradores sobre as novas regras que impactam diretamente a função que eles exercem e criar políticas de governança corporativa que visem estabelecer procedimentos que facilitem e viabilizem o cumprimento da legislação.

Dentre essas ações de boas práticas, destaca-se o mapeamento de dados, que além de ser um procedimento exigido pela própria legislação, também é um documento que dará um panorama geral de como a empresa realiza o tratamento de dados, e a análise de riscos, que identifica e minimiza eventuais situações que coloquem a organização e tratá-las de forma eficaz, rápida e adequada.

Referências:

CANDIDO, J. P. S.; ARAÚJO, T. F.; RIBEIRO, W. A. C.; Histórico da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Disponível em: <https://advocatta.org/historico-da-lei-geral-de-protecao-de-dados-lgpd/> Acesso em 24 set. 2021.

COELHO, André M. O que é um vazamento de dados? Disponível em: <https://www.palpitedigital.com/que-e-vazamento-dados/> Acesso em 24 set. 2021.

SERPRO. Quem vai regular a LGPD? Disponível em: <https://www.serpro.gov.br/lgpd/governo/quem-vai-regular-e-fiscalizar-lgpd>. Acesso em 24 set. 2021.

Por: Aline Bublitz Felix – COMJOVEM Joinville

Perfil Atual do Caminhoneiro

Caminhoneiro, profissão que iniciou final no século XX no nosso país com a chegada dos primeiros automóveis e consequentemente caminhões. As estradas eram muito precárias, cheias de buraco e lama, e não havia locais para descanso e nem alimentação. As rodovias começaram a ser pavimentadas apenas em 1940. A profissão ganhou força na época da ditadura militar, onde esses profissionais estavam relacionados ao progresso do país, pois já nessa época o transporte correspondia a 60% do transporte de mercadorias de todo país. Apesar disso havia muita informalidade na profissão, não garantindo a segurança desses profissionais. E infelizmente essa valorização foi apenas temporária.

Atualmente a profissão tem várias leis que regulamentam suas atividades, e a mais recente é a lei 13.103 que trouxe mais segurança ao motorista. A obrigatoriedade do exame toxicológico que para muitos seria uma ameaça, um “custo”, hoje já faz parte do dia a dia das empresas e dos profissionais, beneficiando a todos, inclusive a sociedade com a direção dos caminhões mais consciente e com menos riscos. Hoje o e-social, plataforma que o governo federal criou para lançamento e integração de informações das pessoas registradas em regime CLT, traz a transparência da inter e intrajornada dos motoristas, obrigando as empresas a respeitarem as paradas para descanso e alimentação.

Hoje, conforme pesquisa CNT, existem em torno de 1066 caminhoneiros no Brasil. Esse profissional tem uma média de tempo de atuação na área de 18,8 anos, e tem uma média de 44,8 anos de idade. Nesta mesma pesquisa, os caminhoneiros relatam como aspectos negativos da profissão: perigo e insegurança, desgaste e pouco convívio familiar. 50% acreditam que ganham pouco, 20% criticaram a infraestrutura e 15% a pouca qualificação disponível. Outros aspectos citados, são o aumento do diesel, frete defasado, alto custo de manutenção, o não repasse integral o valor das diárias e a desvalorização. Mas também existem os positivos como conhecer novas cidades ou países; conhecer pessoas; ter horário flexível; com a tecnologia dirigir veículos automáticos, cansando menos do que ficar na direção de veículos manuais. Esses caminhoneiros dirigem em média 8500 quilômetros por mês, durante um tempo médio de 11,5 horas dia, com uma renda média mensal líquida de R$ 4.600,00.

Alterações como feitas no porto de Suape, Recife, é que aumentam a satisfação do caminhoneiro atualmente:

Os pátios oferecem áreas de conveniência e serviços, tais como sala de descanso, banheiros, vestuários, restaurantes, unidades de primeiros socorros, oficina e borracharia, dentre outros, facilitando a rotina do caminhoneiro durante a espera”, ressalta Barros. […] Numa visão geral, foi perguntado aos caminhoneiros o que eles achavam da infraestrutura e instalações ofertadas pelas empresas e a média de satisfação para os três pátios foi de 94,3%.

