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Brasil gasta cerca de R$ 811 bilhões por ano com logística

“Nosso sistema atual de transporte de carga, baseado em rodovias, acarreta um custo elevado para o país” diz presidente da ABDI.
 
O custo de logística é um desafio para o país, o gasto anual é de R$ 811 bilhões. O Brasil tem dimensões continentais e é a quinta nação com maior extensão territorial do mundo. Mais de 12% de toda a riqueza brasileira é consumida em logística, segundo a Ilos (Consultoria Especializada em Logística) divide-se entre: 60% de transporte; 31% de estoque; 5% de armazenagem e 4% de administrativo.
 
O presidente de ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), Guto Ferreira, aponta que esta é uma das principais aberturas para o crescimento da economia. “Os gastos com transporte, armazenamento e estocagem ultrapassam o espaço ocupado pela Indústria no PIB – 11,8%, segundo dados do IBGE. Nosso sistema atual de transporte de carga, baseado em rodovias, acarretam um custo elevado para o país” diz Guto. Dados da CNT (Confederação Nacional dos Transportes) apontam que de cada 10 produtos transportados, 6 são enviados por rodovias.
 
Um relatório da CNT indica que nas estradas pavimentadas 61% delas apresentam dificuldades. “Nós transportamos a maioria das nossas cargas por estradas. Nas rodovias temos uma série de problemas com pavimentação e manutenção” aponta Harley Andrade, Diretor de Relações Internacionais da CNT. De acordo com Banco Mundial de Desempenho Logístico, de 2014, o Brasil aparece na posição 65º. Comparados as economias emergentes dos BRICS, o país fica apenas na frente da Rússia.
 
A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) surgiu no momento de retomada das políticas públicas de incentivo à indústria, em 2004, e se legitimou com órgão articulador dos diversos atores envolvidos na execução da industrial brasileira. Em mais de uma década de atuação, sob a supervisão do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), a ABDI é a agência de inteligência do governo federal para o setor produtivo e oferece à indústria completa estrutura para a construção de agendas de ações setoriais e para os avanços no ambiente institucional, regulatório e de inovação no Brasil, por meio da produção de estudos conjunturais, estratégicos e tecnológicos.

O governo gaúcho apresenta o Plano Estadual de Logística e Transportes do Rio Grande do Sul

O governo gaúcho apresenta, nesta quinta-feira (15), o Pelt-RS (Plano Estadual de Logística e Transportes do Rio Grande do Sul), no Galpão Crioulo do Palácio Piratini, em Porto Alegre. O plano foi elaborado com base em estudo que investigou as deficiências no sistema de transporte de cargas do Estado, apontando soluções para o desenvolvimento logístico nos próximos 25 anos.
 
O Pelt-RS também permitirá que o planejamento de logística e transportes estadual esteja integrado ao plano nacional do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. O diagnóstico será apresentado pelo coordenador da equipe responsável pelo estudo, engenheiro Luiz Afonso Senna, às 14h30min, no Galpão Crioulo (Praça Marechal Deodoro, s/n, Porto Alegre).
 
Segundo o site do projeto, o Pelt-RS “define a visão de futuro e as estratégias de intervenção pública e privada no setor dos transportes e da logística, para fomentar, nos próximos 25 anos, o crescimento da economia estadual. O Pelt-RS fornecerá ao Estado as ferramentas de planejamento neste setor, visando à torná-lo autossuficiente no diagnóstico de suas demandas e no planejamento de seu próprio sistema logístico”.

Mercado de galpões logísticos mostra sinais de reação no Sul

O mercado de galpões logísticos deve crescer na Região Sul em 2018, com potencial de absorção bruta em torno de 145 mil metros quadrados, um crescimento previsto de 30% em relação a 2017. A previsão é da NAI Brazil. Segundo estudo da consultoria, com a inflação sob controle e a economia ensaiando uma sensível recuperação, o varejo já dá sinais de melhora e é possível prever redução da vacância. O setor deve recuperar parte das perdas, mesmo com forte pressão dos clientes para que as empresas de condomínios logísticos baixem o preço.
 
“Se tudo ocorrer como estamos prevendo, o mercado de galpões do Sul deve voltar a crescer, sem receber volume elevado de novo estoque, fazendo com que a disponibilidade se mantenha estável com viés de queda”, diz Rogério Luz, gerente nacional da NAI Brazil. Concessões como prazo de carência para pagamentos e descontos regressivos devem ditar os negócios. “Conforme o ciclo, o inquilino ainda terá mais poder de barganha mesmo com uma perspectiva de retomada da economia”, explica.
 
