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O Malabarismo da Folha de Pagamento nas Transportadoras

  1. Seu negócio corre risco de reclamatórias trabalhistas pela jornada dos motoristas?
  1. A jornada dos motoristas ainda gera reclamatórias trabalhistas?

 

Reclamatórias trabalhistas em função da jornada de trabalho não precisam ser um ponto de interrogação para os transportadores. Motorista e empregador têm salvaguardados o respeito ao expediente de trabalho e o cumprimento das obrigações acessórias com as novas ferramentas desenvolvidas para fazer o controle eletrônico do ponto dos profissionais que vivem na estrada e em atendimento à Lei 13.013 e à CLT. A palavra de ordem é, mais uma vez, tecnologia.

A legislação trabalhista é complexa e a Lei do Motorista traz uma série de peculiaridades que demandam orientações corretas aos profissionais e o cumprimento adequado da carga horária de trabalho. Fazer um controle fiel da jornada realizada por motoristas ainda é um desafio para muitos transportadores quando a jornada é feita manualmente, por meio de diário de bordo, papeleta ou ficha de trabalho externo.

Esses casos significam para o profissional de Recursos Humanos uma verdadeira corrida contra o tempo para o fechamento da folha de pagamento do motorista. É preciso contabilizar as horas de jornada, o tempo de direção, os intervalos realizados a cada 5,5 horas, os intervalos para refeição, o tempo de espera e os valores e/ou percentuais diferenciados de cada uma dessas situações.

E, para que o pagamento salarial seja feito na data correta (até o 5º dia útil do mês subsequente), com valores adequados à jornada de trabalho cumprida pelo profissional do volante, o RH depende que o motorista esteja de volta à sede da empresa entre os dias 1º e 4 de todo mês, munido de todas as anotações realizadas ao longo do mês.

Por essa razão, muitas transportadoras optam por antecipar a folha de pagamento, o que possibilita ao RH um prazo maior para conferir relatórios, fazer o lançamento das horas de trabalho, extras, intervalos, etc., e fazer o pagamento da remuneração ao motorista até a data estipulada em lei.

O problema é que antecipar a folha de pagamento pode gerar um enorme passivo trabalhista e previdenciário que, com o advento do eSocial, será facilmente identificado pelos sistemas de apuração do governo federal. Portanto, até que o cruzamento dos dados seja efetivamente realizado e automaticamente fiscalizado pelo Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), as empresas poderão recolher os prejuízos gerados aos trabalhadores por essa prática em reclamatórias trabalhistas. Mas ninguém quer continuar perdendo recursos financeiros em multas, ações e honorários advocatícios, ou quer?

Bem, os mais prevenidos já estão cientes de que a tecnologia é a grande aliada nesse e em demais processos de cumprimento de obrigações acessórias. Não seria diferente na área de recursos humanos.

Empresas dos mais variados portes já utilizam sistemas de controle de ponto eletrônicos. As novas ferramentas, cada vez mais atualizadas e tecnológicas, permitem ao empregador um monitoramento mais eficaz, seguro e confiável.

Evidentemente, a legislação que ampara os motoristas é particularizada e é por esse motivo que exige tanto dos profissionais de RH na hora de fazer o fechamento da folha. Apesar de alguns empregadores considerarem o tacógrafo, a delimitação de rotas e o rastreamento por satélite para controle da jornada do motorista (ou para confrontar ações trabalhistas), eles não são instrumentos criados para essa finalidade.

Muitas empresas de softwares desenvolveram ferramentas de controle da jornada do motorista adequadas à Lei 13.013 e com resguardo para ações trabalhistas que permitem a integralização com sistemas de RH.

Assim, esses sistemas propiciam ao gestor o acompanhamento integral da jornada de trabalho dos motoristas, verificando em tempo real se o expediente é cumprido em respeito ao que determina a legislação.

