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O Presente do Futuro

Muito se pensa no futuro, mas pouco se fala do presente.

A profissão de motorista vai muito além de saber dirigir, ter conhecimento sobre as leis e como se portar no trânsito. Por trás de um caminhão, há sempre um motorista, ocorre que a maioria das pessoas sequer pensam no que há por de traz desse motorista.

Treinamentos, postura e conhecimento são alguma das qualificações mínimas ao selecionar aqueles que vão dar movimento para nossa empresa.

Enfatizo, no meu ponto de vista, a mais importante das qualificações, a ética. Aqueles que possuem elementos de virtude ética, como agir honestamente na economia de mercado em detrimento do câncer moderno da corrupção ou apenas a solidariedade com seu parceiro de trabalho, possui a maior das destrezas, esta que está inerente ao ser humano.

Pois bem, com os avanços tecnológicos cada vez mais rápidos em espaços de tempo muito curtos, não sobra espaço para estagnação, por sorte, nossos motoristas estão sempre em movimento, por obvio, são cognominados assim, visto que o nome se deriva do latim “motor”, que significa: “o que confere movimento”.

Muito se fala sobre como adquirir conhecimento para acompanhar o mercado tecnológico. Treinamentos on-line, rota via aplicativos, jornada de trabalho em sistemas informatizados. Noções, todas importantes para todo bom profissional conhecer, porém pouco se fala da ética profissional que o motorista deve ter.

Uma ultrapassagem incorreta, uma velocidade acima do limite, beber e dirigir, são alguns dos vícios que encontramos nessa profissão tão importante para nossa sociedade.

Tais comportamentos, por mais que existam treinamentos, cursos e pesquisas mostrando seus riscos, já comprovados, se o condutor não tiver a virtude de seguir as diretrizes, muito mais do que carga, se acaba perdendo uma vida.

Sob essa luz, chegamos ao espinho da nossa sociedade, como praticar uma conduta onde a maioria se pratica ao contrário? Já dizia Eça de Queiroz “Não tenha medo de pensar diferente dos outros. Tenha medo de pensar igual e descobrir que estão todos errados”, e aqui se faz analogia para nossas ações, devemos buscar a mudança do nosso exercício de comportamento individual baseado em valores éticos.

Como dito, o avanço e as mudanças estão cada vez mais rápidas e não esperam, mas nossos motoristas não devem movimentar apenas os caminhões, mas movimentar suas virtudes individuais, das quais atingiram todas as suas esferas de vida: empresarial, familiar, religiosa e social.

Porém, não se deve enganar, para nos tornarmos éticos é necessário o exercício diário, eliminando nossos vícios e praticando nossas virtudes.

Ressalto aqui, a importância que as organizações têm nesse direcionamento. Soluções organizacionais éticas passam por pessoas éticas que formam as organizações, então da mesma forma que os motoristas devam ter esses valores, todos os pilares da empresa também devem segui-lo.

Um motorista que segue comportamentos éticos, dificilmente ocasionara acidentes que são, em sua maioria, causados por vícios humanos.

Nesse interim, quanto menos acidentes, menos se perde e mais se tem um trânsito mais saudável.

Possuindo um trânsito mais saudável, mais saudável o ambiente de trabalho dos nossos motoristas e mais facilidade na condução se terá.

Com a melhoria do ambiente de trabalho, mais desenvolvimento profissional se vai ter.

Então, o motorista do futuro, é aquele que começa a mudar sua postura agora, no presente.

Motorista do Futuro

A palavra futuro é um gatilho fantástico para nossa imaginação. As ficções, filmes, séries e documentários exploram isso como ninguém e são as nossas viagens reproduzidas, caracterizadas e com muita assertividade. Falar do futuro do nosso setor é falar da profissão de motorista, e aqui nem precisamos de Hollywood para colocar a imaginação em prática. Talvez o vale do silício seja o maior “streaming” do que vem por aí.

