Flat Preloader Icon

Transporte e a Gestão Ágil

A gestão ágil (agile management) e o uso de métodos ágeis para gestão de projetos tem sua origem bem documentada no ano de 2001, quando foi publicado o “Manifesto para Desenvolvimento Ágil de Software”. O documento foi fruto de uma reunião entre pensadores independentes voltados ao desenvolvimento de software. Os princípios contidos no documento foram formulados com o objetivo de tornar os processos de desenvolvimento de software menos pesados e menos voltados à documentação.1

De forma sintética, o desenvolvimento ágil de software quebra o processo de desenvolvimento em pequenos incrementos (iterações), de curto espaço de tempo.

Ao final de cada iteração, o objetivo é ter um produto em estado que possa ser entregue ao usuário, livre de grandes problemas, mesmo que no fim das contas esse produto acabe não sendo disponibilizado imediatamente.2

Como o desenvolvimento ágil é descrito em princípios e ideias gerais, e não em metodologias precisas e específicas, naturalmente esses princípios passaram aos poucos a serem aplicados à gestão de processos e projetos fora do desenvolvimento de software. Dessa aplicação e da associação dos métodos ágeis ao lean management, surgiu o agile management, ou gestão ágil.

Por se fundar no desenvolvimento ágil de software, a gestão ágil também herda seus princípios, inscritos no manifesto ágil, que são doze, de forma simplificada: satisfação do cliente pela entrega contínua; mudança dos requisitos em todas as fases do processo; entregas frequentes; trabalho conjunto entre gestores e desenvolvedores; motivação dos indivíduos, com ambiente e suporte necessário e confiança no trabalho; transmissão presencial de informações; o resultado final é a medida do progresso; manutenção de ritmo constante, indefinidamente; atenção à excelência técnica e bom design; simplicidade; equipes auto-organizáveis; reflexão interna e ajuste de conduta das equipes.

Como pode ser deduzido, esses princípios, apesar de terem sido elaborados em um ambiente de desenvolvimento de software, estabelecem práticas fundamentais que tem a potência de otimizar projetos de desenvolvimento de produtos e serviços nas mais variadas atividades econômicas. O transporte de cargas (TRC) não está excluído desse rol de atividades.

No transporte rodoviário de cargas o tempo entre o “desenvolvimento” do serviço e a entrega ao cliente é medido em dias, ou mesmo em horas. Isso é ideal para a aplicação dos métodos ágeis, tendo em vista que estes foram desenvolvidos exatamente para janelas curtas de tempo, em que um produto mínimo viável (do inglês minimum viable product ou MVP) precise ser entregue ao cliente. No TRC o cliente espera entregas constantes, com iterações e melhorias a cada entrega. Por meio da aplicação dos métodos, cada operação de transporte pode se aprimorada com as melhorias desenvolvidas após a última “entrega”.

Como se vê, os princípios enunciados no Manifesto para Desenvolvimento Ágil de Software são largamente compatíveis com o transporte rodoviário de cargas, talvez com alguns ajustes. O que pode impedir sua aplicação, todavia, são as resistências culturais. Os mesmos mecanismos de gestão tradicional que prolongam o tempo de entrega dos produtos e serviços acabam por criar barreiras culturais, ou de mindset3, que impedem a implantação desses princípios.

A chave para mudança dessa forma de pensar, então, reside na alta gestão da empresa. Mudanças de cultura corporativa não podem, ou ao menos não deveriam ocorrer “de baixo para cima”. Esses movimentos devem ser iniciados e fomentados pela diretoria, que deve se tornar em um exemplo de adoção das novas práticas. Para uma adoção eficaz dos métodos ágeis, a direção precisa primeiro implantá-los em seus próprios processos decisórios e exigir o mesmo de seus subordinados imediatos. Aos poucos, com a persistência e o engajamento da equipe, sempre com o fornecimento das ferramentas de trabalho necessárias, a cultura ágil se implantará.

