por Claudio Pelucio | jan 27, 2020 | Logística
(Foto: ASCOM/CODEC)
O objetivo do projeto é a criação de uma estrutura de logística gerenciada pela companhia chinesa.
Na última quinta-feira, 23, uma comitiva da Sino-LAC, companhia estatal chinesa, tendo à frente o executivo Zhu Chuanin, reuniu-se com o presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec), Lutfala Bitar e sua equipe, com o intuito de discutir ações para a criação de uma Plataforma de Logística Integrada na área portuária e industrial de Barcarena, a primeira neste modelo na América Latina.
O objetivo do projeto é a criação de uma estrutura de logística (armazenamento, desembaraço aduaneiro, atestação fitossanitária, embalagem e transporte), gerenciada pela companhia chinesa, destinada a promover a exportação de produtos brasileiros do ramo de alimentos (proteínas animais e vegetais), para o mercado interno chinês, com desembarque na plataforma de logística no Porto de Zhuhai, na China.
“A plataforma de logística projetada na região de Barcarena se apresenta como uma excelente oportunidade de negócios ao Pará, frente à volumosa demanda dos mercados chineses e asiáticos, uma vez que o Estado destaca-se como um dos mais importantes produtores de proteínas animais e vegetais do país, além de possuir alguns diferenciais competitivos frente ao projeto, como a sua estratégica localização geográfica, mais próxima do continente asiático via Canal do Panamá, e a sua infraestrutura de transporte rodo-fluvial local, facilitando o escoamento da produção”, disse o diretor de Estratégia e Relações Institucionais da Codec, Pádua Rodrigues.
A escolha da região portuária de Barcarena como a melhor opção no Brasil, para receber esse investimento, decorreu de estudos que vem sendo realizados pela Sino-LAC desde 2017, onde a forte cadeia produtiva de proteínas do estado teve grande peso, especialmente a animal (carne), que possui 4 plantas habilitadas para a exportação.
Na oportunidade, foram tratadas alternativas para a implantação de plantas de beneficiamento de produtos dentro da futura Zona de Processamento de Exportações de Barcarena (ZPE), por conta das expressivas vantagens tributárias e aduaneiras que trariam ao preço dos produtos. Tais alternativas serão aprofundadas nos próximos meses por uma comissão bilateral envolvendo representantes do Pará e da Sino-LAC.
por Claudio Pelucio | jan 22, 2020 | Logística
O secretário Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, Marcos Troyjo, afirmou hoje, em entrevista à CBN, que a “conjuntura internacional pode ser favorável ao Brasil”, diante de um contexto em que há liquidez global e “pequena oferta” de oportunidades de investimento que sejam “lucrativas e viáveis”.
“Nesse tipo de paradoxo, os investimentos em infraestrutura surgem como alternativa. Vamos mostrar (em Davos) que o Brasil, com uma economia mais estabilizada, com ambiente de negócios mais amistoso, recepção do investimento direto, no setor de infraestrutura, pode despontar como alternativa nesse cenário de escassez de oportunidades viáveis e lucrativas”, disse.
Ele explicou que o Brasil vai listar, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, cinco pontos em que avançou no último ano, desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu o cargo. Os itens citados por Troyjo incluem reforma da Previdência; privatizações, “com mais de R$ 100 bilhões” vendidos; avanço no ambiente de negócios, com a Lei da Liberdade Econômica; maior integração do Brasil com o mundo, incluindo o acordo Mercosul-União Europeia; e avanço em reforma do Estado. “Naquilo que a gente poderia considerar prioridade econômica no Brasil, houve progressos indiscutíveis”, disse.
Troyjo acrescentou que, em Davos, uma das principais mensagens a ser transmitida é que esse conjunto de reformas “perfaz aquilo que é o mais ambicioso programa de transformações estruturais no mundo emergente”
Ausência de Bolsonaro
Quando questionado sobre a ausência de Bolsonaro em Davos, o secretário de Comércio Exterior argumentou que o presidente tem uma agenda externa muito cheia nesse ano e disse que Bolsonaro é “insubstituível”.
“O presidente da República é o protagonista do Brasil. É insubstituível. Temos equipe enxuta, cuja principal figura é o ministro Paulo Guedes, mas instrumentalizada, bem equipada, para transmitir aos investidores e parceiros a mensagem precisa e correta sobre o que acontece no Brasil e sobre o futuro, que vai ser positivo para o nosso País”.
