por comjovem | out 1, 2019 | Artigos, Núcleo Joinville
Era então julho de 2017 e a Petrobrás anunciava que estava alterando a POLíTICA de preços. Naquele ano entrava em vigor uma nova forma de cálculo de seus produtos. Na época o discurso da empresa era, “os ajustes nos preços poderão ser feitos a qualquer momento, inclusive diariamente”. Começava ali o maior caos dos últimos anos para transportadores e para os revendedores de combustíveis. No quesito reajuste de combustíveis, foram momentos clássicos de incertezas, momentos de negociações instáveis, quando se estabelecia um preço pela manhã e a tarde você recebia a informação que teria um reajuste no próximo dia. Outras vezes em reuniões de trabalho o link via mensagem de WhatshApp levava para o site da Petrobrás, e aquela informação poderia virar uma grande piada ou um momento de muito desconforto.
Para o transportador ter o preço de seu principal insumo reajustado todos diariamente virou um terror, pois seus clientes não “entendiam” o motivo e não aceitavam realizar reajustes em suas tabelas. A concorrência muitas vezes predatória se favorecia do momento e realizava ataques a seus clientes. Do outro lado da moeda os proprietários de postos não sabiam como agir, pois as distribuidoras repassavam os custos de forma instantânea, e o posto por sua vez precisava rever as planilhas de custos.
Pouco mais de 2 anos se passaram a Petrobrás já reviu sua maneira de aplicar os reajustes mais algumas vezes, porém o problema é o mesmo. Difícil dizer se está pior ou melhor que há dois anos, pois, por mais que você tivesse reajuste diários você tinha como acompanhar esses aumentos, pois na página da própria Petrobrás era possível encontrar o histórico dos reajustes. Essa “clareza” nos reajustes foi ficando para trás e aos poucos passaram a divulgar de maneiras diferentes até chegar ao modelo de mostrar o preço por base de carregamento, porém sem histórico e a pouquíssimo tempo passaram a divulgar por base e com histórico.
Hoje, o problema está na divulgação, a população sabe sobre os reajustes por meio das notícias em TV, rádio ou jornal, mas dificilmente essa informação chega em grande escala. Costumo dizer que quando o William Bonner não anuncia no Jornal Nacional o aumento, ninguém fica sabendo.
A dor de cabeça para os dois lados da moeda é a mesma há dois anos, pois não é possível você rever suas planilhas e reajustas seus custos. Do dia 01 de agosto de 2019 a 19 de setembro de 2019 o Diesel teve um reajuste de R$ 0,19 considerando o reajuste da Base de Itajaí-SC, parece pouco mais não é, pois o diesel representa cerca de 50% dos insumos de um caminhão. Isso que dizer que a cada 10.000 litros de diesel o transportador teve um aumento em seus custos de R$ 1.900,00. Se perguntarmos a qualquer transportador se conseguiu repassar esse custo a seu frete a resposta será negativa em sua maioria, pois não é possível, muitos trabalham com tabelas fechadas e fixadas por períodos em que os clientes dizem se estar com os seus custos provisionados, não sendo possível fazer o repasse, assim sendo o transportador acaba por absorvendo esses custos.
Do outro lado os postos sofrem na mesma proporção, pois como o transportador na maioria das vezes não consegue repassar os custos, ele acaba indo para o seu fornecedor (postos) para reduzir seus preços e muitas vezes os postos para não perderem seus clientes para a concorrência acabam também absorvendo parte dos reajustes.
Ou seja, na cadeia de reajustes que vem desde a Petrobrás passando pelas distribuidoras, postos e consumidores, quem acaba pagando a conta são os postos e transportadores. Desde o pequeno transportador como a grande empresa de transportes, tudo nas suas devidas proporções e essa conta que estamos pagando é
resultado da maneira incompetente que a “nossa” Petrobrás foi administrada por anos. Onde o interesse pelo poder estava a frente dos reais interesses que se deveria ter em uma empresa deste porte, e esses interesses escusos fizeram chegar a esses patamares absurdos de preços dos combustíveis.
Então a pergunta que pode ser feita é: “A Petrobrás está correta em fazer os reajustes da forma que está fazendo, pois pelo contrário teremos um conta muito mais alta para pagar?”