Por fim, resta dizer que os princípios de gestão ágil são de fato meras ferramentas, de forma que o seu uso eficaz exige intenção e aprendizado. Assim, não basta que a empresa contrate consultorias ou realize treinamentos com seus colaboradores se não houver genuíno investimento da alta gestão na adoção dos princípios introduzidos pelo Manifesto Ágil.

  1. HIGHSMITH, Jim. History: The Agile Manifesto. 2001. Disponível em: https://agilemanifesto.org/history.html. Acesso em: 25 set. 2022.
  2. TOTVS. Metodologia ágil: o que é e como implementar. 2021. Disponível em: https://www.totvs.com/blog/negocios/metodologia-agil/. Acesso em: 25 set. 2022.
  3. Forma de pensar.

Por: Guilherme Cesca Salvan – COMJOVEM Região Sul de Santa Catarina

Tendências de ESG no transporte de cargas: Quais oportunidades o transporte rodoviário de cargas pode encontrar nas práticas de Governança Ambiental, Social e Corporativa?

O transporte tem uma grande participação na logística do Brasil e quando observamos este cenário sob perspectiva ambiental, são muitos desafios. Enquanto representa cerca de 65% do carregamento no transporte de carga nacional, o modal é acompanhado por seu grande potencial de poluição e impactos na sociedade.

Somente em 2020, o setor de transportes emitiu mais de 185 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente (que inclui dióxido de carbono e outros gases associados ao efeito estufa), de acordo com a Análise das emissões brasileiras de gases de efeito estufa, desenvolvida pelo SEEG, do Observatório do Clima.

Esse consumo de combustíveis fósseis nas estradas brasileiras, em especial o diesel, é influenciado pela idade da frota, falta de planejamento logístico e, inclusive, as condições de trânsito. De acordo com a CNT (Confederação Nacional do Transporte), a falta de infraestrutura nas rodovias pode aumentar em 91% os gastos de abastecimento e de reparo dos caminhões.

Não é toa, cada vez mais se discutem as aplicações de critérios de ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa) no setor. Para além dos impactos ambientais e sociais, isso afeta também a reputação das empresas – e até mesmo as oportunidades de investimentos.

De acordo com a Pesquisa Global com Investidores 2021 da PwC, 79% dos investidores consideram os riscos e as oportunidades ESG um fator importante na decisão de aplicações. Ainda, 49% deles também afirmaram a intenção de desfazer o investimento se a empresa não tomasse ações para tratar as questões ESG.

O ESG no transporte de cargas

Com a forte influência do mercado, incentivos governamentais e instituições internacionais, se torna indispensável para transportadoras, embarcadores e profissionais da área incluírem os princípios de ESG em suas estratégias de negócio. Seus benefícios já podem ser observados.

Estudos apontam que medidas como a renovação e modernização da frota, utilização de sistemas de informação para rastreamento e acompanhamento da frota, e treinamento de motoristas continuam sendo as práticas mais frequente no transporte rodoviário de carga e juntas podem reduzir custos operacionais decorrentes do consumo de combustível e levar a até 30% de redução da emissão de gases de efeito estufa (GEE).

De acordo com o Programa de Logística Verde Brasil, as empresas que aplicaram as Boas Práticas para o Transporte de Carga apresentaram resultados bastante significativos quanto a redução do consumo de energia e da emissão de gases de efeito estufa (GEE) sem comprometer os custos operacionais e o nível de serviço logístico, podendo ainda promover a redução de custos operacionais e impactos ambientais do transporte e movimentação de cargas, sem prejudicar a qualidade do serviço prestado.

Transição Energética no Setor de Transportes

Entre os avanços mais impactantes, temos o aumento na busca por fontes energéticas, principalmente as renováveis, para um transporte mais limpo. Mesmo sendo mais caros que os a diesel, veículos comerciais elétricos e a gás ganham espaço no Brasil e vendas mantêm tendência de alta.

