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Iveco contrata mais de 800 funcionários para ampliar a produção de caminhões

Iveco contrata mais de 800 funcionários para ampliar a produção de caminhões

Marca ‘atravessa uma das melhores fases no Brasil’ desde 1997, diz Mário Querichelli, presidente da Iveco na América do Sul. Foto: Iveco

Empresa de Sete Lagoas (MG) registra alta de 80% nas vendas e afirma atravessar sua melhor fase no Brasil; atualmente, grupo ocupa a quinta posição em vendas de caminhões no País

A fabricante de caminhões e ônibus Iveco contratou, nos últimos meses, 822 funcionários para reforçar a produção na fábrica de Sete Lagoas (MG). O grupo emprega agora cerca de 2 mil trabalhadores. Após passar por reestruturações em seus negócios, o presidente da empresa na América do Sul, Mário Querichelli, afirma que a marca “atravessa uma das melhores fases no Brasil desde sua chegada ao País, em 1997”.

O grupo vendeu neste ano, até agosto, 5.198 caminhões, um crescimento de 80% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). O mercado total cresceu 49% no período, somando 82,1 mil unidades.

Com esse volume, a Iveco ocupa a quinta posição em vendas de caminhões no País, com 6,3% de participação no mercado que é dominado pela Mercedes-Benz, responsável por 30,3% das vendas. Na sequência estão Volkswagen Caminhões e Ônibus (29%), Volvo (16,6%) e Scania (12,6%).

A Iveco atua com veículos de capacidade de 3,5 a mais de 70 toneladas de carga e credita boa parte de seus resultados ao aumento da demanda por transporte de cargas em setores como e-commerce e agronegócio.

Nesta segunda-feira, 13, o grupo anunciou a chegada de um produto inédito em seu portfólio, o Tector Auto-Shift Coletor, veículo com transmissão automatizada para operação de coleta de resíduos.

Segundo Bernardo Pereira, diretor de Marketing da Iveco, o Tector foi projetado com base em pesquisas feitas com empresas que operam nesse segmento. “Temos agora o único caminhão do mercado nesta configuração, com câmbio automatizado, e temos a solução mais rentável do segmento”, diz.

No segmento de ônibus, a Iveco vendeu de janeiro a agosto 962 unidades, mais que o triplo se comparado a igual período de 2020. O mercado total de ônibus, muito afetado pela pandemia, cresceu 8,5%, para 12.498 unidades, de acordo com a Fenabrave.

Nesse segmento, a novidade da marca é a chegada do Daily minibus para uso, por exemplo, de transporte escolar e turismo. Outro anúncio foi a criação do canal de e-commerce de peças da marca no Mercado Livre para atender a crescente demanda via comércio eletrônico

Veículos a gás

Querichelli confirma que a empresa trará ao País sua tecnologia global de veículos movidos a gás. “Chegou a vez de trilharmos esse caminho, irreversível, rumo à sustentabilidade aliada à rentabilidade da operação do cliente”. Ele anunciou o programa Brasil Natural Power, que vai desenvolver e adaptar essa tecnologia para os segmentos e condições brasileiras.

O executivo disse que etapas a serem seguidas no desenvolvimento de combustíveis alternativos no Brasil, sendo a primeira o atendimento de novas normas de emissões para o diesel, que seguirá em paralelo ao uso do gás.

Sobre caminhões elétricos, ele acredita que o Brasil precisará de um período mais longo até essa transição por causa da falta de infraestrutura e do custo bem mais elevado desse tipo de tecnologia.

A Volkswagen Caminhões e Ônibus já iniciou produção de um caminhão elétrico, o e-Delivery, em Resende (RJ) e a Fábrica Nacional de Mobilidade (FNM) deve começar iniciar em breve a montagem em série de caminhões elétricos para entregas urbanas em Caxias do Sul (RS). Recentemente, a Mercedes-Benz anunciou o desenvolvendo de chassi para ônibus elétrico para produção na fábrica de São Bernardo do Campo (SP).

