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NTC&Logística 60 anos
Reunião Ordinária de março da Diretoria da NTC&Logística reforça compromisso com o desenvolvimento do TRC

Reunião Ordinária de março da Diretoria da NTC&Logística reforça compromisso com o desenvolvimento do TRC

Nesta quarta-feira (26), a NTC&Logística promoveu, de forma híbrida, mais uma Reunião Ordinária da Diretoria, reunindo lideranças do setor de Transporte de Cargas (TRC). Estiveram presentes o vice-presidente, Antonio Luiz Leite, e os ex-presidentes da entidade, Flávio Benatti, vice-presidente do Transporte Rodoviário de Cargas da Confederação Nacional do Transporte (CNT); José Hélio Fernandes, vice-presidente de Assuntos Políticos da Associação, e Urubatan Helou. Compareceram, também, membros da Diretoria, executivos, representantes de sindicatos e federações, e assessores da entidade.

Dando andamento à pauta da reunião, o presidente Eduardo Rebuzzi transmitiu informações sobre o orçamento referente ao relatório técnico da reforma e regularização do prédio da entidade. Em seguida, o vice-presidente de Segurança da NTC&Logística, Roberto Mira, ressaltou a importância da intensificação de  ações voltadas ao combate ao roubo de cargas, expondo um panorama do trabalho que vem sendo desenvolvido.

O status financeiro da NTC – fechamento de fevereiro de 2025 e projeções para os próximos meses – foi detalhado pelo diretor financeiro, José Maria Gomes, e pelo gerente administrativo, Fernando Silva. Após essa explanação, a assessora executiva da Presidência, Elisete Balarini, apresentou a agenda de eventos da entidade, com destaque para os Seminários de Brasília — o Seminário Brasileiro do TRC e o Seminário Trabalhista do TRC — confirmados para o dia 11 de junho, e para o CONET&Intersindical, que será realizado em Bento Gonçalves (RS), nos dias 21 e 22 de agosto.

Em prosseguimento, o coordenador nacional da Comissão de Jovens Empresários e Executivos do Transporte Rodoviário de Cargas (COMJOVEM) da NTC&logística, André de Simone, e os vice-coordenadores, Hudson Rabelo e Priscila Zanette, expuseram as atualizações sobre os trabalhos desenvolvidos nos Núcleos regionais e as iniciativas direcionadas ao engajamento dos jovens empresários do setor. Eles também destacaram a realização do II Encontro Nacional de Coordenadores – 2025, um evento de integração, alinhamento estratégico e troca de experiências realizado no início desta semana.

A vice-presidente extraordinária da NTC&Logística para Pauta ESG, Joyce Bessa, destacou o desenvolvimento e os avanços dessa matéria, que vem ganhando relevância estratégica na entidade por meio do Comitê criado especialmente com esse objetivo. Ela também compartilhou as questões discutidas em reunião com a COMJOVEM e o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (SINDIPEÇAS), reforçando a importância do engajamento da NTC em iniciativas voltadas à sustentabilidade e responsabilidade social.

Já o assessor de Comunicação e Imprensa, Rodrigo Bernardino, registrou os principais resultados do trimestre e as ações voltadas ao fortalecimento da imagem institucional da entidade junto aos associados e à imprensa nacional.

Na esfera legislativa, a assessora Edmara Claudino e o vice-presidente extraordinário para Assuntos Políticos, José Hélio Fernandes, relataram as ações da área de Relações Institucionais em Brasília. O foco esteve nas movimentações legislativas e no relacionamento com órgãos governamentais, com destaque para a tramitação da Lei do Operador Logístico, as discussões sobre o descanso do motorista e o acompanhamento de outros assuntos de interesse do setor. Também salientaram os trâmites em relação ao 24º Seminário Brasileiro do TRC, que será relizado no dia 11 de junho em Brasília.

Dr. Narciso Figueirôa Junior, assessor jurídico da NTC, abordou as recentes alterações da Norma Regulamentadora NR-1, com ênfase nos riscos psicossociais – tema que impacta diretamente a gestão de pessoas no setor de transportes. Ele também apresentou atualizações sobre as negociações coletivas relacionadas à ADI 5322, assinalando os desdobramentos jurídicos que afetam o setor.