Segundo Troyjo, se Bolsonaro estivesse em Davos, “sempre aumenta a visibilidade da compreensão que se tem do País”. “(Mas o) presidente tem uma série de outros compromissos que deve ter julgado mais importantes. Na semana que vem se direciona à Índia, que nos próximos 30, 40 anos será uma das principais economias do mundo e que, nos últimos 4 anos, cresce mais que China porcentualmente.”
Argentina
Marcos Troyjo afirmou, ainda, que às relações com a Argentina sob o governo de Alberto Fernández ocorrerá sem viés ideológico. “Vamos fazer negócio com todo mundo, sem viés ideológico”, disse na entrevista. E completou: “temos apego ao que é interesse nacional. Por outro lado, não vamos permitir que o Mercosul trafegue em velocidade de comboio, onde a velocidade de todos é determinada pelo mais lento”.
“Esperamos que a Argentina tenha posição construtiva para que possamos seguir modernizando o Mercosul e deixando claro para parceiros que alguns princípios são inabaláveis, como integrar-se com o resto do mundo”, continuou. “Comércio não tem que ver com ideologia, mas não vamos nos permitir ficar parados no tempo.”
Troyjo acrescentou que o ano de 2019 foi mais o importante da história do Mercosul, devido ao acordo com a UE, além do EFTA (área de livre comércio formada pela Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein). “Essas vitórias de 2019 fazem com que ganhemos convicção de que o futuro do Mercosul tem que ser de integração com a economia mundial”, relatou, dizendo que quando Bolsonaro assumiu, o “acordo Mercosul-UE estava muito longe” e lembrando que já há “negociações importantes, de tratado, com Canadá, Cingapura e Coreia do Sul”.
OCDE
Por fim, Troyjo também falou sobre a possível adesão do Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e citou três “benefícios concretos” para a economia do Brasil. “Fazer parte implica em uma série de modernizações institucionais, ótimas para o Brasil”, disse.
“Em segundo lugar, desde a recessão de 2008, com queda do Lehman Brothers, uma série de investidores passou a exigir não só boa classificação da agência de risco de crédito, mas também princípios da OCDE – ou seja, se aproximando de ser membro pleno, passa a ter acesso a fontes de liquidez para investimento estrutural que Brasil não tinha acesso”, continuou.
“E grandes acordos do futuro não serão sobre tarifas, mas sobre padrões”, completou, antes de acrescentar que, dos vários candidatos, o Brasil é o que está mais “avançado”. “A gente consegue sentar na cadeira ainda na administração Bolsonaro, antes de 31 dezembro de 2022”.
por Claudio Pelucio | jan 21, 2020 | Logística
Antes de inaugurar seu novo CD em Itapevi, na Grande São Paulo, no dia 4 de dezembro, a Ativa Logística um dos maiores operadores logísticos de saúde, beleza e bem-estar no Brasil, promoveu investimentos também em duas importantes unidades com a mudança de endereço para ampliar a capacidade de atendimento às indústrias farmacêuticas e de cosméticos em suas respectivas regiões. A filial de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, ganhou uma área 100% maior em comparação ao armazém anterior. A de Pouso Alegre, em Minas Gerais, ganhou um espaço 45% maior em relação ao empreendimento anterior.
A mudança de endereço em ambas as filiais, segundo Marcelo Azevedo, gerente Nacional de Operações da Ativa Logística, é decorrente do crescimento das operações regionais verificado especialmente nos dois últimos anos. “A filial de São José do Rio Preto tem registrado um crescimento contínuo de 20% nos últimos dois anos e estamos nos adequando para aumentar ainda mais a capacidade de atendimento e a qualidade de nossos serviços na região”, afirma.
Além de São José do Rio Preto, novas indústrias de cosméticos surgiram em cidades vizinhas, como Bady Bassit, José Bonifácio e Mirassol. Em 2018, segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), o setor no Brasil movimentou US$ 30,3 bilhões (quase R$ 120 bilhões), colocando-se como o quarto maior mercado do mundo, com participação de 6,2% nas vendas globais.
Segundo Azevedo, entre janeiro e setembro de 2018 foram movimentadas na filial de São José do Rio Preto cerca de 8 mil toneladas. No mesmo período de 2019, esse volume subiu para 11 mil toneladas e a estimativa é de que ele chegue a 18 mil em 2020, especialmente com medicamentos e cosméticos. As estruturas seguem o padrão de qualidade da Ativa Logística com layouts mais eficientes e produtivos, aumentando assim a qualidade e pontualidade no atendimento aos clientes.