Segundo dados da Anfavea, os caminhões, ônibus e furgões elétricos e a gás apresentam alta de 840% em 2022. Conforme a associação das montadoras, 602 unidades foram emplacadas de janeiro a junho deste ano, ante 64 exemplares no mesmo período de 2021. Ou seja, o resultado do primeiro semestre é 47,5% maior que o acumulado dos 12 meses do ano passado.

Gerenciamento de riscos aliado às práticas de ESG

É inevitável pensar em boas práticas de governança ambiental, social e corporativa sem considerar o gerenciamento de riscos para o transporte de cargas como um grande aliado. Ao contar estratégias de análise de riscos, medidas de prevenção de perdas e gestão de crises, as organizações protegem seus investimentos na modernização de frota, cultura de sustentabilidade e responsabilidades.

Podemos citar ainda recursos de seguro de carga, como RCTRC-C e RCF-DC, e ainda o RC Ambiental, que atuam como ferramentas para mitigar danos e reparar prejuízos, tanto para o meio ambiente, colaboradores e sociedade em geral.

Por: Fernanda Mateus – COMJOVEM Região Sul de Santa Catarina

Mulheres na governança de ESG no TRC

A sigla ESG é a abreviação de “Environment, Social & Governance” (Ambiental, Social e Governança, ou ASG no português). Esse conceito refere-se às boas práticas empresariais que se preocupam com critérios ambientais, sociais e parâmetros de excelente governança corporativa (Valor Econômico, 2021).

Nas últimas décadas, graves problemas ambientais, incluindo o uso excessivo de recursos naturais, ar, água e ruído poluição e o rápido desaparecimento das florestas tropicais têm representado ameaças para a qualidade de vida em todo o mundo (Wu e Dunn, 1995).

As empresas de logística têm um papel crucial no desenvolvimento socioambiental da cadeia de suprimentos, pois conectam as empresas de toda a cadeia enquanto suas atividades ainda dependem fortemente do consumo de combustível fósseis e energia que resultam em altas emissões de carbono (Herold e Lee, 2017).

No Brasil, cerca de 60% dos transportes de carga são feitos pelas rodovias, como apontam dados do Plano Nacional de Logística de 2015. A dependência de frotas de caminhões é grande, e os veículos a diesel são os principais responsáveis pela poluição do ar. Esse é um dos desafios que o setor enfrenta: encontrar outras formas eficientes, econômicas e viáveis para a realização de entregas. Para reverter esse cenário, surgem alternativas, como as entregas realizadas com frotas de bicicletas e caminhões elétricos, e até mesmo a pé, quando as distâncias permitem. (Guilherme Juliani, 2021).

Segundo a Brasil Risk, a incorporação dos critérios ESG no ambiente corporativo traz uma série de benefícios, entre eles: Operação mais inteligente e enxuta; melhoria na gestão de riscos; upgrade nos resultados institucionais e financeiros; melhor posicionamento no mercado financeiro, já que as empresas passam a ser vistas como um bom investimento; menor exposição à volatilidade econômica e ; reflexos positivos no balanço das empresas por adotarem cuidados com o meio ambiente, responsabilidade social e governança ética; melhoria na reputação, credibilidade e visibilidade para a marca; atração e retenção de talentos; mais competitividade e respeito dos clientes.

Não há dúvida de que a logística sustentável é crucial para alcançar o crescimento econômico e diminuir o impacto social negativo e impactos ambientais (Abbasi e Nilsson, 2016; Khan et al., 2019b). Embora o desempenho logístico tenha convencionalmente orientado para o custo, tempo e precisão, as empresas de logística estão agora sujeitas a intensa pressão de governos e outros stakeholders quanto ao cumprimento de práticas responsáveis (Shaw e outros, 2010).

À medida que as preocupações com a logística sustentável e verde aumentam, os fatores que impactam os esforços de responsabilidade social corporativa no setor de logística ganham mais importância. Mecanismos externos (ou seja, o ambiente institucional) e mecanismos internos (ou seja, o conselho de administração ou diretoria) podem influenciar estratégias, políticas e esforços de ESG.