A Evolução dos Custos – INCT / DECOPE foi o principal item discorrido pelo assessor técnico da entidade, o engenheiro Lauro Valdivia, que acentuou ser fundamental toda a atenção possível no que diz respeito à jornada de trabalho dos motoristas. Ele sugeriu a realização de um estudo amplo para embasamento técnico do tema, de modo a contribuir para a segurança e a eficiência operacional no setor.

Ao final da reunião, o presidente Eduardo Rebuzzi agradeceu a presença e contribuição de todos participantes, reiterando o compromisso da NTC&Logística em seguir atuando com excelência em defesa dos interesses do setor de Transporte Rodoviário de Cargas no Brasil.

Participe da primeira edição de 2025 do Seminário Itinerante da NTC&Logística em Campinas

Participe da primeira edição de 2025 do Seminário Itinerante da NTC&Logística em Campinas

A primeira edição de 2025 do Seminário Itinerante da NTC&Logística será recepcionada pela FETCESP – Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo, pelo SINDICAMP – Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de Campinas e Região e pelo Núcleo da COMJOVEM Campinas, no dia 3 de abril, às 8h30, na sede do SINDICAMP.

Criado há mais de 20 anos, o Seminário Itinerante tem o propósito de levar a NTC&Logística – Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística a diversas regiões do país, promovendo capacitação técnica e oportunidades de negócios para empresários e executivos do setor de transporte de cargas e logística.

A programação contará com temas atuais e de grande relevância para o setor. A organização do evento conta com a participação da COMJOVEM – Comissão de Jovens Empresários e Executivos do Transporte de Cargas.

Reforçando a missão da NTC&Logística de estar ao lado do transportador rodoviário de cargas, de Norte a Sul do Brasil, o Seminário Itinerante já percorreu diversos estados ao longo de mais de duas décadas.

O evento será realizado presencialmente, na sede do SINDICAMP, localizada na Rua Adalberto Panzan, 92 – Terminal Intermodal de Cargas (TIC), Campinas – SP. A participação é aberta a todos os empresários da região, que contribuem para um Transporte Rodoviário de Cargas cada vez mais forte.

Faça já sua inscrição clicando aqui

Programação Preliminar

08h30 – Welcome Coffee + Credenciamento

09h às 10h – Abertura

              Palestrante: Eduardo Rebuzzi – Presidente da NTC&Logística

Hudson Rabelo – Vice-Coordenador Nacional da COMJOVEM

Priscila Zanette – Vice-Coordenadora Nacional da COMJOVEM

José Alberto Panzan – Presidente do SINDICAMP

Daniel Lopes – Coordenador do Núcleo de Campinas

10h às 10h30 – Torre de Controle Logística: conectando pessoas, processos e tecnologias

Palestrante: Rafael Brasil, Gerente de Operações de Torre de Controle Logística

10h30 às 10h45 – Momento Patrocinadores

10h45 às 11h15 – ESG no Transporte Rodoviário de Cargas

Palestrante: Joyce Bessa, Vice-Presidente Extraordinária para Pauta ESG da NTC&Logística

11h15 às 11h30 – Intervalo

11h30 às 12h45 – Inteligência Artificial em Logística: melhore a competitividade de sua empresa

Palestrante: Vitor Vencovsky, Diretor da Gismaps Sistemas Ltda.

12h45 às 13h30 – Multas da ANTT: o que fazer?

Palestrante: Dra. Gil Menezes, Assessora Jurídica da NTC&Logística

13h30 – Brunch de Encerramento

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Realização

NTC&Logística – Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística

FETCESP – Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo

SINDICAMP – Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de Campinas e Região

Núcleo da COMJOVEM Campinas – Comissão de Jovens Empresários e Executivos do Transporte Rodoviário de Cargas

Patrocínio

Autotrac 

Fenatran – Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Cargas

Transpocred

Apoio

Anfir – Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários

Apoio Institucional

Sistema Transporte (CNT – Confederação Nacional do Transporte / SEST SENAT – Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte / ITL – Instituto de Transporte e Logística)

FuMTran – Fundação Memória do Transporte

Apoio Logístico

Braspress

No CNN Talks, Vander Costa defende ampliação dos investimentos públicos em transporte

No CNN Talks, Vander Costa defende ampliação dos investimentos públicos em transporte

Realizado nesta quarta-feira (26), o evento contou com o apoio da CNT e debateu os desafios para o setor de infraestrutura no Brasil

Acelerar projetos de infraestrutura e garantir maior eficiência para o setor foram os temas centrais do CNN Talks, realizado nesta quarta-feira (26), em Brasília. O evento – que contou com o apoio da CNT (Confederação Nacional do Transporte) – reuniu autoridades das esferas federal e estadual, além de empresários e representantes dos setores de transporte, energia e saneamento, para debater os desafios e as oportunidades para o avanço da infraestrutura no Brasil.

