por Claudio Pelucio | fev 13, 2020 | Logística
(foto: Alberto Ruy/Ministerio Infra-ins)
Previsão do ministro Tarcísio de Freitas é concluir 52 obras este ano e licitar 44 ativos. Na sexta inaugura a BR-163 no Pará e, na semana que vem, leiloa a BR-101 em Santa Catarina
Entregar uma obra por semana em 2020. Essa é promessa que o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, fez nesta quarta-feira (12/2) ao participar do Seminário de Abertura do Legislativo de 2020. Na sexta-feira, entrega trecho da BR-163, em Sinop, no Pará, junto com o presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, a pavimentação da rodovia, importante eixo de escoamento do agronegócio, teve reflexo imediato no frete. “Houve queda entre 5% e 15%, porque as empresas conseguem fazer cinco viagens a mais”, explicou.
No sábado, a pasta entrega a alça de acesso da Ponte Rio-Niterói com a Linha Vermelha, no Rio de Janeiro. E, na próxima semana, realiza o leilão da BR-101 em Santa Catarina. “No ano passado, nos comprometemos a fazer 27 leilões e fizemos. Este ano, serão mais 44. Além disso, vamos entregar 52 obras, praticamente uma por semana”, afirmou.
Em março, o ministro promete assinar a prorrogação da concessão da Malha Paulista, ferrovia operada pela concessionária Rumo, que vai gerar R$ 6 bilhões de investimentos em cinco anos e duplicar a capacidade das atuais 35 milhões de toneladas para 75 milhões de toneladas. O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou a renovação antecipada no fim do ano passado, mas o aditivo ainda não foi assinado.
O caso da Malha Paulista é o primeiro a ser beneficiado pelas novas regras de renovação antecipada de concessões ferroviárias. Mas corre no Supremo Tribunal Federal (STF) uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra as propostas e a Corte deve julgar antes da assinatura. “Não deve ter impacto na assinatura do contrato da Malha Paulista”, garantiu.
Segundo Freitas, um dos pontos que estão sendo atacados é o investimento cruzado. “Estou otimista com relação à decisão do STF, porque acredito no modelo. O investimento cruzado é uma forma de usar a outorga em investimento, em vez de pagar para o Tesouro”, disse. No caso da Malha Paulista, é na própria linha, mas, na Estrada de Ferro Vitória Minas (EFVM), é um novo trecho. “É uma maneira de criar novos segmentos muito inteligente. A gente pega a outorga da EFVM, cria dois novos segmentos com essa outorga, Cariacica-Anchieta e a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico). Quando estiver pronta, licita operação e gera nova outorga”, explicou.
O fato de a possibilidade de prorrogação estar contemplada nos contratos originais das concessões é um facilitador de aprovação, de acordo com o ministro. “Seria muito difícil se não tivesse. O próprio TCU teria se manifestado contrariamente na análise que fez, mas todos os contratos contêm essa possibilidade de prorrogação. Tem amparo”, assegurou.
Sobre a Ferrogrão, cujo leilão está previsto para este ano, o ministro explicou que houve manifestação de parceria entre setor privado e Estado. “Quando o projeto é grande, parece ser esse o caminho. Estou bastante otimista com relação ao desenho, a composição do quadro de investidores e à viabilidade da ferrovia. Vamos conversar com alguns fundos, daqui um mês e meio, e, enquanto isso, terminamos a estruturação, ouvindo o mercado para eliminar risco”, disse. O próximo passo é enviar o edital para o TCU. “Estamos falando de uma concessão com investimentos de R$ 13 bilhões em sete anos”, destacou.
Durante o evento, no qual também estava presente o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira, Freitas o comprimentou citando o projeto de lei que permite a privatização da companhia. “Tenho fé que a gente vai manter viva convicção de privatização da Eletrobras. Nós precisamos disso. Tenho certeza de que a gente vai ser bem-sucedido nesse projeto, fundamental para que a empresa retome sua capacidade investimento”, disse.
por Claudio Pelucio | fev 5, 2020 | Logística
Analistas demonstram otimismo com setor no país (Imagem: Unsplash/@chuttersnap)
Para o BTG Pactual, o setor logístico no Brasil deverá mostrar expansão exponencial no decorrer dos próximos anos.