A diretoria tem um papel significativo na promoção de uma empresa para o equilíbrio sócio[1]econômico (Liao et al., 2015), gerenciando os interesses dos stakeholders (Burke et al., 2019), proporcionando negociação entre a cadeia de suprimentos. Nesse contexto, a composição e estrutura da diretoria são um fator importante na decisão corporativa tomada de decisão relacionada a questões ambientais e sociais (Post et al., 2011). Embora haja um progresso significativo no sentido de compreender a ligação entre a estrutura da diretoria e o desempenho do ESG (Hussain et al., 2018), nenhum estudo anterior ainda investigou essa ligação no setor de logística. A motivação por trás da realização do presente estudo é abordar esta lacuna na literatura analisando a relação entre um conjunto de placas características e atuação da RSE no contexto logístico.

Importante salientar a relevância do valor do desempenho da responsabilidade social corporativa no setor de logística, focando particularmente nas características do conselho de administração e na estrutura de sua gestão.

Existem estudos que sugerem que a diversidade de gênero do conselho de administração está positivamente associada à desempenho de responsabilidade social corporativa e desempenho de governança. Além disso, as empresas que possuem comitê de sustentabilidade são mais propensas a terem maior desempenho de responsabilidade social corporativa (tanto geral e social) do que aqueles que não o fazem. Além disso, as empresas com maior diversificação em sua diretoria são mais propensas a apresentam maior atuação no pilar social de responsabilidade social corporativa.

Esses resultados confirmam que as mulheres nos conselhos e nos comitês de responsabilidade social corporativa são um fator essencial para atingir as metas de responsabilidade social corporativa.

Esta constatação justifica a nomeação de mais mulheres para conselhos corporativos e até sugere o cumprimento de determinada proporção de mulheres no tamanho geral da diretoria. Assim, as empresas que ainda não possuem diretoras ou exibem uma representação feminina fraca em conselhos são aconselhados a diversificar sua composição para melhorar a processo decisório direcionado às políticas e práticas de ESG.

Estatísticas descritivas mostram que a proporção de diretoras femininas nas empresas de logística é, em média, 11,49%. Os resultados mostraram que o número de membros nos conselhos não desempenha um papel papel significativo nos compromissos de ESG das empresas. A separação de CEOs e presidentes do conselho é indiferente ao compromisso de ESG das empresas de logística, no entanto, as mulheres nessas posições aumentaram particularmente a dimensão de governança da ESG, bem como o envolvimento geral.

Para a logística 4.0 é impossível ignorar que a governança de ESG é essencial para a sustentabildiade do TRC, contudo torna-se também relevante o reconhecimento e incentivo da ascensão feminina em um ambiente majoritariamente masculino.

Por: Ana Paula de Souza – COMJOVEM Belo Horizonte

Metodologias ágeis para o transporte rodoviário de cargas

A atividade de transporte é incontestável para qualquer economia, uma vez que as atividades econômicas necessitam do transporte de bens e de pessoas. É por meio do transporte que, mercadorias, insumos e a força de trabalho das mais diversas companhias produtivas chegam aos destinos, o que possibilita a produção e a distribuição de bens e serviços, de modo a contribuir com o crescimento e o desenvolvimento do país.

Com prazos para as entregas cada vez mais curtos, ser pontual é o mínimo esperado para o sucesso de uma operação logística. Além disso é necessário cumprimento de inúmeras normas de segurança, saúde, meio ambiente, qualidade e atender o alto grau de exigência dos clientes e grandes embarcadores. Para ter uma boa programação de rotas, realizar um controle adequado de abastecimento, manutenção e fazer com que isso esteja muito bem sincronizado com a jornada do motorista, e todas as demais normas exigidas, pode-se contar com a ajuda de algumas ferramentas que auxiliam e muito na hora de otimizar os processos, assegurar serviços de qualidade e atender aos prazos dos seus clientes.

