Na comparação com o segundo trimestre de 2020, alta foi de 12,1%
O Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país) teve queda de 0,3% na passagem do primeiro para o segundo trimestre. O dado é do Monitor do PIB, divulgado hoje (17) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
“A economia apresentou retração de 0,3% no segundo trimestre comparado ao primeiro, evidenciando que houve certo otimismo com o resultado do primeiro trimestre, mostrando que ainda há um longo caminho para a retomada mais robusta da economia”, disse o coordenador da pesquisa, Claudio Considera.
O levantamento mostra que, na comparação com o segundo trimestre de 2020, no entanto, o PIB apresentou uma alta de 12,1%.
Considerando-se apenas o mês de junho, houve alta de 1,2% em relação a maio e de 10,1% na comparação com junho do ano passado.
A alta de 12,1% na comparação do segundo trimestre com o mesmo período do ano passado foi puxada pela formação bruta de capital fixo, isto é, os investimentos, que avançaram 35,2% no período, e pelo consumo das famílias, que cresceu 12,5%.
Também houve alta nas exportações (12,9%), mas de forma mais moderada do que nas importações (36,7%).
Mesmo após um 2020 cheio de incertezas, a companhia reportou o melhor resultado da sua história
As Empresas Randon (RAPT4) atuam há mais de 70 anos produzindo soluções para transporte. Mesmo após um 2020 cheio de incertezas devido ao estouro da maior crise sanitária do século, a companhia reportou o melhor resultado da sua história. No primeiro trimestre de 2021, o grupo registrou um salto de 63,8% na receita líquida em comparação ao mesmo período do ano passado, para R$ 1,9 bilhão.
O EBITDA (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado foi de R$ 349,3 milhões, 226,5% melhor do que o obtido entre janeiro e março do ano passado. A performance se repetiu nos três meses seguintes, com uma disparada de 126,6% na receita líquida em comparação ao segundo trimestre de 2020, atingindo os R$ 2,1 bilhões, além de um aumento de 74,2% na venda de semirreboques (equipamento de transporte de cargas) no Brasil.
De acordo com Paulo Prignolato, CFO das Empresas Randon, e Esteban Angeletti, diretor de RI e finanças, o desempenho destacado acontece por um conjunto de fatores. “No caso de Randon, podemos começar citando o trabalho de adequação, de estrutura de operações, de eficiência operacional que foi feito desde 2016”, afirma Angeletti. “O segundo ponto é que nós temos um mercado muito aquecido em todos os nosso negócios, que acabam contribuindo para uma maior diluição do custo fixo.”
Apesar dos números expressivos e históricos, as ações RAPT4 ainda estão um pouco fora do radar dos investidores. No provável melhor semestre da história do grupo, os papéis estão caindo cerca de 18%, aos R$ 12,96, devolvendo assim quase todos os ganhos aferidos no ano anterior. Para os executivos, isso acontece em função de algumas dúvidas que pairam sobre o setor, como o problema de escassez de matérias-primas e impactos da inflação nos custos.
“Nós não estamos enfrentando problemas de desabastecimento da nossa cadeia. O setor em si não está sofrendo isso e é bem importante que isso seja destacado”, explica Prignolato. “Fizemos compras estratégicas, oneramos um pouco nosso capital de giro, justamente para não faltar matéria-prima na nossa cadeia de suprimentos.”
A Randon também está visando diversificar o portfólio e regiões de atuação, para tornar a empresa menos exposta a ciclos econômicos. O grupo tem um braço de serviços financeiros e digitais, com a Rondon Consórcios, Banco Randon e Randon Ventures, focada em investimentos e aceleração de startups. Recentemente, a companhia criou a R4 Digital, no setor de logística.
“A liquidez do nosso papel aumentou substancialmente”, ressalta Prignolato. “O que é importante justamente para dar tranquilidade para alguns fundos maiores investirem no nosso papel.”