“O mercado nacional de logística está pronto para crescer muito nos próximos anos”, apontam os analistas Elvis Credendio e Gustavo Cambauva.
Os motivos para o otimismo são os seguintes: baixa relação ABL (Área Bruta Locável) per capita, recuperação da economia como um todo e aceleração do crescimento do e-commerce.
Déficit logístico
Neste contexto, a retomada econômica fomenta as operações das empresas que necessitam de espaços logísticos.
Por sua vez, o crescimento do e-commerce no Brasil resulta na necessidade pelas varejistas de espaços logísticos de alta qualidade.
Como resultado, o setor logístico no país teve absorção bruta de 795,3 mil metros quadrados, com absorção líquida de 452,3 mil metros quadrados, sendo cerca de 67% em propriedades nível A+.
Por fim, vale destacar que a taxa de vacância caiu 180 pontos-base, para 14,6%.
por Claudio Pelucio | fev 4, 2020 | Logística
(Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil)
Importações superaram exportações em US$ 1,745 bilhão
A queda na cotação de diversos produtos internacionais e a redução do embarque de alguns itens fizeram a balança comercial (diferença entre exportações e importações) fechar janeiro com o primeiro déficit em cinco anos. No mês passado, o país importou US$ 1,745 bilhão a mais do que exportou. Este é o resultado mais baixo para o mês desde 2015 (-US$ 3,875 bilhões).
No mês passado, as exportações caíram 20,2% pela média diária, atingindo US$ 14,43 bilhões. As importações encerraram janeiro em US$ 16,175 bilhões, com recuo de 1,3% pela média diária.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia, o principal fator responsável pela retração das vendas externas foi a não exportação de uma plataforma de petróleo no valor de US$ 1,3 bilhão ocorrida em janeiro do ano passado que não se repetiu neste ano. Em seguida, o saldo foi influenciado pela queda nas cotações internacionais e no volume das exportações de petróleo bruto, cujas vendas caíram US$ 592 milhões em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado.
As vendas de celulose caíram US$ 445 milhões na mesma comparação, influenciada pela desaceleração da economia chinesa. Também contribuiu para a queda nas exportações a redução de US$ 270 milhões nas vendas de milho e a diminuição de US$ 255 milhões nos embarques de soja, também provocado pela baixa demanda chinesa, que se refletiu nos preços internacionais.
O crescimento nas exportações de minério de ferro e seus concentrados (+US$ 314 milhões), algodão (+US$ 282 milhões) e derivados de petróleo (+US$ 207 milhões), não compensou a queda nos embarques de outros produtos. As exportações do principal produto responsável pelo repique da inflação no fim do ano passado, a carne bovina congelada, cresceram US$ 182 milhões na comparação entre janeiro deste ano e janeiro de 2019.
Todas as categorias de produtos registraram queda nas exportações. As vendas de bens manufaturados caíram 27,7% em janeiro em relação ao mesmo mês do ano passado, ainda influenciadas pela crise na Argentina e pela não exportação da plataforma de petróleo. As vendas de produtos semimanufaturados caíram 25,2%. Para os produtos básicos, a queda nas exportações atingiu 11,9%.
Nas importações, as compras de bens de capital – máquinas e equipamentos usados na produção – subiram 6,6% em janeiro em relação ao mesmo mês do ano passado. As aquisições de bens intermediários caíram 3,4%. No entanto, por causa da recuperação da economia, as compras de bens de consumo subiram 6,9%. As importações de combustíveis e lubrificantes tiveram forte queda, com recuo de 15,3%.
Depois de o saldo da balança comercial ter encerrado 2019 em US$ 46,657 bilhões, o segundo maior resultado positivo da história, o mercado estima menor superávit em 2020, motivado principalmente pela recuperação da economia brasileira, que reativa o consumo e as importações, pelas tensões comerciais entre países desenvolvidos, que reduz o comércio global, e pelo surto de coronavírus na China, o principal destino das nossas exportações.