Até digo que sim, pois a empresa aparenta estar sendo administrada, porém o governo não deve existir para administrar empresas, por isso o grande efeito para os dois lados na moeda acontecerá o dia que houver a quebra do monopólio e a abertura desse mercado. Assim empresas nacionais e estrangeiras irão realizar investimentos e promover a livre concorrência que hoje não existe, pois existe o monopólio e é da Petrobras. Hoje somente quem sabe o que é concorrência são os postos e transportadores, então está na hora da livre concorrência no setor de combustíveis realmente existir em toda sua cadeia desde as refinarias até os postos. Estamos cansados de pagar uma conta cara, está na hora do governo deixar para quem sabe administrar empresas fazer esse papel, os empresários.
Responsável: Jefferson Davi de Espindula
por comjovem | out 1, 2019 | Artigos, Núcleo Joinville
Os caminhões de hoje estão muito avançados, a tecnologias embarcada nos surpreende, sim já temos caminhões autônomos em teste rodando pelo mundo a fora, talvez pela infraestrutura de nossas rodovias demore um pouquinho, mas já está batendo a nossa porta. Eu posso dizer que a evolução do caminhão é gigantesca, pois tive o prazer de acompanhar isso na prática, viajei por 10 anos com um caminhão de fabricação do ano de 1970, que não tinha direção hidráulica, ar condicionado, cabine leito, espaço interno, muito menos câmbio automático, nem freio estacionário, usava o famoso calço de madeira, e se eu for mencionar tudo que esse caminhão não tinha vamos ter uma grande lista.
Hoje o caminhão tem computador de bordo, direções elétricas ou hidráulicas, câmbio e piloto automático, ar condicionado, vidros e retrovisores elétricos, porta objetos, cabines leitos com cama, espaço para o motorista ficar de pé no seu interior, faróis inteligentes, regulagem de freios automáticas, telemetria que geram relatórios para os gestores analisar o modo de condução do motorista, e para que ele conduza esse caminhão da melhor maneira possível com segurança e maior produtividade.
Diante dessa tecnologia embarcada nos caminhões, vejo empresários investirem milhões na renovação de suas frotas, o valor de um conjunto rodo-trem pode chegar próximo de um milhão de reais dependendo do modelo do cavalo mecânico e de seu implemento, mas será que essa empresa vai investir 1% do valor dessa máquina no ser humano que vai opera-la? Conversando com alguns empresários tive a percepção que na visão deles, basta investir em um caminhão com alta tecnologia embarcada e tudo está resolvido, o ser humano é visto como um objeto. Por mais que a máquina evoluiu, nós ainda precisamos muito do ser humano, pois é ele que programa essa máquina.
Nos anos 70 a máquina era o diferencial das empresas, nos anos 80 a qualidade, nos 90 os processos e certificações como a ISO, e nos anos 2000 a tecnologia da informação, mas hoje tudo isso está mais acessível a todas as empresas, máquinas, processos, certificações, tecnologia, seja por preços mais acessíveis ou por linhas de créditos. Então a empresa que tinha tudo isso a seu favor, tinha vantagens sobre o seu concorrente, mas agora todos têm, e nós vivemos em um mercado altamente competitivo, e aí ! o que podemos fazer ?
Podemos concluir que hoje a maior riqueza de uma empresa são as pessoas, na atualidade o diferencial de uma empresa é o capital humano, não precisamos somente de mão de obras, mas sim, de cérebros de obras, precisamos de pessoas comprometidas, criativas e que vestem a camisa da empresa, que trazem novas ideias e que zelam pelo patrimônio dessa organização. A empresa que souber investir em seus colaboradores com cursos treinamentos de aperfeiçoamentos, investir no bem-estar do seu funcionário e de seus familiares, entender que a vida do funcionário não começa quando ele chega na empresa e termina quando ele sai no portão, oferecer bonificações por metas, criar programas que valorize pela meritocracia, oferecer planos de saúde e uma remuneração de acordo, para que ele se sinta valorizado e retribuir com um bom trabalho. A empresa que colocar isso na prática vai sair na frente de seus concorrentes, porque não existe máquina moderna nenhuma que produza com qualidade e rentabilidade, quando o colaborador que a opera se sente desmotivado.
