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Licença especial de transporte de produtos perigosos é regulamentada

Licença especial de transporte de produtos perigosos é regulamentada

Foto: Divulgação/Revista Na Boleia

Foi publicada no Diário Oficial da cidade de São Paulo, de 09 de setembro,a Portaria SMT.GAB nº 041, de 03 de setembro de 2021 que suspende até o dia 31 de dezembro de 2021 a exigência de apresentar o Termo de Adesão – Protocolo Brasil-ID e TAG para obtenção da Licença Especial de Transporte de Produtos Perigosos (LETPP), ambos adquiridos somente por meio de contratação dos serviços da empresa MOOVII, nos termos do Comunicado SMT/DSV/DTC Nº 005/2021.

A Associação Brasileira de Transporte e Logística de Produtos Perigosos (ABTLP) acompanha o tema e discutindo sua legalidade desde o início, impetrando, inclusive, um Mandado de Segurança Coletivo em defesa de suas empresas associadas. Diante da publicação desta Portaria, o MSC perde sua urgência, no entanto a discussão sobre a legalidade ainda deve ser apreciada pelo judiciário.

CNT não apoia nenhum tipo de paralisação de caminhoneiros

CNT não apoia nenhum tipo de paralisação de caminhoneiros

A entidade reafirma o compromisso do setor transportador com a sociedade e com o direito de ir e vir, e esclarece que desconhece o teor da pauta desses profissionais

A CNT (Confederação Nacional do Transporte), entidade máxima de representação do setor de transporte no Brasil, vem acompanhando com preocupação os registros de paralisações com bloqueios do tráfego em diversas rodovias do país.

A entidade informa que não apoia nenhum tipo de paralisação e reafirma o compromisso do setor transportador com a sociedade e com o inegociável direito de ir e vir. A CNT também esclarece que desconhece o teor da pauta desses profissionais.

Os bloqueios nas rodovias, alerta a Confederação, podem provocar sérios transtornos à atividade econômica, impactando diretamente o abastecimento das cidades brasileiras, em um contexto ainda marcado pela pandemia da covid-19. Poderá haver graves dificuldades para realizar o transporte de produtos de primeira necessidade da população, como alimentos, medicamentos e combustíveis – atingindo assim a produção, o comércio e, por extensão, o consumidor final.

A CNT conta com a ação dos governos federal e estaduais para assegurar às empresas de transporte de cargas o seu pleno exercício. Nesse sentido, a entidade espera que a PRF (Polícia Rodoviária Federal) – instituição reconhecida pela excelência na sua atuação – trabalhe, decisivamente, para retirar os bloqueios e garantir a segurança nas nossas estradas. A Confederação enviou ofício, nesta quinta-feira (9), ao diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, solicitando que o órgão adote todas as medidas para assegurar o direito de ir e vir e de livre circulação nas rodovias em todo o país.

Asseguradas tais garantias, as transportadoras asseveram o restabelecimento da normalidade no abastecimento do país.

Mulheres no transporte de cargas: como elas estão revolucionando?

Mulheres no transporte de cargas: como elas estão revolucionando?

Foto: Divulgação

Executivas do setor debatem iniciativas e realizações que tem impulsionado as empresas em que atuam

O segmento de transporte de cargas tem sido ocupado nas últimas décadas, majoritariamente, por personalidades masculinas. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) contabilizou quase 2,3 milhões de trabalhadores no setor em âmbito nacional. No entanto, apenas 17% são mulheres. Em contrapartida, a presença feminina tem sido ampliada nos cargos de liderança de forma geral. A pesquisa mais recente realizada pelo International Business Report da Grant Thornton apontou que 34% dos cargos de diretoria executiva são ocupados por pessoas do sexo feminino no Brasil, 5% acima da média global.

É importante destacar as inovações e melhorias que líderes femininas têm proporcionado às organizações. De acordo com o McKinsey Study, organizações que possuem mais mulheres na liderança obtêm um resultado operacional 48% maior em relação à média da indústria e um crescimento no faturamento de 70%.

Na última quarta-feira (01), executivas do segmento de transporte de cargas compartilharam algumas de suas grandes realizações em suas trajetórias profissionais durante a segunda edição do IT Talks Conference 2021. O evento foi realizado de forma totalmente on-line e gratuita, com duas horas de duração.