Novos investimentos
 
Referência no Sul, a Capital Realty, desenvolvedora e administradora de ativos imobiliários no setor de infraestrutura logística, concentra seus investimentos em Canoas e Esteio (RS), Itajaí (SC) e Campina Grande do Sul (Paraná), região metropolitana de Curitiba.
 
Em Canoas, a Capital Realty finaliza a terraplanagem para a construção de um novo condomínio logístico, o MEGA Centro Logístico Canoas. Com investimento total de aproximadamente R$ 300 milhões, o projeto é considerado o maior dos últimos 40 anos na cidade. Ao todo serão 160 mil metros quadrados de área construída, sendo o maior condomínio logístico da Região Sul, com quase três vezes o tamanho do MEGA Centro Logístico Esteio, também da Capital Realty.
 
Após a terraplanagem, a previsão é de que a construção do condomínio comece em 2019. O empreendimento gerará aproximadamente 3,5 mil vagas diretas de trabalho e outros 7 mil postos indiretos.
 
“É o nosso maior empreendimento e o de maior porte e relevância em toda a Região Sul”, diz Rodrigo Demeterco, presidente da Capital Realty. A localização, a apenas 10 km da capital, foi fundamental para a escolha de Canoas.
 
“Todos os setores enfrentaram um período complicado com a crise econômica do país, o que fez com que as empresas pisassem um pouco no freio. A previsão é de que 2018 seja relativamente melhor, então naturalmente o mercado começa a reagir. Nós estamos retomando os investimentos e ampliando nossos serviços para melhoria constante do atendimento”, diz.
 
Em Itajaí, a Capital Realty planeja iniciar ainda este ano a ampliação do complexo MEGA Centro Logístico Itajaí. Serão mais 30 mil metros quadrados novos de área construída, totalizando mais de 82 mil metros quadrados no condomínio já existente. O investimento para a ampliação será de aproximadamente R$ 60 milhões.
 
Na região Sul, a administradora já sente um aumento na procura por armazéns, cerca de 20% a mais do que no mesmo período do ano passado.
 
No início de 2017, a Capital Realty inaugurou a expansão de seu Condomínio Logístico em Campina Grande do Sul, região metropolitana de Curitiba para atender a Bosch, que transferiu toda a divisão de ferramentas elétricas de São Paulo para a região metropolitana de Curitiba. O investimento da Capital Realty foi de R$ 20 milhões em infraestrutura. Com isso, o Paraná ficou em segundo lugar em locação de condomínio logístico modular, atrás apenas do mercado paulista, segundo dados da NAI Brazil.
 
Desempenho
 
A Região Sul terminou 2017 com um valor médio pedido por metro quadrado de R$ 17,08 ante R$ 16,55 no mesmo período em 2016. A absorção bruta foi de 120 mil metros quadrados em 2017 ante 224 mil metros quadrados em 2016. Já a absorção líquida foi de 88 mil metros quadrados, conta 109 mil metros quadrados em 2016.
 
Cenário nacional
 
Ainda que o primeiro semestre de 2017 tenha registrado pouca movimentação, a segunda metade do ano mostrou números animadores, que projetam cenário melhor para 2018, de acordo com a NAI Brazil. A expectativa é de que em dois anos a relação entre demanda e oferta esteja mais equilibrada.
 
A absorção bruta em 2017 ficou 24% abaixo do que foi registrado em 2016. A disponibilidade já esteve maior e foi sendo reduzida ao longo do ano, mas encerrou 2017 nos mesmos patamares de 2016, próximo a 26%. “Mesmo que a entrega de novos empreendimentos tenha sido menor se comparada aos anos anteriores, a absorção líquida não evoluiu no mesmo ritmo e foi determinante para manutenção da disponibilidade ainda em patamares elevados”, informou o gerente nacional da NAI Brazil, Rogério Luz.
 
Ainda de acordo com Luz, o valor médio pedido por metro quadrado, no país, foi de R$ 19,03, ante R$ 19,29 no trimestre anterior. No estado de São Paulo, o preço pedido passou de R$ 18,65 para R$ 19,18. A absorção bruta no mercado paulista foi de 900 mil metros quadrados, e a líquida, de 368 mil metros quadrados. Foram entregues 58 mil metros quadrados no estado de outubro a dezembro. A vacância ficou em 27%, abaixo dos 28,8% do fim de outubro.
 
Sobre a Capital Realty
 
A Capital Realty é referência na construção e administração de condomínios logísticos industriais e empreendimentos sob medida. Com forte atuação nos três estados da Região Sul e em São Paulo, a Capital Realty oferece uma equipe formada por gestores e engenheiros com larga experiência no mercado imobiliário e se destaca pela capacidade técnica de desenvolver, executar e gerir ativos imobiliários de forma inovadora. Os empreendimentos levam a bandeira Mega, classificados como padrão A de infraestrutura logística/industrial e disponibilizam todo o suporte para os clientes que se instalam nos centros logísticos.