Referência bibliográfica
https://trucao.com.br/8-tecnologias-para-o-futuro-dos-caminhoneiros/
Responsável: Geovani Serafim
por comjovem | out 1, 2019 | Artigos, Núcleo Joinville
Quando falamos em transporte, normalmente vem à nossa cabeça os veículos e ferramentas utilizadas na operação. Qual o melhor caminhão, a melhor carreta, combustível, sistemas de software para controle das despesas e abastecimentos, qual o melhor sistema de rastreamento, dentre tantas ferramentas que precisamos ter para oferecer um serviço de qualidade para nossos clientes e ter rentabilidade. Mas, muitas vezes, o maior desafio é a gestão da nossa equipe – em especial, nossos motoristas, que conduzem um capital valiosíssimo, a mercadoria do cliente e será a imagem da empresa perante ao cliente, já que muitas vezes fretes são fechados sem um encontro presencial entre o comprador e o vendedor.
Especialmente em rotas longas, os motoristas chegam a ficar 2 meses longe de casa e da família. E o que podemos fazer para amenizar e gerir as crises que podem acontecer durante o percurso? Muitas vezes, na rotina do dia-a-dia e na automação dos processos, nos esquecemos que não lidamos apenas com máquinas (veículos), mas também com os condutores que, além de serem peças-chaves para o funcionamento do TRC, são pessoas com famílias, problemas e sentimentos reais que devem sempre ser levados em consideração.
Apesar de contarmos com gestores preparados para lidar com situações adversas, ouvir os colaboradores, lidar com crises – inclusive familiares – para que os motoristas possam trabalhar tranquilos, sabendo que há uma rede de proteção para eles e seus entes queridos, é necessário treinar toda a equipe para que as cobranças e exigências sejam feitas dentro do limite humano, respeitando as limitações, frustrações e peculiaridades que existem no percurso do funcionário motorista, levando sempre em consideração que cada ser humano é único e não existe fórmula mágica para a gestão de pessoas. O caminho sempre será a compreensão e o respeito, com uma definição clara dos deveres e direitos de cada um para que não se confundam tais pontualidades com a mera falta de compromisso com o trabalho e a empresa.
Responsável: Bruna Elisa Costa
por comjovem | out 1, 2019 | Artigos, Núcleo Joinville
Muito se fala sobre a participação cada vez maior da mulher no mercado de trabalho, seja em funções operacionais, administrativas, executivas e também como empresárias, e o quanto a conquista desse espaço tem custado às mulheres, pois além do baixo reconhecimento (as pesquisas salarias estão aí para comprovar) após a jornada de trabalho ao chegar em casa as mulheres precisam dar continuidade às suas rotinas domésticas: atenção aos filhos (banho, comida, saúde, tarefas escolares), ao companheiro, a si própria (saúde e beleza) e muitas ainda tem que realizar boa parte das tarefas domésticas.
E a vida de uma mulher empresária do segmento de transporte não tem nada de diferente, e diria até que é bastante dura. Nosso segmento trabalha com margens extremamente apertadas e, por isso, todos os recursos da empresa precisam ser otimizados; a logística operacional (coleta, viagens, entrega) impõe uma carga de trabalho e responsabilidade onde raramente conseguimos sair da empresa às 18:00, e desligar o celular é inconcebível. E após o trabalho também temos todas aquelas rotinas domésticas que já comentei (sim, também fazemos tudo isso em casa). Lembro que a licença maternidade dos meus dois filhos foi conciliando extratos, emitindo cheques enquanto balançava o berço com uma das pernas.
Com relação à participação da mulher no nosso segmento eu percebo que ainda é muito modesta, com um crescimento lento motivado muito mais pelo processo sucessório do que pela iniciativa feminina de constituir uma empresa de transporte. Ao menos isso é o que eu percebo nas reuniões empresariais de que participo. Ou seja, o transporte ainda é um segmento predominantemente masculino.
Mas, como em qualquer período da história as mulheres sempre tiveram que lidar com várias atribuições, baixo reconhecimento e realizar múltiplas tarefas diariamente não adianta ficar de “mimimi”. Vamos fazer o que tem que ser feito e lutar para que outras colegas da nossa ou da próxima geração tenham uma vida menos árdua.
