Obras vão modernizar mais de 1,5 mil quilômetros de 139 estradas municipais e gerar 15 mil empregos em todas as regiões do estado
O Governador João Doria apresentou nesta quarta-feira (5) a licitação para contratar as duas primeiras fases do programa Novas Estradas Vicinais, que irá recuperar e modernizar 1.563 quilômetros de estradas de responsabilidade municipal em todo o estado. Nesta etapa inicial, o Governo de São Paulo vai investir R$ 1,2 bilhão em obras licitadas pelo DER (Departamento de Estradas de Rodagem).
“Só nestas fases 1 e 2, haverá investimento de R$ 1,2 bilhão e 1,5 mil quilômetros de novas vicinais aqui no estado de São Paulo. O efeito não é só a recuperação física das vicinais, e sim o que elas representam de fato para a vida dos municípios no campo e na cidade. É uma grande transformação. “Nas quatro fases do projeto serão R$ 2,5 bilhões de investimentos e 3 mil quilômetros de novas estradas vicinais.”, afirmou o Governador Joao Doria.
As etapas iniciais do programa somam 139 vicinais. O pacote do Governo de São Paulo vai gerar cerca de 15 mil empregos, entre vagas diretas e indiretas. Apesar da crise em decorrência da pandemia, a economia de São Paulo se mantém em crescimento. Segundo a Fundação Seade, o PIB paulista registrou alta de 0,4% de 2020, enquanto que o índice do Brasil recuou 4,1% no período.
As estradas vicinais são essenciais para o escoamento da produção agrícola e movimentam as economias regionais, além de garantir o deslocamento da população de cidades menores a grandes centros urbanos, que dão acesso a serviços importantes como saúde e educação.
O programa prevê obras para recuperação de pistas já asfaltadas, pavimentação das estradas em terra e melhorias em sinalização e sistema de drenagem. A expansão do Novas Estradas Vicinais pode acontecer ainda neste ano, de acordo com a conclusão dos serviços previstos nas atuais etapas.
“É um marco para os municípios que têm dificuldade na manutenção dessas estradas tão importantes. As obras vão gerar empregos e quando ficarem prontas trarão ainda mais desenvolvimento para as regiões”, afirma o Vice-Governador Rodrigo Garcia, que também é Secretário de Governo.
Edital de contratação
No último dia 2 de março, o DER, órgão da Secretaria de Logística e Transportes, publicou o edital de concorrência pública para a primeira fase. No dia 20 do mesmo mês, foi a vez da segunda fase.
Nas duas etapas com editais publicados, os municípios deverão firmar convênios com o DER. As vicinais foram divididas em estradas que ligam polos geradores de produtos e serviços e rodovias estaduais, além das que dão acesso a municípios.
A lista completa de vicinais contempladas nas fases 1 e 2 pode ser consultada no site do DER (www.der.sp.gov.br), na seção de licitações.
Nova Matriz Logística
As vicinais fazem parte da nova matriz logística rodoviária integrada em todas as regiões do estado. “As vicinais integram os municípios do interior e do litoral, dão acesso a portos, aeroportos e grandes centros urbanos. Vamos alavancar a economia e melhorar a qualidade de vida da população”, afirmou o Secretário de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto.
Com a nova matriz logística de São Paulo, o Governo do Estado pretende melhorar a integração de todos os modais de transporte – malhas rodoviária, férrea, hidroviária e aerorrodoviária – e garantir agilidade no transporte de cargas e segurança na circulação de pessoas.
O setor logístico é responsável por 10% do PIB (Produto Interno Bruto) do país, no entanto, apenas 0,6% deste valor é investido em transporte e em logística, enquanto a média global é de 1,2%. Com isso, temos uma falta significativa de infraestrutura em torno das operações, que ficou ainda mais evidente no último ano devido à pandemia.
O novo cenário acelerou muitos processos do mercado nos últimos meses e, com todos os recentes acontecimentos globais, podemos observar que estamos passando por um momento de grandes transformações e o setor da logística sofre diretamente esses impactos. Somente o e-commerce teve um aumento de 70% em sua base de usuários, segundo dados da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico). Esses números refletem uma mudança de comportamento do consumidor, que adiantou processos que levariam até dez anos para ocorrer em condições consideradas normais.
