Flat Preloader Icon

Fontes renováveis no futuro do TRC e um olhar sobre nossa retribuição ao meio ambiente

Diversificação das matrizes energéticas para um futuro mais sustentável é uma pauta que está em alta em todos os setores econômicos. Todos os países estão de fato preocupados com o meio ambiente e com o futuro do nosso Planeta Terra, uma vez que, com a população em constante crescimento, consumo per capita cada vez maior e menores áreas verdes capazes de realizar a troca necessária de gases, em poucos séculos, não teremos mais um ecossistema capaz de trazer condição de vida humana e animal para a Terra.
Muitas soluções energéticas já estão sendo aplicadas nas economias de primeiro mundo bem como em países emergentes, como por exemplo veículos híbridos, elétricos, hidrogênio e outras fontes de energia.
Muito se fala da eletrificação pura do transporte, que a meu ver serão apenas aplicadas em veículos urbanos e com baixa autonomia. Polêmicas envolvendo a produção de energia elétrica, principalmente nos países europeus, podem ser o início da restrição da matriz elétrica pura, ou seja, com veículos “plug in”. Evidente que em um país como o Brasil, tal risco é bastante minimizado pela aplicação da energia solar, que cada vez mais ganha mercado e produção em nosso território; primeiramente por ser uma energia limpa e por exigir investimentos cada vez mais compatíveis e com pay back reduzido. A utilização deste modelo também poderá ser aplicada em transporte público metropolitano, por serem rotas pré-definidas, porém definitivamente não poderá ser aplicada com eficiência em transporte de cargas e passageiros, principalmente por questões de engenharia de projeto dos veículos bem como infraestrutura de abastecimento.
Outras soluções também são hoje utilizadas em veículos de carga, como por exemplo o gás natural. Grandes montadoras já oferecem veículos de linha com motores alimentados com gás natural. Entretanto tais soluções exigem estudo detalhado das rotas e logística uma vez que tais veículos, assim como os elétricos possuem baixa autonomia e forma de abastecimento pouco desenvolvida ao longo de nosssas rodovias.
Por outro lado, cresce cada vez mais os estudos na matriz do hidrogênio para veículos leves e pesados. Apesar de ser uma tecnologia que requer alto investimento em pesquisa, projeto e infraestrutura de armazenagem e distribuição, já se enxerga uma solução alternativa para a produção do hidrogênio a partir do etanol, o chamado hidrogênio verde. Na verdade, trata-se de um carro elétrico, que é alimentado pela energia gerada por uma célula de combustível, que por sua vez é alimentada pela mistura de água e etanol.
Hoje pesquisas de desenvolvimento estão sendo fomentadas principalmente em solo Brasileiro, que hoje é responsável pela segunda maior produção de etanol do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. A USP (Universidade de São Paulo) desenvolve em parceria com montadoras de veículos, soluções para geração de hidrogênio a partir do etanol, aplicando não somente em veículos de pequeno porte, mas também em ônibus que hoje circulam no campus da universidade.
Vemos que mais uma vez o etanol será protagonista de mais uma grande revolução de matriz energética para o transporte e o Brasil está novamente na vanguarda deste projeto,
assim como foi nos anos 80, com o pró-alcool, nos anos 2000 com os carros flex, e agora em 2020 com os veículos movidos a hidrogênio verde.
Importante salientar que o sucesso deste projeto passa obrigatoriamente pelo alinhamento estratégico de toda a produção de etanol, que atualmente sofre oscilações de ofertas e preço, por competir diretamente com outro produto derivado da cana, o açúcar. O governo deve promover iniciativas que defendam a produção do etanol e que garantam segurança de fornecimento deste produto.
Com tais cenários garantidos é possível imaginar a expansão e massificação da tecnologia, incluindo ao uso em veículos de transporte de carga e passageiros. Imaginemos uma solução de transporte a hidrogênio, plug in, que seja capaz de ser alimentada na rede elétrica quando disponível, mas também proporcione autonomia com a geração de hidrogênio a partir do etanol.
Porém, como responsáveis por toda esta “pegada” de carbono deixada ao longo destes mais de 100 anos de transporte, devemos também estar à frente do nosso tempo e não pensar somente na geração de carbono e outros poluentes, mas também assumir nossa responsabilidade ambiental e compromisso com o futuro, ser capaz de implementar mais soluções para gerar crédito de carbono.
Neste sentido acredito muito nas diversas inciativas de cunho ambiental que não só inibem a geração de poluentes, mas também geram fontes de compensação e sequestro de carbono. Muitos especialistas atualmente defendem que não será suficiente as empresas compensarem a sua pegada de carbono, mas sim, em um futuro muito próximo, as empresas realmente comprometidas com o meio ambiente, não só não geraram carbono e outros poluentes, mas também promoverão através da sua atividade principal e auxiliares a compensação de carbono positiva.
Hoje em nossa companhia possuímos diversos projetos que promovem sustentabilidade e também crédito de carbono dos quais, aproveitamento de agua de chuva, com a utilização de reservatórios para armazenagem, usina solar própria com capacidade superior ao uso da empresa, projeto Sementes, que promove a coleta das sementes das árvores do nosso pátio e distribuição de sementes e mudas para a comunidade e o papel verde que promove o uso consciente do papel, promovendo ainda a reutilização de papeis como rascunho e após seu último uso sendo destinado à fragmentação e posterior utilização para o processo de compostagem e produção de adubo orgânico, são alguns exemplos.
Percebemos, portanto, que o uso de fontes renováveis no transporte, não se trata apenas de pensar em meios de diminuir ou zerar a geração de poluentes e carbono, mas sobretudo como podemos fazer para recuperar todo nosso ecossistema, afetado ao longo destes anos pelas nossas atividades e aos poucos permitir que o Planeta Terra, mesmo com sua população em franco crescimento, retorne à sua condição ambiental saudável.
Cabe a nós, gestores do transporte e logística, influenciadores e formadores de opinião, pensar no futuro e compreender que ele já chegou, e que, com soluções muitas vezes extremamente simples, podemos garantir a sobrevivência das nossas gerações futuras.

