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NTC&Logística 60 anos

Tendências de ESG no transporte de cargas: Quais oportunidades o transporte rodoviário de cargas pode encontrar nas práticas de Governança Ambiental, Social e Corporativa?

O transporte tem uma grande participação na logística do Brasil e quando observamos este cenário sob perspectiva ambiental, são muitos desafios. Enquanto representa cerca de 65% do carregamento no transporte de carga nacional, o modal é acompanhado por seu grande potencial de poluição e impactos na sociedade.

Somente em 2020, o setor de transportes emitiu mais de 185 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente (que inclui dióxido de carbono e outros gases associados ao efeito estufa), de acordo com a Análise das emissões brasileiras de gases de efeito estufa, desenvolvida pelo SEEG, do Observatório do Clima.

Esse consumo de combustíveis fósseis nas estradas brasileiras, em especial o diesel, é influenciado pela idade da frota, falta de planejamento logístico e, inclusive, as condições de trânsito. De acordo com a CNT (Confederação Nacional do Transporte), a falta de infraestrutura nas rodovias pode aumentar em 91% os gastos de abastecimento e de reparo dos caminhões.

Não é toa, cada vez mais se discutem as aplicações de critérios de ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa) no setor. Para além dos impactos ambientais e sociais, isso afeta também a reputação das empresas – e até mesmo as oportunidades de investimentos.

De acordo com a Pesquisa Global com Investidores 2021 da PwC, 79% dos investidores consideram os riscos e as oportunidades ESG um fator importante na decisão de aplicações. Ainda, 49% deles também afirmaram a intenção de desfazer o investimento se a empresa não tomasse ações para tratar as questões ESG.

O ESG no transporte de cargas

Com a forte influência do mercado, incentivos governamentais e instituições internacionais, se torna indispensável para transportadoras, embarcadores e profissionais da área incluírem os princípios de ESG em suas estratégias de negócio. Seus benefícios já podem ser observados.

Estudos apontam que medidas como a renovação e modernização da frota, utilização de sistemas de informação para rastreamento e acompanhamento da frota, e treinamento de motoristas continuam sendo as práticas mais frequente no transporte rodoviário de carga e juntas podem reduzir custos operacionais decorrentes do consumo de combustível e levar a até 30% de redução da emissão de gases de efeito estufa (GEE).

De acordo com o Programa de Logística Verde Brasil, as empresas que aplicaram as Boas Práticas para o Transporte de Carga apresentaram resultados bastante significativos quanto a redução do consumo de energia e da emissão de gases de efeito estufa (GEE) sem comprometer os custos operacionais e o nível de serviço logístico, podendo ainda promover a redução de custos operacionais e impactos ambientais do transporte e movimentação de cargas, sem prejudicar a qualidade do serviço prestado.

Transição Energética no Setor de Transportes

Entre os avanços mais impactantes, temos o aumento na busca por fontes energéticas, principalmente as renováveis, para um transporte mais limpo. Mesmo sendo mais caros que os a diesel, veículos comerciais elétricos e a gás ganham espaço no Brasil e vendas mantêm tendência de alta.

Segundo dados da Anfavea, os caminhões, ônibus e furgões elétricos e a gás apresentam alta de 840% em 2022. Conforme a associação das montadoras, 602 unidades foram emplacadas de janeiro a junho deste ano, ante 64 exemplares no mesmo período de 2021. Ou seja, o resultado do primeiro semestre é 47,5% maior que o acumulado dos 12 meses do ano passado.

Gerenciamento de riscos aliado às práticas de ESG

É inevitável pensar em boas práticas de governança ambiental, social e corporativa sem considerar o gerenciamento de riscos para o transporte de cargas como um grande aliado. Ao contar estratégias de análise de riscos, medidas de prevenção de perdas e gestão de crises, as organizações protegem seus investimentos na modernização de frota, cultura de sustentabilidade e responsabilidades.

Podemos citar ainda recursos de seguro de carga, como RCTRC-C e RCF-DC, e ainda o RC Ambiental, que atuam como ferramentas para mitigar danos e reparar prejuízos, tanto para o meio ambiente, colaboradores e sociedade em geral.