O setor do transporte RODOVIáRIO de cargas apresentou um bom desempenho no mês de junho de 2021, com 6.220 contratações nos 50 municípios que fazem parte da base territorial do SETCESP. O levantamento realizado pelo IPTC revelou que o setor segue contratando com número expressivos, a um ritmo 3,33% maior do que o mês de maio. Este é o melhor resultado apresentado desde o mês de março, onde as restrições de combate ao COVID-19 derrubaram as contratações. O setor segue com saldos positivos no ano, sem apresentar queda no total de postos de trabalho em nenhum mês em 2021, e já mostra um crescimento nos postos de trabalho de 6,01% no primeiro semestre, um desempenho excelente em comparação aos outros setores.
No total, o setor criou 923 postos de trabalho neste mês, mostrando um superávit em relação às demissões realizadas, tendência do primeiro semestre de 2021. Embora este aumento seja expressivo, a rotatividade de colaboradores (turnover) atingiu um patamar de 3,84%, o segundo maior índice do ano. A preparação para o segundo semestre e a expectativa de melhora na economia paulista podem estar motivando esta rotatividade, pois geralmente há uma diminuição nas contratações neste período do ano. A convenção coletiva do setor, finalizada em julho de 2021, devem ter um impacto nos próximos indicadores, e aí poderemos afirmar se esta tendência de crescimento está consolidada mesmo.
A alta rotatividade está relacionada com as principais funções que admitiram, entre elas motoristas de caminhão, ajudante de motoristas, assistente administrativo e faxineiros. Do total de contratações no setor, apenas 26,56% foram mulheres, com destaque para os setores administrativos, assistente administrativo e auxiliar de escritório. Os indicadores referentes ao emprego no TRC podem ser visualizados no painel estatístico no site do IPTC.
No próximo dia 27 de agosto, sexta-feira, será realizado o 6º Programa de Inovação, Estratégia e Gestão Empresarial de 2021, realizado pelo SINDICAMP. Neste próximo encontro, “A Descarbonização do Transporte Cargas” será o tema do debate que trará reflexões e insights para empresários representantes do setor.
Além de se discutir sobre os processos de descarbonização no TRC, o ESG (Environmental, Social and Governance) será colocado em foco durante o webinar. A sigla em inglês refere-se ao meio ambiente, social e governança corporativa que, em suma, é designado às empresas que têm compromisso com políticas ambientais, de conscientização e ativas, buscando por soluções inventivas que beneficiem o nosso planeta.
No mundo todo, há uma enorme dependência da oferta de hidrocarbonetos fósseis, somatizando cerca de 86%. Tal número é expressivo e representa, em grande parte, o setor do transporte RODOVIáRIO de cargas, uma vez que o diesel, que é um hidrocarbonetos, é uma das principais fontes energéticas para o segmento. Portanto, para o próximo Programa Inovação do ano, o SINDICAMP convidou nomes do setor relevantes que poderão contar um pouco mais a respeito da relação do transporte de cargas com o meio ambiente.
O evento será realizado em ambiente online e será transmitido ao vivo, a partir das 10h30, seguindo o padrão de qualidade que o sindicato vem mostrando a cada edição do programa, sempre somando ao setor, trazendo reflexões pertinentes e necessárias.
A inscrição para o 6º Programa de Inovação, Estratégia e Gestão Empresarial de 2021 pode ser feita aqui: https://forms.gle/Q4TBf2FKsCmpZAc36
Estudo finalizado em julho pelo consórcio PRO-TL, formado por cinco empresas vencedoras de um edital em 2018, serve de base para as discussões
O governo de São Paulo vai realizar audiências públicas até o fim do ano para debater a viabilidade de um programa logístico de passageiros e cargas a ser desenvolvido ao longo dos próximos 20 anos. O investimento privado pode chegar a R$ 70 bilhões na estimativa do estado, sendo 77% para o setor ferroviário.
O plano prevê linhas de expresso de cargas, trens intercidades e obras rodoviárias e ferroviárias na macrometrópole paulista, que compreende os arredores da capital e dos municípios de Campinas, Sorocaba, Baixada Santista e São José dos Campos.
Um estudo finalizado em julho pelo consórcio PRO-TL, formado por cinco empresas vencedoras de um edital em 2018, serve de base para as discussões. Ele estrutura alternativas para desafogar o trânsito e acelerar o transporte de cargas ao Porto de Santos.