Diante disso, os profissionais de logística, assim como todo setor, tiveram que se adaptar rapidamente e investir em infraestrutura e tecnologias necessárias para entregar um serviço com maior qualidade, agilidade e assertividade para levar satisfação ao cliente final. Apesar das barreiras, o planejamento e os investimentos em ferramentas tecnológicas têm se provado cada vez mais fundamentais para realizar as operações com perfeição. O sistema de automação logística se tornou o principal agente revolucionário dentro do setor de transporte. A tecnologia permite a criação de estratégias cada vez mais inteligentes com o objetivo de facilitar a rotina das entregas pelo Brasil e garantir pontualidade, redução de custos, aumento na produtividade e uma gestão de operações mais simples e fácil.
Independentemente do tipo de produto físico comercializado, é preciso ter um transporte que seja realizado de forma rápida, segura, eficiente e com o menor custo possível. Pode até parecer banal, mas a assertividade na logística contribui em todo esse processo, evitando frustrações por atrasos nas entregas ou danos nas encomendas. Por isso, é tão importante investir em tecnologia para esse segmento e incluir ferramentas de automação para melhorar toda a operação.
A utilização de um sistema de automação logística permite que as empresas mantenham as informações de atendimento sempre atualizadas, com capacidade de prever janelas de horários, tempo de atendimento e trânsito. Além disso, essa tecnologia colabora para otimizar o uso da frota, gerar melhores rotas, auxiliar os motoristas ao indicar os melhores percursos e adicionar comprovação de entregas quando forem realizadas.
O mercado está em constante transformação devido às mudanças nos comportamentos dos consumidores e aos fatores que influenciam diretamente na nossa realidade. Portanto, no setor logístico, as empresas que estiverem preparadas com suporte tecnológico adequado são as que vão conseguir mais sucesso e a automação tem se destacado como uma das principais soluções para a logística.
Aliada à tecnologia de ponta, a filial São Paulo do Grupo Apisul chega ao Edifício Business Tower, no bairro Água Branca, com um Centro de Inteligência Logística e Tecnologia mais amplo que permitirá superar 1 milhão de viagens monitoradas em 2021. “Acompanhando a demanda do mercado de se investir em recursos ciberfísicos, a nova filial do Grupo, que está em São Paulo desde 1989, foi totalmente planejada com investimentos em sistemas inovadores e inteligência logística. São recursos tecnológicos que envolvem processos e equipes com alto potencial analítico, permitindo trazer soluções e estratégias ainda mais eficientes para os modelos de negócios dos clientes e parceiros”, explica o presidente do Grupo Apisul, Paulo Cunha.
Planejado para garantir o crescimento sustentável das operações, o Centro de Inteligência Logística e Tecnologia irá monitorar os mais de 30 projetos de Torres de Controle do Grupo Apisul, gerenciando os indicadores com a implementação das plataformas de Business Intelligence, Qlik e Power BI. Tudo foi pensado para colaborar, inovar, integrar e gerar oportunidades com o apoio de equipes especializadas e de um setor comercial que conhecem a realidade das estradas brasileiras.
Instalado na Avenida Ermano Marchetti, 1435, o escritório possui um ambiente em conceito aberto com amplas janelas que permitem o uso de iluminação natural, além de uma moderna infraestrutura comercial com portaria, segurança e garagem. O Business Space Tower tem a classificação BB (double B), 14 andares, ar-condicionado central, três elevadores sociais e um total de 225 vagas de estacionamento.
O grosso dos investimentos previstos pelo programa Mais MT deverá atender à demanda por melhorias no sistema logístico e no setor de infraestrutura, segundo César Miranda, secretário de desenvolvimento econômico do Estado. No total, estão previstos em torno de R$ 4,73 bilhões entre 2019 e 2022, envolvendo o asfaltamento de 2,4 mil quilômetros de rodovias, a restauração de mais 3 mil quilômetros de vias asfaltadas e a construção de 5 mil pontes de concreto, que substituirão as antigas, ainda de madeira.
Se os planos de fato saírem do papel, incluindo três projetos estratégicos na área de ferrovias, o sistema logístico poderá receber quase R$ 40 bilhões em investimentos nos próximos anos.
Na esfera federal, depois de concluído o asfaltamento do trecho final da BR-163 até o Distrito de Miritituba (PA), no começo de 2020, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) programou para o dia 8 de julho o leilão para concessão do sistema RODOVIáRIO formado pelas BRs 163 e 230, conforme Edeon Vaz, diretor-executivo do Movimento Pró-Logística de Mato Grosso. O grupo vencedor ficará responsável pela recuperação, conservação, manutenção e expansão da capacidade do sistema, que cobre uma extensão ligeiramente superior a 1,9 mil quilômetros desde Sinop (MT) a Itaituba (PA).