Recentemente tive contato com a mentoria de um programa de trainee para motoristas, e brilhantemente estruturado o projeto traz uma nova forma de abordagem para o ingresso de profissionais do volante nas empresas. O legal desse bate papo foram as reflexões que emergiram e como respondê-las dali em diante. É quase automático ao pensarmos no futuro do transporte imaginarmos os veículos autônomos. Futuro esse que vamos embarcando nas ideias, visualizando os testes, vendo simulações, vídeos, influenciadores falando sobre, mas sem nos dar conta do real impacto que isso poderá causar. O mais óbvio, e que também como passe de mágica vem, é sobre a extinção da profissão do motorista. Faz sentido, porém não vejo aplicabilidade em sua total extensão. O que mais me chama atenção é não compreendermos como nossas empresas serão impactadas com esse futuro. A maioria espera ganhos, vibra e anseia essa possibilidade, acredita que esse futuro é o melhor para gente. Mas no final das contas o que a sua empresa de transporte de cargas faz e entrega? Hoje temos tecnologia para tudo, roteirização, robôs em atendimento, esteiras automáticas, emissões de documentos digitais, pagamentos e compras automatizadas, para quase tudo já existe algum tipo de tecnologia autônoma e vem surgindo mais e mais. Nossas empresas existem porque estamos gerindo pessoas, principalmente a mão de obra mais característica do setor, a do motorista. Gerir esse pessoal não é fácil, mas quando se fala em caminhões autônomos me questiono se ter um intermediário no serviço de entregas como a gente faz sentido, e me coloco numa posição de refletir sobre o futuro dos nossos negócios. Nosso principal ativo não são os bens, são nossa expertise de conectar eles com quem vai operá-los. A partir do momento que isso não é necessário, as montadoras de veículos autônomos, embarcadores, ou qualquer pessoa com capital suficiente para adquirir os equipamentos podem se dar conta que sozinhos fazem o serviço. A dificuldade nos torna essenciais, somos nós quem resolvemos problemas.  

Outra vertente quando pensamos no motorista do futuro é sobre nossa visão de empresários ao tentarmos buscar meios para valorizar a profissão visto que cada dia sofremos mais com a redução dessa mão de obra. Hoje estamos numa fase que é “fácil” ser motorista (escuto isso pelos corredores), e olha que tem estrada para ficar mais ainda, caminhões com tecnologia de sobra, tudo automático, quase não quebra, só oficina especializada pode mexer, tem jornada, tem câmera, tem rastreador, celular, rota fixa, escolta, bloqueio, torre de controle, freio automático, sistemas contra tombamentos, tem tudo para seja o melhor dos mundos, seguro e eficaz, basta cumprir as normas e procedimentos, realizar os treinamentos e pronto, está tudo certo. E não se ganha pouco em relação as diversas profissões no mercado. E por que os jovens não querem mais? E por que os filhos dos motoristas não querem seguir os passos dos pais? E por que sofremos com essa carência? Nada do que citei sobre as facilidades de hoje é algo ruim, pelo contrário, são conquistas da profissão e do setor.

Se fizermos um retrospecto, pensando literalmente de traz para a frente e tirando um pouco o olhar de quem precisa financeiramente que apareçam novos candidatos a motoristas, as grandes mudanças que ocorreram e ainda surgem no tangível desses profissionais podem ter tirado o brilho ou parte da essência de uma pessoa escolher para sua vida ser um motorista de caminhão. Pensem aqui comigo, o motorista de antigamente precisava de inúmeras qualidades para de fato ser um motorista, ele precisava conhecer o que estava fazendo, o equipamento, de mecânica, tinha que ser economista, visionário, comercial, entendedor de quase tudo e conhecedor de todos, ele tinha uma liberdade completa da sua vida, ele era um especialista naquilo, tinha orgulho de ser “diferenciado”, ele ganhava o mundo sentado sobre o seu sonho. Onde foi que guardamos isso tudo minha gente?

