Flat Preloader Icon

Quem Será o Motorista da Rodada?

Atualmente um fator extremamente necessário para o transporte e que vem se intensificando negativamente é mão de obra operacional, mais precisamente, qualificação e busca por vagas de motoristas profissionais.

Nos últimos anos, estatísticas em todo o país apontam e reafirmam este aspecto que veem se intensificando com a escassez de motoristas, trazendo consigo ameaças em cadeia para toda a população pós período pandêmico. Sem o funcionamento rodoviário em suas devidas e respectivas necessidades, à medida que as economias se recuperam e a demanda por serviços de transporte se intensifica, com poucos motoristas qualificados a serviço, ocasiona no enfraquecimento do funcionamento do transporte rodoviário.

Os principais obstáculos apontados para a dificuldade de contratar motoristas é a severidade e as dificuldades que são exigidas pela profissão nas rodovias brasileiras. Fatores que intensificam a vasão destes profissionais:

  • Descriminação e desvalorização por parte da sociedade quanto ao profissional motorista, causando a impressão de função desprezível e irrelevante;
  • Insegurança nas rodovias causada pelo grande número de roubos que também demonstram alavancado crescimento e preocupação, bem como acidentes provocados com imprudências cometidas por terceiros da via;
  • Clientes mal estruturados, muitas vezes proibindo a abertura de caixa de comida para refeições, banheiros em situações depredáveis e sem local para realizar sua higienização pessoal e de suas roupas;
  • Tratamento desigual nos embarcadores e guaritas, muitas vezes até mesmo sem contato visual com o pessoal, apenas realizando a entrega de documentos sem diálogo e orientações quanto a documentação e carga;
  • Exigências como de câmeras de fadiga o que em muitos casos é visto como invasão de privacidade e decorrendo em solicitação de rescisão de contrato devido causar stress devido aos alertas gerados; 
  • Implementação da lei 13.103/2015 aonde limitou a jornada de trabalho dos motoristas em 12 horas diárias, sendo destas, 8 horas normais + 4 horas extras, com paradas para descanso e pernoite mínima de 8 horas, fato este que antes desta lei vigorava a Lei número 12.619/2012 e anterior a esta vigorava o inciso I do artigo 62, da CLT, que dispensava o trabalho externo do controle de jornada, fatos que, motoristas de anos de estrada sentiram-se pressionados com estas imposições;
  • Longos períodos longe de seus familiares, esposas e filhos;
  • Infraestrutura deplorável em alguns pontos das rodovias apresentando pistas irregulares, fissuras, desníveis e buracos;
  • Falta de sinalizações e ausência de acostamentos em rodovias com via de mão de única;

Segundo a FETRANCESC, estatísticas divulgadas pelo Instituto Paulista do Transporte de Carga (IPTC) em parceria com o Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e São Paulo e Região (Setcesp), com a publicação em 28/05/2021, a quantidade de motoristas categoria C caiu drasticamente entre 2015 e 2020, aonde a  redução foi de 5,9% ao ano no número de motoristas com CNH C desde 2015, com queda mais acentuada em 2017 e 2018, quando caiu 8,9%, implicando em um número superior a 1 milhão de motoristas.

Anos atrás era perceptível o orgulho pela profissão, aonde pais passavam o legado do transporte para seus filhos, passando de geração em geração o amor e respeito por esta renomada e importante profissão, fato este que está se perdendo. No entanto, conforme a NTC (Associação Nacional do Transporte & Logística), o interesse pela profissão de motorista de caminhão vem despencando no Brasil. Atualmente, 60% dos profissionais do setor têm mais de 50 anos, sendo que cada vez mais verifica-se a dificuldade em criar um plano de carreira com a nova geração e tornando cada vez mais próximo a escassez de motoristas profissionais qualificados para essa tão importante operação.

Identificamos então a importância que este profissional tem na sociedade, responsável pelo abastecimento do país, mas para que este impacto seja sanado o quanto antes possível a fim de evitar uma crise em cadeia, precisamos tomar algumas tratativas e ações como meio de intervenção, tais como:

  • Redução do valor para habilitação, pois altos valores impossibilitam que interessados, mas com condições de vida inferiores, desistam da opção de seguir carreira pelo grande investimento que terá de fazer;
  • Redução da idade para realizar a habilitação categoria ‘'E'' e assim antecipar o estimulo para seguir profissão, sendo que a necessidade de possuir 21 anos completos faz com os jovens busquem outras profissões antes de ter a chance e contato como de motorista. Para este caso, faz-se necessário que haja um acompanhamento com apadrinhamento de motoristas a anos de estrada com estes jovens desde os 17 anos para aprenderem com o tempo os macetes, locais de risco, manutenção básica do veículo, como conduzi-lo de forma segura e de direção defensiva para que então com 18 anos completos possa realizar a sua habilitação e seguir carreira;
  • Maior investimento e apoio das empresas quanto a qualificação dos motoristas já existentes e de novos profissionais, com cursos disponibilizados pelo próprio SEST SENAT de Direção Defensiva e Motorista Aprendiz e também pelo curso criado pela FABET com o Programa Caminhão Escola Avançado (cursos disponibilizados em Santa Catarina e São Paulo);
  • Aumento do salário mensal dos motoristas de acordo com o aumento de frete, proporcionando melhor visualização para a carreira e reconhecimento da população em geral, atraindo e aumentando a procura por estas vagas;
  • Inclusão e oportunidade para jovens e mulheres, mostrando os pontos positivos e negativos, alertando o motivo de toda tecnologia nova justamente a fim de garantir saúde e segurança do próprio motorista, mostrando que com a evolução e que com qualificação e empenho há uma ótima oportunidade para crescimento financeiro e de reconhecimento nesta profissão;

Faz-se necessário também, que as empresas relembrem e enfatizem com seus motoristas toda a evolução que a lei do motorista 13.103/2015 e a tecnologia agregaram para a segurança no transporte, aonde protege o motorista de jornadas exaustivas; veículos equipados com cama, cozinha, ar-condicionado, câmbio automático e tecnologias embarcadas como o rastreamento dos veículos; câmeras de fadiga auxiliando a proteger o motorista que dirige defensivamente e quando envolvido em sinistro possui como aliada em sua defesa; cursos como de direção defensiva que os orientam quando a velocidade como por exemplo, um item extremamente importante e interligado com motivos de tombamentos, sendo que sempre que controlado evita drasticamente as estatísticas, evitando o tombamento e outros sinistros.

As soluções existem, mas a imposição e ação do governo para facilitar o acesso a profissão, melhorar as condições rodoviárias e capacitar a força de trabalho é extremamente importante, além disso, também é de suma importância a conscientização da sociedade quanto a profissão de motoristas e o quanto evoluiu nos últimos anos, ser motorista é doar-se a uma nação e junto a ela crescer e se desenvolver.

Referências Bibliográficas

NEUTO GONÇALVES DOS REIS. Diretor-Técnico Administrativo da Ntc&Logística (comp.). ESCASSEZ DE MOTORISTAS PODE ELEVAR CUSTOS DO TRC. ..

Disponível em:

https://www.portalntc.org.br/wp-content/uploads/escassez-de-motoristas-pode-elevar-custos-do-trc.pdf  Acesso em: 30 set. 2021. 

 NOVA pesquisa IRU mostra escassez de motoristas aumentar em 2021. Disponível em: https://setcesp.org.br/noticias/nova-pesquisa-iru-mostra-escassez-de-motoristas-aumentar-em-2021/ . Acesso em: 30 set. 2021.

FELTRIN, Aline. Por que os jovens não querem ser motorista de caminhão?: fatores como salário baixo, falta de qualidade de vida e ficar muito tempo longe da família afastam a nova geração dessa profissão. Fatores como salário baixo, falta de qualidade de vida e ficar muito tempo longe da família afastam a nova geração dessa profissão. 2021. Disponível em: https://estradao.estadao.com.br/caminhoes/por-que-os-jovens-nao-querem-ser-motorista-de-caminhao/ . Acesso em: 30 set. 2021.

FALTA DE MOTORISTAS QUALIFICADOS PREOCUPA MERCADO RODOVIÁRIO DE TRANSPORTE DE CARGAS. 2021. Disponível em: https://www.coopervalelog.com.br/noticias/falta-de-motoristas-qualificados-preocupa-mercado-rodoviario-de-transporte-de-cargas/ Acesso em: 30 set. 2021.

A FALTA de motoristas e reflexões. 2021. Disponível em: https://www.fetrancesc.com.br/blog-post/a-falta-de-motoristas-e-reflexoes. Acesso em: 30 set. 2021.

Por: COMJOVEM Videira

Como Tratar os Dados? (Data Leak – Caldeirão de Dados)

Atualmente, com o avanço disparado das tecnologias, as empresas têm gerados inúmeros dados, de fornecedores, clientes e colaboradores, além dos dados que estão liberados na internet para consulta, pesquisa e que também podem ser incluídos em sua base dados.