Um dos painéis contou com a participação do presidente do Sistema Transporte, Vander Costa, que ressaltou a importância dos investimentos no setor e os avanços recentes da malha rodoviária. “Os investimentos atuais ainda estão abaixo do necessário, mas são os maiores dos últimos 40 anos. O desafio é manter o volume de investimentos que vêm entrando nos últimos dois anos. A gente continua trabalhando para convencer o governo de que precisa manter esse ritmo”, afirmou Vander Costa.

O presidente do Sistema Transporte destacou ainda que a melhoria da infraestrutura de transporte é um processo de longo prazo, que requer constância, comprometimento e investimento.

Mediado pelo diretor de Jornalismo da CNN em Brasília, Daniel Rittner, o painel também contou com a presença de George Santoro, secretário executivo do Ministério dos Transportes; Guilherme Sampaio, diretor-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres); Marcus Cavalcanti, secretário especial do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) da Casa Civil, e Marco Aurélio Barcelos, presidente da ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias).

Os representantes do governo federal destacaram avanços nos processos de concessão, como a ampliação da participação de novos investidores estrangeiros e o aprimoramento dos contratos, beneficiados por mais de três décadas de experiência em concessões no Brasil.

Outro ponto relevante do debate foi o sistema de cobrança eletrônica de pedágio, que dispensa a necessidade de parada do veículo. O presidente da ABCR, Marco Aurélio Barcelos, mencionou uma pesquisa da entidade que aponta que 75% dos usuários consideram justo pagar pedágio para a melhoria das rodovias. Vander Costa complementou destacando a equidade do modelo de cobrança. “O pedágio é um dos tributos mais justos do sistema ; com o free flow, essa justiça se amplia, pois o usuário paga exatamente pelo trecho percorrido, sem a necessidade da tarifa cheia”, explicou.

Além do painel sobre rodovias, o evento discutiu o papel dos estados na expansão da infraestrutura, com a participação dos governadores de Goiás, Ronaldo Caiado, e de Mato Grosso, Mauro Mendes, que abordaram estratégias para impulsionar investimentos estaduais no setor.

A programação do CNN Talks também incluiu debates sobre a infraestrutura portuária brasileira, explorando caminhos para ampliar a eficiência e a competitividade do setor, além de discussões sobre a transição energética e as expectativas para 2025, quando o Marco Regulatório do Saneamento completará cinco anos.

Assista ao evento

Ainda que tímido, avanço das mulheres no TRC impulsiona oportunidades para as futuras gerações

Ainda que tímido, avanço das mulheres no TRC impulsiona oportunidades para as futuras gerações

Maior representatividade feminina no Transporte de Cargas fortalece a competitividade do setor e inspira novas gerações

A presença feminina no Transporte Rodoviário de Cargas (TRC) tem crescido de forma constante nos últimos anos, refletindo em uma mudança gradual na estrutura do setor. Apesar de historicamente ser dominado por homens, diversas mulheres têm ganhado destaque e impulsionado o aumento feminino no TRC. De acordo com dados do Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC), apresentados através do “índice de Equidade de Gênero”, o número de mulheres nas empresas do setor saltou de 15% em 2023 para 26% em 2024.

O relatório também apontou que 44% das empresas possuem uma estratégia de recrutamento para aumentar a contratação de mulheres. Estes recentes impulsionamentos e o avanço de iniciativas de inclusão e conscientização promovidas por movimentos que incentivam a participação feminina no setor, como o Vez & Voz, criado pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (SETCESP), mostram que há uma tendência positiva para os próximos anos.