Você já sabe tudo sobre Big Data? Sobre softwares e inteligência artificial? Não precisa ser nenhum especialista nesses assuntos para garantir que sua empresa avance, pelo menos, perto da velocidade que a tecnologia tem nos permitido. Mas uma coisa é certa: se nos traz otimização de recursos, pessoas e processos, é no mínimo válido conhecer o que as novas ferramentas podem propiciar a longo prazo para sua empresa.

Falando-se em preços, é verdade que os investimentos nessa área, de fato, não são “populares”. Quem sabe em breve se tornem mais acessíveis. Enquanto isso não acontece, o ideal é fazer as contas e pesar na balança o que pode ser mais seguro e vantajoso para o seu negócio.

Responsável: Rafael de Brittos Brito

A Evolução do Transporte

Os meios de transporte são utilizados na deslocação de pessoas e mercadorias. Foi preciso o homem inventar vários tipos de meios de transporte para que pudéssemos nos deslocar e carregar grandes cargas com maior facilidade e de maneira mais rápida, mas nem sempre foi assim como conhecemos hoje.

No princípio, o homem se locomovia apenas caminhando. A pé, ele venceu grandes distâncias, muitas vezes descalço. À medida que se desenvolvia intelectualmente, pôde aperfeiçoar seu transporte anatômico, produzindo os primeiros sapatos com couro de animais para proteger os pés, o que dava resistência para chegar mais longe. Segundo alguns estudiosos, o primeiro meio de transporte inventado foi aquático, ainda na Pré-História. Para construir as canoas e botes usados para atravessar rios e lagos, os homens usavam troncos de madeira, bambus e juncos.

Um elemento muito importante é a roda. Ela proporcionou, a partir de sua invenção, em 3000 a. C., na Mesopotâmia, uma revolução. Apesar de rudimentar e muito pesada, foi possível tornar o transporte mais eficaz. Ao longo dos séculos, os povos foram encontrando meios que facilitassem a locomoção e a navegação. Um dos meios de transporte mais usados é o marítimo, principalmente pela sua capacidade de levar uma grande quantidade de carga entre um porto e outro, visando melhorar a circulação de mercadorias. Os transportes evoluíram principalmente durante a Revolução Industrial, a partir de 1760. Inicialmente, a maioria das invenções estava restrita à Inglaterra e com a 2ª Revolução Industrial (1850-1900), conquistou outros países da Europa, na América e na Ásia. Inclusive no transporte marítimo e terrestre, com a criação dos navios e da locomotiva. Com a 3ª Revolução Industrial que aconteceu a partir de 1900, o mundo participou dessa etapa evolutiva da história e muitos inventos foram aperfeiçoados. Com isso, começaram a surgir às ferrovias e as vias férreas em vários lugares no mundo. As ferrovias foram responsáveis pela ligação de vários países e possibilitaram a ligação de lugares remotos com os grandes centros da época. Além disso, o surgimento da aviação também reduziu a dependência do transporte marítimo.

Nos dias atuais, mares, lagos e rios são constantemente cortados por embarcações dos mais diferentes tipos, desde os imponentes navios até as humildes barcaças. Cada um desses veículos foi planejado e construído de forma a preencher certos requisitos que lhe deem o máximo de eficiência na tarefa que lhe cabe. Além dos transportes aquáticos, existem os terrestres e aéreos. A ferrovia é um sistema de transporte terrestre baseado em trens ou comboio correndo sobre carril ou trilhos previamente dispostos. O transporte ferroviário é predominante em regiões altamente industrializadas, como a Europa, o extremo leste da Ásia e ainda em locais altamente populosos como a Índia. As ferrovias são o meio de transporte terrestre com maior capacidade de transporte de carga e de passageiros. Em muitos países em desenvolvimento, da África e da América Latina, as ferrovias foram trocadas pelas rodovias como tipo de transporte predominante. Um dos meios de transportes mais importantes para a exportação de produtos são os aviões (transporte aéreo), pois é um meio rápido, prático e eficiente.  Algumas vezes é utilizado para transportar grande quantidade de produtos, mas isso também gera muito gastos e poluição.

