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Fontes de Energias Renováveis e a Descarbonização no TRC

As fontes de energias renováveis são recursos naturais continuamente regenerados na natureza, usados para produzir energias limpas e sustentáveis, como água, luz do sol, vento, matéria orgânica e calor interno da Terra. Embora esses recursos estejam disponíveis de forma abundante na natureza, eles não podem ser considerados inesgotáveis, por isso é necessário o consumo consciente.
Atualmente, os tipos de energias renováveis mais usados no Brasil são: energia hidrelétrica, eólica, solar e biocombustíveis. Essas fontes de energia proporcionam diversos benefícios econômicos, ambientais e sociais. A redução de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera é o principal benefício associado às energias renováveis, visto que interfere diretamente na situação climática do planeta, o que as tornam recursos chave para alcançar uma possível neutralização de carbono.
Em 2021, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP26), a ONU convocou uma mobilização das nações em prol da neutralização de carbono até o ano de 2050, com o intuito de evitar uma possível catástrofe climática.
Desde então, governantes e grandes empresas se comprometeram a viabilizar e concretizar esse compromisso global. No que diz respeito ao setor de transportes, há uma pressão significativa para que a responsabilidade pela descarbonização seja assumida, dado que hoje representa cerca de 25% das emissões globais de GEE, considerando a queima de combustíveis fósseis em todos os modais de transporte.
Diante desse cenário, é evidente que o transporte de cargas (TRC) desempenha um papel importante nesse compromisso global. Nos últimos anos, temas relacionados à descarbonização e à responsabilidade ambiental têm ganhado destaque no Brasil. Entre as empresas, o ESG tem se tornado um tema amplamente discutido, o qual consiste em um conjunto de práticas e critérios que avaliam a comprometimento de uma empresa com relação a questões ambientais, sociais e de governança. Concomitantemente, uma pauta relevante entre os governantes é o fomento ao uso de fontes de energias renováveis.
O aumento do conhecimento relacionado a esses assuntos, principalmente sobre a utilização de recursos renováveis e descarbonização, desempenha um papel essencial para promover a adoção desses recursos no TRC. Ainda que a implementação das fontes de energias renováveis não seja responsabilidade exclusiva do setor, ter maior entendimento sobre elas capacita os transportadores para desempenharem um papel mais ativo perante os governantes, o próprio setor e a sociedade. Essa capacitação possibilita uma grande contribuição no cenário futuro, trazendo uma influência maior nas decisões políticas, a redução de barreiras à adoção, o engajamento da indústria e de outros stakeholders, bem como a promoção da conscientização e a busca coletiva pela neutralização de carbono.
Para se comprometer com a neutralização de carbono, o TRC pode começar a sua mobilização considerando adotar as energias renováveis disponíveis. Destaca-se os caminhões elétricos, alimentados por baterias que possuem autonomia limitada a cerca de 200km, em razão disso eles têm sido usados em áreas urbanas, onde a infraestrutura de recarga é mais acessível e as rotas são menores.
A Braspress foi uma das pioneiras a adquirir caminhões elétricos para fazer entregas na capital paulista. Uma das vantagens apresentadas por Urubatan Helou, diretor presidente da empresa, é que os caminhões estão isentos do rodízio municipal, um dos incentivos promovidos pelo governo. Também destaca-se os caminhões a gás, abastecidos por gás natural veicular (GNV), que possui uma emissão de GEE de 70% a 85% menor quando comparado ao diesel. Os caminhões a gás possuem autonomia limitada a cerca de 1.700km e também podem ser abastecidos com biometano, combustível proveniente de matéria orgânica que já é produzido no Brasil.