Vejo que temos muito a contribuir nesse segmento, pois além da predisposição natural para realizar processos de forma organizada, a mulher consegue realizar uma gestão mais humanizada, sem perder de vista o foco no resultado.
Sucesso, mulheres!
Responsável: Mariluce Gobbi
por comjovem | out 1, 2019 | Artigos, Núcleo Joinville
A região metropolitana de São Paulo (RMSP) também conhecida como grande São Paulo é a maior região metropolitana do Brasil, só nessa região temos 21,5 milhões de habitantes e é uma das regiões mais populosas do mundo, com uma área de 7.946 quilômetros quadrados composta por 38 municípios, mais a capital totalizando 39 municípios, esses que foram crescendo desordenadamente e se interligando uma na outra, perdendo seus limites físicos e formando uma única mancha urbana.
Diante dessa gigante região, com todo esse tamanho e população, com trânsito caótico várias medidas foram tomadas para que o transito pudesse fluir com mais facilidade, segundo a revista EXAME o tempo médio gasto no transito por dia para realizar os deslocamentos chega a 2h58 para o paulistano, totalizando um mês e meio por ano preso nos congestionamentos, e com isso essas pessoas não querem ver caminhões grandes ou carretas atrapalhando o trânsito, mas ao mesmo tempo precisa receber e expedir as suas mercadorias, abastecer os supermercados, a SEASA, Hospitais e tudo que precisa para a sobrevivência.
Fazendo entregas na grande São Paulo dos anos 2.000 a 2010, com um caminhão truck de 14 metros de comprimento de para-choque a para-choque, na região central, de favelas da zona sul, e áreas de morros e fios baixos, pude acompanhar na prática tamanha dificuldade que é de vim da região Sul do país e fazer entregas itinerantes por esses 39 municípios, e fui sentindo as dificuldades das implantações de rodízio, proibições de caminhões com a criação da zona máxima de restrições e isso tudo foi dificultando para as empresas e caminhoneiros, mas entendi que seria necessário pois se não tivesse algo desse tipo travaria a cidade.
Mas também foram surgindo grandes obras que vieram para contribuir muito, e uma delas é o Rodoanel Mario Covas, que iniciou as obras em 1998 e inaugurou o primeiro trecho em 2002, mas até hoje não foi todo concluído faltando o trecho norte para finalmente interligar todas as rodovias como Anhanguera, Bandeirantes, Castelo Branco, Raposo Tavares, Régis Bitencourt, Imigrantes, Anchieta, Airton Senna e Fernão Dias. Um sonho de todos porquê quando finalizar, caminhões grandes como truck, carreta e bitrem que utilizam as marginais para poder acessar as outras rodovias que cortam o Brasil de Norte a Sul, não precisam mais entrar na cidade de São Paulo e isso desafoga o transito, mas somente isso não é a solução, temos a área central de São Paulo com muitos comércios, exemplo é a região da 25 de março e que precisa ser abastecida, e uma lei proibia a entrada de caminhões menores permitindo somente utilitários e Vans.
Mas as instituições como SETCESP (Sindicato das empresas de transportes de cargas de São Paulo e Região) e a NTC & Logística (Associação Nacional de Transportes de cargas e Logística) sempre trabalharam muito em busca de uma solução e sempre defenderam a criação do caminhão VUC – Veiculo Urbano de Carga, que foi desenvolvido especialmente para atender as grandes regiões comerciais e demográficas devido as suas dimensões reduzidas, onde facilita a manobra e estacionamentos em vias estreitas e que levaria 5 vezes a capacidade de carga de um utilitário, e não tem o dobro do tamanho do utilitário, ou seja um ganho enorme na economia e também para o meio ambiente, uma vez que você precisaria de 5 motoristas e teria 5 motores poluindo.