Por: Fernanda Mateus – COMJOVEM Região Sul de Santa Catarina

ESG e o Fantasma do Greenwashing

O trinômio ESG, que alia práticas ambientalmente sustentáveis e socialmente responsáveis à governança corporativa, vem ganhando força exponencialmente nos últimos anos. Nos círculos majoritários, as práticas ESG têm ganhado protagonismo, sendo aceitas como o presente e o futuro dos investimentos e da governança corporativa. O termo – Environmental, social, and corporate governance – foi cunhado inicialmente para incorporar alguns dos fatores de risco associados aos investimentos, sob a ótica de que empresas que não aderem a boas práticas ESG estão mais expostas a risco no longo prazo.

Esse sistema vem gradualmente ganhando força econômica e, de acordo com informações da Morningstar reportadas pelo jornal Economist, o volume negociado em ETFs (Exchange Traded Funds) ESG já alcançava USD 2,8 trilhões no primeiro trimestre de 2022, o que é equivalente ao mercado total de criptomoedas. O jornal afirmou, porém, que, apesar da popularidade do ESG, os seus impactos nas emissões de carbono são desprezíveis e suas investidas sociais são difíceis de mensurar. Afirmou ainda, que a indústria ESG tem encontrado dificuldades em regular a si mesma.

Tentando abocanhar uma parte desse mercado trilionário, muitas empresas vêm adotando práticas escusas de divulgação de números e marketing em busca de uma aparência aderente às práticas ESG, mas sem fazer esforços reais de adequação. Essas práticas de maquiagem ambiental são chamadas de Greenwashing. De forma prática, o Greenwashing ocorre quando “uma empresa tem em um discurso ou coloca em uma embalagem de um produto que ela respeita o meio ambiente e tem práticas sustentáveis, mas, na prática, ainda agride o meio ambiente”.

O transporte, em todos os seus modais, vem recebendo cada vez mais atenção no que diz respeito às medidas de adequação aos padrões ESG. Isso acontece porque o transporte ainda é um dos grandes causadores de emissão de gases estufa, correspondendo em 2020 a 27% das emissões, a maior fatia entre todos os setores analisados. Com o aumento da pressão no setor de transporte por reduções na emissão de gases estufa, eletrificação de frotas e uso de biocombustíveis, surge também a tentação de adotar medidas mais brandas e menos custosas, mas também com impacto real reduzido ou inexistente, o Greenwashing.

Enquanto a adoção dessas ações de maquiagem ambiental possa parecer vantajosa à primeira vista, e com baixo risco, aos poucos os stakeholders vem qualificando suas análises, de modo a evitar investimentos em companhias que operam desta forma. Em um caso notório neste ano, Asoka Wöhrmann, CEO do DWS Group, a maior empresa de gestão de ativos da Alemanha, renunciou ao cargo depois de cerca de 50 policiais invadirem a sede da companhia sob denúncias de Greenwashing, que é especialmente grave no caso de empresas públicas. “O DWS negou qualquer irregularidade, mas mudou seus critérios ESG desde as revelações de Fixler. Em seu relatório anual de 2021, publicado em março de 2022, o DWS relatou apenas 115 bilhões de euros (R$ 583,3 bilhões) em ‘ativos ESG’ para 2021 –75% a menos que um ano antes, quando declarou que 459 bilhões de euros (R$ 2,3 trilhões) em ativos eram ‘integrados a ESG’”.

Felipe Donatti, da empresa de auditorias Deloitte, afirma que “o aumento nas denúncias de casos de greenwashing mostra como ter essa percepção de negócio sustentável se tornou importante para as empresas. No final das contas, os maiores prejudicados por essas práticas são exatamente aqueles que a praticam”. No entanto, destaca que é preciso diferenciar as empresas que estão desinformando daquelas que ainda estão aprendendo a divulgar seus dados.

Por fim, a melhor forma de combater o Greenwashing no transporte e em outros setores é promover a transparência. As empresas devem divulgar seus dados de impacto socioambiental com clareza, de modo a incentivar outros atores do segmento a fazerem o mesmo. Maquiar essas informações pode parecer simples, mas invariavelmente compromete a viabilidade do negócio no longo prazo.