Há energias renováveis com grande potencial para descarbonizar o TRC, ainda em fase de teste juntamente com os equipamentos compatíveis. O hidrogênio verde, por exemplo, já está sendo produzido e testado no Brasil, com caminhão compatível passando por testes na Europa. O biodiesel, que atualmente representa 12% da composição do diesel comum brasileiro, possui caminhão compatível com biodiesel puro sendo testado na França. Além disso, caminhões com sistemas móveis de energia solar que visam reduzir o uso do diesel comum passam por testes no Brasil.
A implementação de fontes de energias renováveis no TRC enfrenta desafios significativos. Um dos principais desafios reside nos custos iniciais elevados, o que pode ser uma barreira de entrada para pequenas e médias empresas. Além disso, a falta de infraestrutura de recarga elétrica e de pontos de abastecimento com GNV é uma questão relevante, que impacta na distância percorrida e no tempo de rota. Outro desafio é a autonomia limitada dos caminhões elétricos disponíveis no mercado, sendo em média 200km, o que se torna inviável para rotas de longas distâncias.
Para consolidar o uso das energias renováveis e possibilitar uma transição completa da frota atual para uma versão moderna, sustentável e compatível com essas fontes, é imprescindível promover mudanças no cenário brasileiro atual. Isso inclui a promoção de incentivos tecnológicos para empresas que produzem energias limpas e biocombustíveis, assim como para fabricantes de veículos. Também é fundamental o desenvolvimento de políticas e regulamentações que fomentem esses investimentos e estimulem a adesão das energias renováveis não apenas no TRC, mas em outros setores dependentes de fontes de energia do Brasil.
Apesar dos avanços tecnológicos e incentivos políticos serem cruciais para a consolidação das energias renováveis, o TRC pode se destacar através da gestão desses recursos em vários aspectos. A começar pela conscientização do setor e sua disseminação à população através de práticas sustentáveis, pois quando a relevância dessa transição for compreendida, ela passará a ser mais valorizada por todos. Além disso, é importante que os transportadores se comprometam a acompanhar o avanço tecnológico e a adotar as energias renováveis mais viáveis para suas operações.
Também é possível adotar boas práticas, como o ESG, indicadores de desempenho ambiental, otimização de rotas e gestão do consumo de combustível.
É importante ressaltar que a descarbonização já está sendo exigida por alguns embarcadores, tornando o momento atual propício para que os transportadores iniciem a gestão da emissão de GEE em suas operações. Atualmente, ferramentas especializadas em gestão de frota realizam esse cálculo, o ideal é optar por aquela que forneça relatórios detalhados com a quantidade de emissões diretas e indiretas, e que faça o inventário de acordo com os escopos e os critérios do GHG Protocol.
A partir desse cálculo, espera-se que as empresas compensem suas emissões através da compra de créditos de carbono, os quais apoiam instituições voltadas para a preservação dos recursos renováveis, como o plantio e a conservação de florestas, além do desenvolvimento de matrizes energéticas. É crucial que as empresas que adotem a gestão de emissões de GEE garantam total transparência no processo, divulgando publicamente suas emissões e compensações. Por fim, levanta-se uma consideração para reflexão: não seria interessante implementar essa prática e repassar os custos aos embarcadores, informando que a transportadora oferta “frete verde” com emissões de GEE compensadas?