Para Ana Jarrouge, presidente executiva do SETCESP, a evolução feminina no TRC é resultado de uma mudança cultural e de esforços voltados à conscientização sobre a importância da diversidade no setor. “Os números têm mostrado avanços, ainda que em um ritmo mais lento do que gostaríamos. Pequenas ações já demonstraram que podem trazer resultados positivos, e isso vai mexendo com a cultura das organizações. É um processo lento, mas estamos fazendo com qualidade, critérios, ética e responsabilidade social, garantindo uma verdadeira transformação do setor”, afirma.

A diversidade no TRC também tem impactos positivos na gestão e no desempenho operacional das empresas. Joyce Bessa, diretora da TransJordano, reforça que a inclusão feminina contribui para a inovação e aprimoramento das práticas de gestão. “A diversidade de perspectivas enriquece a tomada de decisões e melhora a eficiência operacional. Homens e mulheres têm formas distintas de pensar e abordar desafios, e essa pluralidade de ideias contribui para soluções mais inovadoras e assertivas”, destaca.

Além disso, a executiva enfatiza a importância da representação: “Quando uma mulher ocupa um cargo estratégico e de liderança, ela mostra que é possível chegar lá. Isso motiva outras profissionais que estão iniciando suas trajetórias”. Neste sentido, a TransJordano, empresa em que Joyce atua, criou um projeto especial chamado Jordanetes, que visa estimular a presença feminina, unir as profissionais e entender como poderiam ajudá-las em seus desenvolvimentos dentro da organização.

O suporte e a visibilidade são fatores determinantes para que mais mulheres ingressem no setor, segundo Ludymila Mahnic, COO da Mahnic Operadora Logística. “A forma como é colocado que a mulher pode, sim, trabalhar no Transporte Rodoviário de Cargas faz toda a diferença. Nós, que já temos uma trajetória consolidada, nos tornamos referências e incentivamos outras mulheres a buscar oportunidades na área logística”. Mahnic também destaca que a inclusão feminina traz mudanças positivas para o ambiente de trabalho, proporcionando mais empatia e equilíbrio nas tomadas de decisão.

Com esses avanços, o Transporte Rodoviário de Cargas caminha, mesmo que de forma lenta, para se tornar um setor cada vez mais inclusivo e diverso. A inserção de mais mulheres não apenas amplia as oportunidades para as futuras gerações, mas também fortalece a competitividade das empresas ao incorporar diferentes perspectivas e habilidades ao setor. Como destaca Joyce Bessa: “O futuro do TRC passa pela inclusão, e as mulheres têm um papel essencial nessa evolução”.

TCU vai criar ferramenta própria para ter base de avaliação do planejamento de transportes do país

TCU vai criar ferramenta própria para ter base de avaliação do planejamento de transportes do país

O TCU (Tribunal de Contas da União) vai criar uma ferramenta própria para simular uma rede de transporte ideal de cargas do Brasil, tanto para o mercado doméstico como para o exterior.

Denominado “Projeto Simulações”, ele foi apresentado na semana passada durante o Workshop sobre o Mercado Doméstico de Cargas do país, realizado pelo órgão para discutir os motivos de praticamente toda a carga doméstica ser atendida pelo modo .

O órgão já está em fase de seleção de parceiros privados que vão trabalhar em conjunto para que seja possível ter o que foi chamado de um “critério de auditoria” para comparar com os planejamentos que os diferentes governos vêm apresentando ao longo dos anos, e que pouco contribuíram para mudar a realidade do transporte nacional.

O auditor Maurício Wanderley, que apresentou o projeto no encontro, explicou que não há intenção do TCU de fazer o planejamento de transportes do governo ou escolher as opções que serão tomadas para o desenvolvimento de cada setor de transportes. Mas que, sem uma base, não há como auditar se o planejamento que será apresentado de fato tem qualidade.

O que levou o tribunal a propor o “Projeto Simulações” foi o diagnóstico a que chegou durante um levantamento de auditoria sobre o MDC (Mercado Doméstico de Cargas) do país (Acórdão 2.000/2024), no qual se constatou que, mesmo sendo o dobro do tamanho do mercado internacional, ele não tem atendimento por parte das ferrovias.

Dois problemas mais graves que levam a essa situação, na avaliação do TCU, é que o país não tem um planejamento robusto para o transporte de mercadorias e que falta regulamentação adequada para que os diferentes modelos de transporte, para mercado doméstico e internacional, possam conviver nas ferrovias.