THE ECONOMIST (London). A broken system needs urgent repairs. 2022. Disponível em: https://www.economist.com/special-report/2022/07/21/a-broken-system-needs-urgent-repairs. Acesso em: 13 set. 2022.

CNN BRASIL (São Paulo). Greenwashing: o que é e como identificar a prática da falsa sustentabilidade. 2021. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/business/greenwashing-o-que[1]e-e-como-identificar-a-pratica-da-falsa-sustentabilidade/. Acesso em: 18 set. 2022

EPA. Sources of Greenhouse Gas Emissions. 2022. Disponível em: https://www.epa.gov/ghgemissions/sources-greenhouse-gas-emissions. Acesso em: 18 set. 2022

FOLHA DE S. PAULO (Hong Kong e Frankfurt). CEO de gestora do Deutsche Bank renuncia após operação policial contra greenwashing. 2022. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/06/ceo-de-gestora-do-deutsche-bank-renuncia-apos[1]operacao-policial-contra-greenwashing.shtml. Acesso em: 18 set. 2022.

Por: Guilherme Cesca Salvan – COMJOVEM Região Sul de Santa Catarina

Os Vazamentos de Dados na Realidade do Transportador

No mundo orientado a dados que vem se tornando realidade nos últimos anos, os vazamentos de dados, os data leaks, já se tornaram rotina. Considerando o relato do Tecnoblog de que o CPF de mais de 220 milhões de brasileiros vazaram1, entre vivos e falecidos, pode ser dito com segurança que é mais fácil encontrar um brasileiro com dados vazados, do que o contrário. No meio dessa tempestade, todos os setores da economia lutam para se adaptar às diretivas da Lei 13.709/2018, a LGPD, dentre eles o Transporte de Cargas.
A entrada em vigor da nova Lei Geral de Proteção de Dados, a LGPD, trouxe muito mais perguntas do que respostas. Precedentes judiciais sobre a temática ainda são esparsos e não trazem segurança jurídica para o jurisdicionado. Simultaneamente, o cenário fitossanitário trazido pela pandemia de COVID-19 acelerou uma série de mudanças que promoveram a digitalização de serviços, com destaque para o transporte de mercadorias.
Com o aumento exponencial do e-commerce, que registrou em agosto de 2021 uma alta de 22,05% em relação ao ano anterior2, cresceu também a exigência de transporte para atender à demanda. Esse crescimento no comércio eletrônico traz consigo uma onda gigantesca de dados pessoais que passa a circular entre consumidores, comerciantes e transportadores.
Apesar de raramente contratarem o transporte de cargas diretamente, os dados dos consumidores acabam nas mãos do transportador por intermédio de comerciantes e varejistas. Dados de identificação, além de informações como endereço e contato, são entregues ao transportador para tornar possível o processo de entrega da mercadoria, e para otimizá-lo. Essas informações, mesmo não tendo sido obtidas diretamente do titular,
precisam ser tratadas com a mesma cautela, à luz da LGPD.
Além das informações dos consumidores, dois grupos fundamentais de titulares de dados se dão presentes nas operações de transporte: os empregados e os terceirizados.
Os empregados e terceirizados fornecem uma série de informações exigidas pela legislação laboral ou pertinentes à execução do contrato. Em alguns casos, como o de motoristas, podem ainda ser tratados dados altamente sensíveis, como localização em tempo real, por meio de rastreadores, e resultados de exames toxicológicos.