Segundo o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, os analistas de mercado preveem superávit comercial de US$ 37,31 bilhões para este ano. O Ministério da Economia ainda não divulgou as estimativas para o saldo comercial em 2020.
por Claudio Pelucio | jan 30, 2020 | Logística
Governo Bolsonaro quer realizar o leilão de duas ferrovias em 2020.| Foto: Cadu Gomes/Fotos Públicas
O governo Bolsonaro esperar atrair neste ano R$ 52,8 bilhões em compromissos de investimentos em ferrovias. A cifra deverá ser alcançada com dois leilões – o da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), na Bahia, e da Ferrogrão, em Mato Grosso – e com a renovação antecipada de outras quatro concessões de estradas de ferro. Será, se confirmado os certames e os valores, o modal de transporte que mais vai atrair investimentos em 2020. Os valores serão aplicados ao long do período de concessão.
O trecho da Fiol que será leiloado vai de Ilhéus a Caetité, ambos municípios na Bahia. Serão 537 quilômetros concedidos à iniciativa privada. Segundo o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), 76,2% do trecho já foi construído pela Valec (a estatal de ferrovias) até dezembro de 2018. O PPI estima que será necessário investir R$ 1,14 bilhão para a conclusão das obras.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprovou em novembro o plano de outorga, estudos técnicos e documentos jurídicos relativos à concessão. Também foi definido que o valor de outorga mínimo (quanto o vencedor deverá pagar à União para levar a concessão) será de R$ 143 milhões.
O leilão será realizado pelo critério de maior outorga, ou seja, vence quem oferecer o maior valor em cima do lance mínimo. A previsão é que o edital será publicado no segundo trimestre. O leilão está previsto para o 3º trimestre de 2020 e o tempo de contrato será de 35 anos.
O trecho será um importante corredor de escoamento de minério do sul da Bahia e de grãos do oeste baiano. O escoamento das cargas será feito através dos terminais portuários Porto Sul e Bahia Mineração (Bamin), que ficarão localizados na região de Aritágua, no município de Ilhéus. O Porto do Sul será construído pelo governo da Bahia e o Bamin, pela Eurasian Group.
Leilão de ferrovia tem prazo de contrato de 65 anos
Outro leilão de ferrovia que deverá acontecer ainda este ano será da Ferrogrão. Serão concedidos à iniciativa privada 1.142 quilômetros de Lucas do Rio Verde a Sinop, no Mato Grosso. O leilão também está previsto para o terceiro trimestre e o critério será o maior valor de outorga. O prazo de contrato será de 65 anos. O edital será publicado no segundo trimestre.
Trata-se, diferente da Fiol, de um projeto greenfield, ou seja, o vencedor do leilão terá que tirar o trecho ferroviário do papel. A ideia é que a Ferrogrão seja um novo corredor ferroviário de exportação pelo Arco Norte. O objetivo com a estrada de ferro é dar à região Centro-Oeste, em especial ao Mato Grosso, uma nova saída para a produção agrícola por meio da conexão com o porto de Miritituba, no estado do Pará.
Segundo o PPI, a ferrovia só deverá entrar operação a partir de 2030. Já em seu primeiro ano de funcionamento, a demanda total de carga na ferrovia deve alcançar 13 milhões de toneladas, número que poderá chegar a 42 milhões de toneladas até 2050.
Em 2019, o governo Bolsonaro fez o leilão de um trecho de 1.537 quilômetros da ferrovia Norte-Sul. A Rumo foi a vencedora da disputa, realizada em março. A companhia terá de investir R$ 2,72 bilhões em melhorias ao longo de 30 anos, tempo que durará a concessão. O período não poderá ser renovado. Foi o primeiro leilão de ferrovia realizado desde 2007.
Renovações antecipadas de concessões de ferrovias
Além dos dois leilões, o governo Bolsonaro espera fechar quatro renovações antecipadas de concessões de ferrovias. Essas renovações são fechadas com a contrapartida de investimentos. Todas elas têm de passar pelo crivo do Tribunal de Contas da União (TCU).
As renovações que devem sair em 2020, segundo o ministério da Infraestrutura, são:
- Rumo Malha Paulista – 1.989 quilômetros – assinatura no novo contrato no primeiro trimestre;
- Estrada de Ferro Carajás – 892 quilômetros – 2º trimestre;
- Estrada de Ferro Vitória-Minas – 895 quilômetros – 2º trimestre;
- MRS Logística – 1.686 quilômetros – 4º trimestre.