Por: Bárbara Valente Tavares – COMJOVEM Triângulo Mineiro

Aplicabilidade da Inteligência Artificial no TRC

A inteligência artificial (IA) é um novo campo da ciência e tecnologia que visa interpretar e criar unidades inteligentes para diversos setores da economia. Ecoam atividades baseadas nas ações e no desenvolvimento humano, levando à comparação com conceitos de inteligência ou racionalidade. Mediante definição, um sistema é considerado racional quando executa a ação correta, dadas as
informações de que dispõe. Considerando seu potencial representativo, a inteligência artificial é capaz de transformar o transporte de cargas (TRC).
A capacidade da inteligência artificial abre portas para abordagens mais complexas, como a aplicação de algoritmos avançados de aprendizado de máquina.
Esses algoritmos podem analisar padrões de transporte em grande escala, tendo em conta variáveis dinâmicas como condições meteorológicas, eventos inesperados e mudanças sazonais, para otimizar não só as rotas, mas também o planejamento de
toda a logística. Isso torna as operações mais flexíveis e adaptáveis, fortalece a capacidade da indústria de responder à desafios complexos e melhora a competitividade.
Aparentemente as empresas do TRC têm se rendido à tecnologia mediante aos benefícios futuros que podem alcançar através de métodos racionais que a IA pode promover. A necessidade de melhorias no setor é extremamente imediata, pois cada mudança positiva é muito importante para que os grandes objetivos das empresas sejam alcançados. Essas soluções são pilares essenciais de inovação nas questões mais complexas do segmento.
Ao fazer uma análise de dados em tempo real, a IA pode promover um aproveitamento eficaz das rotas, redefinir os processos de tráfego e planos de ações tornando-os eficazes para evitar congestionamentos, reduzir prazos de entrega e, portanto, custos operacionais. De fato, as decisões não podem mais depender unicamente da intuição e percepção individual de cada gestor, é necessário que elas sejam fundamentadas no mercado atual, considerando sua complexidade em sua totalidade.
Com o desenvolvimento dessas ferramentas técnicas avançadas, as empresas do TRC se beneficiarão significativamente. A otimização de rotas e a interpretação de dados em tempo real reduzem significativamente os custos operacionais, seja por meio de rotas mais eficientes que economizam combustível, minimizam o desgaste dos veículos ou reduzem a necessidade de manutenções corretivas. Além disso, uma gestão eficaz do tempo impulsionada pela IA conduz a prazos de entrega mais precisos e curtos, o que aumenta a satisfação do cliente e consolida a imagem da empresa perante o mercado.
Os benefícios também se estendem aos motoristas, através de condições de trabalho mais seguras e eficientes. A inteligência artificial ajuda a monitorar a saúde dos condutores, recomendando pausas adequadas para descanso e promovendo a sua segurança e bem-estar durante a viagem. A introdução da IA significa uma gestão mais inteligente de toda a operação, pois ela cuida desde o planejamento de rota até o monitoramento do andamento da entrega em tempo real. Isso aumenta a capacidade de adaptação a mudanças repentinas ou eventos inesperados e garante uma operação mais suave e flexível.
A inteligência artificial melhora a manutenção preventiva e promove uma gestão eficaz de ativos, minimiza o tempo de inatividade e permite uma alocação mais precisa de recursos, o que se reflete em inovações na gestão de frotas e na integração de novas tecnologias, como veículos autônomos e sistemas avançados de monitoramento. Além disso, a IA pode melhorar a manutenção preventiva dos veículos detectando antecipadamente potenciais avarias mecânicas, o que promove uma operação segura e prolonga a vida útil da frota. A otimização possibilitada pela IA significa que cada veículo é utilizado de forma mais eficiente, maximizando o seu potencial e reduzindo os custos associados à sua utilização. Esses avanços tecnológicos estão, portanto, a redefinir fundamentalmente a forma como as empresas de transporte operam e competem no ambiente dinâmico do TRC.
É relevante compartilhar o posicionamento do professor da UFU Daniel Duarte Abdala, Doutor em computação pela Westfälische Wilhelms-Universität Münster na Alemanha com ênfase em Processamento Digital de Imagens, Métodos Numéricos, Visão Computacional e Reconhecimento de Padrões afirmando que “já é possível se programar para uma carga antes mesmo de existir o pedido, e com esse mesmo sistema, prever qual veículo deve atender a demanda, gerando um mínimo tempo ocioso, rodando a menor distância possível vazio e também considerando qualquer particularidade daquele veículo, motorista e operação”.
É evidente que no dia a dia do TRC, as empresas podem utilizar diversas ferramentas, das mais simples às mais complexas. As opções iniciais incluem softwares de gerenciamento de frota, sistemas de rastreamento e aplicativos de planejamento de rotas, os quais permitem uma gestão mais eficiente dos veículos e de sua roteirização. A IA aperfeiçoa rotas em tempo real e prevê padrões de demanda. A um nível avançado, a integração de sistemas telemáticos avançados, sensores IoT e automação de processos robóticos (RPA) permite o controle preditivo e a manutenção dos veículos, resultando em operações mais seguras e eficientes.
Apesar dos desenvolvimentos tecnológicos promissores, o TRC enfrenta grandes desafios na implementação dessas inovações. Um dos maiores obstáculos é a resistência à mudança, que muitas vezes ocorre em organizações com estruturas tradicionais e rotinas estabelecidas. É necessário estimular a criação de processos baseados no conhecimento ou na compreensão adequada das novas tecnologias, esse desafio que requer formação e sensibilização para a sua adoção efetiva. Além disso, os elevados custos de implementação e manutenção dessas tecnologias podem ser uma barreira, especialmente para as pequenas e médias
empresas do setor. As questões de segurança cibernética e privacidade também são grandes preocupações, pois essas ferramentas lidam com dados confidenciais.