As empresas buscam alternativas para permanecer no mercado e desenvolver novas estratégias com objetivo de reduzir custos, mas ao mesmo tempo gerar melhor qualidade, produtividade e inovação. Os métodos ágeis são excelentes formas para auxiliar as empresas a reduzirem o tempo gasto para atingir um objetivo almejado, sem falar na significativa contribuição para redução de custos que promovem, uma vez que possibilitam organizar os processos e permitem ter uma visão resumida e objetiva da operação, de modo a realizar as tarefas de forma mais rápida e objetiva para liberar o funcionário.

De forma geral as metodologias orientam para a formação de uma equipe auto-organizada, padronizada que assim leva a um processo de melhoria contínua e o desenvolvimento geral das operações. Tais metodologias podem contribuir na organização com controle de frota, veículos mais adequados, cálculo de distância, valor de frete para cada operação, otimização de rotas, e em vários outros projetos, como por exemplo, a implantação de práticas de ESG (Environment, Social & Governance), padronização de processos para atender alguma certificação como ISO, ou ainda auxiliar nos processos de auditoria interna.

No entanto, é importante entender qual metodologia é a mais indicada para auxiliar na resolução dos problemas ou desafios da organização. Diante disso, tem-se algumas metodologias principais que podem auxiliar o transporte de carga em seus desafios diários.

Os 5S ou 5 sensos é uma metodologia japonesa usada para a gestão empresarial e implantação da qualidade total, que tem por premissa a organização e limpeza do ambiente e tem o objetivo de torná-lo mais ágil, seguro e consequentemente produtivo. Na interpretação do português cada princípio ficou entendido como senso e são eles: seiri, seiton, seiso, seiketsu e shitsuke.

Como em qualquer processo, na implantação desta ferramenta é indispensável que uma pessoa responsável, monitore, fiscalize e oriente de forma constante e busque o sempre a conscientização da equipe, a segurança no ambiente laboral e principalmente a melhoria contínua.

Lean Logistic ou logística enxuta tem origem no lean manufacturing, metodologia criada para indústria com o foco em produzir com qualidade, reduzir custos e dispor da menor quantidade de recursos possível.

Na logística de transporte, essa metodologia pode ser aplicada por exemplo na programação de abastecimentos dos veículos, onde ao invés de deixar esta função a cargo e vontade do motorista, um setor interno avalia os preços e programa a quantidade correta para cada veículo em determinado posto de sua rota, a fim de ter em tanque o “estoque” necessário apenas para determinada viagem ou operação, e evitar que os custos sejam desproporcionais em relação aos ganhos. Ou ainda para auxiliar o setor de compras de peças e pneus por exemplo.

Ágil, ou também conhecida como Agile Project Management, é uma das metodologias mais conhecidas nacionalmente. A metodologia ágil trabalha para tornar os processos mais rápidos, e dividir grandes projetos em ciclos menores. A ideia é que mesmo que pequena, a evolução seja feita todo tempo, e assim agiliza a gestão dos projetos. Este método enfatiza a comunicação frequente, preferencialmente em reuniões presenciais ao invés de documentos escritos. Busca a adaptação rápida a mudanças repentinas.

Scrum é o método ensina a importância de um ambiente colaborativo, onde as pessoas têm disciplina e se dedicam ao mesmo tempo e em conjunto para atingir um objetivo.

Apesar de muitas vezes ser confundido com o método ágil, por se destacar na agilidade e segmentação de tarefas, o Scrum é um dos métodos mais usados pelo fato de possibilitar que operações mais voláteis sejam mensuradas e planejadas e por isso cai como uma luva para o transporte por se tratar de uma operação viva e que está em constante mudança. Seu objetivo principal é melhorar a gestão de projetos com base no planejamento interativo com um passo a passo que ocorre em fases conhecidas como sprints, com metas menores executadas em um tempo mais curto. Uma das principais características desta ferramenta é transparência e em função disso todos os envolvidos no processo precisam saber o que os outros fazem e o que podem esperar.