Ao longo dos dez anos da concessão, estima-se um investimento de R$ 3,1 bilhões. “A empresa terá que concluir ainda as obras de acesso aos hubs de Miritituba, Santarenzinho e Itapacurá, ampliando as possibilidades de escoamento de grãos pelo Arco Norte”, afirma Vaz.
Além da conclusão de oito pontes na BR-242, entre o Distrito de Santiago do Norte e Nova Ubiratã, próxima a Sorriso, tornando o trecho de 156 quilômetros finalmente operacional, seis anos após o asfaltamento da via, Vaz espera que em julho sejam iniciadas as obras de instalação da primeira etapa da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico).
O trecho ferroviário, a ser concluído nos próximos cinco ou seis anos, percorrerá em torno de 383 quilômetros entre Água Boa (MT) e Mara Rosa (GO), interligando-se ali à Ferrovia Norte-Sul. O investimento, estimado em R$ 2,73 bilhões pelo Ministério de Infraestrutura, será bancado pela Vale, como parte do processo de renovação antecipada da concessão da Estrada de Ferro Vitória-Minas.
Gustavo de Oliveira, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), acredita que é possível viabilizar o avanço da indústria no Estado. Isso virá, segundo ele, com a redução dos custos logísticos, a partir da construção da Fico, da instalação da Ferrogrão, entre Sinop (MT) e Miritituba (PA), e da expansão da Rumo Malha Oeste, desde Rondonópolis a Lucas do Rio Verde, cujo investimento previsto é de R$ 34,2 bilhões.
A melhora na oferta de infraestrutura logística, prossegue ele, deverá abrir alternativas para que a produção do Estado possa atingir outros mercados de forma competitiva, além de atrair investimentos, especialmente nos setores de biodiesel e etanol.
Nessa área, especificamente, Oliveira acredita que a extensão do sistema de dutos da Logum Logística – empresa formada pela Copersucar (30%), Raízen (30%), Petrobras (30%) e Uniduto Logística (10%) -, a partir do Triângulo Mineiro até Rondonópolis, poderia trazer um ganho logístico estimado entre 5% e 6% sobre o preço final do etanol a ser transportado até Paulínia (SP).
A viabilidade do projeto depende de uma produção mínima de 5 bilhões de litros de etanol por ano, além da instalação de uma rede de tanques na região. “A produção de etanol no Estado deverá romper a barreira dos 5 bilhões de litros em 2023, diante de um consumo local inferior a 700 milhões de litros”, projeta o presidente da Fiemt. Na safra 2019/20, as usinas mato-grossenses produziram 2,445 bilhões de litros, dobrando o volume de 1,221 bilhão de litros produzidos na safra 2016/17.
O secretário Miranda destaca que a contratação em 2019 de uma oferta firme de gás com a Bolívia, com prazo de dez anos, permitiu à Companhia Mato-Grossense de Gás (MT Gás), dar a largada para a construção de um gasoduto de 16 quilômetros entre a central de distribuição do combustível e o Distrito Industrial de Cuiabá.
Em março, a Lima & Torres Engenharia venceu a licitação para desenhar o projeto do novo gasoduto, que deverá ter a construção licitada possivelmente em agosto, num investimento ao redor de R$ 13 milhões.
Até aqui, os avanços já realizados ainda não trouxeram o benefício esperado pelo setor agropecuário. “Operamos ainda em um sistema logístico compatível com uma produção de 5 milhões de toneladas por safra”, comenta Marcos da Rosa, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Mato Grosso (Famato).
No ciclo 2020/21, a produção de soja e milho deverá atingir 70,7 milhões de toneladas. Faltaram caminhões para movimentar a soja colhida neste ano e armazéns para abrigar toda a safra, sustenta Rosa. Na última década, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a capacidade dos armazéns no Estado, aumentou quase 12 milhões de toneladas enquanto a produção de soja e milho cresceu 44 milhões de toneladas.
Além do arrendamento de oito terminais, foram aprovadas as concessões de duas rodovias, dos lotes 2 e 3 da FIOL e de canal de acesso aquaviário no PR
Doze novos projetos de infraestrutura de transportes foram qualificados na tarde desta terça-feira (27), durante a 20ª reunião do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI). A qualificação indica prioridade para esses projetos dentro do programa de concessões do Governo Federal.