Em 2019, foi fechado acordo para a renovação antecipada da concessão ferroviária da Malha Paulista, ferrovia da Rumo que vai de Santa Fé do Sul (SP), quase na divisa com o estado do Mato Grosso do Sul, até o Porto de Santos, em São Paulo. Esse acordo foi fechado em novembro, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), e, segundo o ministério da Infraestrutura, abre as portas para que outras renovações sejam fechadas também.
por Claudio Pelucio | jan 28, 2020 | Logística
(Foto: Ed Ferreira/SEP)
Terminal do Porto de Santos terá papel central na estratégia do Ministério da Infraestrutura
O governo federal acaba de receber os primeiros resultados dos estudos de viabilidade do que será o maior leilão de arrendamento de terminais portuários dos últimos 15 anos. Trata-se do Terminal de Granéis Líquidos da Alemoa (STS08), no Porto de Santos, operado pela Transpetro. A versão final do documento – o EVTE – chegará às mãos do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, nas próximas duas semanas, mas os principais números já são discutidos nas reuniões técnicas sobre o conjunto de ativos que será licitado este ano.
O leilão do terminal da Alemoa, considerado o maior de combustíveis em portos públicos organizados, exigirá contrapartida de investimentos de R$ 1 bilhão do vencedor da disputa. Os recursos garantirão a ampliação da infraestrutura de logística, o que assegura o aumento de 64% da capacidade de operação.
O investimento no terminal da Alemoa equivale ao montante definido para os 14 terminais de granéis líquidos combustíveis leiloados desde 2015. O ativo faz parte da atual carteira de projetos que preveem a realização de 11 novos leilões de terminais portuários em 2020. Ao todo, os empreendimentos devem gerar R$ 2 bilhões em investimentos.
Além do investimento, o novo operador arcará com o custo mensal de R$ 16 milhões pelo arrendamento pelos 25 anos do contrato. Este valor é cinco vezes maior que o verificado nas últimas licitações de terminais. O contrato pode ser prorrogado por sucessivas vezes, a depender do interesse da União, limitado ao período total de 70 anos.
O secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários do Ministério da Infraestrutura, Diogo Piloni, destaca que o terminal de granéis líquidos possui quase 500 mil metros quadrados. A área, disse, é maior do que o terminal de contêineres de Suape (PE). Somente em 2019, o STS08 respondeu pela movimentação e 6,5 milhões de toneladas.
Dada a dimensão do terminal, o governo pretende dividir a área para fazer a oferta de dois terminais vizinhos. Ao Valor, o secretário explicou que a decisão deve acirrar a competitividade na oferta da logística de combustíveis no Porto de Santos ao assinar contratos com operadores distintos. “É um terminal com muitas áreas ociosas, ou seja, oferece muitas possibilidades de ganhos de capacidade com a chegada de outro operador”, afirmou Piloni.
Ao receber os estudos, o governo abrirá consulta pública para discutir o projeto com o setor. Logo em seguida, a versão conclusiva dos estudos de viabilidade seguirá para o Tribunal de Contas da União (TCU), o que deve ocorrer no segundo trimestre.
Atualmente, a Transpetro mantém a operação do terminal da Alemoa em caráter precário. O contrato original venceu há cinco anos, mas é mantido com aditivos – chamados de contratos de transição. Divergências sobre o valor mensal de arrendamento levaram a subsidiária da Petrobras a acionar a Justiça. Por meio de liminar, a companhia deve arcar com custo de arrendamento de apenas R$ 2,3 milhões por mês.
Piloni afirmou que a expectativa, com o leilão, é de assegurar o aumento da capacidade de movimentação de cargas no terminal tendo em vista o crescimento de demanda por transporte que será gerada pelos novos investimentos nas ferrovias conectadas ao Porto de Santos.
As iniciativas mais importantes destacadas pelo secretário são a prorrogação de contrato da Rumo Malha Paulista, dentro do Estado, e a concessão da Ferrovia Norte-Sul, que ligará as cidades de Palmas (TO) a Estrela d’Oeste (SP). Para Piloni, o reforço na logística de combustíveis deve, por consequência, ampliar a competição no segmento com a chegada de novos volumes de importação rumo o interior.