“Falta uma regulação mais igualitária”, afirmou Wanderley em sua palestra no evento, disponível neste link.

Problemas para os dois lados

Segundo ele, há problemas tanto para os novos entrantes como para os atuais concessionários com a regulação atual, o que faz com que não haja estímulo para maior uso da ferrovia para o mercado doméstico. Ele indicou a necessidade de uma regulação menos contratual (caso a caso) e mais institucional (regras semelhantes para todos os contratos).

Mas, segundo Wanderley, é necessário que os dois modelos convivam para que as ferrovias saiam da estagnação (há 8 anos transportando praticamente os mesmos volumes, conforme foi apresentado na parte inicial do mesmo workshop).

A parte de regulação – que a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) indica que vai reformular – será acompanhada pelo Tribunal, conforme determina o acórdão. Já no caso do planejamento, Wanderley explicou que isso não poderia ser feito sem a nova ferramenta.

De acordo com ele, uma das dificuldades da auditoria foi encontrar dados sobre o sistema de transportes doméstico no país. Além disso, ele lembrou que, desde 2011, o TCU vem acompanhando as tentativas de planejamento de transportes feitas pelo governo. Falhas metodológicas e outros problemas indicaram a necessidade de se criar a simulação do que seria uma rede “perfeita”.

Critério de menor custo

Nessa rede base, Wanderley explicou que não haverá qualquer tipo de restrição como as que são impostas hoje na realização dos planos de transportes. Por exemplo, se um caminho ferroviário está abandonado e não transporta mercadoria, o planejamento atual considera que ele tem uma restrição que o impede de transportar para sempre.

Com isso, esse caminho é simplesmente descartado do planejamento futuro, sem considerar se – com algum tipo de melhoria ou retirada de restrição – ele poderia ser viável ou melhor para algum tipo de mercadoria. Segundo Wanderley explicou, o critério dessa rede base será o menor custo para a carga, sem considerar qualquer tipo de restrição, que passam a ser avaliadas posteriormente.

Avaliar a erradicação

Serão consideradas três redes: a existente, a outorgada (ferrovias que efetivamente estão em construção ou com pedidos de licença para as autorizadas) e as planejadas. As 11 simulações previstas vão considerar todos os modos de transporte e não apenas para o mercado interno. No caso dos produtos exportados, a simulação vai avaliar também o custo para a carga chegar ao porto de destino no exterior.

Segundo o auditor, os objetivos são, para o caso das ferrovias, identificar onde não há de fato qualquer demanda possível para o transporte e indicar a necessidade de erradicação do trecho, evitando que ele vire um custo para o sistema. E avaliar quais trechos de fato estão subutilizados e onde é ou não necessário construir novos.

PRF coloca em ação a 3ª etapa da operação Descanso Legal, nas rodovias federais

PRF coloca em ação a 3ª etapa da operação Descanso Legal, nas rodovias federais

A partir desta quarta-feira (26), a Corporação intensifica a fiscalização do tempo de repouso de caminhoneiros e motoristas de ônibus

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) inicia, nesta quarta-feira (26), a terceira etapa da operação “Descanso Legal”, voltada à fiscalização do tempo de repouso dos profissionais do transporte de cargas.

De acordo com a Corporação, a operação segue, até o dia 4 de abril, nos principais corredores estratégicos das rodovias federais, verificando as condições de veículos e dos condutores que transportam cargas pelo Brasil.

Durante as abordagens, serão checados, por meio do cronotacógrafo, o tempo de condução dos motoristas e o cumprimento do descanso estabelecido pela legislação, que é de 11 horas ininterruptas a cada 24 horas.

Além disso, será verificada a documentação dos veículos, das cargas e o estado de conservação dos caminhões, especialmente dos sistemas de freios.

“Ao assegurar o direito ao descanso do profissional do transporte rodoviário, a PRF previne acidentes com caminhões e carretas, pois o motorista submetido a jornadas de trabalho sem o devido repouso coloca em risco a vida das pessoas e a sua própria. Prevenção ainda é a melhor forma de enfrentamento à violência no trânsito, tanto nas BRs quanto nas cidades, uma vez que muitas rodovias federais cortam extensas áreas urbanas”, esclarece o diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Oliveira.