Lembro-me de ouvir histórias fantásticas sobre as estradas, contadas inclusive por grandes empresários do nosso setor que começaram seu sonho através dessa essência e brilho que a profissão dava. Temos a falsa sensação de que estamos dando valor aos motoristas, e dizendo à sociedade que agora eles são realmente profissionais. O motorista do futuro pode estar no nosso passado, de uma outra forma, com outras demandas, com novas entregas. Mas enquanto não resgatarmos o brilho no olho de uma criança ao ver um caminhão e dizer: “um dia ainda vou dirigir um desse”, o nosso futuro poderá se tornar uma série com poucas temporadas.

Por: Luis Felipe Machado – COMJOVEM São Paulo

O motorista do futuro: transformações e revoluções tecnológicas no TRC

É impossível falarmos em futuro e deixarmos de lado as tecnologias, ainda mais quando levamos em conta a velocidade na qual elas estão se desenvolvendo e os retornos positivos nos mais diversos setores. O transporte de cargas (TRC) não fica por fora dessas transformações, exigindo dos profissionais uma capacidade maior de adaptação.

De forma geral, noto que grande parte das pessoas têm dificuldade em aceitar abertamente processos transformadores, pelo menos no momento inicial. Exatamente por ser uma questão muito corriqueira no dia a dia de muitos, esse bloqueio tem sido estudado por diversos psicólogos e psiquiatras, que classificam o comportamento como “Aversão ao Risco”.


No entanto, para que permaneçamos ativos no mercado de trabalho, é preciso se aventurar. Tenho acompanhado como essas evoluções tecnológicas podem influenciar os motoristas profissionais, revolucionando o TRC. Se antes a ocupação de motorista era solitária, levando a vida pelas estradas na boléia do caminhão, o profissional do futuro sentirá a necessidade de estar muito mais em contato, tanto com sua base, quanto com os clientes.


Isso porque com a automação dos veículos, os motoristas deixarão de desempenhar funções repetitivas na direção, assumindo a inteligência por trás do trabalho. Um estudo realizado pelo Laboratório do Futuro, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apontou que 27 milhões de trabalhadores podem ter suas tarefas assumidas por robôs ou sistemas de inteligência artificial até 2040. A pesquisa também apontou que a profissão de motorista de caminhão tem 79% de chances de serem substituídas pela automação.


Tais dados geram grandes questionamentos sobre o futuro dos profissionais da área, voltando novamente ao início de minha reflexão: a capacidade de paralisação provocada pelo medo de mudanças. Com isso, venho observando a necessidade de treinarmos intensamente nossos profissionais, para que eles possam desenvolver também habilidades analíticas, com o intuito de se tornarem analistas de logística.
Ainda que contemos com as mais inovadoras tecnologias, a verdade é que sempre haverá a necessidade da inteligência, presença e experiência do motorista profissional para o funcionamento do transporte de cargas e direção de grandes caminhões nas rodovias.


Ouso dizer que, não contaremos apenas com o motorista do futuro, mas sim com uma nova forma de realizarmos o transporte rodoviário de cargas, tendo como proposta mais qualidade de trabalho e bem-estar para os nossos colaboradores, além de benefícios para as empresas
transportadoras. Os caminhões autônomos visam diminuir a carga de trabalho repetitiva do motorista e não os excluir de seus postos, de modo que grandes montadoras, já apontam a importância do componente humano nesta nova tecnologia de caminhões elétricos.


Com esta revolução no TRC, nós transportadores também conseguiremos reduzir significativamente custos de manutenção de veículos, por exemplo, gerando outras oportunidades de investimentos, como treinamentos e capacitações pertinentes ao novo cenário.


Portanto, tenho notado que o papel das tecnologias que têm adentrado o setor de transporte é aumentar a produtividade dos processos, além de proporcionar um sistema mais seguro e flexível, levando em conta o papel fundamental do motorista de transporte de cargas na viabilização dessas mudanças.


Por: Bruno Gomes – COMJOVEM Rio de Janeiro

Como Tratar os Dados? (Data Leak – Caldeirão de Dados)

Atualmente, as empresas se veem diante de um grande desafio: tratar todos os dados dos quais está em posse, seja de clientes, funcionários ou fornecedores.


São tantos dados sensíveis em poder das empresas (data leak) que a maioria ainda está engatinhando na adequação à nova lei geral de proteção de dados, a LGPD – justamente devido ao volume de dados sensíveis é que muitos empresários estão cheios de dúvidas, até mesmo por onde começar.