Por: Pedro Henrique Cabral Vasconcelos – COMJOVEM Triângulo Mineiro

Fontes Renováveis no Futuro do TRC

Devido a sua riqueza natural, a matriz energética brasileira é reconhecida por sua ampla fonte de energia renovável e limpa. As fontes de energia renovável são as que se regeneram naturalmente com o tempo e não se esgotam, como exemplo temos: energia hidráulica, eólica, solar, biomassa, entre outras.
De acordo com os dados da Agência Nacional de Energia (AIE) o transporte de cargas é responsável por cerca de 10% de todas as emissões globais de carbono. No Brasil com a indiscutível presença que o transporte de cargas exerce sobre a economia, as empresas do TRC estão se reinventando para amenizar os impactos ambientais causados pelo setor. Ao redor do mundo, temos exemplos de países que estão investindo em tecnologias que se adaptem a este novo cenário mundial, no Brasil, não é diferente.
No segmento do TRC temos exemplos de empresas instalando painéis solares sobre seus armazéns gerando energia limpa para sustentar suas operações. Além de placas solares em armazéns, temos outro ótimo exemplo de inovação: placas solares instaladas em caminhões gerando energia limpa para carregar as baterias, garantindo o funcionamento do veículo sem necessidade de ligar o motor em marcha lenta ou aliviando a carga dele (resultando assim em redução de CO2). Temos também empresas que por meio de projetos de geração distribuída utilizam a energia eólica para a descarbonização das demais operações, como a gestão dos armazéns, incluindo iluminação, ventilação e empilhadeiras.
Sabemos que além de projetos em armazéns e veículos o fator chave da poluição ao meio ambiente no TRC é devido a emissão de carbono pela utilização do óleo diesel dos caminhões. Ainda com base no motor a combustão, existem dois outros combustíveis parecidos com o diesel, que reduzem as emissões de CO2 entre 85% e 90%: um deles é o HVO (90% de redução), mas o mais comum para nós, brasileiros, é o biodiesel e sua redução de CO2 chega a 85%. Porém a grande promessa para o futuro do transporte brasileiro são os caminhões movidos a gás e elétricos. Os caminhões movidos a GNV (Gás Natural Veicular) podem apresentar uma redução de até 15%, mas quando o caminhão é abastecido com biometano, essa redução chega à casa dos 90%. Até o momento, temos uma a única montadora a comercializar modelos desse tipo no Brasil. Já os veículos elétricos também estão ganhando cada vez mais espaço, com promessas de diversas montadoras iniciarem a comercialização em breve no país.
Mesmo com empresas buscando a inovação e preservação do meio ambiente sabemos da enorme dificuldade que o setor privado encontra em nosso país. Os desafios são diversos. As montadoras atribuem a dificuldade de fabricar e comercializar caminhões no Brasil à falta
de investimento em infraestrutura por parte do Governo Federal. A falta de infraestrutura em nossas estradas para comportar as estações de recarregamento das baterias e o tempo que se leva, fazem com que as empresas se intimidem a iniciar o processo de mudança.
Entretanto, mesmo com todas essas dificuldades não podemos negar que estamos passando por uma transição energética necessária que envolve desenvolvimento de produtos e reestruturação de toda uma cadeia. Estamos vendo cada vez mais empresas buscando frotas menos poluentes e outras opções em seus armazéns para atingir suas metas de redução de emissões de carbono. Precisamos buscar a união do setor privado e público visando o interesse comum de preservação do meio ambiente. Nós do TRC somos elo fundamental nessa evolução e temos a força necessária para discutir e buscar soluções em busca de um país melhor e mais limpo.