Logística no Brasil preocupa agricultor e exportador de soja no início da colheita

Conforme os produtores de soja brasileiros começam a colheita, os problemas em uma estrada que liga a principal região agrícola do país aos portos do norte fornecem novas evidências de que o maior exportador mundial da oleaginosa está longe de resolver seus gargalos logísticos.
 
Nos últimos dias, caminhoneiros transportando soja publicaram inúmeros vídeos, incluindo filmagens de drones, nas redes sociais mostrando que não conseguiram avançar em um trecho não pavimentado da rodovia federal BR-163, no Pará.
 
A área mais afetada foi em torno do distrito de Moraes Almeida, da cidade de Novo Progresso, onde o tráfego foi interrompido por cerca de 60 quilômetros, disse à Reuters o vice-prefeito Gelson Dill. A fila de caminhões começou a se formar oito dias atrás, mas desde então foi reduzida para 25 km, disse ele.
 
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), disse que o tráfego estava gradualmente voltando ao normal na manhã desta terça-feira entre Moraes Almeida e nas proximidades de Riozinho, e não havia filas de espera. No entanto, em Novo Progresso, o tráfego sentido norte permaneceu parcialmente bloqueado, disse o departamento.
 
“Se o tempo permanecer seco, os caminhões que aguardam em Novo Progresso poderão continuar a viagem em dois dias”, disse Dill.
 
O Dnit estimou 36 horas.
 
A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso, (Aprisoja), disse que “milhares” de caminhões ficaram presos em torno de Moraes Almeida depois que bloqueios do Exército interromperam o tráfego para manutenção e construção.
 
Um porta-voz do Exército não comentou de imediato.
 
Sergio Mendes, diretor-geral da Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec), disse que problemas na BR-163 impactam a imagem do Brasil como um exportador de soja confiável.
 
Os dados da Anec mostram que um volume de 6,3 milhões de toneladas, ou 9 por cento da soja exportada no Brasil, foi enviado pelos portos de Santarém e Barcarena, na região norte, em 2017.
 
A BR-163 é a principal ligação entre as áreas de soja do Mato Grosso e os portos fluviais do norte. No ano passado, o governo destacou o Exército para pavimentar um trecho de 65 km, mas o trabalho provavelmente não será concluído em breve, disse Dill.
 
Uma emissora local de TV citou o coronel Alessandro da Silva dizendo que um comboio de Teresina, no Piauí, foi para Moraes Almeida para realizar trabalhos de pavimentação. Silva disse que as chuvas em janeiro impediram que quase 4 mil caminhões transitassem ao longo dos trechos não pavimentados da BR-163.
 
Cerca de 220 funcionários, incluindo a Polícia Rodoviária Federal e oficiais do Exército, foram alocados ao logo da rodovia BR-163 em dezembro para organizar o trânsito em determinados trechos não pavimentados, disse o Dnit.
 

Terminais investem na multimodalidade logística

Em dezembro, as regiões de Jundiaí e Campinas passaram a contar com uma nova solução para exportações, importações e logística doméstica via ferrovia até o porto de Santos. Operado pela Contrail Logística, em uma área de 75 mil metros quadrados, o Terminal Intermodal de Jundiaí foi construído junto à linha férrea da MRS e terá capacidade para movimentar 70 mil TEU por ano.
 
O terminal está localizado em uma das regiões mais industrializadas do país: a 30 quilômetros de Campinas e a 50 quilômetros de São Paulo.  Além da possibilidade de receber e enviar cargas pelas rodovias dos Bandeirantes e Anhanguera, o terminal se conecta diretamente a uma das ferrovias mais produtivas do mundo, com uma malha de 150 quilômetros até o porto de Santos e 480 quilômetros até os portos do Rio de Janeiro. A ferrovia oferece baixo custo, previsibilidade, acesso sem filas ao porto, segurança operacional e da carga, o que reduz os custos com seguros. Além disso, o transporte ferroviário tem baixo impacto ambiental, já que uma composição ferroviária com 21 vagões transporta o equivalente a 42 caminhões.
 
O terminal também reduz custos dos clientes com armazenagem de cargas, uma vez que os contêineres podem ficar na área da Contrail, liberando espaço nos estoques das indústrias. O empreendimento pode beneficiar especialmente empresas do segmento de tecnologia e eletrônicos, que têm fábricas na Zona Franca de Manaus e utilizam o serviço de cabotagem para distribuir seus produtos na região de maior consumo, a Grande São Paulo. Outras indústrias que podem ter ganhos logísticos são as que utilizam insumos importados, aproveitando o fluxo de retorno dos trens.
 