Outras duas grandes conquistas das entidades foi a inclusão do VUC, nas exceções do rodízio municipal que limitam a circulação de veículos de acordo com o final da placa, liberando esse veículo para rodar o dia todo, representando uma economia de horas extras e adicionais noturnos para empresas de transportes de cargas nas folhas de pagamentos dos motoristas, e a outra grande conquista foi o aumento do comprimento do VUC que antes era de 6,30 metros para 7,30 metros aumentando a capacidade de carga, hoje como transportador meu ponto de vista é que essa segunda conquista foi importante mas poderia ter sido melhor, e as entidades e todos nós devemos lutar para que aumente mais alguns centímetros e a carroçaria do VUC passe a ter 6 metros de comprimento, uma vez que a maioria dos materiais em perfil ou barras como; AÇO, ALUMÍNIO, MADEIRAS,TUBOS, PVC entre outros são produzidos sempre com 6 metros de comprimentos como padrão da indústria, isso faz com que as transportadoras não consiga entregar seu material nas áreas restritas com o VUC, ou tendo que adaptar os caminhões e colocando essas barras por cima da cabine , diminuindo a capacidade de cubagem e a segurança desse veículo uma vez que o centro de gravidade sobe e facilita um tombamento, e isso obriga as transportadoras enviar esses produtos em caminhões tocos, que são proibidos de rodar nessa região em horários alternativos a noite ou em fins de semana, isso aumenta muito o custo da operação e causando um prejuízo enorme ao consumidor final.
Portanto acredito muito nas entidades e na força do setor para continuarmos buscando soluções em conjunto, para que todos ganham na economia, meio ambiente, com uma mobilidade urbana sustentável para não prejudicar o desenvolvimento e ao mesmo tempo estar em harmonia com pedestres, carros, caminhões sem comprometer o abastecimento.
Referências bibliográficas:
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/transportes/noticias/?p=216134
http://www.guiadotrc.com.br/noticias/noticiaID.asp?id=35091
Responsável: Geovani Serafim
por comjovem | out 1, 2019 | Artigos, Núcleo Joinville
Apesar de acharmos um absurdo o preço do pedágio no Brasil, ainda temos o valor do nosso pedágio abaixo da nossa média mundial, pagamos uma média de R$ 8,77 a cada 100 km rodados enquanto a média mundial é de R$ 9,35, isso deve-se ao fato de que temos uma moeda desvalorizada, ou seja, ganhamos menos, recebemos menos pelos nossos fretes também. Outro motivo que faz com que o valor do nosso pedágio seja mais baixo que a média mundial é o fato de que no Brasil as concessionárias recebem a rodovia pronta, enquanto no exterior o vencedor da licitação tem que fazer investimentos pesados na construção da via.
Apesar de termos um pedágio com o valor abaixo da média mundial, para nós brasileiros ainda é um valor alto comparado com a nossa renda, mas por que isso acontece? Segundo o ranking das dez estradas com pedágios mais caros do Brasil, nove foram concedidas a iniciativa privada há mais de dez anos, sendo as mais caras as rodovias em que foram concedidas nos anos 90, numa época em que o país vivia outra realidade econômica com taxa básica de juros e risco país bem mais alto, os investidores tinham que cobrar um prêmio maior para assumir o risco, os modelos de contratos eram “mal feitos” as concessionárias tinham que pagar pro governo pra assumir a concessão da rodovia, aonde todo esse custo é cobrado até hoje no valor do pedágio, sem contar que os índices de reajustes estabelecidos em contratos eram índices muito mais altos que o principal indicador de inflação ao consumidor fazendo com que ao longo dos anos o pedágio se tornasse caros.
Hoje temos atualmente o pedágio mais caro do Brasil nas rodovias Imigrantes e Anchieta, cobrando em média de R$ 33,11 a cada 100 KM, parte do alto custo se deve ao contrato em que obrigou a concessionária a fazer pesados investimentos como sua duplicação nos anos 2000, investimentos esses bem pesados devido a topografia da região, mas que por outro lado entregou uma maravilha da engenharia.
Agora nos resta saber se nessas rodovias com contratos mais antigos que tem os pedágios mais caros do Brasil quando vencerem seus contratos, as novas concessionárias manterão seus valores nas alturas ou aplicarão preços mais acessíveis como vemos atualmente nas rodovias privatizadas nos últimos 10 anos?
Responsável: Paulo Afonso Espíndola Junior