Mas qual a razão da necessidade de uma lei que visa proteger dados?

Por mais que a operacionalização do controle de dados se mostre difícil inicialmente, o tratamento dos mesmos mostrará o quanto são sensíveis, e como é importante proteger informações delicadas de pessoas físicas e jurídicas.


Muitas vezes, não percebemos o quanto nossos dados, informações que nos identificam como pessoa física ou jurídica, são sensíveis, e como podem ser de grande valia para criminosos, seja pelo meio virtual ou pelo físico.

Com o alcance da internet, nossos dados são facilmente obtidos, seja por descuido do portador, ao fornecê-los de forma displicente em sites não confiáveis, seja por má-fé de pessoas que os obtêm e passam a vendê-los a empresas que pretendem aumentar suas vendas de forma ilícita e invasiva – o portador pode vir a ter prejuízos não apenas através das propagandas indevidas e indesejadas, mas também através do uso dos dados por alguém que não seja o titular, com o objetivo de praticar golpes ou fraudes – enquanto isso, o titular, sem saber desse uso indevido, só terá conhecimento das fraudes quando for contatado e acusado de alguma atitude ilícita.


É uma grande responsabilidade para as empresas: proteger os dados de todos os seus funcionários, desde a fase pré-contratação, até o desligamento. As empresas deverão se responsabilizar pelo controle de dados até mesmo de não-funcionários: ao ser entrevistado para uma vaga de emprego, um candidato fornece seus dados sensíveis em seu currículo, e o empregador deve ter bases bem definidas sobre como tratar esses dados de forma segura. Dados contratuais com fornecedores e clientes também são alvo da proteção da lei.

Cabe aos empresários buscar o máximo de informação sobre a lei, sobre as consequências do seu descumprimento e, principalmente, CAPACITAÇÃO. A empresa deve capacitar os colaboradores que manuseiam dados sensíveis, através de cursos e treinamentos constantes, além de prover as condições operacionais para a proteção de dados físicos e digitais.


Agora no início, pode parecer bastante penosa a tarefa de se adequar à nova lei. Entretanto, devemos pensar na adequação não apenas como empresários, mas também como possíveis vítimas de uso indevido. A lei beneficiará a todos com a exigência de um uso mais racional e cuidadoso de informações sensíveis.

Por: Daniella Mori Kujiraoka – COMJOVEM CAMPINAS

A Falta de Motorista e Reflexões

A falta de motorista profissional no mercado de trabalho é um assunto que exige um olhar mais atento da sociedade, principalmente das transportadoras, embarcadores, governo e entidades relacionadas. Assim como já acontece na Europa e Estados Unidos, esta preocupação assola o Brasil, ainda mais quando o modal é o principal utilizado no país.

A quantidade de motoristas categoria C caiu drasticamente entre 2015 e 2020. As informações foram divulgadas pelo IPTC – Instituto Paulista do Transporte de Carga, em parceria com o SETCESP – Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e São Paulo e Região1.

A redução foi de 5,9% ao ano no número de motoristas com CNH C desde 2015, com queda mais acentuada em 2017 e 2018, quando caiu 8,9%. Isso implica em um número superior a 1 milhão de motoristas.

Além do setor estar sofrendo com a falta deste profissional, o turnover tem chamado atenção e demandando providências. O motivo desta grande rotatividade vai muito além do reconhecimento financeiro. Ele é importante, porém proporcionar um bom ambiente de trabalho, oferecendo qualificações, respeitando os direitos e valorização dos motoristas são pilares fundamentais para a retenção deste profissional.

Não há dúvidas sobre a importância dessa classe para toda população e economia do país, mas as vezes é necessário relembrar o que foi visualizado de forma clara na Greve de Caminhoneiros em 2018 que durou 10 dias. Com caminhões parados, bloqueando parcialmente as rodovias, combustíveis deixaram de ser entregues em diversos postos e outras atividades que esperavam matérias-primas e produtos essenciais, como alimentos, também acabaram desabastecidos. No oitavo dia da greve, 90% dos postos de combustíveis estavam sem estoque2.