Ana Jarrouge, presidente executiva do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de São Paulo e Região (SETCESP), atua no setor há mais de 20 anos e percebe a predominância masculina, principalmente nas entidades de classe. Visando uma maior inserção feminina no transporte de cargas, Jarrouge criou o movimento Vez & Voz – Mulheres no TRC em parceria com o SETCESP. “O intuito do movimento é apoiar e incentivar todas as mulheres, não só aquelas que já estão dentro do setor. Queremos mostrar que o segmento está aberto para a diversidade e para inclusão e, com isso, atrair mais mulheres”, explica.

Crescendo dentro do transporte de cargas (TRC), Gislaine Zorzin, diretora administrativa e de novos negócios da Zorzin Logística, conta que atualmente 90% das posições estratégicas da transportadora são ocupadas por mulheres. “A criação que meu irmão e eu recebemos do meu pai sempre foi igualitária e sem distinção de gêneros, de modo que levamos esse comportamento para a empresa. Colocamos as pessoas nas posições de acordo com suas competências, e por acaso hoje o nosso quadro tem uma maioria feminina”, aponta Zorzin.

Quando a atual diretora da Ouro Negro Transportes, Priscila Zanette, assumiu a liderança, havia apenas 5 mulheres na companhia. Hoje, a empresária relata que 30% do quadro de funcionários é composto por mulheres. Além de trazer mais personalidades femininas para a transportadora, a gestão de Zanette tem priorizado uma profissionalização maior dos processos. “Depois que eu assumi a empresa e minhas irmãs vieram trabalhar conosco, tivemos uma gestão mais profissionalizada por meio de números e reuniões de resultado. Além do mais, acredito que, por nós mulheres sermos mais detalhistas, no momento da tomada de decisão conseguimos observar diversos pontos e ter uma assertividade maior”, afirma.

A paixão pelo transporte de cargas foi descoberta por Thaís Bandeira há 14 anos, quando iniciou sua carreira no segmento e decidiu que seria uma grande executiva da área. Hoje, enquanto sócia proprietária da Kodex Express, busca se manter atualizada e tornar a transportadora cada vez mais tecnológica. “O nosso objetivo é trazer tecnologias que deem a conveniência do multicanal. A inteligência artificial vem para dar uma celeridade e também proporcionar mais conforto aos clientes”, conta.

Trazendo uma bagagem anterior do segmento industrial, Rafaela Cozar, head de gestão e inovação na Roda Brasil Logística, destaca a importância em saber ouvir e aprender antes de iniciar qualquer projeto de inovação. “Não adianta olharmos apenas por um lado: precisamos da pluralidade. Quando eu desconstruí todos os meus conceitos, como se não soubesse de nada, e fui para o pátio entender de fato o que era um caminhão, eu pude agregar a minha experiência anterior ao setor”, explica Cozar.

Além de participar da mediação do debate durante o segundo bloco, Joyce Bessa, head de gestão estratégica, finanças e pessoas na TransJordano, compartilhou alguns de seus maiores aprendizados. “Buscando o autoconhecimento, entendi que eu posso fazer mais e realizar mais transformações, mas para isso tive que me conhecer mais e estar disposta a transformar para fazer novas coisas e obter resultados diferentes”, aponta Bessa.

Além de ser a incentivadora do evento, a Mercedes-Benz contribuiu com a presença da Ebru Semizer, gerente sênior de marketing de caminhões da Mercedes-Benz. “É importante lembrarmos sempre que diversidade só traz benefícios, já que trabalhamos a empatia e estamos em contato com diferentes perspectivas. A nossa empresa tem o compromisso de ouvir cada voz das estradas e isso também inclui a voz feminina”, afirma Semizer.

Com avanço de 3,3%, indústria do Paraná tem o terceiro maior crescimento do País em julho

Com avanço de 3,3%, indústria do Paraná tem o terceiro maior crescimento do País em julho

Foto: Jose Fernando Ogura

De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal-Regional do IBGE, apenas Bahia (6,7%) e Espírito Santo (3,7%) tiveram desempenho superior no período. Em relação à Região Sul, Santa Catarina (-1,5%) e Rio Grande do Sul (-1,7%) apresentaram retração, acompanhando a média brasileira, que ficou em -1,3%.

