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Leilão da Dutra testa modelo polêmico e deve ter disputa de gigantes

Leilão da Dutra testa modelo polêmico e deve ter disputa de gigantes

Foto: Divulgação/Veja

Rodovia Presidente Dutra foi uma das primeiras privatizadas do País

O edital do leilão da rodovia Presidente Dutra, publicado na quarta-feira, 18, mostra que a disputa pelo ativo será uma briga de gigantes. Com investimentos previstos da ordem de R$ 14,8 bilhões em 30 anos de contrato, as regras sinalizam que os participantes deverão ter fôlego financeiro de curto e longo prazo. Além disso, o governo federal testa pela segunda vez um novo modelo de concorrência, que prevê menor tarifa de pedágio combinada a maior valor de outorga. O foco no critério tarifário é apontado como uma fonte de problemas no passado, e a percepção no mercado é de que experimentar uma modelagem inovadora em uma concessão do porte da Dutra pode ser um risco.

A Dutra foi uma das primeiras rodovias privatizadas do País, em 1997, com a CCR como vencedora. É vista como a joia da coroa do pacote de concessões federais, por conectar os dois maiores polos econômicos do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro.

Além de manutenção e melhorias, o leilão prevê ampliações e a implantação da Serra das Araras, com 16,2 quilômetros de extensão. Por se tratar de um trecho que deve exigir alta capacidade de engenharia e envolver desafios ambientais, o projeto já exclui “aventureiros” por si só.

Do lado financeiro, há uma preocupação com o foco na questão tarifária. O edital prevê que o principal critério do leilão será o desconto sobre a tarifa básica de pedágio, com deságio máximo de 15,31%. Caso mais de uma proponente ofereça esse desconto, a disputa vai para o maior valor de outorga.

O sócio do Machado Meyer Advogados, Lucas Sant’Anna, explica que historicamente as concessões de rodovias do governo federal não previam valor de outorga, considerado uma das barreiras de entrada para assegurar financeiramente a execução do contrato. Para o especialista, governo tende a ter uma garantia maior de sucesso no longo prazo se as concessionárias tiverem maior fôlego financeiro e menos “estresse” na tarifa.

Ele acrescenta ainda que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) realiza eventuais reequilíbrios de contrato via tarifa e, se essa cobrança já está no limite, a concessionária poderá ter problemas para cumprir suas obrigações. “Se a tarifa está muito estressada, não tem gordura para queimar durante a execução contratual. Este é um modelo considerado polêmico”, avalia. O modelo híbrido vem sendo discutido há algum tempo, relata, mas só foi implantado pela primeira vez em abril deste ano, no leilão da BR-153, que liga Goiás a Tocantins.

Para Sant’Anna, o foco na tarifa é uma forma de o poder público passar uma mensagem. “Com esse modelo, o governo diz que está pensando no usuário final.”

Conforme o advogado especializado em infraestrutura e sócio do Castro Barros Advogados, Paulo Dantas, a Dutra é um exemplo bem-sucedido de leilão de rodovias no País. “A CCR cumpriu o contrato desde o início, mas tivemos casos de concessões malsucedidas no País.”

Ele salienta, porém, que em qualquer cenário, este será um certame voltado apenas para gigantes, tanto pela complexidade quanto pelo porte de recursos exigidos. “O leilão da Dutra vai exigir um investimento muito pesado, somando capacidade financeira ao contexto econômico, o que vai limitar os participantes. O certame vai se resumir a grupos consolidados e, possivelmente, estrangeiros.”

Dantas observa que o vencedor terá que comprovar não só fôlego financeiro para investimentos, mas também no curto prazo. Segundo o edital, a garantia de proposta deverá ser realizada no valor mínimo de R$ 162,6 milhões, uma demonstração de que as cifras desse projeto não são para qualquer um. Além disso, há também uma garantia de execução para o vencedor que, se adotados os critérios da nova Lei de Licitações, pode chegar até 30% do valor total do contrato.

O edital prevê ainda outras inovações, como o compartilhamento do risco cambial. “Essa previsão é para atrair investidores estrangeiros. Ou seja, se a variação cambial for muito forte, para cima ou para baixo, os riscos e os ganhos seriam compartilhados pelas partes”, explica Dantas.

No operacional, há a previsão de implantação do sistema de pedágio sem cancelas (free flow), um grande teste para o setor. Usuários que utilizarem sistemas de pagamento eletrônico — as chamadas “tags” — terão desconto na tarifa e, caso haja recorrência, o valor deve diminuir progressivamente.