Não há como negar que de fato que várias melhorias foram e vem sendo implementadas, como a Lei do Motorista (Lei 13.103/15) que protege o motorista de jornadas exaustivas; a evolução dos veículos de carga, que equipados com cama, cozinha, ar-condicionado, câmbio automático e tecnologias embarcadas, oferecem muito mais conforto, comodidade e segurança que os caminhões de anos atrás; a disponibilidade de treinamento e cursos, tais como do SEST SENAT que disponibiliza uma vasta opção de cursos de qualificação presencial e/ou à distância para atualização profissional como para a comunidade de quem busca iniciar esta profissão ou um motorista desempregado que deseja se atualizar também poderão participar. No entanto, é de suma importância o despertar na sociedade da conscientização de quanto ao longo dos anos o transporte e consequentemente a profissão de motorista evoluiu.

Em uma pesquisa realizada com cerca de 50 motoristas em três transportadoras da região de Joinville/SC, foi levantado que a falta de reconhecimento/respeito com a profissão e a falta ou precariedade nos pontos de parada eram os principais motivos que eles não indicariam um filho ou parente próximo para a profissão de motorista. Ademais, a dificuldade de iniciar a profissão sem experiência, a insegurança nas estradas e o longo período longe da família são outros fatores negativos da profissão pontuados pelos entrevistados.

A partir disso, faz-se a seguinte reflexão: O que podemos e devemos fazer para que esta percepção seja mudada?

Nesta mesma pesquisa, verificou-se que muitos motoristas iniciaram a carreira tendo o pai como modelo, um exemplo vivido em casa, numa época em que ser caminhoneiro era símbolo de valorização.

Fundado nesta opinião, surgiu a ideia de desenvolver um projeto de incentivo a profissionalização do jovem que quer uma oportunidade de motorista, criando oportunidades nas transportadoras através de um programa de inserção do jovem que já trabalha como ajudante por exemplo ou um filho de um motorista que almeja este crescimento profissional.

Atualmente temos programas de menor aprendiz e trainees que são de grande valia para inserção do jovem no mercado de trabalho. E porque não nos inspirarmos nestas iniciativas para trazer e capacitar os jovens para a profissão de motorista?

Segundo pesquisa de 2019 da CNT3 a idade média dos motoristas é de 44,8 anos. Criando estas oportunidades acima citadas para os jovens sem experiência e os qualificando, aumentaríamos quantitativamente e qualitativamente esse profissional tão cobiçado no ramo de transporte além de reduzir a idade média destes profissionais.

Em virtude dos fatos apresentados vale a reflexão de formas para recrutar, qualificar e reter esse profissional tão valioso para nossa sociedade. Além disto, criar uma conscientização geral da valorização desta profissão essencial tão importante para todos nós.

 1 ZINGLER, Fernando M. A falta de motoristas para as empresas do TRC. Acesso em: 28 mar. 2021. Disponível em: .

2 GREVE dos caminhoneiros: a cronologia dos 10 dias que pararam o Brasil. Acesso em: 28 mar. 2021. Disponível em: .  

3 AGÊNCIA CNT Transporte Atual. Conheça o perfil dos caminhoneiros do Brasil. Acesso em 28 mar. 2021. Disponível em: < https://www.cnt.org.br/agencia-cnt/pesquisa-cnt-perfil-caminhoneiros-brasil-2019>.  

Por: COMJOVEM Joinville

Pensamento LEAN – Desdobramento Da Estratégia E A Importância Em Tempos De Pandemia

Desde janeiro de 2020, a crescente proliferação do novo Corona vírus tornou-se um dos maiores desafios da humanidade. Lidar com uma pandemia infecciosa de proporções continentais e mundiais certamente provocou mudanças profundas em padrões de comportamento, nos hábitos de consumo, no uso de tecnologia, na visão sobre riscos e incertezas que impactaram fortemente a gestão das empresas. 2021 começou e os desafios continuam considerando o panorama entre o presente e o futuro, iniciar uma gestão lean é e será, cada vez mais, o fator decisivo ou até mesmo uma “virada de chave” para as organizações. Seja por uma questão de sobrevivência ou para o sucesso organizacional.