Além disso, agora com os pátios mais organizados, e calçados, os caminhoneiros podem realizar agendamento, não necessitando mais ficar 12 horas esperando para realizar a operação.

Hoje a classe profissional do caminhoneiro, quer ter mais conforto, segurança, acesso a alimentação e higiene de qualidade, alinhado a uma tecnologia que faz com que se comuniquem com facilidade com suas famílias e tenham agilidade nas operações que realizam, diminuindo o tempo longe de seus entes queridos. Querem o direito de uma tabela mínima de frete, em casos de autônomos, cobrindo seus gastos com manutenção e depreciação do veículo, além de terem condições mínimas para ajudarem com as despesas de casa. E quem não almeja isso né?  Trabalhamos ter um crescimento pessoal e profissional, amando e tendo prazer no que fazemos.

Referências Bibliográficas

BARROS, Luiz Alberto. Pesquisa avalia satisfação de caminhoneiros com pátios de triagem no Porto de Suape. Disponível em <http://www.suape.pe.gov.br/pt/noticias/1539-pesquisa-avalia-satisfacao-de-caminhoneiros-com-patios-de-triagem-no-porto-de-suape>. Acessado em 26/09 as 13:44 hrs.

CARGON, Denis. Histórias dos caminhoneiros no Brasil: você conhece. Disponível em <https://cargon.com.br/historia-dos-caminhoneiros-no-brasil-voce-conhece/> Acessado em 16/08 as 19:13 hrs.

ROUSSEF, Dilma. Lei no 13.103de 02 de março de 2015. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13103.htm> Acessado em 17/08 as 16:41 hrs.

SILVA, Daniela Giopato. Qual perfil do caminhoneiro hoje. Disponível em <https://www.ocarreteiro.com.br/qual-o-perfil-do-caminhoneiro-hoje/> Acessado em 28/07 as 17:34 hrs.

Pesquisa avalia satisfação de caminhoneiros com pátios de triagem no Porto de Suape. http://www.suape.pe.gov.br/pt/noticias/1539-pesquisa-avalia-satisfacao-de-caminhoneiros-com-patios-de-triagem-no-porto-de-suape

Por: Daniela Rabaiolli – COMJOVEM Joinville

A Falta de Motorista e Reflexões

A falta de motorista profissional no mercado de trabalho é um assunto que exige um olhar mais atento da sociedade, principalmente das transportadoras, embarcadores, governo e entidades relacionadas. Assim como já acontece na Europa e Estados Unidos, esta preocupação assola o Brasil, ainda mais quando o modal é o principal utilizado no país.

A quantidade de motoristas categoria C caiu drasticamente entre 2015 e 2020. As informações foram divulgadas pelo IPTC – Instituto Paulista do Transporte de Carga, em parceria com o SETCESP – Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e São Paulo e Região1.

A redução foi de 5,9% ao ano no número de motoristas com CNH C desde 2015, com queda mais acentuada em 2017 e 2018, quando caiu 8,9%. Isso implica em um número superior a 1 milhão de motoristas.

Além do setor estar sofrendo com a falta deste profissional, o turnover tem chamado atenção e demandando providências. O motivo desta grande rotatividade vai muito além do reconhecimento financeiro. Ele é importante, porém proporcionar um bom ambiente de trabalho, oferecendo qualificações, respeitando os direitos e valorização dos motoristas são pilares fundamentais para a retenção deste profissional.

Não há dúvidas sobre a importância dessa classe para toda população e economia do país, mas as vezes é necessário relembrar o que foi visualizado de forma clara na Greve de Caminhoneiros em 2018 que durou 10 dias. Com caminhões parados, bloqueando parcialmente as rodovias, combustíveis deixaram de ser entregues em diversos postos e outras atividades que esperavam matérias-primas e produtos essenciais, como alimentos, também acabaram desabastecidos. No oitavo dia da greve, 90% dos postos de combustíveis estavam sem estoque2.