Em resumo, o Scrum é uma ferramenta que simplifica a gestão de projetos, aumenta a produtividade, desenvolve a equipe e consequentemente reduz custos.

Metodologia Japonesa, com foco em resultados rápidos e precisos. Kanban significa “sinalização” ou “cartão” e serve para organizar processos de forma clara e objetiva.

Para implementar a metodologia basta a vontade de agilizar processos, organizar prioridades de execução, e torna-lo visualmente estimulante.

Dentre as inúmeras vantagens de aplicar esta ferramenta, cita-se:

a) é um meio fácil e rápido e ser aplicado;

b) ajuda a organizar as tarefas a fim de evitar a procrastinação pois é fácil ler o que está feito, o que tem que ser feito e o que já foi feito;

c) ajuda a indicar a produtividade da equipe; d) e gera motivação e engajamento.

Depois de tudo isso, é indiscutível a importância da adoção de metodologias ágeis, uma vez que de forma geral, visam a busca da melhoria contínua, padronização dos processos e desenvolvimento da equipe. O transporte rodoviário é muito intenso, tudo ocorre de forma muito rápida e o tempo é literalmente dinheiro. Saber aproveitar as facilidades que estas metodologias ofereceram, certamente lhe ajudará muito a economizar tempo, reduzir custos e melhorar a qualidade do serviço prestado, no tempo esperado.

Por: Anderson Gral – COMJOVEM Chapecó

Metodologias Ágeis aplicadas no TRC

Com o crescimento e desenvolvimento da era digital e dos negócios online nos últimos anos, principalmente após a pandemia do covid-19 em 2020, o mercado tornou-se mais dinâmico e exige soluções eficientes e otimizações constantes.

Novas metodologias surgem como ferramentas de gestão para diminuir o desperdício de tempo e aumentar sua performance através de entregas rápidas e frequentes, ciclos de desenvolvimento curtos, otimização contínua dos processos e alinhamento entre todos os integrantes com um objetivo principal. Garantir a entrega mais rápida dos resultados e soluções oferecidas.

Um ditado popular que ganhou destaque no mundo das Startups diz: “Você não precisa ser o melhor. Mas precisa ser o primeiro”.

Exemplos destas metodologias ágeis são, Scrum; ferramenta utilizada principalmente para desenvolvimento de novos projetos e planejamento. Lean; foco em evitar desperdícios, gargalos e busca redução de custos. Kanban; é uma solução visual para gestão da execução de cada uma das etapas de um projeto ou processo.

Quando trazemos esta realidade para o nosso segmento do Transporte de Cargas, não é diferente. A logística 4.0 nos exige um aumento da produtividade, personalização e customização das soluções, agilidade na execução dos processos e entrega, compartilhamento on-time das informações e gestão ativa dos riscos envolvidos.

Estas metodologias, antes existentes e aplicadas somente no mercado digital, tem se mesclado com o mercado ainda em partes, analógico do TRC para facilitar o atingimento de todos estes objetivos.

Um exemplo aplicável é o Kanban. Implantado, testado e aprovado por pessoas que entende dos desafios do transporte. Em minha empresa montamos uma célula chamada PDC – Planejamento de Demanda Comercial. Nada mais é do que um Painel de Cargas Disponíveis. O time comercial capita as diversas cargas de FTL disponíveis no mercado em contratos existentes ou em modalidade spot. Estas cargas entram no painel como “disponíveis” e é neste momento que o trabalho dos operacionais começa alocando os veículos da frota, agregados ou terceiros. Profissionais espalhados a nível Brasil, tem acesso a estas informações e conforme forem contratando estes veículos, vão atualizado o status da carga para “em contratação/GR”, “veículo aguardando ordem de coleta”, “veículo em carregamento”, “aguardando expedição”, “veículo em viagem”. Neste instante, outro time, responsável pelo gerenciamento de risco e tráfego, inicia o seu trabalho de contato com os motoristas, traçando o plano da viagem e fazendo o monitoramento da carga e equipamento. Os status avançam para “chegada do veículo no destino”, “em processo de descarga”, “viagem concluída”. Nesta estação, outro grupo de colaboradores responsáveis pela administração recepcionam os canhotos digitalizados para dar sequência no encerramento do MDF-e e no faturamento e cobrança dos serviços prestados. Parte dos embarcadores possuem acesso as suas respectivas cargas o que permite a eles acompanharem o status da viagem e terem a confirmação da entrega realizada com sucesso.