A tecnologia tem transformado muito os nossos meios de transporte desde a antiguidade até aqui. O transporte é um meio muito utilizado e por isso também é muito procurado por todas as gerações. Ele também tem  trazido muitos benefícios pra o ser humano  trazendo mais  conforto e acessibilidade  para todos, os transportes tem evoluído muito e ainda vão evoluir cada vez mais, com o intuito sempre de poder oferecer o melhor para a sociedade.

Os avanços tecnológicos tem transformado a vida da sociedade ao longo dos anos. A tecnologia nos da flexibilidade, no meio de transporte, pois através dela ficou mais fácil, prático e seguro  se locomover, para longas distâncias.  O futuro assim como o presente, será ainda mais movido pela tecnologia, o que modificará ainda mais os nossos meios de transportes.

Os meios de transporte são o reflexo da sociedade. Conforme o homem evoluí, a maneira de transportar se transforma.

Responsável: Gabriel Carandina

Saúde e Qualidade de Vida do Motorista

Nos últimos anos, a qualidade de vida e as ações voltadas ao bem-estar do colaborador tem sido muito discutida e aplicada nas organizações.

Ela tem por objetivo a melhoria dos resultados, e também na qualidade de vida, assim criando interesse e autoconhecimento de cada colaborador. As ações e os programas de qualidade de vida têm apoiado algumas organizações a conquistarem novos espaços profissionais, e o aumento da sua competitividade no mercado em que estão inseridas.

A qualidade de vida tem sido uma das ferramentas mais utilizadas nas organizações, servindo para identificar o grau de satisfação dos colaboradores, principalmente dos motoristas, em seu ambiente de trabalho, tornando um indicador de experiências humanas.

O processo de trabalho do motorista pode levar a grandes prejuízos à saúde, proporcionando um estilo de vida pouco saudável, apresentando questões de natureza comportamental, tais como: dieta, sedentarismo, dependência química – tabaco, álcool e outras drogas.

Mesmo que a legislação vigente 13.103/15 normatizando uma jornada de trabalho e um controle de uso de bebidas alcóolicas e drogas através de exames toxicológicos e bafômetros, a   venda, o consumo de álcool e a comercialização de anfetaminas ainda é frequente e está relacionado a três fatores principais: econômico (dirigir por um período maior), pressão das empresas (cargas perecíveis) e a própria dependência química.

O uso desses medicamentos é o principal motivo dos graves acidentes nas estradas, pois está relacionado com o fato de dormirem ao volante, já que se sentem obrigados a cumprir com suas atividades no menor tempo possível e assim retornarem para sua vida pessoal.

Os motoristas devem ser orientados sobre os riscos causados por essas substâncias (álcool e drogas psicoativas “ribites”), e as empresas de transporte precisam desenvolver ações educativas para a melhoria dos hábitos desses colaboradores, orientando para práticas de cuidado a saúde proporcionando condições mais ampla de trabalho. Essas ações devem envolver todos os motoristas e as áreas de saúde, fonoaudiologia, psicologia, nutrição fisioterapia, medicina entre outros.

. Além disso, é necessário que haja fiscalização por partes de órgãos responsáveis em postos nas estradas, a fim de impedir a comercialização de substâncias.

Diante do apresentado sobre qualidade de vida dos motoristas, nota-se que as empresas de transportes precisam ter um olhar diferenciado diante dos seus colaboradores, para quebrar o paradigma de que os motoristas não recebem as orientações necessárias, bem como o cuidado com sua qualidade de vida.

Responsável: Amanda Juliani

Diferencial do Transporte Tecnológico

Inicialmente os meios de transporte eram limitadores do alcance das práticas comerciais, até mesmo na comercialização de produtos perecíveis. Com a evolução do capitalismo, com as técnicas reproduzidas os meios de transporte foram ganhando novas formas, funções e tecnologias mais avançadas. No século XX, por sua vez, surgia o desenvolvimento e aéreo, sobretudo com a Terceira Revolução Industrial. Através disso, cargas, produtos e pessoas puderam ser mais facilmente deslocados.