O Paraná foi o terceiro Estado do País com maior crescimento na produção industrial em julho. O avanço foi de 3,3% de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal-Regional (PIM-PF-Regional), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira (09) – apenas Bahia (6,7%) e Espírito Santo (3,7%) tiveram desempenho superior no período. Em relação à Região Sul, Santa Catarina (-1,5%) e Rio Grande do Sul (-1,7%) apresentaram retração, acompanhando a média brasileira, que ficou em -1,3% no mesmo recorte.

“Esses números são relevantes porque reforçam uma vez mais que as medidas tomadas pelo Governo do Estado para reaquecer a economia em razão da pandemia da Covid-19 surtiram efeitos. A retomada está realmente acontecendo, com a abertura de mais de 132 mil empregos com carteira assinada no ano e mais de R$ 50 bilhões em investimentos privados desde 2019,” destacou o governador Carlos Massa Ratinho Junior.

No comparativo com julho do ano passado, um dos períodos mais severos da pandemia, o crescimento da indústria paranaense foi de 8,2%, novamente o terceiro melhor resultado do País, atrás somente de Espírito Santo (9,4%) e Minas Gerais (8,6%).

Já no acumulado dos últimos 12 meses (agosto de 2020 a julho de 2021), o Estado também apresentou resultado positivo, com crescimento de 11,5% em relação ao período exatamente anterior (julho de 2019 a agosto de 2020), o sexto principal desempenho do Brasil.

“Além de incentivar a chegada de novos investidores, nós como Estado buscamos favorecer, acabando com a burocratização da máquina pública, o que facilita a tomada de ações. O Paraná tem um bom ambiente para atrair investimentos”, ressaltou Ratinho Junior.

MÊS A MÊS – Segundo o levantamento mensal do IBGE (variação entre julho de 2020 e de 2021), o crescimento foi impulsionado pelos bons resultados da fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (83%); máquinas e equipamentos (52,6%), produtos de metal (18,5%), celulose, papel e produtos de papel (6,8%), produtos de minerais não-metálicos (3,9%) e produtos de madeira (2,9%).

O incremento em julho acompanha uma série de bons resultados do Paraná ao longo dos últimos períodos analisados. Mês a mês, sempre em relação ao mesmo recorte do ano anterior, a expansão industrial foi de 8,2% em julho/2021; 7,5% em junho/2021; 23% em maio/2021; 54,3% em abril/2021; 16,9% em março/2021; 3,5% em fevereiro/2021; e 11,5% em janeiro/2021.

NACIONAL – Com a queda de 1,3% da indústria nacional de junho para julho de 2021, na série com ajuste sazonal, sete dos 15 locais pesquisados pelo IBGE apresentaram taxas negativas, com destaque para o Amazonas (-14,4%). São Paulo (-2,9%), Minas Gerais (-2,6%), Pará (-2,0%), Rio Grande do Sul (-1,7%), Santa Catarina (-1,5%) e Rio de Janeiro (-1,4%) completaram o conjunto de locais com recuo na produção nesse mês.

Já a Bahia (6,7%) apontou a maior alta nesse mês. Espírito Santo (3,7%), Região Nordeste (3,4%), Paraná (3,3%), Pernambuco (2,5%), Ceará (1,5%), Mato Grosso (1,1%) e Goiás (0,8%) assinalaram os demais resultados positivos.

Na comparação com julho de 2020, o setor industrial nacional cresceu 1,2%.

Como mudanças na China podem afetar o agronegócio e a economia do Brasil

Como mudanças na China podem afetar o agronegócio e a economia do Brasil

Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Para a próxima década, a China aposta na produção interna e no desenvolvimento de novos produtores para evitar ficar na mão de poucos players

O crescimento chinês na casa dos dois dígitos pode ter ficado no passado. Pelo menos é o que indicam dados do Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China (Mara) e a Academia de Ciências do Agronegócio da China (CAAS). Eles apontam para um crescimento que deve cair à metade do que foi registrado nas últimas décadas, com uma média de 4,9% até 2030.

Os números levantaram dúvidas sobre a capacidade de a China absorver a produção brasileira como faz hoje. O gigante asiático, maior parceiro comercial do Brasil, comprou 32,3% de tudo que o país exportou em 2020.