Essa exorbitante geração de dados e disponibilidade de acesso, tem levado as empresas ao desafio de como realizar a tratativa de todos os dados que estão em sua posse, visando atender à nova lei geral de proteção de dados (LGPD).

Essa nova lei em vigor, vem trazendo muitas dúvidas para os empresários dentro de suas empresas, pois existe uma geração enorme de dados e muito desses dados contém informações importantes que devem ser tratadas de uma nova forma para atender os requisitos da nova lei. Este assunto tem sido apresentado massivamente em palestras, workshops e eventos para tentar ajudar e sanar as dúvidas e dificuldades enfrentadas para adaptação ao novo cenário enfrentado pelas empresas.

Com a facilidade do acesso à internet atualmente, dados sensíveis estão disponíveis a todo momento na rede, seja de pessoa física ou jurídica. Com isso, o avanço da criminalidade através de golpes no modelo virtual ou físico, tem ocorrido e crescido numa escala alarmante no cenário mundial. Um dos exemplos muito visto no Brasil é famoso cartão de crédito clonado ou então uma conta em seu nome que você nunca solicitou. A criminalidade tem crescido tão rápido justamente pela facilidade de acesso aos dados que estão disponíveis, sem nenhuma tratativa para proteção dos dados das pessoas.

No novo cenário a grande dificuldade é como realizar a tratativa desses dados sensíveis de pessoas físicas e jurídicas atendendo aos requisitos da nova lei. Além de novos processos que serão implementados nas empresas, existirá também a mudança de cultura em seus colaboradores para como tratar esses dados diariamente em sua base de dados,

Ao longo novo cenário, cabe as empresas, buscarem o máximo de informação possível sobre a lei com suas aplicabilidades e consequências no dia a dia e longo prazo para que seja cumprida.

Como toda mudança, existe uma resistência e para que isso ocorra dentro das empresas é necessário o investimento em treinamento e capacidade dos colaboradores para que executem os processos de forma correta e realizem a disseminação das informações necessárias e seu sucesso depende do trabalho em equipe de toda a empresa.

Na visão de curto prazo, a adaptação da lei será bem árdua dentro da empresa e gerará custos com investimentos em capacitação e treinamento. Numa visão de longo prazo, após a adaptação das empresas, essa lei busca trazer mais segurança para pessoas físicas e jurídicas, diminuindo a assim a disponibilidade de informações sensíveis na rede. Assim gerará a diminuição de golpes, caindo a criminalidades e diminuição de prejuízos financeiros de pessoas físicas e também jurídica.

Por: Felipe Almeida – COMJOVEM Rio Janeiro

Data Leak – A Importância dos Dados e Sua Manipulação

Em uma era onde a tecnologia predomina, a informação se torna a maior matéria prima. Mais do que isso, para que essa informação seja de fato um ganho, é preciso inteligência para manusear esses dados.
Pode-se assim dizer que a maior riqueza está na capacidade de usar os dados de forma analítica. A inteligência por detrás, é o que irá determinar o valor que aquele dado possui, porque é a partir dele que serão extraídas informações capazes de transformar a realidade de organizações, negócios e até do próprio mercado.
Nos dias atuais, é grande a facilidade que se tem ao acesso a informações. As ferramentas tecnológicas que nos possibilitam isso, são diversas, e muitas vezes de fácil acesso. Localizar os dados deixou de ser um desafio, no entanto, eles precisam ser analisados de modo a identificar a melhor forma de fazer bom uso dessa fonte de possibilidades inesgotáveis.
Com a Lei 13.709/2018, Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), entrando em vigor, o acesso a essas informações tende a se tornar mais restrito, uma vez que se busca a mudança cultural de pessoas e empresas no quesito proteção de seus dados particulares e de seus colaboradores. Desde o fornecimento até o tratamento desses dados.
A legislação não irá proibir que dados sejam compartilhados ou acessados, no entanto, irá direcionar de que forma eles devem ser tratados, armazenados, colados e em casos específicos compartilhados. Evitando assim, que ocorra o vazamento de dados e sua utilização de forma indevida.
Dados são valiosos, e quem possuir inteligência no direcionamento de usa-los da melhor forma, tendem a ganhar olhares e espaços. Sendo assim, empresas e profissionais precisam estar em sintonia e atualização para que as informações sejam utilizadas em seu máximo potencial.