Por: Antonio Lodi – COMJOVEM Belo Horizonte

Desbravando a estrada sustentável: O futuro do transporte de cargas com fontes renováveis

O transporte de cargas (TRC), enquanto coluna vertebral da logística global, desempenha um papel inestimável na manutenção do fluxo contínuo de mercadorias que alimenta o funcionamento da economia mundial. No entanto, o crescimento exponencial do setor não se desenrolou sem consequências significativas para o meio ambiente. As crescentes emissões de gases de efeito estufa e a contaminação atmosférica, inerente ao uso de combustíveis fósseis, emergem como preocupações ambientais iminentes. Assim, neste artigo, exploraremos os conceitos e as perspectivas das fontes de energia renovável no contexto do TRC, destacando casos paradigmáticos de sua efetiva aplicação.

O que são fontes renováveis e não renováveis de energia e quais as vantagens e desvantagens?

Fontes renováveis de energia são aquelas que são naturalmente reabastecidas, como a energia solar, eólica, hidrelétrica e biomassa. Fontes não renováveis de energia são aquelas que se esgotam com o tempo, como o petróleo, gás natural e carvão mineral.

As vantagens do setor investir em fontes renováveis incluem a redução da dependência de combustíveis fósseis, a diminuição das emissões de gases de efeito estufa, a promoção da sustentabilidade ambiental e a possibilidade de aproveitar o potencial econômico das energias renováveis. O potencial econômico das energias renováveis é vasto, incluindo a criação de empregos na indústria de energia limpa, redução dos custos de energia a longo prazo, estímulo à inovação tecnológica, aumento da segurança energética e diversificação das fontes de energia.

Já é percebido que o setor logístico estuda e investe nesse potencial econômico, com o propósito sustentável de redução de poluentes, mas ainda existe os altos investimentos iniciais que muitas vezes inviabilizam economicamente esta busca.

Com este foco o artigo apresentará os tipos de energia renováveis e exemplos de fabricantes e aplicabilidades globais no TRC com o intuito de resumir alguns cenários e auxiliar na identificação de como cada empresa poderá dar o Start para o futuro.