O governo espera que, após a licitação, o novo terminal de granéis líquidos de Santos passe a concorrer com as operações de outros terminais do país. Piloni avalia que serão afetadas as estratégias dos operadores nos Portos de Vitória, Santarém, Belém Vila do Conde e Cabedelo.
por Claudio Pelucio | jan 27, 2020 | Logística
A nova Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) marcará uma profunda transformação no modo como as empresas utilizam as informações de seus clientes. Mas, embora já esteja claro que a regulamentação alterará por completo a rotina de segmentos como o e-commerce, varejo, bancos e telcos, o fato é que outros mercados ainda parecem seguir longe das discussões. Por exemplo: você já imaginou como a LGPD vai impactar o setor de logística no Brasil?
Essencial para o sucesso do comércio eletrônico, o transporte de cargas e encomendas é uma das áreas que mais precisarão se adequar às demandas da nova regra. Afinal de contas, além da loja virtual de sua preferência, quem faz a entrega de seus pedidos também tem acesso a suas informações pessoais — como nome, endereço, telefone, documentos etc. Sendo assim, não é difícil entender por que as companhias do setor logístico precisam se atentar às definições da LGPD, sobretudo no que se refere à privacidade e à gestão de dados.
A nova regulamentação exigirá que todas as organizações que trabalham com dados pessoais e ou dados sensíveis busquem modelos de atuação mais seguros e inteligentes, protegendo seus clientes contra possíveis roubos ou vazamentos de dados. Por isso, mesmo que as empresas logísticas não sejam responsáveis diretas por coletar as informações dos consumidores, elas também devem trabalhar para manter suas operações em conformidade com as regras.
De forma geral, as companhias do setor logístico precisarão alterar por completo as exigências para uso, armazenamento e compartilhamento de informações dos clientes. Além disso, há uma questão a ser pensada: o que fazer com os dados dos consumidores depois de uma entrega? Qual é o destino a ser dado a essas informações? É justamente esse tipo de resposta que a LGPD exigirá e norteará a partir de agosto de 2020.
O primeiro passo na preparação para essa jornada é avançar no conhecimento sobre como a LGPD afetará a rotina das operações, planejando ações que garantirão a visibilidade e o controle de todos os ativos digitais. Para a criação desse ambiente regulamentado, será preciso analisar toda a estrutura para mapear quais dados são armazenados, os locais de armazenamento, as áreas que utilizam essas informações e quais são as verificações e controles que precisam ser criados para as necessidades específicas de cada equipe ou área de atuação.
Mas é preciso deixar claro que a nova lei não pode ser encarada apenas como mais uma exigência regulamentar ou um simples projeto de TI. É importante que os líderes vejam a LGPD como uma oportunidade de reforçar suas habilidades para o futuro digital, transformando as informações e análises de dados em uma rica e verdadeira fonte de evolução dos negócios. A adequação à legislação não é somente um projeto de tecnologia ou jurídico – mais do que isso, é uma chance de construir uma operação segura e eficiente por meio da inovação tecnológica e da visão estratégica dos negócios.
De fato, o grande impacto que a LGPD traz às empresas é a necessidade de cuidar e utilizar seus dados como um tesouro a ser protegido de forma permanente dentro das operações. Com processos cada vez mais conectados, as informações estão no centro das atividades empresariais e diretamente associadas à satisfação dos clientes – ainda mais em um ramo como o mercado logístico, que precisa entregar agilidade, segurança e confiança em seus serviços.
O que os líderes devem avaliar, portanto, é como alinhar suas rotinas às exigências da lei e, a partir dela, construir um ambiente de inteligência de dados mais robusto e preparado para potencializar os resultados de suas corporações. Pesquisas indicam que veremos, em breve, um grande salto no uso de sistemas de automação focados em Data Intelligence, Analytics e Inteligência Artificial. E essas são justamente as ferramentas tecnológicas que ajudarão a integrar novas perspectivas de negócios.
A combinação entre a tecnologia e a estratégia das empresas é o melhor caminho para simplificar a geração de insights que permitam às organizações se ajustarem ao futuro. O momento demanda inteligência e preparo, acima de tudo. O que significa dizer, portanto, que as companhias de todas as áreas devem adequar o quanto antes suas estruturas. A continuidade dos negócios dependerá diretamente dos dados e não há tempo a perder. As empresas que conseguirem transformar os desafios da nova lei em oportunidades de crescimento e de geração de valor avançarão rumo ao sucesso.
Por, Paulo Padrão, ele é Vice-Presidente Senior e General Manager da ASG Technologies para a América Latina