Especialistas ouvidos pelo CNN Brasil Business não acreditam que a China vá reduzir sua demanda por produtos importados. A principal preocupação para os produtores brasileiros deve ser o aumento da concorrência por um pedaço do mercado chinês.

Aumento da concorrência

Alguns produtos devem enfrentar uma concorrência da produção interna da China, especialmente a carne de porco. “Por conta da gripe suína, houve uma redução de produção chinesa e aumento de importação do Brasil. Essa produção vai ser reposta nos próximos anos”, diz Welber Barral, sócio-fundador da BMJ Consultores Associados e ex-secretário de Comércio Exterior do Brasil.

Ainda que a demanda por carne suína ao final de 2021 aumente 16,5%, como espera a China, a importação dessa proteína deve cair 13,4% por conta da retomada da produção interna. O mesmo vale para a carne de frango, com 35,5% de redução nas importações ao fim deste ano, segundo o relatório China Agricultural Outlook da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a InvestSP.

A expectativa é que a queda na dependência desse tipo de importação seja estrutural, o que deve reduzir as exportações de proteína animal para a China, não só do que vai do Brasil, mas de qualquer lugar do mundo.

A soja, produto mais vendido hoje do Brasil para a China, também pode enfrentar concorrência. Em 2020, mesmo com a pandemia, a produção anual de grãos da China alcançou 669,5 milhões de toneladas, um aumento de 0,9% em comparação à produção de 2019. Em paralelo, o consumo de milho e soja, ainda vai crescer 2,4% e 0,7%, respectivamente.

Além disso, é possível que parte dessa demanda seja absorvida por um produtor inesperado, a África, que tem recebido investimentos da China para que o país asiático não fique nas mãos de poucos fornecedores. Hoje, os maiores produtores do mundo de quem a China compra são Brasil, Estados Unidos e Argentina. “Ainda há limitações logísticas e até climáticas para plantar soja na África, mas é visível que o Brasil terá mais concorrência no futuro do que tem hoje”, diz Barral.

Bruno de Conti, diretor do Instituto Confúcio e professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), concorda que o Brasil pode vir a perder volume de exportação para a China, mas não por conta de uma eventual redução no crescimento do país asiático, mas pelo que ele chama de desvio de mercados, com outros países desenvolvendo produtos que o Brasil exporta.

“Se forem feitos acordos entre os Estados Unidos e China, justamente para lidar com a guerra comercial, pode ser que comprem mais soja dos Estados Unidos do que do Brasil”, avalia.

O professor diz que, por mais que a China desenvolva tecnologia, vai continuar dependendo da produção externa em níveis semelhantes aos atuais. “A China é um país muito grande, mas com uma área agricultável ainda muito pequena, em torno de 10%. Mesmo que essa área cresça com o uso de novas tecnologias, ainda será uma área proporcionalmente pequena”, avalia.

A expectativa para Conti é que a dependência possa até ser maior por conta de um crescimento importante de uma classe média urbana com uma dinâmica de consumo mais voraz e também mais diversa.

“A perspectiva para os próximos anos é que continue havendo um êxodo do campo para a cidade. As projeções variam, mas algo como 30 milhões de pessoas todo ano devem migrar para as cidades. E essa população vai precisar ser abastecida por uma produção agrícola feita na China, mas também fora”, diz o professor.

Outros países asiáticos podem virar opção

Segundo Barral, as exportações para a China, hoje, são muito concentradas em poucos produtos, como a soja e o minério de ferro. Mas há uma mudança da cultura alimentar que pode oferecer novas possibilidades ao agronegócio brasileiro. “A China não era um grande consumidor de café, e hoje está se tornando um”, diz Barral.

O aumento da demanda por açúcar na China também pode vir a ser um novo mercado a ser explorado pelos produtores brasileiros. “As importações de açúcar continuarão crescendo, com previsão de que alcancem 5,52 milhões de toneladas em 2030”, avalia a Confederação Nacional de Agricultura no estudo com base em dados do governo chinês.

Para Barral, mesmo com uma redução do crescimento chinês a patamar próximo de 5%, metade do que a China registrou nas últimas décadas, a demanda por produtos estrangeiros vai continuar aquecida. Além disso, a ásia passa por um processo conhecido como spillover, que é um transbordamento do crescimento da principal economia da região para as vizinhas.