Setor de logística cresce durante a pandemia e tem milhares de vagas de emprego abertas em SP

Setor de logística cresce durante a pandemia e tem milhares de vagas de emprego abertas em SP

Foto: Blog da Logística

Aumento de vagas deve se manter por conta da chegada de datas importantes para o comércio e para a indústria, como o Dia das Crianças em outubro, a Black Friday em novembro e o Natal em dezembro.

O setor de logística foi um dos que mais cresceu durante a pandemia. Só na cidade de Jundiaí, que concentra um dos maiores polos de logística do estado, há quase duas mil vagas abertas no setor.

Ainda assim é pouco diante dos quase 3,6 milhões desempregados no estado de São Paulo, de acordo com o IBGE. É o maior número desde o primeiro trimestre de 2020.

Entre as explicações para o crescimento no setor estão o aumento das vendas online e a necessidade de criar uma cadeia de distribuição de insumos de saúde.

De acordo com o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Renan Gomes de Pieri, o crescimento do setor de Logística ainda deve se manter.

O bom desempenho deve se manter por conta da chegada de datas importantes para o comércio e para a indústria de maneira geral, como o Dia das Crianças em outubro, a Black Friday em novembro e o Natal, em dezembro.

As dez regiões do estado que mais concentram empresas de logística são Cajamar, Jundiaí, Guarulhos, Campinas, Embu das Artes, Barueri, Sorocaba, Atibaia, São Paulo e ABC.

Cajamar, na Grande São Paulo, e Jundiaí são vizinhas. A explicação para a concentração de empresas de logística é que elas ficam próximas de duas grandes rodovias, a Anhanguera e a Bandeirantes, além do Rodoanel. Estão perto da capital paulista, com fácil acesso tanto ao interior, quanto à capital e até ao porto de Santos. Além disso, são locais com terrenos ainda com um preço acessível.

Já a região do ABC, que está em décimo lugar, tem potencial para crescer. Uma empresa de logística, inclusive, deve se instalar no terreno da montadora Ford, que deixou São Bernardo do Campo em outubro de 2019.

Indústria reduzirá em 1,15% consumo de energia nos horários de pico em setembro, diz ONS

Indústria reduzirá em 1,15% consumo de energia nos horários de pico em setembro, diz ONS

Foto: Tecnicon

Valor absoluto da redução é de 237MW médios por hora, aproximadamente o consumo do estado de Tocantins. Em setembro, começa programa de redução voluntária de consumo.

O setor industrial do país se comprometeu a reduzir 1,15% seu consumo de energia por hora durante os horários de pico em setembro, informou nesta segunda-feira (13) o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Em valores absolutos, isso significa 237 megawatts-médios (MWm) por hora. Para termos de comparação, Tocantins consome por hora cerca de 20.521MW médios. Roraima consome cerca de 110 MWm.

Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o consumo industrial registrado em julho foi de 20.521MW médios.

Setembro o primeiro mês de funcionamento do programa que incentiva grandes consumidores de energia a reduzir ou deslocar seu consumo de energia para fora dos horários de maior demanda do sistema elétrico. O objetivo é evitar sobrecarga, que poderia levar a apagões pontuais, já que o país vive uma crise energética, com reservatórios das hidrelétricas em níveis baixíssimos.

O ONS não informou se o volume de redução proposto pela indústria corresponde a uma econoia de fato de energia ou a apenas ao descolamento da carga (transferir a produção para horários fora do pico). As empresas têm as duas opções ao aderir ao programa.

“O montante evidencia a adesão do setor industrial a essa iniciativa relevante para a operação do Sistema Interligado Nacional durante o cenário atual de escassez hídrica no país”, afirmou o ONS em nota.

Como funciona

O programa para a indústria foi lançado pelo governo no fim de agosto. Para aderir ao programa, os grandes consumidores de energia têm de ofertar, pelo menos, uma economia de 5 megawatt (MW) hora, em lotes com duração de 4 a 7 horas.

As ofertas também precisam indicar o dia da semana da oferta, a localidade e o preço em R$/MWh. Cabe ao Operador Nacional do Sistema Elétrica (ONS) receber as ofertas e levá-las para aprovação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).

É o ONS quem define a grade horária de ofertas para cada mês, contendo os períodos permitidos para redução/deslocamento da demanda, bem como os horários para a eventual compensação.