Um aspecto a ser considerado é a espécie de um mercado financeiro criado a partir da união de diversos mercados de diferentes países, que surgiu como consequência da tecnologia. Todavia, aliados à evolução de sistemas de comunicação, os transporte permitiram a ocorrência daquilo que se assinalou como ‘compressão de tempo e espaço', em que as distâncias do mundo “encurtaram”, ou seja, percorrem mais facilmente, reduzindo gastos principalmente, fator atrativamente importante já que presenciamos uma crise econômica no Brasil. Outrossim, o avanço comunicativo passou a ser um álibi do sistema de segurança não só pela linha de rádio, mas também pela possível disponibilidade de radares, câmeras de vídeo, senhas de estacionamentos e assim por diante. Além do mais, outro grande marco a ser pautado é o aplicativo GPS (Sistema de Posicionamento Global), que torna possível traçar uma rota exata, calculando uma estimativa de tempo que será gasto. Fatores essenciais para garantir uma viagem livre de problemas e imprevistos, mais uma vez a tecnologia facilitando nossas vidas.

Ainda vale ressaltar o uso do aplicativo Uber, que trouxe as pessoas um modo fácil e econômico de se locomover através de um simples toque. Daí a importância da digitalização que, até agora nos proporcionou inúmeros impactos logísticos, como: redução de estoques, serviços digitais, mídias sociais, restrições do uso de papel, agilidade de informações, integrações de sistemas diferenciados e etc. Ademais, toda essa tecnologia melhora a infraestrutura não apenas pela redução de custos para os usuários, mas também para o meio ambiente. Estima-se que uma estrada com pavimento de qualidade resulta na economia de 30% a 40% no gasto de óleo diesel, por exemplo. 

Sendo assim, podemos chamar tais aspectos de globalização, pois ela envolve uma dinâmica de transformação cada vez mais acelerada e produtora de uma independência. Isto se trata da modificação das práticas humanas a partir das técnicas transformadas, que atuam no processo de constituição das práticas sociais. Além disso, ser globalizado é estar presente em um mundo repletos de rápidas informações, ou seja, que gira em torno da necessidade tecnológica. Para comprar um produto a longa distância precisamos fazer o uso da internet primeiro, para que ele seja realizado, produzido e depois exportado, onde entra o transporte, exemplificando.

Diante do exposto, portanto, é culminante o uso tecnológico e essa era globalizada em nossa sociedade contemporânea. Sem todos esses avanços e saltos que pudemos perceber não seria possível o acesso a diversas “coisas” que se tornaram essenciais em nossas vidas ou até mesmo costumes. E nos meios de transporte, também, não seria diferente, uma extinção de tecnologia nos levaria novamente a era que hoje tratamos como “primitiva”. No entanto, se a tendência é beneficiadora e podemos alcançar isso, porque não digitalizar, globalizar e atualizar ainda mais seu mundo empresarial, com o intuito de ser o diferencial no mercado de trabalho, agora, tecnológico.

Responsável: André Juliani

Veículos Com Excesso de Peso: Causas e Consequências

Veículos Com Excesso de Peso: Causas e Consequências

Nos últimos anos presenciamos um aumento exponencial da quantidade de caminhoneiros autônomos em nosso país, consequência de uma isenção de IPI em 2012. Com isso, houve um aumento natural da oferta do frete para uma mesma demanda, ocasionando assim uma ociosidade do serviço.

Em 2013. 2015 e principalmente 2018, presenciamos uma greve da classe, que parou o país. As exigências eram principalmente uma redução dos tributos do combustível e um tabelamento do frete.