Com todos esses dados em mãos, os quais são indispensáveis à operacionalização do transporte de cargas, resta ao transportador apenas a adequação de seus processos para melhor proteger os titulares das informações armazenadas. Na ocasião do vazamento desses dados – o data leak, se demonstrada a causalidade, o controlador e o operador podem ser severamente punidos.
Para evitar essas punições, o transportador precisa buscar a adequação à LGPD na sua integralidade. Apesar de ainda não estarem completamente definidos os mecanismos de apuração das penalidades aplicáveis aos casos concretos, a lei deixa claro em seus princípios que a boa-fé e a intenção do controlador de proteger os dados dos titulares é um fator que deve ser levado em conta.
Ou seja, pelos princípios jurídicos apresentados na LGPD, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) tem o önus de levar em conta o contexto da conduta do infrator no momento da aplicação da penalidade. Isso significa que, muito embora não seja possível erradicar completamente a possibilidade de que ocorram ataques que resultem em data leaks, a demonstração pela transportadora, por meio de evidências, de que buscou efetivamente cumprir a legislação, e proteger os dados dos titulares, pode ser suficiente para mitigar significativamente as penalidades que possam vir a ser impostas pela Autoridade.
A aplicação plena da LGPD ainda não é uma realidade em nenhum setor da economia, e isso não é diferente no transporte. A regulamentação da norma ainda é parcial, e os precedentes judiciais ainda são escassos e pouco trazem de segurança jurídica.
Ainda assim, seja por pressão do Poder Público ou das forças do mercado globalizado, ela deve ganhar cada vez mais força, fomentada pela economia orientada a dados e pelo avanço incessante da tecnologia. Ao transportador, como a todos os setores, resta se adaptar a esta realidade que já é presente, sob pena de sofrer as consequências pela mão do Estado, ou da sempre presente concorrência.


Referências:
1 VENTURA, Felipe. Tecnoblog. Exclusivo: vazamento que expôs 220 milhões de brasileiros é pior do que se pensava. Disponível em:
https://tecnoblog.net/404838/exclusivo-vazamento-que- expos-220-milhoes-de-brasileirose-pior-do-que-se-pensava/. Acesso em: 26 set. 2021.
2 BARBOSA, Fernando. Revista Pegn. E-commerce cresce e chega a 1,59 milhão de negócios no país. Disponível em: https://revistapegn.globo.com/Economia/noticia/2021/08/e-commerce-cresce- e-chega159-milhao-de-negocios-no-pais.html. Acesso em: 26 set. 2021

Por:

Guilherme Cesca Salvan – COMJOVEM Região Sul de SC

Pensamento LEAN – Desdobramento Da Estratégia E A Importância Em Tempos De Pandemia

Desde janeiro de 2020, a crescente proliferação do novo Corona vírus tornou-se um dos maiores desafios da humanidade. Lidar com uma pandemia infecciosa de proporções continentais e mundiais certamente provocou mudanças profundas em padrões de comportamento, nos hábitos de consumo, no uso de tecnologia, na visão sobre riscos e incertezas que impactaram fortemente a gestão das empresas. 2021 começou e os desafios continuam considerando o panorama entre o presente e o futuro, iniciar uma gestão lean é e será, cada vez mais, o fator decisivo ou até mesmo uma “virada de chave” para as organizações. Seja por uma questão de sobrevivência ou para o sucesso organizacional.

Desdobrar e alinhar os objetivos estratégicos do negócio, possibilita às pessoas controlarem pontos críticos dos principais processos. Desta forma em todos os níveis da organização é possível que as pessoas estejam cientes dos objetivos da empresa, saibam de que maneira pode contribuir para que estes objetivos sejam alcançados e estejam engajadas com o propósito maior.

Um passo importante para o início do desdobramento é a definição dos indicadores de progresso, que devem ser claros, objetivos e gerar dados que sejam facilmente identificados no processo e tragam clareza sobre a direção que deve ser tomada. Por isso é tão importante a escolha precisa destes indicadores. Além dos indicadores, criar a cultura lean dentro da organização é fundamental para que se obtenha bons resultados no desdobramento da estratégia, definição dos indicadores e ajustes, para isso foram descritas abaixo algumas sugestões.

 Filosofia lean a longo prazo: Desenvolvimento de treinamento sobre lean e suas ferramentas. Reuniões de times, incluindo a alta direção, utilizando o gerenciamento diário e grupos de melhorias.

 Análise dos fluxos dos processos e desperdícios: mapeamento do fluxo de valor, utilizando a ferramenta, definir gargalos nos processos e identificar as perdas. Identificar como cada processo deve ser medido para que se gere melhorias.