Por:  Jéssica Caballero Lopes – COMJOVEM São José do Rio Preto

Inteligência Artificial no TRC

Hoje a inteligência artificial refere-se a sistemas ou máquinas que mimetizam a inteligência humana para executar tarefas e podem se aprimorar iterativamente com base nas informações que coletam e processam.
Diariamente existe uma crescente necessidade do uso de ferramentas que possibilitam uma evolução na nossa maneira de pensar e agir nos negócios.
Junto com desafios que um país da dimensão territorial do Brasil tem na logística.
Podemos utilizar a IA (inteligência artificial) na roteirização de entregas e trânsito nas grandes cidades, otimizando o percurso e tempo.
Calculado o espaço físico de cargas, cubicagem, mercadorias frágeis e todo o carregamento e acondicionamento.
Um grande exemplo de IA e automação, é utilizar o rastreamento dos veículos no cálculo do tempo para chegar na plataforma de descarga, e poder através da IA direcionar.
Qual a quantidade de volumes, tipo de carga paletizada ou batida, e qual a quantidade de colaboradores e tempo estimado para descargar completa.
Através de aplicativos o motorista pode saber e direcionar qual a plataforma está com a configuração correta para o serviço e estimativa que o veículo irá sair para outra coleta ou manutenção.
Um dos maiores desafios da AI no transporte de cargas (TRC) é o setor de manutenção de frota, saber com maior precisão quais as peças estão em estado mais crítico de desgaste e lubrificação, através de sensores especiais e integração de fontes e informações metodológicas na web.
Outro exemplo de aplicação de AI no TRC que pode ser utilizado e o direcionamento de qual marca de pneu e modelo é melhor para região Nordeste ou para a região Sul, com o auxílio da AI direcionar se o veículo X no mês de abril trocara os pneus da Y marca e modelo para trabalha na região Centro Oeste sendo que esta região tem previsão de fortes chuvas e frio atípicos de outros anos.
Com isto gerando resultados na gestão de pessoas, diminuindo a chance de acidentes, refletindo em diminuição de custos com seguro do veículo, manutenção, custo de mão de obra, e gerando maior rentabilidade.
O maior desafio junto a IA hoje é o custo de implantação e a capacitação dos colaboradores frente a tantas novas possibilidades no TRC.
O TRC sempre foi um setor de desafios e que desbravou às rodovias de nosso país com caminhões em estradas de terra.
Um setor da economia que sempre se reinventa para seguir em frente alavancando o futuro do nosso país, não será diferente, juntando a tecnologia embarcada do presente com o resultado da Inteligência Artificial para alavancar resultados positivos na segurança e rentabilidade.

Por: Tiago Dias Alves – COMJOVEM São José do Rio Preto

Como a inteligência artificial está revolucionando o transporte rodoviário de cargas

Em um mundo onde a tecnologia remodela continuamente as indústrias, a Inteligência Artificial (IA), atualmente destaca-se como uma força motriz na transformação do transporte de cargas.

A Inteligência Artificial (IA) é uma área da ciência da computação que se concentra no desenvolvimento de sistemas e tecnologias capazes de realizar tarefas que normalmente exigem inteligência humana. Em essência, a IA se esforça para criar programas de computador e sistemas que podem aprender, raciocinar, tomar decisões e resolver problemas de forma semelhante à maneira como os seres humanos o fazem.

A IA possui uma ampla variedade de técnicas, entre elas podemos citar: Machine Learning, utilizado para aprendizado de padrões baseado em dados; Processamento de linguagem natural, utilizado em chatbots como o ChatGPT; e Visão Computacional, utilizado para interpretar e entender informações visuais, aplicado em carros autônomos.

No transporte rodoviário de cargas, a IA é utilizada para criar sistemas autónomos e softwares inteligentes que otimizam vários aspectos da cadeia logística, entre as aplicações estão:

Manutenção Preditiva: os sistemas de IA utilizam os dados do veículo, incluindo leituras de sensores e desempenho histórico para prever quando a manutenção é necessária. Esta abordagem proativa reduz o tempo de inatividade, prolonga a vida útil dos veículos e reduz os custos operacionais.

Otimização de rotas: os algoritmos de IA consideram diversos fatores em tempo real, como: condições de tráfego, previsões meteorológicas e fechamentos de estradas, para calcular as rotas ideais. Esses algoritmos se adaptam continuamente às mudanças, reduzindo o consumo de combustível e os prazos de entrega.

Eficiência de combustível: a IA pode ajudar a monitorar e otimizar o consumo de combustível, analisando padrões de direção e fornecendo feedback em tempo real aos motoristas. Isto não só reduz custos, mas também contribui para uma operação mais sustentável e ecológica.

Monitoramento de fadiga: através de câmeras e usando visão computacional é possível identificar algum comportamento de risco por parte do motorista do veículo.

Veículos autônomos: talvez a aplicação mais transformadora, os caminhões autônomos, movidos por IA, têm o potencial de revolucionar a indústria e já estão sendo utilizados aqui no Brasil por empresas como a Vale. Esses veículos podem operar 24 horas por dia, 7 dias por semana, gerando ganhos de segurança e eficiência.