Com isso, os caminhoneiros teriam uma segurança em relação ao valor que deveriam receber. Porém, como o valor estava elevado e impraticável em muitas circunstâncias, muitas empresas, que antes utilizavam-se do serviço, passaram a ter frota própria, e outras começaram a carregar os caminhões com peso acima do permitido em lei.

Sabendo da defasagem de fiscalização rodoviária, o carregamento com sobrepeso acabou tornando-se cada vez mais comum, causando diversas consequências ao pavimento, ao caminhão e à sociedade.

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou um informativo sobre as vantagens de não transportar com sobrepeso. São elas: diminuição dos danos aos caminhões; redução do consumo de combustível; não gera danos ao pavimento; diminui o risco de acidentes; não gera multas; e ajusta melhor o mercado (CNT, 2019).

Outra consequência do excesso de peso seria a imposta aos veículos. Conforme citado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte – DNIT, o excesso no peso bruto total (PBT), danifica eixo, freios, molas; há um aumento do risco de acidentes causados pelos danos aos equipamentos e componentes do veículo; prejudica o escoamento normal da via, por conta da menor velocidade de tráfego; e um dano as obras-de-arte, por serem dimensionadas para suportar um trem-tipo. (DNIT, 2009).

A atual legislação brasileira sobre pesagem é composta por uma série de artigos, cuja origem provêm do decreto 62127/68, aprovando o Código Nacional de Trânsito. As mudanças sempre foram voltadas a aumentar o PBTC permitido, conforme demonstrado no gráfico:

 No caso do PBT, os valores permitidos atualmente seriam:

  • • Eixo isolado com dois pneus: 6 ton
  • • Eixo isolado com quatro pneus: 10 ton
  • • Eixo com dois direcionais e dois pneus cada: 12 ton
  • • Eixo tandem duplo com quatro pneus: 17 ton
  • • Eixo tandem triplo com quatro pneus: 25,5 ton

Mesmo com esse aumento significativo dos pesos permitidos, ainda há um número muito grande de veículos que trafegam com sobrepeso. Os efeitos desse aumento do PBT e o transporte de carga com sobrepeso, sem o preparo ideal do pavimento, causam transtornos aos usuários. Exemplificando, veículos que transitam com 5% de sobrepeso nos eixos, danificam em mais de 20% o pavimento, isso significa que, para pavimentos dimensionados para ter uma vida útil de 10 anos, com tal sobrepeso, esse tempo cai para 7 anos. O ato de frear o veículo consiste em uma troca de energia cinética em energia térmica e sonora, essa energia cinética é uma relação direta da massa do veículo. Resumidamente, a frenagem dos veículos é dada pela relação entre a soma dos pesos dos eixos pelas suas respectivas forças de frenagem conforme indicado:

Capturar

FF = Onde:

FF = Força de Frenagem do veículo;

Fi = Força de Frenagem, por eixo;

Pi = Peso, por eixo.

Aumentando os pesos dos eixos, diminuem as forças de frenagem dos veículos, acarretando sérios problemas, como: superaquecimentos dos freios, falhas mecânicas e, principalmente, aumentando a distância de parada, conforme indica o gráfico:

tempsnip

Com todos os tipos de informações disponíveis, ainda vemos, e muito, diversos veículos comerciais trafegando com sobrepeso. As consequências são enormes para todos.

Uma solução para tal problema seria aumentar a fiscalização e aplicar mais multas aos motoristas/empresas que continuam a desobedecer a determinação.

Porém muito se sabe que as rodovias brasileiras ainda têm uma defasagem muito grande quanto à fiscalização de balança. Por isso, até resolvermos os problemas de infraestrutura e aplicarmos penalizações mais severas àqueles que continuam a desobedecer a lei e trafegar com sobrepeso, iremos permanecer com os mesmos problemas, arriscando casa vez mais, a vida dos usuários.