Em setembro, por exemplo, o ONS aceitou ofertas para redução de energia nos seguintes horários, considerando o Sudeste: 13h às 17h, 18h às 22h e das 14h às 21h. A grade horária varia conforme cada região do país.

Para o mês de setembro, o prazo de envio das ofertas acabou na sexta-feira (10). Para outubro, as indústrias têm até 17 de setembro para fazer suas ofertas. O programa vai até dezembro.

Segundo a Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), 1,1 mil grandes consumidores de energia estarão aptos a participar do programa. A expectativa da associação é de aumento “expressivo” de ofertas para o mês de outubro.

Consumidores residenciais

Para os clientes atendidos pelas distribuidoras de energia, caso dos consumidores residenciais e pequenos negócios, o governo dará desconto na conta de luz para quem reduzir de forma voluntária o consumo de energia. O programa tem duração prevista até dezembro, mas pode ser prorrogado.

Ganhará o bônus quem diminuir o consumo de energia entre setembro e dezembro em, no mínimo, 10% em relação ao mesmo período de 2020. O desconto vai valer até uma redução de 20%.

O desconto será de R$ 0,50 por cada quilowatt-hora (kWh) do volume de energia economizado dentro da meta de 10% a 20%. O crédito será efetuado na conta de luz de janeiro de 2022.

A comparação será feita com base no somatório do consumo ao longo dos quatro meses – ou seja, o acumulado entre setembro e dezembro de 2021, na comparação com a soma das mesmas quatro faturas de 2020.

PIB avança 0,4% em média desde 2012

PIB avança 0,4% em média desde 2012

NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS, DE 2012 A 2021, A MÉDIA DE CRESCIMENTO ANUAL DO PIB DEVERÁ FICAR EM 0,4% (FOTO: MARCELO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL)

Economistas convergem para a constatação de que o Brasil, há décadas, vive em um contexto propício à estagflação

Embora os analistas ouvidos pelo Estadão tenham divergências em suas projeções sobre a duração e a intensidade da inflação nos próximos meses, a maioria converge para a constatação de que o Brasil, há décadas, vive em um contexto propício à estagflação. “O Brasil vive uma situação de estagflação há muito tempo. A economia não consegue crescer, mas a inflação acontece”, afirma o economista-chefe da agência de risco Austin Rating, Alex Agostini.

Ele sustenta a sua observação ao citar que, nos últimos dez anos, de 2012 a 2021, a média de crescimento anual do PIB deverá ficar em 0,4%, e a da inflação anual ficará em 5,9% pelo IPCA.

Segundo o Novíssimo Dicionário de Economia, organizado por Paulo Sandroni, “estagflação” é uma “situação” que ocorre na economia, quando “a estagnação ou o declínio do nível de produção e emprego se combinam com uma inflação acelerada”. É um quadro atípico, diferente do funcionamento “normal” das economias, conforme descrito pela teoria econômica clássica.

O funcionamento típico parte do princípio que a dinâmica de preços passa, principalmente, pelo jogo entre oferta e demanda. Quando a economia cresce, empregos são gerados e a demanda aquece, favorecendo reajustes de preços e a inflação. Quando a economia se retrai ou cresce muito pouco, o desemprego sobe e a demanda esfria, arrefecendo a inflação.

Os bancos centrais fixam suas taxas básicas, principalmente, para atuar sobre a demanda – mais crédito a juros baixos estimula a demanda, menos crédito a juros elevados produz o efeito inverso. Vários outros fatores, como expectativas e indexação, atuam na dinâmica de preços, mas uma economia estagnada não deveria ter inflação.

A “estagflação” não é um conceito teórico. Na explicação mais recorrente, o termo foi cunhado pelo parlamentar e ex-ministro britânico Iain Macloed, no Parlamento inglês em 1965. O rótulo colou e se popularizou nos mercados financeiros na década de 1970, por causa das crises do petróleo.

Quando os principais países produtores do Oriente Médio se organizaram para controlar a oferta de petróleo, os preços dispararam. Foi um choque de oferta inesperado, com efeitos atípicos sobre as economias. Os países se viram com dificuldades para obter um importante insumo para a produção – portanto, para o crescimento econômico. Ao mesmo tempo, tudo o que tinha o petróleo como insumo ficou mais caro, e os reajustes chegaram ao consumidor. O resultado foi crescimento estagnado com preços em alta.