Categorias de energias renováveis e aplicações:

1 – Energia Solar: Iluminando o caminho: a energia solar, com sua natureza inesgotável e limpa, surge como uma solução luminosa para os desafios do TRC. A instalação estratégica de painéis fotovoltaicos em veículos, instalações logísticas e até mesmo nas próprias vias pode capturar a luz do sol, convertendo-a em eletricidade utilizável para alimentar veículos elétricos. Além disso, sistemas de carregamento solar estacionários, com a capacidade de recarga durante as paradas, representam uma inovação valiosa.

– DHL: a empresa de logística DHL adotou uma abordagem semelhante, incorporando painéis solares em muitos de seus centros de distribuição, uma medida que contribuiu para a operação mais sustentável de suas frotas de veículos elétricos.

– Walmart: a gigante do varejo conquistou êxito notável ao implementar com sucesso uma frota de caminhões solares em suas operações logísticas, culminando em uma redução expressiva nas emissões de carbono.

 2 – Energia Eólica: Ventos de Mudanças: a energia eólica, com sua capacidade de geração de eletricidade a partir do vento, também emerge como uma promissora alternativa no contexto do TRC. A instalação de turbinas eólicas em caminhões apresenta um potencial revolucionário, permitindo a produção de energia limpa enquanto os veículos estão em movimento.

-Siemens: gigante da indústria, desenvolveu um caminhão híbrido dotado de uma turbina eólica, gerando eletricidade durante o deslocamento e, assim, aprimorando significativamente sua eficiência energética.

3 – Biocombustíveis: O potencial dos orgânicos: os biocombustíveis, notadamente o biodiesel e o biometano, são fontes renováveis que conquistaram um espaço importante no âmbito do TRC. Produzidos a partir de matéria orgânica, esses combustíveis mitigam consideravelmente as emissões de carbono, contrastando favoravelmente com os combustíveis fósseis convencionais.

– UPS: gigante dos serviços de entregas, opera uma extensa frota de caminhões movidos a biometano, produzido a partir de resíduos orgânicos e esgoto, demonstrando um compromisso sólido com uma pegada de carbono reduzida.

– Amazon: uma das maiores empresas de comércio eletrônico, anunciou planos para incorporar biodiesel renovável em sua frota de caminhões de entrega, sinalizando um compromisso inabalável com a sustentabilidade no TRC.

4 – Hidrogênio Verde: Uma promessa do horizonte: o hidrogênio verde se destaca como uma fonte de energia promissora para o futuro do TRC. Pode ser empregado em células de combustível para alimentar caminhões elétricos de longa distância, oferecendo uma alternativa limpa e eficiente aos veículos movidos a diesel.

– Toyota: a renomada fabricante de automóveis, Toyota, está empenhada no desenvolvimento de caminhões movidos a hidrogênio, possuindo um potencial revolucionário para a indústria de transporte rodoviário de carga.

– Nikola Motor Company: esta startup, centrada em caminhões movidos a hidrogênio, já estabeleceu parcerias estratégicas com empresas de logística, pavimentando o caminho para uma transição futurística e sustentável no TRC.

5 – Veículos Elétricos: A revolução silenciosa: os veículos elétricos, com sua operação silenciosa e emissões zero no ponto de uso, tornam-se cada vez mais comuns no âmbito do TRC. Alimentados por eletricidade, geralmente armazenada em baterias de alta capacidade, demonstram-se ideais para entregas urbanas e trajetos de curtas distâncias.

– Tesla: a fabricante de veículos elétricos se destaca como uma das líderes na produção de caminhões elétricos, com o renomado Tesla Semi, que conquistou a atenção de empresas de logística de grande porte, incluindo a FedEx.

– Rivian Automotive: empresa em ascensão que possui uma linha de caminhões elétricos e que já recebeu pedidos de gigantes como a Amazon, solidificando seu lugar na vanguarda da inovação no TRC.

Em síntese, o futuro sustentável do TRC repousa na adoção disseminada de fontes de energia renovável e tecnologias eco conscientes. A eletricidade, o hidrogênio e os biocombustíveis de última geração desempenham papéis centrais nessa transformação. Tecnologias inovadoras, como o carregamento dinâmico, a integração de energia solar e a gestão inteligente de frotas, emergirão como componentes cruciais para aprimorar a eficiência do TRC, mas será necessário a construção de políticas governamentais progressistas e um contínuo avanço tecnológico, além de incentivos fiscais e econômicos para que as empresas de logística consigam fazer essa virada em grande escala. A trajetória do TRC se vislumbra cada vez mais sustentável, reduzindo significativamente seu impacto ambiental e contribuindo de maneira ativa para a preservação do delicado equilíbrio ecológico.