Por: Jerssica Marisa Gral – COMJOVEM Chapecó

Motorista do Futuro

Como sabemos, o setor de transporte de cargas é de grande importância para o desenvolvimento da economia brasileira. Segundo dados da CNT-Federação Nacional dos Transportes, esse setor representa cerca de 7% do PIB do país, o equivalente a 61,1% do total de mercadorias transportadas, e é considerado o principal meio de abastecimento da indústria e do comércio brasileiros.
Sabendo da importância desse setor para o nosso país se torna impossível não falar de futuro no transporte e de seus motoristas. É inevitável falar de futuro sem citar tecnologia, especialmente quando consideramos a velocidade de seu desenvolvimento e os retornos positivos em todos os setores que é implantada. O Transporte de Cargas não está excluído dessas transformações, como podemos perceber que dia após dia, temos uma tecnologia nova embarcada junto com nosso motorista e com nosso caminhão.
Em um contexto geral, se percebe que muitas pessoas e muitos segmentos tem uma dificuldade maior para se adaptarem aos novos processos, que de uma forma ou outra são transformadores e desafiadores para sua implantação e posterior aderência.
Porém para que consigamos nos manter ativos e dentro do segmento de Transportes, algumas mudanças são necessárias para que consigamos nos manter dentro do mercado de trabalho da melhor forma possível. Dentro do Transporte, muitas áreas estão tendo que se adaptar cada vez mais ao cenário atual, percebendo assim que cada vez mais as tecnologias podem influenciar no dia a dia do motorista profissional.
Com toda certeza a tecnologia está do lado dos transportadores e motorista, como um exemplo temo que os motoristas evitarão de fazer várias ações repetitivas durante uma viajem, pois, a tecnologia trabalha de forma inteligente nesses processos para automatizalos melhorando assim a direção do motorista. Algo muito mais à frente do que estamos falando hoje, é o que defende o Laboratório do Futuro da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) quando apontou que, até 2040, as tarefas de 27 milhões de trabalhadores poderão ser assumidas por robôs ou sistemas de inteligência artificial. Há 79% de chance de que os caminhões sejam substituídos pela automação.

Com base nesses dados, o questionamento sobre o futuro dos profissionais da área sem sombra de dúvidas vem à tona, trazendo assim uma insegurança no momento em que é tratado sobre tal mudança nos próximos anos. Com isso, entendo a necessidade de treinarmos intensamente nossos profissionais, para que eles possam desenvolver também habilidades analíticas, para que o efeito tecnologia não os pegue de surpresa.
Pois mesmo que nós contemos com a melhor tecnologia, o melhor robô e a melhor inteligência, a presença do motorista não será facilmente substituída, pois é a figura mais importante hoje no segmento de Transporte Rodoviário de Cargas. Muito pelo contrário, a tecnologia vem para ajudar o motorista e o empresário de transporte, automatizando o que as vezes é um retrabalho e uma redundância, trazendo mais segurança e conforto para a viagem, entre outras várias qualidades que virão junto a tecnologia e a inovação no meio do transporte.

Por: Leticia Marjorie Framento – COMJOVEM Chapecó

O Motorista do Futuro

O Motorista do Futuro vai ter que ser multifunção.
Ele terá que ter a competência, inteligência, maturidade e conhecimento global da logística como um todo. Desempenhar atividades extra volante, saber, conhecer e operacionalizar o veículo de forma consciente e dinâmica. Utilizar todo o sistema de telemetria e conhecimentos legais referente a sua função, tem que estar capacitado e treinado para utilizar todas as ferramentas e mídias e tecnologias embarcadas e trocar essas informações entre clientes, embarcadores, warehouses e demais envolvidos na cadeia logística.
Ter a capacidade de tomada de decisão sobre qualquer circunstância mesmo na direção, quanto na tecnologia embarcada (ex. controle de temperatura da caixa de carga, condução econômica etc.).
Com isso, deverá haver uma sinergia e interação na cadeia de suprimentos (coleta/entrega) tem a função de se deslocar com o melhor e menor tempo possível não gerando gargalo na sua entrega ou coleta.
Estar sempre conectado com o veículo, empresa e demais meios de comunicação e meios de transmissão de dados prezando pela rapidez e otimização tecnológica e jamais ser obsoleta prezando sempre pela sua segurança, veículo, carga e comunidades.
Aliás que toda essa perspectiva de motorista do futuro já é real, hoje nossos motoristas já devem estar se adequando a esse novo perfil e devem saber usar toda essa nova tecnologia de mídias digitais, inclusive embarcadas nos novos veículos, nos novos sistemas de freios, nas câmeras internas que monitoram inclusive a fadiga deles, enfim a tecnologia embarcada nos veículos hoje em dia é infinita. Depende do produto a ser transportado, da rodovia a ser trafegada, muda a tecnologia, então se o motorista não estiver preparado para fazer a leitura, ou seja, usar todos os benefícios dessa tecnologia embarcada, nada adianta, todas as informações coletadas, são desperdiçadas.
Claro que por outro lado, toda essa tecnologia embarcada para o motorista 4.0 tem que ser com mídias e linguagens de fácil assimilação, para que se torne atrativo a utilização e a transformação dos dados em informações.
O Motorista do Futuro tem que já estar se preparando hoje, pois a tecnologia embarcada nos veículos e sinergia EDi e tantos outros que estão por vir o futuro está cada dia mais próximo.