Quase meio século depois, a covid-19 foi outro choque inesperado. A necessidade de restringir o contato social desorganizou a economia mundial. Pelo lado da oferta, fábricas foram fechadas nos primeiros meses, o sistema de transporte marítimo travou e paradas de produção em cascata causaram escassez e encarecimento de componentes.

Pelo lado da demanda, especialmente após os meses iniciais, as famílias deixaram de gastar com serviços e passaram a gastar com bens, movimento turbinado por políticas de transferência de renda em diversos países. A combinação de oferta restrita com demanda elevada resulta em inflação, até na Europa e nos EUA.

Armando Castelar, coordenador da área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), ressalva que o quadro atual é diferente , por exemplo, da estagflação do início dos anos 1990, quando “havia um descolamento: a demanda podia cair, a economia retrair, mas a inflação continuava. Não temos isso agora”.

Para a economista e consultora Zeina Latif, o BC precisará de ajuda em seu trabalho. “Encaminhar melhor a questão fiscal reduziria a pressão sobre o dólar. Isso aliviaria o trabalho do Banco Central na monetária e, indiretamente, nas expectativas inflacionárias”, afirma.

Governo pretende reduzir a 10% a adição de biodiesel ao diesel

Governo pretende reduzir a 10% a adição de biodiesel ao diesel

Medida vale para o 82º leilão do setor e deve ser publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (13)

Com a alta do dólar e a crise energética em andamento, o governo federal decidiu reduzir de 13% para 10% a adição de biodiesel no óleo diesel ofertado no 82º leilão do setor. De acordo com informações do Planalto, a mudança deve ser publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (13).

Caso a redução não ocorresse, o aumento dos insumos levaria a uma elevação do preço final, o que poderia gerar animosidade entre os consumidores, como caminhoneiros, que, na semana passada, chegaram a realizar uma paralisação em 14 estados e no Distrito Federal.

“A medida decorre dos efeitos da valorização do custo do óleo de soja nos mercados brasileiro e internacional, combinados com a desvalorização cambial da moeda brasileira frente ao dólar, que tem impulsionado as exportações de soja e também encarecido o valor do biodiesel produzido nacionalmente”, detalha o governo em nota.

A decisão de realizar a redução foi tomada pelo Conselho Nacional de Energética e assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A tendência é de que a mesma medida seja tomada em outros leilões de biodiesel. A crise energética deve durar pelo menos até o final do ano, e pode se estender para 2022.

Indústria quer tentar agenda positiva do meio ambiente na COP26

Indústria quer tentar agenda positiva do meio ambiente na COP26

CNI quer ampliar a discussão sobre o aquecimento global para além das queimadas e desmatamentos, que pesam contra a imagem do Brasil

A CNI quer ampliar a discussão sobre o aquecimento global para além das queimadas e desmatamentos que pesam contra a imagem do Brasil. A indústria quer aproveitar a COP26 para mostrar exemplos da indústria brasileira alinhadas às melhores práticas globais de sustentabilidade em áreas como transição energética, precificação de carbono e energia circular.

Na lista de casos de sucesso a serem mostrados, entram a matriz energética com 83% de fontes renováveis, três vezes mais que os 27% registrados nos países da OCDE; os biocombustíveis, 90% mesmo poluentes que os combustíveis fósseis; a reciclagem de 56% do alumínio, mais que o dobro da média global (26%); e a baixa emissão de CO² na fabricação de cimento e concreto. Mundialmente, este setor responde por cerca de 7% de todo o CO₂ emitido na atmosfera pela ação humana. No Brasil, o índice é de 2,3%, uma relação 3 vezes menor.

Com os exemplos de sustentabilidade no setor produtivo, a CNI quer ajudar a destravar a ratificação do acordo Mercosul – União Europeia. De acordo com estudo da entidade, o acordo deve abrir 778,4 mil novos postos de trabalho no Brasil com o aumento de US$ 9,9 bilhões nas exportações para o mercado europeu.