O futuro do transporte rodoviário de cargas, assim, se desenha como um horizonte onde a sustentabilidade e a logística global convergem harmoniosamente, apontando para um amanhã mais verde e próspero.

Por: Thais Bandeira Cardoso – COMJOVEM Porto Alegre

Os impactos positivos da revolução da inteligência artificial no setor detransporte rodoviário de cargas e na sociedade

A popularização do uso da Inteligência Artificial (IA), seja por empresas ou por pessoas físicas, tem sido considerada como a nova revolução industrial em nível mundial. E, como o transporte de cargas está presente em toda a cadeia de consumo, é natural que também esteja sendo impulsionado e transformado pelo avanço dessa nova tecnologia. Essa revolução está trazendo inúmeras vantagens que estão melhorando a eficiência, a segurança e a sustentabilidade desse setor vital para a economia global.
No Brasil, um país com matriz de transporte majoritariamente rodoviário e com infraestrutura precária, a IA já desempenha um papel crucial na redução de acidentes. Sistemas avançados de assistência ao motorista, como o controle de cruzeiro adaptativo, a detecção de colisão e a manutenção na faixa de rodagem, ajudam a evitar graves acidentes. O sistema de câmeras inteligentes nos veículos já consegue detectar movimento de pedestres e outros veículos, bem como analisar o comportamento do motorista quanto ao uso de celular ao volante, fadiga, entre outras distrações – e além de fornecer os dados, algumas IAs já apontam planos de ação e dicas para evitar esse tipo de situação. Isso não apenas protege vidas, mas também reduz os prejuízos e os custos associados a acidentes.
Uma das maiores contribuições da IA no TRC é a otimização de rotas e logística. Algoritmos avançados podem analisar uma variedade de fatores, como tráfego, condições climáticas, restrições de peso e tamanho, horários de entrega e disponibilidade de veículos. Com base nessa análise, a IA calcula as rotas mais eficientes para minimizar o tempo de trânsito e reduzir o consumo de combustível.
Isso não apenas economiza recursos preciosos, mas também contribui para a redução das emissões de carbono, tornando o transporte mais sustentável e alinhado com os objetivos de combate às mudanças climáticas.
Além disso, a IA desempenha um papel fundamental na previsão de manutenção preventiva e na condução econômica dos caminhões. Sensores inteligentes monitoram constantemente o estado das peças e componentes, coletando dados em tempo real sobre o desgaste e o desempenho. Esses dados são analisados por algoritmos avançados que identificam padrões e tendências. Quando uma peça ou componente está prestes a falhar, o sistema emite um alerta, permitindo que a manutenção seja realizada antes que ocorra uma quebra inesperada. Isso não apenas aumenta a eficiência operacional, mas também reduz o tempo de inatividade dos veículos e os custos de manutenção. A condução econômica, focada no desempenho do motorista e não mais no caminhão, apresenta dados em tempo real sobre a melhor maneira de conduzir o veículo independentemente de fatores externos como a rota, o peso, o tempo, mas sim focado no melhor que o motorista pode tirar do veículo a partir do seu próprio trabalho. Com a telemetria das principais montadoras do mercado, hoje, a IA analisa o desempenho de milhares de motoristas na mesma rota, e a partir da big data orienta o motorista, em tempo real no painel do caminhão, a tomar a melhor decisão para uma condução segura e econômica.
Os aspectos mencionados anteriormente nos levam a concluir que a IA também desempenha um papel importante na redução das emissões de carbono. A otimização de rotas e a gestão eficiente de frotas contribuem para a redução do consumo de combustível e, consequentemente, das emissões poluentes. Isso não apenas beneficia o meio ambiente, mas também atende às regulamentações cada vez mais rígidas relacionadas às emissões de veículos comerciais. As empresas que adotam a IA para reduzir suas emissões também podem se beneficiar de uma imagem de marca mais sustentável, o que pode atrair clientes preocupados com o meio ambiente e boas práticas de ESG. Sendo assim, a IA está permitindo que as empresas de transporte se tornem mais competitivas no mercado. Elas podem oferecer serviços mais eficientes, maior previsibilidade, mais segurança nas operações causando menos impactos ambientais. Isso atrai mais clientes e impulsiona o crescimento dos negócios, permitindo que as empresas que estão aderindo a essa nova tendência se destaquem em um mercado cada vez mais exigente e globalizado.
Por fim, é possível afirmar categoricamente que a combinação IA e TRC beneficia a sociedade de maneira significativa, destacando-se principalmente em três aspectos.
Primeiro, a IA contribui para a redução das emissões de carbono, tornando o transporte mais sustentável e ajudando na luta contra as mudanças climáticas. Em segundo lugar, a IA melhora a segurança nas estradas, reduzindo o número de acidentes e tornando as viagens mais seguras para todos os usuários das estradas.
Por fim, a eficiência aprimorada no transporte de mercadorias resulta em entregas mais rápidas e pontuais, beneficiando diretamente os consumidores e a economia em geral. Esses três pontos-chave destacam como a IA está transformando positivamente um setor tão importante para economia do Brasil e do mundo, impactando a sociedade de forma significativa.
Muitas vezes grandes impactos tecnológicos causam desconforto e desconfiança, mas a rápida aderência da IA ao mercado como um todo e à sociedade já estão trazendo uma série de vantagens e muitas mais virão num futuro próximo. À medida
que a tecnologia continua a evoluir, podemos esperar que o transporte rodoviário de cargas se torne ainda mais eficiente, seguro e sustentável, contribuindo para um mundo melhor. É uma era emocionante para o setor, com muitas oportunidades para aqueles que abraçam as possibilidades da Inteligência Artificial.
Por: Tony Bernardini – COMJOVEM Porto Alegre