Polo farma em Minas Gerais – Em Pouso Alegre, a movimentação de produtos entre janeiro e setembro de 2018 foi de 2,5 mil toneladas de produtos. Esse volume saltou, nos primeiros nove meses de 2019, para 7 mil toneladas e espera-se atingir 15 mil toneladas em 2020. “Esses números nos dão uma média de 25% de crescimento em toneladas. E queremos crescer ainda mais para atender a estratégia de expansão da Ativa Logística e de seus negócios, além de manter a liderança no atendimento aos mercados de cosméticos e medicamentos na região Sudeste”, afirma Azevedo.
A Prefeitura de Pouso Alegre busca atrair a atenção do governo mineiro para transformar a cidade em um grande polo farmacêutico do país. Esse foi, inclusive, o tema de uma reunião entre o prefeito Rafael Simões com o governador Romeu Zema em agosto de 2019. Minas Gerais é o Estado onde a indústria farmacêutica mais cresce no Brasil, como aponta a Pesquisa Industrial Anual, divulgada em 2018 pelo IBGE. O setor obteve, em Minas, uma receita líquida de R$ 3,18 bilhões, crescimento de 15,44% em relação ao ano anterior.
por Claudio Pelucio | jan 21, 2020 | Logística
Privatizações fizeram país subir duas posições em ranking
Com a ajuda do programa de privatização de empresas federais, o Brasil subiu da sexta para a quarta posição entre os principais destinos de investimentos estrangeiros no mundo em 2019. Segundo relatório divulgado hoje (20) pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), o Brasil recebeu US$ 75 bilhões em investimentos externos no ano passado, contra US$ 60 bilhões em 2018.
Os três primeiros lugares do ranking de destino de investimentos ficaram com os Estados Unidos, com US$ 251 bilhões no ano passado; a China, com US$ 140 bilhões, e Cingapura, com US$ 110 bilhões. Os US$ 75 bilhões que chegaram ao Brasil equivalem a mais da metade dos US$ 119 bilhões que a América do Sul recebeu no ano passado.
Segundo o relatório, parte da alta dos investimentos externos no Brasil ocorreu, em parte, por causa do programa de privatizações, que se concentrou na venda de subsidiárias de estatais e de participações acionárias do governo em empresas privadas.
“O Brasil registrou aumento de 26%, para US$ 75 bilhões, parcialmente impulsionado pelo programa de privatizações lançado em julho como parte dos esforços da administração para acelerar a economia. A primeira dessas privatizações envolveu uma companhia de distribuição de gás – Transportadora Associada de Gás – comprada por um consórcio de investidores liderado pela francesa Engie por quase US$ 8,7 bilhões”, destacou o levantamento.
Para este ano, o relatório diz que o país deverá continuar a receber investimentos externos por causa da continuidade do programa de privatizações. “Em 2020, os desinvestimentos em subsidiárias de companhias estatais deverão ganhar força; a privatização de grandes companhias como a Eletrobras, a maior empresa elétrica da América Latina, e da Telebras devem provavelmente atrair muito mais investimentos estrangeiros diretos”, acrescenta o documento.
Além das privatizações, o relatório cita os projetos relacionados ao meio ambiente como fatores que ajudarão a elevar os investimentos estrangeiros no Brasil neste ano. “Dados preliminares sobre os investimentos na área verde anunciados no país corroboram essa perspectiva, com o valor dos projetos mais que dobrando, na comparação com 2018, especialmente na energia renovável e na indústria automotiva”, ressalta a Unctad.
O presidente Jair Bolsonaro comentou o resultado do estudo. Na rede social Twitter, ele postou que o quarto lugar obtido pelo Brasil representa a volta da confiança no país.
por Claudio Pelucio | jan 21, 2020 | Logística
Estudo aponta que interesse pela área aumentou após o surgimento de startups como o Rappi e o iFood
O portal Liga Insights – plataforma que reúne conteúdos relevantes sobre inovação e startups em diversos setores – com o apoio da VLI, Cervejaria Ambev, Cargill, Derraik e Menezes e IGC, lançou um estudo sobre o mercado de logística que aponta maior interesse das empresas pela área. Impulsionados por modelos como o do iFood e pela maior exigência na qualidade das entregas por parte dos consumidores, a área de logística ganhou destaque e a tecnologia vem a ser o meio para impulsionar a competitividade das organizações.