O consórcio reúne a consultoria DB Internacional, a Progen, de engenharia, a TTC Engenharia de Tráfego e de Transportes, a assessoria econômica Addax e o escritório Tozzini, Freire, Teixeira e Silva Advogados.
A Secretaria de Logística e Transportes está apresentando a ideia a entidades de classe para colher informações. Já teve reuniões com o Instituto de Engenharia e com a ABCR (Associação Brasileira das concessionárias).
Algumas demandas aguardadas há tempo, como o trem que ligará São Paulo a Campinas, com concessão prevista para 2022, já serão contempladas nesse arranjo intermodal, de acordo com João Octaviano Machado Neto, secretário da pasta.
“Quando acabarem as concessões vigentes nos próximos anos, as novas serão licitadas à luz do PAM-TL [Plano de Ação de Transporte e Logística para a Macrometrópole Paulista]. Uma das primeiras a nascer dentro desse contexto novo pode ser a da Linha Verde”, afirma.
A Linha Verde é uma nova rodovia que ligará a capital paulista ao Porto de Santos -cujos contêineres hoje são recebidos quase exclusivamente pela Anchieta. Duas empresas apresentaram propostas e têm até novembro para formular os planos para as obras.
“Esperamos [que a concessão] seja no ano que vem”, diz Octaviano.
Além de ligar o Rodoanel ao porto e à Rodovia Cônego Domênico Rangoni, o corredor logístico também poderá servir como acesso ao litoral paulista, o que melhoraria o fluxo de Anchieta e Imigrantes.
O contexto novo ao qual se refere o secretário de Transportes é um sistema intermodal com projetos de 600 km de infraestrutura ferroviária, 300 km de rodovias e 13 plataformas de logística a ser implantado até 2040. Ainda trata-se de um estudo preliminar cujas discussões estão em fase embrionária.
A partir dessa estrutura, o governo quer desenvolver, por meio de concessões e PPP (Parceria Público-Privada), trens elétricos de dois andares, com suporte para 1.200 pessoas, que conectem São Paulo a Campinas e ao aeroporto de Viracopos, a Sorocaba, Santos e São José dos Campos.
O objetivo é operar, na mesma estrutura TIC (trem intercidades) de passageiros, um “serviço intermodal caminhão-trem-caminhão” para o transporte de cargas (sistema chamado Expresso Cargas). Esse vetor comportaria trens de 800 m de comprimento e 41 vagões capazes de carregar 1.250 toneladas e atingir 120 km/h.
A ideia é que grãos e produtos industriais com destino a Santos, por exemplo, sejam transportados sobre a mesma ferrovia que pessoas. A alternativa desafogaria as rodovias dos veículos e de caminhões. A produtividade dos troncos radiais da macrometrópole é considerada baixa: 32% dos caminhões circulam vazios.
Pela proposta, carregamentos do interior do estado chegariam a centros de distribuição situados em plataformas logísticas regionais (como de Campinas, Sorocaba e São José dos Campos), onde seriam unitizados em caixas apropriadas ao transporte, chamadas de VUCBoxes.
Lá, passariam por classificação, separação e etiquetagem para o envio direto aos destinatários, assim como é feito nos grandes armazéns de empresas do varejo. Depois, seriam acomodadas nos vagões do Expresso Cargas com destino às plataformas logísticas urbanas, onde seriam carregadas em caminhões leves e semileves para a entrega nas cidades.
Todo esse processo, incluindo o serviço, ficaria com o setor privado. Ao setor público caberia fomentar e fiscalizar o desenvolvimento das ações.
Além de desestrangular as rodovias, a intenção da pasta é transformar a região em um “hub logístico continental”.
“É um posicionamento estratégico que prepara São Paulo para enfrentar, em um futuro não remoto, a dura concorrência logística de Rio de Janeiro e Espírito Santo”, aponta o estudo, referindo-se à dinamização das áreas dos portos de Itaguaí e Açu, no Rio, e o futuro Porto Central do Espírito Santo.