Fontes Renováveis no Futuro do TRC

Talvez o “X” da questão seja saber diferenciar as renováveis das não renováveis para depois saber como otimizar o uso das fontes de energia em nosso TRC – Transporte de Cargas.
O jornalista João Pedro Malar, do CNN Brasil Bussines, publicou uma matéria1 dizendo que “a ideia é reduzir a participação dos combustíveis fósseis — gás natural, carvão e petróleo —, que emitem gás carbônico quando são usados para gerar energia” diante da urgência em se combater as mudanças climáticas.
Nessa mesma matéria, a professora Virginia Parente do IEE-USP, esclarece que uma fonte é renovável sempre que a velocidade de sua utilização é menor que a velocidade de sua produção pela natureza, como por exemplo: a energia hidrelétrica, a eólica, a solar, a oceânica, o chamado “hidrogênio verde”, a biomassa e a geotérmica.
Dentre esses exemplos, ao menos nesse momento da história e com as tecnologias existentes, podemos perceber possibilidades de uso no TRC das fontes de biomassa, “hidrogênio verde” e solar. Contudo, gostaria de focar em uma dessas fontes e citar exemplos interessantes de placas solares que já têm sido utilizadas em veículos de carga.
A jornalista Aline Feltrin, em matéria2 do Estadão, citou o projeto da 4Truck que instalou placas solares no teto do baú de alumínio acoplado num Volkswagen Delivery 11.180 4×4, sendo uma encomenda feita pela própria montadora Volkswagen. De acordo com o CEO da 4Truck, nessa experiência foi possível gerar energia suficiente para economizar cerca de 30% do diesel.
Já Fernanda Bastos, jornalista da Exame, publicou uma matéria3 citando a parceria entre a PepsiCo e a startup brasileira Sunew na instalação de painéis fotovoltaicos em 10 veículos no ano de 2020 aumentando para 250 veículos, dois anos depois, tendo o auxílio também da Facchini na instalação dos painéis nos caminhões da frota. Cita também que “só na concepção desses equipamentos, são economizadas quase 7,8 toneladas de emissões de CO2, que corresponde a 836 árvores, de acordo com a parceira Sunew”.
A Electrolux Group passou a realizar suas entregas utilizando veículos elétricos a partir de 2021 e uma novidade nesse processo foi a parceria com a empresa Hitech Electric com o gerenciamento sendo feito pela transportadora Ecolog, como publicou4 o portal Mundo Logística. Esse projeto instalou placas fotovoltaicas que, se carregadas de 10 a 12 horas, são capazes de dar um ganho de 20% na autonomia do veículo, trazendo uma expectativa de redução na ordem de 18,75 toneladas de CO2 emitido anualmente.
“A montadora sueca Scania iniciou a fase de testes do primeiro caminhão híbrido movido a energia solar do mundo” conforme informa o jornalista Igor Nischikiori em publicação5 para o portal UOL. Em parceria com uma empresa de entregas também da Suécia, os testes demonstraram que o veículo é capaz de rodar cinco mil quilômetros no período de um ano somente com esse tipo de energia, mas a expectativa é de que esse número dobre de tamanho em países com o Sol presente durante todo o ano.
É perceptível que os números ainda são tímidos, mas também são promissores. Há muita possibilidade de crescimento e desenvolvimento e isso nos dá a certeza de que teremos muita inovação nessa área surgindo nos próximos anos.
Então, vamos avançar! Afinal, também existem outras fontes renováveis chegando com grande potencial para agregar valor ao nosso TRC.