No setor portuário, foram qualificados para arrendamento os terminais para movimentação e armazenagem de granéis líquidos nos portos do Mucuripe/CE (MUC59); de Itaguaí/RJ (ITG03); de Imbituba/SC (IMB05); Organizado de Salvador/BA (SSD09); de Santos/SP (STS10); e Paranaguá/PR (PAR09), (PAR14) e (PAR15). O PPI qualificou, também no setor portuário, o projeto para concessão de canal de acesso aquaviário do Complexo Portuário de Paranaguá e Antonina (PR).
No setor RODOVIáRIO, foram aprovados os requisitos formais e a modalidade operacional, em atendimento à Resolução 135/2020 da Secretaria Especial do Programa de Parceria de Investimentos (SPPI) do Ministério da Economia, para a realização dos leilões para concessão das BR-101/116/RJ/SP( Nova Dutra) e BR-262/381/ES/MG.
Já o novo projeto para a concessão do trecho que ligará São Paulo ao Rio de Janeiro foi aumentado para 625,8 quilômetros. A antiga concessão contemplava 402 quilômetros de extensão. Agora serão 124,9 quilômetros na BR-116/RJ (entre o entroncamento com a BR-465 no município de Seropédica, km 214,7, e a divisa RJ/SP, no km 339,6); 230,6 quilômetros na BR-116/SP (entre a divisa RJ/SP, km 0, e o entroncamento com a BR-381/SP-015, Marginal Tietê, no km 230,6); 218,2 quilômetros na BR 101/RJ (entre o entroncamento com a BR-465, no município do Rio de Janeiro (Campo Grande), km 380,8, e a divisa RJ/SP, km 599; e 52,1 quilômetros na BR/101/SP (entre a divisa RJ/SP, km 0, e Praia Grande, Ubatuba , km 52,1.
A rodovia também é a principal ligação entre o Nordeste e o Sul do país, cortando 34 cidades. São estimados R$ 15 bilhões em investimentos.
RODOVIAS – Outro empreendimento importante no setor rodoviário é a concessão da BR-381/262/MG/ES, corredor logístico para escoamento de produtos industriais, cortando o Vale do Aço. A concessão tem prazo de 30 anos, com investimentos estimados em R$ 7,7 bilhões. Há previsão de geração de mais de 12 mil empregos diretos e indiretos.
FERROVIAS – Já no setor ferroviário, o PPI aprovou a concessão dos lotes 2 e 3 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL). Importante corredor de escoamento de minério do sul do estado da Bahia (Caetité e Tanhaçu) e de grãos do oeste baiano, a FIOL vai possibilitar a integração futura com a Ferrovia Norte-Sul, indo ao encontro do objetivo de integração das malhas ferroviárias e melhora das condições logísticas do país.
PNL 2035 tem por objetivo indicar alternativas e soluções que propiciem a redução de custos
A Comissão Nacional de Logística e Infraestrutura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se reuniu, na terça (27), para discutir o Plano Nacional de Logística (PLN 2035), que prevê o desenvolvimento da infraestrutura de transportes de cargas e de pessoas no país até o ano de 2035.
O PNL 2035 tem por objetivo indicar alternativas e soluções que propiciem a redução de custos, a melhora do nível de serviço para os usuários, a busca do equilíbrio da matriz de transportes, o aumento da eficiência dos modos utilizados para a movimentação das cargas e a diminuição da emissão de poluentes.
Para o vice-presidente da CNA e presidente da Comissão Nacional de Infraestrutura e Logística da entidade, Mário Borba, o plano é uma oportunidade de discutir políticas públicas para viabilizar e desenvolver todos os modos de transporte (ferroviário, RODOVIáRIO, hidroviário e aeroviário) no país, além de reduzir custos com frete.
Na reunião virtual, o gerente de Pesquisa e Desenvolvimento Logístico da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Leandro Rodrigues e Silva, afirmou que o PNL prevê investimentos de R$ 480 bilhões até 2035, sendo R$ 136,6 bilhões destinados às rodovias, R$ 106,9 bilhões às ferrovias, R$ 21,7 bilhões aos portos (cabotagem) e R$ 16,7 bilhões aos aeroportos.
Em sua apresentação, Leandro mostrou que em 2017 o Brasil gastou R$ 336 bilhões de reais para transportar cargas, o que representou 5,12% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. “A expectativa é que esse valor suba ainda mais nos próximos anos, pois teremos mais cargas para transportar e, consequentemente, mais consumo de combustível”, disse.
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