A fiscalização se dará, preferencialmente, pela análise do disco ou fita diagrama do cronotacógrafo – equipamento obrigatório em ônibus e caminhões, que registra velocidade, distância percorrida e tempo de direção – ou pela verificação do diário de bordo, papeleta, ficha de trabalho externo ou ficha de trabalho do autônomo.

Legislação vigente

Em março deste ano, após o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5322 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), foram feitas modificações nas legislações que regulamentam o exercício da profissão de motorista, na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), alterando substancialmente a fiscalização da Lei do Descanso.

A principal mudança promovida pela ADI 5322 é o descanso de 11 horas a cada 24 horas, que agora deve ser cumprido de forma integral e não fracionada, como anteriormente. Entretanto, continua valendo o descanso de 30 minutos entre 6 horas de condução de veículo de cargas e a cada 4h30 de condução de veículo de passageiros. Esse descanso pode ser fracionado em intervalos mínimos de 5 minutos.

Cenário preocupante

Segundo a PRF, apesar de esforços de fiscalização, os índices de sinistros de trânsito e mortes envolvendo veículos de cargas ainda são altos e precisam ser controlados por meio de políticas públicas e de fiscalização permanente.

Em 2024, foram registrados 18.511 sinistros com veículos de carga, que resultaram na morte de 2.884 pessoas e ferimentos em outras 19.451. As estatísticas também revelam que a esmagadora maioria das causas está diretamente relacionada aos condutores.

Diante desse cenário, a Polícia Rodoviária Federal vem aumentando esforços para melhorar a segurança viária no transporte rodoviário de cargas. Em outubro de 2024, a PRF reforçou as iniciativas do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (PNATRANS) e realizou, entre dezembro de 2024 e o Carnaval de 2025, a Operação Rodovida, com foco na diminuição de sinistros durante os períodos de maior movimento nas vias federais.

Nesse contexto, a Operação Descanso Legal se apresenta como uma resposta estratégica de fiscalização, promovendo ações educativas e de conscientização sobre a importância de práticas seguras no trânsito. Nas duas primeiras etapas da operação, realizadas em janeiro e fevereiro deste ano, respectivamente, foram fiscalizados mais de 25 mil veículos de carga e aplicadas mais de 6.500 autuações por descumprimento do tempo de descanso.

Raio X

O modal rodoviário responde, sozinho, por cerca de 65% da movimentação de cargas no Brasil, de acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT). São cerca de 600 mil caminhoneiros autônomos, 200 mil empresas e 482 cooperativas cadastradas no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga (RNTRC), ou seja, apenas no setor formal. O transporte rodoviário de cargas movimenta uma frota de 7,9 milhões caminhões e carretas e transportou, em 2024, mais de 175 milhões de toneladas de granéis sólidos e combustíveis, entre outros.

Tragédia

Na madrugada de 21 de dezembro de 2024, na BR-116, em Teófilo Otoni (MG), um dos maiores sinistros rodoviários da história recente do Brasil provocou a morte de 39 pessoas e ferimentos em outras 11, depois que uma carreta em alta velocidade atingiu em cheio um ônibus de passageiros que seguia de São Paulo para a Bahia.

As investigações concluíram que o motorista dirigia sob efeito de álcool, drogas e violava o período de repouso. Também foi constatado que as notas fiscais e outros documentos de transporte da carga foram adulterados para encobrir um excesso de peso de mais de 16 toneladas de blocos de quartzito.

Na última sexta-feira (21), a justiça de Minas Gerais acolheu denúncia do Ministério Público (MPMG) contra o motorista e o dono da transportadora. Os dois vão a júri popular pelos crimes de homicídio qualificado e tentativa de homicídio.

Fazendo o trabalho

Para o coordenador do SOS Estradas, Rodolfo Rizzotto, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) está realizando um excelente trabalho no combate à exploração de motoristas profissionais, contribuindo, assim, para a prevenção de tragédias. “Ao fiscalizar abusos de jornada, a PRF ajuda a reduzir os sinistros e a salvar vidas. Veículos pesados conduzidos por motoristas fatigados são verdadeiras armas de destruição em massa. O que parece estar faltando, pelo menos segundo o que vemos no noticiário, são operações semelhantes por parte das Polícias Rodoviárias estaduais. Ao que tudo indica, elas têm sido omissas e deixam toda a responsabilidade com a PRF.”