1 19/01/22 https://www.cnnbrasil.com.br/economia/conheca-os-tipos-de-energia-renovavel-e-quais-sao-usados-no-brasil/
2 12/09/22 https://estradao.estadao.com.br/caminhoes/conheca-o-caminhao-equipado-com-placas-de-energia-solar/

3 01/09/23 https://exame.com/esg/para-economizar-bateria-pepsico-instala-paineis-solares-e-baus-de-plastico-reciclado-nos-caminhoes/
4 21/08/2023 https://mundologistica.com.br/noticias/electrolux-inicia-entregas-caminhao-movido-energia-solar
5 10/09/2023 https://gizmodo.uol.com.br/scania-faz-testes-com-caminhao-hibrido-movido-a-energia-solar-veja-como-e/

Por: Filipe Cortes Teixeira – COMJOVEM Espírito Santo

Inteligência Artificial para o TRC

O transporte de carga desempenha um papel fundamental na economia global, movimentando mercadorias de forma eficiente e confiável. No entanto, os desafios inerentes à logística, como otimização de rotas, previsão de demanda e manutenção de veículos, estão sendo cada vez mais abordados por meio da aplicação da inteligência artificial (IA). Neste artigo, exploramos
como a IA está revolucionando o transporte rodoviário de carga, melhorando a eficiência, a sustentabilidade e a segurança desse setor essencial.

O Papel da IA na Logística de Transporte Rodoviário de Carga
Otimização de Rotas
Uma das aplicações mais visíveis da IA no transporte de carga é a otimização de rotas. Sistemas de IA podem considerar uma variedade de fatores, como condições de tráfego em tempo real, restrições de peso e tamanho do veículo, prazos de entrega e custos de combustível para determinar a rota mais eficiente. Isso não apenas economiza tempo e dinheiro, mas também reduz a
pegada de carbono ao minimizar as emissões.

Previsão de Demanda
A IA desempenha um papel vital na previsão de demanda, permitindo que as empresas de transporte de carga se adaptem às flutuações sazonais e às mudanças nas necessidades dos clientes. Algoritmos de aprendizado de máquina podem analisar dados históricos e em tempo real para prever com precisão a demanda futura, permitindo uma alocação de recursos mais eficaz.

Manutenção Preditiva
Manter uma frota de veículos em condições de funcionamento é essencial. A manutenção preditiva, uma aplicação da IA, usa sensores e análises avançadas para monitorar o desempenho dos veículos. Isso permite que as empresas identifiquem problemas antes que se tornem críticos, evitando paralisações não planejadas e reduzindo custos de manutenção.

Rastreamento e Monitoramento em Tempo Real
A rastreabilidade e o monitoramento em tempo real são cruciais para a segurança e a transparência no transporte de carga. A IA possibilita o rastreamento contínuo de mercadorias, permitindo que as empresas e os clientes saibam exatamente onde uma remessa está a qualquer momento. Isso reduz o risco de roubo, extravio e atrasos.