Não há como negar que de fato que várias melhorias foram e vem sendo implementadas, como a Lei do Motorista (Lei 13.103/15) que protege o motorista de jornadas exaustivas; a evolução dos veículos de carga, que equipados com cama, cozinha, ar-condicionado, câmbio automático e tecnologias embarcadas, oferecem muito mais conforto, comodidade e segurança que os caminhões de anos atrás; a disponibilidade de treinamento e cursos, tais como do SEST SENAT que disponibiliza uma vasta opção de cursos de qualificação presencial e/ou à distância para atualização profissional como para a comunidade de quem busca iniciar esta profissão ou um motorista desempregado que deseja se atualizar também poderão participar. No entanto, é de suma importância o despertar na sociedade da conscientização de quanto ao longo dos anos o transporte e consequentemente a profissão de motorista evoluiu.

Em uma pesquisa realizada com cerca de 50 motoristas em três transportadoras da região de Joinville/SC, foi levantado que a falta de reconhecimento/respeito com a profissão e a falta ou precariedade nos pontos de parada eram os principais motivos que eles não indicariam um filho ou parente próximo para a profissão de motorista. Ademais, a dificuldade de iniciar a profissão sem experiência, a insegurança nas estradas e o longo período longe da família são outros fatores negativos da profissão pontuados pelos entrevistados.

A partir disso, faz-se a seguinte reflexão: O que podemos e devemos fazer para que esta percepção seja mudada?

Nesta mesma pesquisa, verificou-se que muitos motoristas iniciaram a carreira tendo o pai como modelo, um exemplo vivido em casa, numa época em que ser caminhoneiro era símbolo de valorização.

Fundado nesta opinião, surgiu a ideia de desenvolver um projeto de incentivo a profissionalização do jovem que quer uma oportunidade de motorista, criando oportunidades nas transportadoras através de um programa de inserção do jovem que já trabalha como ajudante por exemplo ou um filho de um motorista que almeja este crescimento profissional.

Atualmente temos programas de menor aprendiz e trainees que são de grande valia para inserção do jovem no mercado de trabalho. E porque não nos inspirarmos nestas iniciativas para trazer e capacitar os jovens para a profissão de motorista?

Segundo pesquisa de 2019 da CNT3 a idade média dos motoristas é de 44,8 anos. Criando estas oportunidades acima citadas para os jovens sem experiência e os qualificando, aumentaríamos quantitativamente e qualitativamente esse profissional tão cobiçado no ramo de transporte além de reduzir a idade média destes profissionais.

Em virtude dos fatos apresentados vale a reflexão de formas para recrutar, qualificar e reter esse profissional tão valioso para nossa sociedade. Além disto, criar uma conscientização geral da valorização desta profissão essencial tão importante para todos nós.

 1 ZINGLER, Fernando M. A falta de motoristas para as empresas do TRC. Acesso em: 28 mar. 2021. Disponível em: <https://setcesp.org.br/wp-content/uploads/2020/09/Falta-de-motoristas-na-base-do-SETCESP-1.pdf>.

2 GREVE dos caminhoneiros: a cronologia dos 10 dias que pararam o Brasil. Acesso em: 28 mar. 2021. Disponível em: <https://economia.uol.com.br/noticias/bbc/2018/05/30/greve-dos-caminhoneiros-a-cronologia-dos-10-dias-que-pararam-o-brasil.htm?cmpid=copiaecola&cmpid=copiaecola>.  

3 AGÊNCIA CNT Transporte Atual. Conheça o perfil dos caminhoneiros do Brasil. Acesso em 28 mar. 2021. Disponível em: < https://www.cnt.org.br/agencia-cnt/pesquisa-cnt-perfil-caminhoneiros-brasil-2019>.  

Por: COMJOVEM Joinville