Segundo o Liga Insights, a janela de oportunidades pode fazer com que as startups contribuam para uma mudança cultural nas grandes empresas, com elas se posicionando como agentes de transformação nas organizações, criando espaço para processos mais ágeis e geração de valor por meio da tecnologia.
Um dos desafios do segmento é a falta de boas soluções tecnológicas, de acordo com o estudo, mesmo com os altos valores envolvidos nas operações logísticas do Brasil – aproximadamente 12% do PIB, o que equivale a R$ 1 trilhão por ano. O setor de logtechs, startups baseadas em tecnologias de logística, buscam promover e fomentar um crescimento exponencial da mesma forma que o segmento de fintechs teve no Brasil nos últimos anos.
Além do estudo, a Liga Insights também criou um mapa com todas as startups brasileiras que estão inovando no setor de AutoTechs. De acordo com o levantamento, o Brasil possui hoje 317 AutoTechs espalhadas por todo o país – startups voltadas para o setor de logística, transporte e mobilidade.
O estudo entrevistou 47 profissionais, executivos e pesquisadores da área logística, de empresas e organizações como Mercedes-Benz, Fundação Dom Cabral, Porto de Suape, Terminal de Contêineres de Paranaguá, GPA, Magazine Luiza, Leroy Merlin, Porto Seguro, Unilever, Souza Cruz, Brink’s, Continental, Braspress, entre outras.
por Claudio Pelucio | jan 20, 2020 | Logística
(Foto: PEXELS (CC)/Aleksejs Bergmanis)
Cálculos indicam que o Brasil precisa investir 4,2% do PIB durante 20 anos para atingir patamar satisfatório na área
Os investimentos em infraestrutura no Brasil foram reduzidos a menos de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) nos anos de recessão recentes, mas, mesmo considerando período mais longo (2001 a 2013), a média anual dos aportes na área, incluindo os setores público e privado, foi de apenas 2,15% do PIB. O pico mais recente foi em 2014 (2,31%), mas a partir daí os investimentos passaram a cair, chegando a 1,87% em 2019.
Especialistas avaliam que a melhoria das condições econômicas do País pode fazer com que o número avance para 2,3% do PIB, já que há grande demanda por infraestrutura, mas ainda assim tal volume de investimentos é insuficiente. Cálculos indicam que o Brasil precisa investir 4,2% do PIB durante 20 anos para atingir patamar satisfatório na área.
O desafio atual é enorme. Em 2020, os aportes devem vir muito mais do setor privado, dadas as condições fiscais precárias tanto do governo federal como dos governos estaduais e municipais. A situação é, porém, mais favorável: a recuperação da economia está em curso, aumentando a confiança dos empresários e sua intenção de investir, as reformas estruturais estão avançando e tem havido a redução do custo de capital em razão da queda da taxa de juros e a consequente ampliação de crédito de longo prazo por meio do mercado de capitais.
Neste ano, os investimentos em logística devem ser destaque. Há programa de concessões rodoviárias forte e esperam-se avanços nas ferrovias. Portos e aeroportos também serão objeto de licitações, e as expectativas são positivas. Em 2020, sete trechos de rodovias federais devem ser leiloados, além de quatro estaduais. No quarto trimestre está prevista a realização de nova rodada de concessão de aeroportos, que será feita em bloco, com 22 terminais. Existe ainda a previsão de ampliação de cinco portos, entre os quais está o Porto de Santos.
O setor ferroviário também será contemplado. Após a licitação da Ferrovia Norte-Sul em 2019, que rompeu dez anos de paralisação na área, processos de renovação de concessões e novos projetos podem injetar R$ 62 bilhões nos próximos anos, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Base (Abdib). Destaque-se a precariedade da malha ferroviária nacional – há apenas 3,5 km para cada 1.000 km2 no País, contra 29,9 nos Estados Unidos e 13,2 km na China.
Espera-se ainda que, com o novo marco regulatório do saneamento básico, investimentos privados no setor possam reduzir o enorme deficit, uma vez que quase a metade da população brasileira (47%) não tem acesso à coleta e ao tratamento de esgoto.
Para que tudo corra dentro do previsto é fundamental ambiente político-institucional estável: falta ainda consolidar o modelo regulatório e assegurar que os projetos de concessão e privatização tenham a modelagem correta e apropriada.