Desdobrar e alinhar os objetivos estratégicos do negócio, possibilita às pessoas controlarem pontos críticos dos principais processos. Desta forma em todos os níveis da organização é possível que as pessoas estejam cientes dos objetivos da empresa, saibam de que maneira pode contribuir para que estes objetivos sejam alcançados e estejam engajadas com o propósito maior.

Um passo importante para o início do desdobramento é a definição dos indicadores de progresso, que devem ser claros, objetivos e gerar dados que sejam facilmente identificados no processo e tragam clareza sobre a direção que deve ser tomada. Por isso é tão importante a escolha precisa destes indicadores. Além dos indicadores, criar a cultura lean dentro da organização é fundamental para que se obtenha bons resultados no desdobramento da estratégia, definição dos indicadores e ajustes, para isso foram descritas abaixo algumas sugestões.

 Filosofia lean a longo prazo: Desenvolvimento de treinamento sobre lean e suas ferramentas. Reuniões de times, incluindo a alta direção, utilizando o gerenciamento diário e grupos de melhorias.

 Análise dos fluxos dos processos e desperdícios: mapeamento do fluxo de valor, utilizando a ferramenta, definir gargalos nos processos e identificar as perdas. Identificar como cada processo deve ser medido para que se gere melhorias.

 Nivelamento da carga de trabalho: acompanhamento das leis no setor de transportes e controle de jornada do motorista. Monitoramento e rastreamento dos veículos para posterior análise e criação de rotograma, visando a segurança e otimização das viagens.

· Análise e solução de problemas e cultura da qualidade: um dos pontos fundamentais para evolução de qualquer processo é saber identificar quando algo foge do comum e quando isso é um problema. A avaliação do motorista pelo cliente final, pesquisa de clima com os colaboradores para avaliar o ambiente com as novas mudanças, planilha de qualidade no atendimento operacional dos clientes e implementar caixa de sugestões para os colaboradores, são ações que irão levantar os dados para posteriormente serem tratados.

 Padronização de tarefas e funcionários capacitados: conscientização do colaborador do valor de seu trabalho na organização, criação de setor específico de treinamento.

 Controle Visual: Divulgação dos indicadores para motoristas, divulgação da organizacional por toda a empresa, implementar controle visual direcionado para o setor operacional e de manutenção.

 Desenvolvimento de líderes com filosofia da empresa: desenvolvimento dos líderes com foco em gestão de pessoas, cursos voltados para performance e resultado.

 Aplicação de ferramentas lean como: Kaizen (melhoria contínua), 5S, A3, Poka-yoke, JIT e outras à medida que a necessidade surgir no processo de implementação.

Modelos mentais como estes diferenciam uma empresa que está indo rápido a lugar algum, de outra que está fazendo acontecer a coisa certa. Verifique se os colaboradores entendem esses modelos mentais ao ponto de praticá-los no dia a dia, antes de desdobrar a estratégia de sua empresa. Toda organização pode estar apta a apreender o sistema de gestão lean, mas se não estiver apta a praticá-lo da forma correta, não obterá êxito. Faça uma reflexão sobre o sistema de indicadores de sua organização. Será que ele atende plenamente os pontos descritos? Quanto mais esse sistema for aprimorado nesse sentido, mais ele amadurecerá e contribuirá para a melhoria contínua e competitividade da organização.

REFERÊNCIAS

DENNIS, Pascal, Fazendo acontecer a coisa certa: um guia de planejamento e execução para líderes, São Paulo: Lean Institute Brasil, 2007.

PICCHI, Flávio Augusto. 10 elementos fundamentais de um sistema de indicadores lean, Lean Institute Brasil, 2021. Disponível em: < https://www.lean.org.br/artigos/1222/10-elementos-fundamentais-de-um-sistema-de-indicadores-lean.aspx >. Acesso em: 15 de março de 2021.

Por: Fernanda Mateus Silva