Esta foi uma ferramenta que permitiu um entrosamento de todas as áreas da empresa em uma plataforma afim de agilizar o compartilhamento das informações entre as equipes com o intuito principal de atender nossos clientes de uma forma ágil e efetiva. Além de permitir aos gestores uma visualização on[1]time das demandas e dos atendimentos que estão em andamento, focando nos gargalos das cargas paradas ou próximas ao horário de coleta.

Uma torre de controle está envolvida em 100% do processo para garantir a execução e andamento das atualizações dos status. Regras de avisos foram criadas com degraus hierárquicos para escalar o tema conforme a necessidade.

Esta e outras metodologias podem e devem ser utilizadas no dia a dia da gestão de nossas empresas. E esta é uma característica COMJOVEM de Inovação. Tecnologia aplicada com conhecimento prático.

Por: Felipe Medeiros – COMJOVEM Curitiba

Metodologias ágeis aplicadas ao transporte rodoviário de
cargas

Otimizar os processos logísticos e melhorar as operações são uma máxima em nosso setor. E para isso, as metodologias ágeis mostram-se o caminho para essas transformações. Por conceito, os métodos aceleram processos de um determinado projeto, envolvendo a divisão das entregas ao cliente em pequenos ciclos.

Com isso, quaisquer problemas podem ser corrigidos mais rapidamente e os planos podem ser revistos. Com o foco no cliente final e na entrega de valor, são projetados para incentivar o gerenciamento de processos, garantindo controle frequente e possíveis ajustes. Apresenta também, uma filosofia que promove o trabalho em equipe, a colaboração dos funcionários e a inteligência coletiva.

Esses métodos são um conjunto de práticas eficazes projetadas para entregar produtos de alta qualidade mais rapidamente, empregando estratégias que alinham o desenvolvimento do projeto com as necessidades do cliente e os objetivos da empresa, os dando a oportunidade de conhecer antecipadamente o resultado do trabalho, aumentando assim a sinergia entre a empresa, cliente e o projeto.

No transporte de cargas, sua aplicação, assim como em outras esferas do mercado, solicitam uma mudança de cultura na empresa, não sendo uma tarefa fácil na atualidade. Neste sentido, medir o real impacto que sua adoção causa na organização é fundamental, além dos benefícios serem palpáveis e necessários.

Alguns métodos eficazes para a logística de nossos negócios são: o Scrum, que favorece a segmentação de tarefas e a agilidade, como por exemplo o auxílio a manutenção corretiva de veículos; o Kanban, que dá prioridade à operação do gestor de maneira individual, sendo um bom método de organização pessoal; e o Lean Logistic, elaborado para desenvolver produtos de alta qualidade, e aplicado no uso de plataformas especializadas para acompanhar os abastecimentos feitos, por tempo e localização.

Essas e as demais ferramentas provenientes deste método, promovem aumentos significativos na produtividade, múltiplas entregas, qualidade do produto, maior engajamento dos colaboradores, redução de problemas e aumento na satisfação do cliente. Ter total clareza sobre o papel fundamental das metodologias ágeis nas empresas, garantem maior assertividade e competitividade no mercado.

Por: Lucas Scapini – COMJOVEM Porto Alegre