Responsável: Tiago Schreiber Greca

Escassez de Mão de Obra e Treinamento

Subir na boleia de um caminhão para viajar o Brasil e países vizinhos já não é mais tão interessante quanto foi subir na boleia de um caminhão para viajar o Brasil e países vizinhos já não é mais tão interessante quanto foi nos anos 70. As ambições de quem acompanhou as aventuras de Pedro e Bino nos anos 80 parecem ter ficado para a geração passada. Hoje, os nascidos nos anos 90, que estão na casa dos 20 a 30 anos, entram no mercado cada vez com menos vontade de pegar a estrada a trabalho, e isso se deve a fatores como a melhoria no acesso a educação e o alto risco de dirigir nas estradas brasileiras.

Segundo pesquisa da Confederação Nacional do Transporte – CNT, realizada entre agosto e setembro de 2018, o mercado de trabalho dos caminhoneiros é composto por homens (99,5%) com idade média de 44,8 anos. Entre os pontos negativos elencados na pesquisa, 65,1% reclamam da insegurança, 31,4% alegam ser uma profissão desgastante e 28,9% sentem o convívio familiar comprometido. Sendo esses os principais problemas elencados, quais devem ser as atitudes dos gestores para solucionar essas questões? Visto que o motorista exerce função imprescindível, até porque o advento dos veículos 100% autônomos ainda é um horizonte distante na realidade brasileira, como atrair uma geração de profissionais que tem cada vez menos interesse ou condições de realizar a função?

Hoje, um empresário articulado não investe apenas em veículos, implementos e softwares: ele investe empessoas. Se 99,5% dos caminhoneiros são homens, por que não fomentar a inserção de mulheres nas transportadoras? Investir na presença feminina em áreas majoritariamente masculinas para trazer diversidade não é novidade, como se vê em projetos bem-sucedidos que incentivam mulheres a serem cientistas (“Meninas Super Cientistas”, da Unicamp) e programadoras (“Kode with Klossy”, de Karlie Kloss). Segundo reportagem do jornal Metrópoles, com dados do Departamento Nacional de Trânsito – Denatran, apenas 6,5% do total de quase 3 milhões de carteiras profissionais aptas a dirigir caminhão são de mulheres, sendo Santa Catarina o 4º estado com o maior número de mulheres motoristas.

A falta de profissionais também pode ser vista como resultado de um problema criado pelo próprio setor: a indisponibilidade de treinamento. Muitos dos motoristas atuantes hoje no mercado são de idade mais avançada, pois empresas tendem a não se dar ao trabalho de treinar um motorista inexperiente para depois perdê-lo para a concorrência. Mais importante do que pensar nas outras ofertas de trabalho que o funcionário poderá receber, o gestor deve focar em: “como posso valorizar este motorista de maneira que ele continue trabalhando comigo?”. Artigos mostram que a geração millennials, que compreende os nascidos entre 1980 e 1990, possui desejos mais complexos do que suas antecessoras. Segundo pesquisa Innovare, 75% desses novos trabalhadores querem “mentores” ao invés de meros chefes tradicionais; 58% aceitariam receber até 15% menos para trabalhar em uma empresa que compartilhe dos seus valores pessoais, pois 85% acham que negócios têm tanto potencial quanto o governo para resolver problemas da sociedade. Ou seja: o novo profissional que entra no mercado de trabalho hoje, em especial o profissional qualificado, não busca apenas dinheiro, mas também um propósito.

A escassez de mão de obra é um reflexo das mudanças que vêm acontecendo no país e no mundo nos últimos anos de forma cada vez mais acelerada. É preciso que se entenda no setor dos transportes que não são apenas os objetos do ofício que se desatualizam e precisam de substitutos mais eficientes – a maneira de encarar o trabalho daqueles que exercem não apenas a função de motorista, mas que são embaixadores da empresa estrada afora, também precisa ser vista com novos olhos.

Fontes:

https://www.metropoles.com/materias-especiais/mulheres-caminhoneiras-superam-preconceitos-pelas-estradasdo-brasil-2

http://innovarepesquisa.com.br/

Responsável: Franco Scarabelot Gonçalves