Qualquer tipo de carga pode ser transportada pelos trens: desde commodities agrícolas até produtos com médio e alto valores agregados. Dentro do contêiner, a carga pode passar pela rodovia, ferrovia e marítimo de uma forma bem prática. A Contrail vai operar toda a gestão do transporte feito por meio do terminal, desde o porto até a porta do cliente. E ao longo de 2018, o terminal também deve operar com cargas com origem ou destino no Rio de Janeiro, por meio da malha ferroviária da MRS. “Acreditamos que o transporte multimodal é a solução logística mais eficiente e sustentável e a melhor escolha nas operações envolvendo o porto de Santos”, diz Rodrigo Paixão, CEO da Contrail.
 
No modelo de atendimento da Contrail, a companhia faz a gestão entre todos os stakeholders: terminais portuários, concessionária ferroviária, operação do terminal intermodal de Jundiaí e o transporte do terminal até a porta do cliente.
 
“Nosso serviço é de ‘porto a porta’ e o cliente não precisa contratar nenhum outro fornecedor para efetuar o transporte entre sua planta e o porto de Santos. Nós fazemos todo esse atendimento”, completa Paixão.
 
A movimentação de cargas por ferrovia no porto de Santos tem crescido significativamente: de um total de 15,1 milhões de toneladas em 2008 para 113 milhões de toneladas em 2016 (entre importação e exportação). Atualmente, a participação do modal ferroviário neste porto é 27% do volume total movimentado e deve chegar a 40% nos próximos dez anos. No primeiro semestre de 2017, o volume das ferro do porto de Santos no sentido do interior vias no porto santista cresceu 14%, no comparativo com mesmo período do ano passado. E a movimentação de contêineres é a que mais vem aumentando. Na MRS, esta modalidade deu um salto de 64% nos últimos três anos, totalizando 79 mil TEU em 2016. Neste ano, a movimentação total deve chegar a 85 mil TEU.
 
Este resultado é fruto dos investimentos contínuos em duplicações, melhorias na via férrea, novos terminais e desenvolvimento de material rodante. A MRS investiu R$ 450 milhões, nos últimos cinco anos, em projetos como a Segregação Leste, aquisição de locomotivas especiais para a transposição da Serra do Mar, a duplicação do trecho do Perequê a Santos, a ampliação do pátio de Santos, entre outros projetos estruturantes para a Baixada Santista.
 
O terminal conta com uma área total de 75 mil metros quadrados de pátio, totalmente cercado com muro e concertina. O espaço conta com um desvio ferroviário de 450 metros, que comporta a operação com trens de até 21 vagões, que transportam até 84 TEU. Também foi construída uma pista de desaceleração, que além de aumentar a segurança do trânsito na via publica reduz o impacto ao trânsito local. A área ainda conta com sistema de combate a incêndios, controle de acesso, segurança e monitoramento por circuito fechado de TV.
 
A primeira operação do terminal multimodal será com a LG Electronics em que a Contrail irá operar com o fluxo do porto de Santos até a unidade da GE, em Cajamar, interior de São Paulo.
 
“Esse é mais um investimento da empresa que beneficia o Mato Grosso do Sul e fortalece o corredor logístico do Centro-Oeste, fundamental para o crescimento das empresas que atuam na região”, afirma o presidente da Fibria, Marcelo Castelli.
 
O terminal intermodal possui 7,8 mil metros quadrados de área construída e compreende escritório, armazém com capacidade para estocar 16,7 mil toneladas de celulose, oficina de empilhadeiras e plataformas de embarque da celulose. Para operar o terminal, foram criados 235 postos de trabalho, entre diretos e indiretos, considerando todo ciclo da operação do terminal. Para o escoamento da celulose da Fibria foram adquiridas 21locomotivas do modelo AC44i fabricadas pela General Electric (GE), consideradas as mais modernas do mercado e que garantem eficiência operacional, preservação ambiental e produtividade.
 
O pátio do terminal de Aparecida do Taboado também apresenta outro diferencial. Concebido de forma estratégica, esse espaço se destaca por sua excelência operacional, visto que opera no sistema contínuo de carregamento em pêra, ou seja, as composições entram no terminal e executam todas as operações sem a necessidade de desmembrar ou manobrar o trem. Com o início das operações da sua segunda linha de produção de celulose em Três Lagoas, em agosto, a Fibria planeja produzir neste ano 377 mil toneladas de celulose destinadas ao mercado externo. Para 2018, a previsão é de que o volume de produção atinja 1,75 milhão de toneladas de celulose por ano, passando para 1,85 milhões em 2019.