 Nivelamento da carga de trabalho: acompanhamento das leis no setor de transportes e controle de jornada do motorista. Monitoramento e rastreamento dos veículos para posterior análise e criação de rotograma, visando a segurança e otimização das viagens.

· Análise e solução de problemas e cultura da qualidade: um dos pontos fundamentais para evolução de qualquer processo é saber identificar quando algo foge do comum e quando isso é um problema. A avaliação do motorista pelo cliente final, pesquisa de clima com os colaboradores para avaliar o ambiente com as novas mudanças, planilha de qualidade no atendimento operacional dos clientes e implementar caixa de sugestões para os colaboradores, são ações que irão levantar os dados para posteriormente serem tratados.

 Padronização de tarefas e funcionários capacitados: conscientização do colaborador do valor de seu trabalho na organização, criação de setor específico de treinamento.

 Controle Visual: Divulgação dos indicadores para motoristas, divulgação da organizacional por toda a empresa, implementar controle visual direcionado para o setor operacional e de manutenção.

 Desenvolvimento de líderes com filosofia da empresa: desenvolvimento dos líderes com foco em gestão de pessoas, cursos voltados para performance e resultado.

 Aplicação de ferramentas lean como: Kaizen (melhoria contínua), 5S, A3, Poka-yoke, JIT e outras à medida que a necessidade surgir no processo de implementação.

Modelos mentais como estes diferenciam uma empresa que está indo rápido a lugar algum, de outra que está fazendo acontecer a coisa certa. Verifique se os colaboradores entendem esses modelos mentais ao ponto de praticá-los no dia a dia, antes de desdobrar a estratégia de sua empresa. Toda organização pode estar apta a apreender o sistema de gestão lean, mas se não estiver apta a praticá-lo da forma correta, não obterá êxito. Faça uma reflexão sobre o sistema de indicadores de sua organização. Será que ele atende plenamente os pontos descritos? Quanto mais esse sistema for aprimorado nesse sentido, mais ele amadurecerá e contribuirá para a melhoria contínua e competitividade da organização.

REFERÊNCIAS

DENNIS, Pascal, Fazendo acontecer a coisa certa: um guia de planejamento e execução para líderes, São Paulo: Lean Institute Brasil, 2007.

PICCHI, Flávio Augusto. 10 elementos fundamentais de um sistema de indicadores lean, Lean Institute Brasil, 2021. Disponível em: < https://www.lean.org.br/artigos/1222/10-elementos-fundamentais-de-um-sistema-de-indicadores-lean.aspx >. Acesso em: 15 de março de 2021.

Por: Fernanda Mateus Silva

Escassez de Mão de Obra e Treinamento

Subir na boleia de um caminhão para viajar o Brasil e países vizinhos já não é mais tão interessante quanto foi subir na boleia de um caminhão para viajar o Brasil e países vizinhos já não é mais tão interessante quanto foi nos anos 70. As ambições de quem acompanhou as aventuras de Pedro e Bino nos anos 80 parecem ter ficado para a geração passada. Hoje, os nascidos nos anos 90, que estão na casa dos 20 a 30 anos, entram no mercado cada vez com menos vontade de pegar a estrada a trabalho, e isso se deve a fatores como a melhoria no acesso a educação e o alto risco de dirigir nas estradas brasileiras.

Segundo pesquisa da Confederação Nacional do Transporte – CNT, realizada entre agosto e setembro de 2018, o mercado de trabalho dos caminhoneiros é composto por homens (99,5%) com idade média de 44,8 anos. Entre os pontos negativos elencados na pesquisa, 65,1% reclamam da insegurança, 31,4% alegam ser uma profissão desgastante e 28,9% sentem o convívio familiar comprometido. Sendo esses os principais problemas elencados, quais devem ser as atitudes dos gestores para solucionar essas questões? Visto que o motorista exerce função imprescindível, até porque o advento dos veículos 100% autônomos ainda é um horizonte distante na realidade brasileira, como atrair uma geração de profissionais que tem cada vez menos interesse ou condições de realizar a função?