Desafios e Considerações
Embora a IA ofereça inúmeras vantagens, também apresenta desafios e considerações importantes. A segurança de dados e a privacidade são preocupações significativas, especialmente quando informações confidenciais sobre remessas e rotas estão envolvidas. Além disso, a implementação da IA requer investimentos em infraestrutura, treinamento de pessoal e atualização
de sistemas.

Benefícios para a Sustentabilidade
A aplicação da IA no transporte rodoviário de carga não apenas melhora a eficiência operacional, mas também contribui para a sustentabilidade ambiental. A otimização de rotas reduz o consumo de combustível e, consequentemente, as emissões de carbono. Além disso, a previsão de demanda evita o transporte desnecessário e, portanto, diminui o impacto ambiental.

Conclusão
A inteligência artificial está revolucionando o transporte rodoviário de carga, proporcionando maior eficiência, sustentabilidade e segurança. À medida que a tecnologia continua a avançar, é crucial que as empresas do setor acompanhem essas inovações para permanecerem competitivas e atenderem às crescentes demandas de uma economia globalizada. Com a IA como aliada, o futuro do transporte de carga rodoviário é promissor e sustentável.

Por: João Júnior Marques – COMJOVEM Centro Oeste

Fontes Renováveis no Futuro do TRC

O transporte de carga é uma parte vital da economia global, mas também é responsável por uma parcela significativa das emissões de gases de efeito estufa. À medida que a conscientização sobre as mudanças climáticas cresce e as regulamentações ambientais se tornam mais rígidas, surge a necessidade de transformar o setor de transporte para torná-lo mais sustentável. Neste contexto, as fontes renováveis de energia desempenham um papel crucial no futuro do transporte rodoviário de carga.

O Desafio das Emissões de Carbono
O transporte rodoviário de carga tradicional é altamente dependente de combustíveis fósseis, como o diesel. Isso resulta em emissões significativas de dióxido de carbono (CO2) e outros poluentes do ar, contribuindo para a degradação da qualidade do ar e o aumento do aquecimento global. Para enfrentar esse desafio, é fundamental buscar alternativas mais limpas e sustentáveis.

Fontes Renováveis de Energia
Eletrificação
Uma das soluções mais promissoras é a eletrificação dos veículos de carga.
Os caminhões elétricos estão ganhando tração rapidamente devido às vantagens ambientais e econômicas que oferecem. Eles são alimentados por baterias que podem ser carregadas usando eletricidade de fontes renováveis, como a solar e eólica. Além disso, os motores elétricos têm uma eficiência muito maior em comparação com os motores a combustão, reduzindo o

Hidrogênio Verde
Outra opção é o uso de hidrogênio verde. O hidrogênio produzido a partir de fontes renováveis, como eletrólise da água usando energia solar ou eólica, é conhecido como “hidrogênio verde”. Os caminhões a hidrogênio têm a vantagem da rápida recarga, maior autonomia e emissões zero, pois o único subproduto é a água.

Desafios e Considerações
Apesar das vantagens evidentes das fontes renováveis, há desafios a serem superados. A infraestrutura de carregamento e abastecimento deve ser expandida e aprimorada para acomodar veículos elétricos e movidos a hidrogênio em grande escala. Além disso, o custo inicial de aquisição de veículos elétricos ainda pode ser um obstáculo, embora os custos estejam
diminuindo à medida que a tecnologia avança.

Benefícios Econômicos
Além dos benefícios ambientais, a transição para fontes renováveis no transporte rodoviário de carga também pode trazer benefícios econômicos significativos. A redução dos custos de combustível e manutenção, juntamente com incentivos fiscais e regulamentações favoráveis, pode tornar os veículos movidos a energias limpas uma opção economicamente atrativa.

Conclusão
O futuro do transporte rodoviário de carga está inextricavelmente ligado ao uso de fontes renováveis de energia. A eletrificação e o hidrogênio verde estão emergindo como alternativas viáveis e sustentáveis aos combustíveis fósseis.
Embora haja desafios a serem enfrentados, a busca por soluções mais limpas e eficientes é essencial para reduzir as emissões de carbono e mitigar os impactos das mudanças climáticas. Com investimentos adequados em pesquisa, desenvolvimento e infraestrutura, podemos pavimentar o caminho para um futuro mais verde e sustentável no transporte de carga rodoviário.

Por: João Júnior Marques – COMJOVEM Centro Oeste