Por: Thays Boscatto – COMJOVEM Campinas

Dados, Informação, Conhecimento e Privacidade

O início do século XXI é conhecido pela continuação da Era da Informação. Uma das principais características dessa era é a modificação no mercado, que deixa de privilegiar a indústria tradicional para valorizar a informação e a tecnologia. Vivemos um cenário de transformações digitais e tecnológicas. O mundo está evoluindo a cada instante.
Segundo Amaral (2016, p. 4), “os dados são fatos coletados e normalmente armazenados.
Informação é o dado analisado e com significado. O conhecimento é a informação interpretada, entendida e aplicada para um fim”.
Essas definições são antigas e, mesmo com o decorrer do tempo e com os avanços tecnológicos, esses conceitos ainda podem ser utilizados. O que se alterou no decorrer do tempo foi o volume de dados gerados, que cresceu exponencialmente.
Ainda de acordo com Amaral, observamos o fenômeno da “massificação dos dados”, em que há o aumento considerável dos dados nos últimos tempos. Dessa forma, também se aumentou a importância da manipulação dessas informações por meio de métodos e do uso adequado da tecnologia para o tratamento de todo conhecimento que possa ser gerado. Um smartphone de hoje tem maior capacidade que um computador existente no ano de 1985.
Temos mais de seis bilhões de pessoas com telefones celulares. Mais de 1,7 bilhões de pessoas estão usando redes sociais. Quase três milhões de e-mails enviados por segundo. Cem horas de vídeos são carregados no youtube por minuto. Atualmente, há quinhentos milhões de tweets por dia. 92% dos dados do mundo foram criados nos últimos dois anos. 2,3 trilhões de GB de dados são criados por dia, cem terabytes de dados carregados por dia no facebook.
Segundo um levantamento divulgado recentemente pelo IDC (International Data Corporation), a produção de dados dobra a cada dois anos. No ano de 2020, foram gerados 350 zetabytes de dados, equivalentes à 35 trilhões de gigabytes.
Ao considerar os números, podemos compreender melhor a avalanche de dados que são gerados e tratados no mundo moderno. Geramos dados o tempo todo em nossas redes sociais, em mensagens, e-mails, dos quais podem gerar vários outros dados e até mesmo novos conhecimentos.
Com todo esse volume de dados, os usuários e empresas tendem a se preocupar com a segurança das suas informações, sejam em aplicativos, websites, dispositivos, dentre vários outros. E para onde estão indo nossos dados? Como estão sendo utilizados? Surgem uma série de perguntas. Portanto, há um cenário que não ocorria anteriormente e que, de fato, necessita de atenção, pois estamos falando sobre a privacidade.
Estamos passando por um momento de grandes mudanças, e uma delas é a lei 13.709/18, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Ela tem como objetivo estabelecer uma maior segurança da informação sobre o uso de dados pessoais e dados pessoais sensíveis. Dessa forma, a organização que realiza algum tipo de tratamento sobre esses dados deve seguir as regras e normas estabelecidas pela ANPD (Agência Nacional de Proteção de Dados), sendo este o órgão regulador.
Com esse avanço, a tendência é de que os titulares dos dados possuam uma maior autonomia sobre seus dados e que possam exigir uma maior transparência sobre a utilização de seus dados e de seus pessoais por parte das organizações. Muitos são os benefícios na implementação da LPGD, entre os quais: a confiabilidade na estrutura organizacional, sobretudo no ambiente de prestação de serviços, como o do transporte. Prevalecerá a
organização que perpetuará a ética, a integridade e o respeito à privacidade dos dados dos stakeholders.
Estamos apenas no início de uma longa jornada, que exige a transformação em vários âmbitos: nas esferas tecnológicas, processuais, jurídicas e culturais, dentre outras. Vamos trilhar novos caminhos, com novos desafios, mas certos de que será necessário zelar pela privacidade.

Por:

Túlio Lopes – COMJOVEM Belo Horizonte