Por isso, Barral destaca que o agronegócio brasileiro deve voltar sua atenção também para o crescimento da demanda nos países que circundam a China. “A ásia como um todo está se tornando um destino importante. É por isso que Tailândia e Malásia já importam mais produtos brasileiros que parceiros tradicionais, como é o caso de França e Alemanha”, diz o consultor.

Mercado interno em segundo plano

O professor Evandro Carvalho, coordenador do Núcleo de Estudos China-Brasil da FGV Direito Rio, destaca que a estimativa é que a China dobre sua população de renda média na próxima década e, portanto, tenha uma capacidade de consumo muito maior.

A manutenção da produtividade brasileira em níveis atuais ou próximo disso pode significar um problema para atender a demanda chinesa crescente ou para abastecer o mercado interno. Se o mercado interno for relegado a um segundo plano, pode haver desabastecimento, caso produtores brasileiros prefiram alimentar outras nações por questão do preço, diz o professor. “Aí entra a questão de políticas públicas e cabe ao governo entender como fazer para não desequilibrar esse jogo”, avalia Carvalho.

Faturamento da indústria avança 1,4% em MG

Faturamento da indústria avança 1,4% em MG

O faturamento do parque fabril mineiro cresceu 1,4% em julho frente a junho, marcando o terceiro mês seguido de crescimento. O desempenho positivo é explicado pela retomada gradual de atividades que estavam paralisadas em empresas do segmento extrativo, e pelo aumento das exportações de minério de ferro.

De acordo com a analista de estudos econômicos da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Júlia Silpe, o principal destaque da Pesquisa Indicadores Industriais (Index) está no resultado positivo da indústria geral, impulsionado pela mineração. “O faturamento da indústria geral cresceu em razão do avanço de 19,8% na indústria extrativa”. O faturamento do setor industrial avançou 24,2%, ante julho de 2020, impulsionado pelo crescimento de 125% no segmento extrativo e de 9,1% na indústria de transformação 9,1% no período.

Apesar desse crescimento, a preocupação agora é com a crise hídrica e a alta da inflação. Segundo Júlia Silpe, a tendência para os próximos meses é a de que a indústria mineira cresça em ritmo mais lento. O nível baixo dos reservatórios hídricos, a inflação elevada, o aumento da taxa básica de juros, podem afetar diretamente a produção fabril. “A crise hídrica compromete o fornecimento de energia elétrica que, por consequência, atinge diretamente a produção industrial. Além disso, temos o agravante da alta da taxa básica de juros que afeta a aquisição de insumos e matéria-prima, que fere a indústria de transformação”, pontua.

A analista de estudos econômicos da Fiemg destaca ainda que alguns parques fabris no Estado estão sentindo a escassez global de alguns componentes, como os semicondutores e os chips, o que deve contribuir para a desaceleração da atividade industrial. “O setor automotivo está sentindo a falta de matéria-prima, a construção civil também, com a escassez do aço, e depois com a elevação do preço e o que tememos é que isso possa repetir com a inflação elevada e a crise na energia elétrica”, salienta Silpe.

Emprego

A pesquisa também indica que o emprego no setor ficou praticamente estável em julho, totalizando 12 meses sem registrar decréscimos. A massa salarial caiu, influenciando a queda no rendimento médio real. As horas trabalhadas na produção também recuaram, devido a reestruturações internas em empresas do segmento de transformação.

Comparativamente a julho de 2020, o índice geral cresceu 9,2%, em razão dos avanços nos dois segmentos da indústria: extrativo (10,1%) e de transformação (8,9%).

De janeiro a julho, o emprego da indústria geral acumulou elevação de 4%, puxado pelos aumentos de 8,8% na indústria extrativa e de 3,5% na indústria de transformação. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice cresceu 1,1%.

De janeiro a julho, frente ao mesmo período de 2020, cinco dos seis indicadores pesquisados mostraram aumento. “O desempenho positivo dos índices refletiu o avanço no calendário de vacinação e, consequentemente, o maior grau de mobilidade em 2021, em virtude da flexibilização das medidas de restrição à circulação para conter a pandemia de Covid-19”, acrescenta Júlia Silpe.