Gente grande

A candidata natural à Dutra é a CCR, atual concessionária da rodovia. Em manifestações públicas, o grupo vem reforçando o interesse no ativo. Na semana passada, ao comentar os resultados do segundo trimestre para o Broadcast, a superintendente de Relações com Investidores da CCR, Flávia Godoy, reiterou que a alavancagem do grupo segue “confortável” para participar de novas oportunidades.

“Temos muito interesse em manter a Dutra em nosso portfólio. Estamos estudando e buscando alternativas que possam melhorar nossa competitividade”, disse a executiva. “A Dutra faz parte da nossa história, mas vamos participar com disciplina de capital e sempre buscando foco em rentabilidade. Se eventualmente a CCR não tiver sucesso, temos uma série de outras oportunidades”, acrescentou.

O mercado ainda vê como candidatas “naturais” ao leilão a EcoRodovias, que além de inúmeras concessões também mantém uma alternativa parcial à Dutra, a rodovia Governador Carvalho Pinto; a Arteris, que tem a canadense Brookfield por trás e ativos como a Fernão Dias no portfólio; e o grupo Pátria.

10ª Conferência de Tarifas discute o momento econômico do TRC

10ª Conferência de Tarifas discute o momento econômico do TRC

Foto: SETCESP

Na manhã desta quinta-feira (19), aconteceu a 10ª Conferência de Tarifas do SETCESP, que reuniu especialistas e empresários para comentar os dados da pesquisa Nacional de Transporte de Cargas realizada pela NTC&Logística, e repercutiu os assuntos apresentados no CONET (Conselho Nacional de Estudos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado), realizado em 6 de agosto em Belo Horizonte (MG).

A presidente executiva do SETCESP, Ana Jarrouge, deu as boas-vindas e agradeceu a presença de todos, intensificando também os protocolos sanitários de recomendação contra a Covid-19. O evento foi realizado de forma híbrida, com parte do público presencial e a outra a distância, acompanhando a transmissão virtual pela plataforma EAD da entidade.

Na sequência, Tayguara Helou, presidente do Conselho Superior e de Administração do SETCESP, falou que o assunto central seria entender a composição tarifária do frete para uma cobrança de tarifa justa. “O transportador tem que ter rentabilidade”, afirmou.

Após isso, o assessor jurídico do SETCESP, Dr. Marcos Aurélio mostrou as propostas de reforma tributária que estão em tramitação e que podem significar um possível aumento na tributação. “No início, a expectativa era de simplificação, agora voltamos a nossa atenção para um possível aumento”, alertou ele.

Para falar da variação no preço dos insumos, a economista do IPTC (Instituto Paulista do Transporte de Carga), Raquel Serini, apresentou os centros de custos que mais se elevaram no setor: o DAT (Despesas Administrativas e de Terminais), pneus, seguros, veículo e diesel. Ela apontou também que o principal índice que o transportador deve considerar para medir seus custos é o INCT (Índice Nacional de Custo do Transporte).

Já Lauro Valdívia, que é engenheiro de transporte e assessor da NTC&Logística destacou os componentes tarifários do TRC: frete peso (custos operacionais), frete valor (custo de risco), GRIS (Custo das medidas de combate ao roubo) e as generalidades (que abrange as excepcionalidades da operação).

Valdívia mostrou que segundo a pesquisa feita pelo Departamento de Custos Operacionais (DECOPE/NTC) 44% das empresas reajustaram o frete no primeiro semestre de 2021, enquanto que 25% mantiveram os preços e 16% até concederam descontos.

Visão dos empresários

Chamados para comentar o panorama apresentado pelos especialistas, os empresários subiram ao palco e falaram como foi e tem sido trabalhar diante do cenário exposto.

Guilherme Juliani, que é CEO da Moove+ Logística e Transporte e Flash Courier, preferiu comentar sobre a retomada econômica passado o momento mais crítico da pandemia. Enquanto isso, o CEO da JSL, Ramon Alcaraz, disse que vale um alerta frente ao cenário inflacionário, que faz com que seja preciso repassar os reajustes no valor do frete mais que uma vez ano, ponto de vista que ainda foi reforçado por Hassan Murad, sócio da Raça Transportes. “ Há no momento uma imprevisibilidade da cadeia produtiva, fala-se muito do preço do diesel, mas ele não é o único centro de custo”, afirmou Murad.

Por fim, Helou destacou a importância do setor estar unido e repassar uma cobrança de frete adequada: “o mercado deve ser regulado pelas variáveis que o compõem, importante o transportador estabelecer uma cobrança que mantenha a saúde do seu negócio”.