Hoje, um empresário articulado não investe apenas em veículos, implementos e softwares: ele investe empessoas. Se 99,5% dos caminhoneiros são homens, por que não fomentar a inserção de mulheres nas transportadoras? Investir na presença feminina em áreas majoritariamente masculinas para trazer diversidade não é novidade, como se vê em projetos bem-sucedidos que incentivam mulheres a serem cientistas (“Meninas Super Cientistas”, da Unicamp) e programadoras (“Kode with Klossy”, de Karlie Kloss). Segundo reportagem do jornal Metrópoles, com dados do Departamento Nacional de Trânsito – Denatran, apenas 6,5% do total de quase 3 milhões de carteiras profissionais aptas a dirigir caminhão são de mulheres, sendo Santa Catarina o 4º estado com o maior número de mulheres motoristas.

A falta de profissionais também pode ser vista como resultado de um problema criado pelo próprio setor: a indisponibilidade de treinamento. Muitos dos motoristas atuantes hoje no mercado são de idade mais avançada, pois empresas tendem a não se dar ao trabalho de treinar um motorista inexperiente para depois perdê-lo para a concorrência. Mais importante do que pensar nas outras ofertas de trabalho que o funcionário poderá receber, o gestor deve focar em: “como posso valorizar este motorista de maneira que ele continue trabalhando comigo?”. Artigos mostram que a geração millennials, que compreende os nascidos entre 1980 e 1990, possui desejos mais complexos do que suas antecessoras. Segundo pesquisa Innovare, 75% desses novos trabalhadores querem “mentores” ao invés de meros chefes tradicionais; 58% aceitariam receber até 15% menos para trabalhar em uma empresa que compartilhe dos seus valores pessoais, pois 85% acham que negócios têm tanto potencial quanto o governo para resolver problemas da sociedade. Ou seja: o novo profissional que entra no mercado de trabalho hoje, em especial o profissional qualificado, não busca apenas dinheiro, mas também um propósito.

A escassez de mão de obra é um reflexo das mudanças que vêm acontecendo no país e no mundo nos últimos anos de forma cada vez mais acelerada. É preciso que se entenda no setor dos transportes que não são apenas os objetos do ofício que se desatualizam e precisam de substitutos mais eficientes – a maneira de encarar o trabalho daqueles que exercem não apenas a função de motorista, mas que são embaixadores da empresa estrada afora, também precisa ser vista com novos olhos.

Fontes:

https://www.metropoles.com/materias-especiais/mulheres-caminhoneiras-superam-preconceitos-pelas-estradasdo-brasil-2

http://innovarepesquisa.com.br/

Responsável: Franco Scarabelot Gonçalves

PPR – Programa de Participação nos Resultados

Quando se cria uma empresa queremos vê-la crescer. Ninguém despende energia e dinheiro para que em algum tempo depois seja tudo jogado fora.

Com a empresa constituída começamos a trabalhar e no início o dono é o disseminador de energia. Realmente faz diversas tarefas. Soma compromissos e atividades e com esta imensa vontade de vencer ultrapassa muitos obstáculos naturais a empreender.

Assim, quando todas as outras centenas de variáveis conspiram a seu favor, há o crescimento desta empresa.

O mesmo dono já não consegue atender todas as áreas da empresa e desta forma sentese desamparado e solitário em maiores compromissos assumidos. Acha que seus colaboradores estão passivos e totalmente dependente de suas insurgências e ordens.

Em um certo dia recebe de um fornecedor um grande bolo referente a presente de aniversário de sua empresa. Como o bolo era
muito grande, manda fazer café e no meio da tarde chama todos os funcionários para juntos poderem celebrar mais um aniversário da empresa.

Percebeu naquela confraternização o quanto as pessoas estavam animadas e a elas cabiam um pequeno pedaço daquele presente que não existia.

Metaforicamente, imagino que foi assim que tenham pensado e criado o PPR (Programa de participação nos resultados) ou também chamado PLR (Participação nos lucros ou resultados).

Brincadeiras à parte, o PPR é a divisão em fração de algo que foi buscado, ou seja, não tínhamos este resultado na empresa, além de fomentar o comportamento de que todos tornem-se análogos ao fundador, desejando sempre melhores resultados. É a do ganha-ganha!

Responsável: Fernando Rabello Natal