A Inteligência Artificial não é mais um conceito futurista, ela está presente, contribuindo na evolução do transporte rodoviário de cargas. Da manutenção preditiva aos veículos autónomos, a IA está a transformar a logística, tornando-a mais segura, mais eficiente e ambientalmente responsável. À medida que continuamos a desenvolver e a adotar soluções baseadas na IA, o caminho a seguir para o transporte de mercadorias parece promissor, prometendo um futuro onde as mercadorias são transportadas de forma mais rápida, mais barata e mais ecológica. Adotar a IA não é apenas uma opção, mas uma necessidade para as empresas que procuram prosperar no cenário em evolução do transporte rodoviário de cargas.

Por: COMJOVEM Cascavel

A substituição das matrizes energéticas e o transporte rodoviário de cargas

Em meio a um cenário instável e de preocupação com os preços de derivados do petróleo, e especialmente com o enfrentamento às mudanças climáticas, vários países têm buscado promover mudanças em suas matrizes energéticas, mesmo com a maior parte da atividade econômica mundial sendo ainda dependente de combustíveis fósseis.

O Brasil neste ano conseguiu aprovar em junho deste ano setenta milhões de dólares para aumentar a integração e participação de energias limpas no país. Isto é o que prevê o plano de investimento do Programa de Integração de Energia Renovável (Renewable Energy Integration – REI – Program), aprovado na reunião do Comitê dos Fundos de Investimento Climáticos (Climate Investment Funds – CIFs). Os estudos apontam que esse investimento consiga canalizar US$ 9,1 bilhões de dólares de parceiros, incluindo investimentos privados, para ser implementado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento e pelo Grupo Banco Mundial.

O plano do governo brasileiro para as fontes renováveis, atualmente contempla os seguintes componentes de atuação: recursos para digitalização e modernização de usinas hidroelétricas; digitalização e automação das redes de transmissão e distribuição; descarbonização dos sistemas isolados e tecnologias de armazenamento; e o desenvolvimento do hub de hidrogênio verde no Ceará.

É de extrema importância que além da iniciativa privada, o poder público e os países desenvolvidos fomentem e apoiem a renovação das atuais matrizes energéticas em todo o mundo. Algumas soluções e tecnologias emergentes ainda não são comercialmente viáveis e precisam de financiamentos de longo prazo para fomentar novos mercados e se tornar viáveis de implantação em setores de custos elevados como o TRC.

Mundialmente falando, o transporte de cargas tem buscado inúmeros experimentos com novas fontes de energias renováveis para abastecer caminhões e alimentar componentes necessários para a execução dos serviços.

Dentre eles, pode-se destacar: Eletrificação de veículos – Hidrogênio como combustível – Biodiesel – Biocombustível de Biometano e Bioetanol – Gás Natural Comprimido e Gás Natural Liquefeito – Energia Solar em sistemas auxiliares – Sistema de Tração Elétrica com Fios Aéreos (Trolebus) – Catena (Indução Magnética) em recarga de elétricos por indução – Células Fotovoltaicas Integradas na Superfície (PVIS) em superfícies de veículos em movimento.

O uso de fontes renováveis no transporte rodoviário de cargas é uma estratégia fundamental para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e mitigar os impactos ambientais associados às emissões de gases de efeito estufa e poluentes atmosféricos.

É importante ressaltar que a escolha da fonte de energia renovável deve ser feita levando em consideração a disponibilidade local, a eficiência energética, os impactos ambientais e sociais relacionados à produção e o ciclo de vida completo do combustível. Em alguns casos, a combinação de várias tecnologias e fontes de energia pode ser necessária para atender às demandas as particularidades do setor, desde distância, carga, espécie de transporte, etc.

O setor do transporte rodoviário de cargas desempenha papel vital na economia global, facilitando o comércio e o abastecimento de bens e serviços. No entanto, também é responsável por uma parcela significativa das emissões de gases de efeito estufa (GEE) devido à dependência dos combustíveis fósseis.

Portanto, o transporte rodoviário de cargas precisa continuar sendo protagonista em ações, experimentos, e na conscientização sobre a importância de adotar uma matriz energética limpa, pois isso é crucial não apenas para a sustentabilidade ambiental, mas também para a prosperidade econômica a longo prazo e a competitividade no mercado global.

Por: Rafael de Brittos Brito – COMJOVEM Cascavel