Daer flexibiliza tráfego de caminhões na Rota do Sol no Rio Grande do Sul

Daer flexibiliza tráfego de caminhões na Rota do Sol no Rio Grande do Sul

Foto: Daer/RS

Normativa altera restrições de dias e horários para circulação na rodovia e no perímetro urbano de Caxias do Sul

O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) informa que, a partir de 17 de setembro, novas normas passarão a regular a circulação de veículos de carga com peso bruto total acima de 23 toneladas. As mudanças se aplicam ao trânsito na Rota do Sol (RSC-453 e ERS-486), entre Caxias do Sul e Terra de Areia, e no perímetro urbano de Caxias do Sul (ERS-122).

As novas regras constam na Decisão Normativa 135/2021, publicada nesta quarta-feira (18/8) no Diário Oficial do Estado (DOE). Durante a baixa temporada, o transporte de cargas aos sábados estará liberado na Rota do Sol. Nas sextas-feiras, o período restrito no perímetro urbano de Caxias do Sul passa a ser das 16h às 19h – anteriormente era das 14h às 22h. As restrições previstas para os feriados permanecem, porém com adequações, caso sejam prolongados.

“Por meio de estudos técnicos, realizados com o apoio do Comando da Brigada Militar (CRBM), concluímos que o tráfego de veículos de carga convencional, na baixa temporada, não compromete a fluidez e a segurança dessas rodovias. Por isso, caminhões comuns poderão transitar na Rota do Sol nos horários e dias da semana estabelecidos pela nova decisão normativa”, explica o diretor de Operação Rodoviária do Daer, Sandro Vaz dos Santos.

“As novas regras consideram o número inexpressivo de acidentes com esses tipos de veículos, além do acréscimo da necessidade de transporte surgida devido a pandemia do Covid 19”, acrescenta a engenheira civil Diná Fernandes, superintendente de Transporte de Cargas do Daer. “Procuramos apresentar as informações de forma diferente, contemplando a alta e a baixa temporadas. O objetivo é que, dessa forma, consigamos proporcionar um melhor entendimento das normas para os fiscais e a população de modo geral.”. De acordo com ela, a DN 126 de 2019 – que tratava do transporte de cargas na RSC-453 e ERS-486 – está revogada.

O transporte de produtos perigosos, relacionados na Decisão Normativa 127/19, permanece proibido na Rota do Sol. A área atravessa a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, onde se encontra a Área de Preservação Ambiental (APA) Rota do Sol), Estação Ecológica Estadual Aratinga e Reserva Biológica Estadual Mata Paludosa.

“Devido ao risco de acidentes com produtos químicos e assemelhados e considerando o compromisso do Daer com o Ibama, mantivemos esse cuidado para preservar a fauna e a flora no entorno da Rota do Sol”, afirma Santos.

O diretor informa que permanece a liberação para circulação aos caminhões que realizam o transporte de produtos perigosos no abastecimento de estabelecimento industrial ou comercial existente ao longo do segmento entre Tainhas e Terra de Areia, de segunda a quinta-feira, unicamente das 10h às 15h e mediante comprovação.

Resolução da ANTT consolida regulamento para transporte de produtos perigosos

Resolução da ANTT consolida regulamento para transporte de produtos perigosos

Foto: Divulgação/CNT

Texto reúne regras que antes se encontravam dispersas em vários documentos

Em sua edição de 11 de junho, o Diário Oficial da União trouxe retificações da Resolução 5.947/2021, da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), que havia sido editada em 2 de junho. Com o adendo, confirma-se o teor do texto, que atualiza o regulamento para o transporte de produtos perigosos realizado em vias públicas no território nacional e aprova suas instruções complementares, conforme anexo disponibilizado no site da agência.

A Resolução ANTT nº 5.947 consolida entendimentos outrora dispersos em outros normativos da agência. Além de definições, o texto dispõe sobre: condições do transporte; procedimentos em caso de emergência, acidente ou avaria; deveres, obrigações e responsabilidades; fiscalizações; infrações e penalidades; entre outros tópicos. As retificações alteraram a redação do art. 1º e detalharam as revogações de resoluções anteriores.

Não houve alteração em procedimentos – apenas a consolidação em um único instrumento.

O texto completo da Resolução ANTT nº 5.947 pode ser acessado aqui.

Leia, aqui, as retificações.

Economistas defendem participação do Estado na retomada econômica pós-pandemia

Economistas defendem participação do Estado na retomada econômica pós-pandemia

Foto: Divulgação Foregon

Especialistas ouvidos pelo Cedes demonstraram pessimismo com o cenário de recuperação da economia brasileira

Economistas ouvidos pelo Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara dos Deputados (Cedes) demonstraram pessimismo com o cenário brasileiro no período pós-pandemia e defenderam a participação do Estado na retomada econômica. O Brasil registra queda do Produto Interno Bruto (PIB), desemprego em quase 15% e precarização do mercado de trabalho, entre outros problemas.

O economista Marco Antonio Rocha, professor da Unicamp, considera difícil que o desemprego seja reduzido para níveis aceitáveis nos próximos anos. Segundo ele, a indústria brasileira, já com alta taxa de endividamento, vai sentir o impacto da competitividade em termos de mudança da indústria mundial.

“A reconstrução da indústria no pós-pandemia vai enfrentar um cenário de concorrência brutal na recomposição dessas cadeias globais de valor e ainda tem o impacto da automação no chão de fábrica e no setor de serviço”, disse.

Um dos caminhos a seguir, para os especialistas, seria fazer o mesmo que outros países desenvolvidos: apostar no dinheiro público para retomar a economia. Estados Unidos e Coreia de Sul são alguns dos exemplos.

O professor de economia Uallace Moreira, da Universidade Federal da Bahia, cita a Inglaterra, que anunciou a criação de um banco de desenvolvimento, e a Alemanha, que aumentou em quatro vezes o volume do seu banco público para financiar o desenvolvimento e a recuperação econômica.

“Há elementos empíricos, concretos, de que mundo está passando por uma mudança de governança, por uma mudança tecnológica em que o papel do setor público se torna essencial”, avalia Moreira.

Gabriel Rached, doutor em economia e professor de Direito na Universidade Federal Fluminense, fez avaliação semelhante. “Num cenário de crise, os agentes privados tendem a se retrair, enquanto o setor público faz os desembolsos. No nosso caso, tivemos solicitação de auxílio emergencial por 60% da população. Pensem num país onde 60% da população se entendeu apta a solicitar auxílio. Isso mostra nitidamente retração do setor privado”, disse.

Cuidado com os gastos

O presidente do Centro de Estudos e Debates Estratégicos, deputado Da Vitória (Cidadania-ES), defendeu o cuidado com os gastos, mas concordou que o dinheiro público pode fazer a diferença na retomada econômica do País.

“É preciso ter cautela diante da dificuldade financeira que a pandemia gerou para todos os países, com cuidado com os gastos públicos. Mas o braço forte é o governo federal, que pode fazer com que tenhamos soluções de tecnologia, de avanços de pesquisas. Todos aqueles que participam com contribuições importantes sempre destacam que o Brasil ainda tem essa necessidade de investimento”, afirma.

O Cedes é um órgão técnico-consultivo vinculado à Presidência da Câmara e se dedica à discussão de temas relacionados a programas, planos e projetos governamentais estratégicos para o planejamento de políticas públicas e a formulação legislativa.

Com investimento inicial de mais de R$ 3 milhões, RTE Rodonaves apresenta novo braço de negócio

Com investimento inicial de mais de R$ 3 milhões, RTE Rodonaves apresenta novo braço de negócio

Rodonaves Express realiza entregas mais rápidas para empreendedores com foco em B2B e B2C

Um dos maiores e mais reconhecidos nomes do país no setor de transportes e logística, a RTE Rodonaves acaba de lançar a Rodonaves Express, novo braço de atuação da empresa, com investimento inicial de mais de R$ 3 milhões em estrutura física e frota para as cinco primeiras unidades, e cerca de 50 contratações de colaboradores diretos. As primeiras lojas inauguradas estão localizadas estrategicamente na Avenida do Cursino, no Sacomã, e na Avenida Vitor Manzini, em Santo Amaro, na cidade de São Paulo, e em Alphaville e Guarulhos, na Grande São Paulo.

Apostando no crescimento do e-commerce e de novos empreendedores, a Rodonaves Express surge com o objetivo de realizar entregas mais rápidas com foco em B2B e B2C. Além de caminhões de frota tradicional, a companhia investiu na aquisição de caminhões elétricos e bicicletas elétricas. Todas as unidades terão, no mínimo, dois veículos elétricos.

“Um dos principais diferenciais da Rodonaves Express é o processo de coleta de mercadorias, independentemente do tamanho e do local, agilizando o serviço prestado aos nossos clientes e parceiros”, afirma Fábio Andrade, Diretor de Unidades de Negócios da RTE Rodonaves.

Até o fim de 2021, a empresa tem a expectativa de investir mais R$ 800 mil nas dez unidades previstas na capital, na Grande São Paulo e no interior. A RTE Rodonaves planeja inaugurar mais 20 unidades em 2022 e mais 25 em 2023.

“As inaugurações seguem o nosso planejamento de expansão, que começou na capital paulista e na Grande São Paulo e vai seguir para o interior, além das capitais de todos os estados em que estamos presentes, como Belo Horizonte, Porto Alegre e Florianópolis. Esse é mais um importante passo para estarmos cada vez mais próximos de nossos clientes e parceiros”, afirma João Naves, fundador e presidente da RTE Rodonaves.