A participação rodoviária no Brasil, de 61%, é considerada muito grande na comparação com outros países de grande extensão. Em países bem menores da União Europeia e no Japão, a participação é de 50%.
Segundo o PAM-TL, a presença desse modal em São Paulo se aproxima de 90% na matriz de cargas e é de praticamente 100% na de passageiros intermunicipais. O estudo alerta para o risco de esgotamento se nada for realizado.
Um dos pleitos do governo paulista para tirar o planejamento do papel é incluir os estados na regulação da operação ferroviária, exclusiva do governo federal.
O estudo cita outros projetos laterais que precisam se desenrolar para garantir a eficácia do plano, como o do Ferroanel, há décadas aguardando um desfecho, e o da Rodoanel Norte, em processo de licitação e com conclusão prevista para 2023.
A 4ª revolução industrial, ou Indústria 4.0, vem mostrando cada vez mais que o futuro da manufatura está na geração, integração, análise de dados e a digitalização do chamado “chão de fábrica”. Essa é uma realidade que vem tomando conta das empresas, independente do seu porte, e esses são os fatores que vem trazendo visibilidade das operações ao gestor e tomada de decisões mais assertivas e rápidas.
Depois que os celulares e as redes móveis chegaram, ocorreu uma transformação no modo com o qual nos relacionamos com a tecnologia. As interações se tornaram mais comuns e a experiência do usuário é cada vez mais habitual ao que se costuma utilizar no meio online. A conectividade ganhou destaque e hoje a internet é tão comum quanto a eletricidade ou água encanada nas residências. E para a Indústria isso não é diferente, o uso de tecnologia no chão de fábrica para a coleta massiva de dados de equipamentos e processos também tem seus benefícios.
É por meio de soluções tecnológicas que é possível diminuir custos e melhorar a produtividade. E com a chegada do 5G o cenário será ainda mais favorável, podemos dizer que teremos um grande marco para a conexão entre equipamentos, pessoas, processos, serviços e produtos. Neste novo mundo conectado, às tecnologias sem fio vão permitir a reconfiguração em tempo real de uma linha de montagem para atender um cliente específico sem a necessidade de infraestruturas complexas (cabos, redes, fibra óptica etc.), tudo isso graças a grande velocidade do 5G, mais rápido do que conexões cabeadas.
A visibilidade das operações de manufatura aliadas à capacidade de mudanças rápidas permite a conexão da produção com o consumidor final em velocidades nunca antes imaginadas. Para exemplificar, vamos traçar um possível cenário: a indústria fabrica um produto (uma bomba de água por exemplo), este produto passa pelo processo de montagem, estoque, distribuição, consumidor final e assistência técnica. Cada etapa com os seus relatórios, tempos e dados guardados em papel, planilhas ou arquivados em algum arquivo.
Com a manufatura conectada, cada produto produzido é acompanhado em tempo real pelo gestor da operação que identifica se a produção está conforme o planejado, se existe gargalo na linha de montagem e se todos os equipamentos estão funcionando corretamente e ao invés de produzir para estoque, o sistema de pedidos enxerga em tempo real o que o consumidor está demandando, otimizando todos os custos de estocagem, e indo além, cada bomba de água sai de fábrica equipada com sensores de operação que informam para a fábrica em tempo real como o produto está funcionando, permitindo ações preventivas da assistência técnica e gerando dados para melhoria de produtos, tudo isso de forma rápida, segura e global.
A realização de coisas incríveis a distância fará parte do nosso dia a dia, conectividade e visibilidade da cadeia de valor, transparência e agilidade para tomada de decisões, vulnerabilidades tratadas rapidamente e o usuário sendo atendido no momento exato com o produto correto. A altíssima velocidade e baixa latência (tempo de resposta) das conexões 5G tornarão as operações em nuvem imperceptíveis dando escala a todas as operações que exigem tomada de decisões e cálculos complexos, às vezes impossíveis de serem realizados localmente.
Assim, a tecnologia 5G não é somente útil para podermos baixar filmes em segundos, mas para termos um dia a dia mais seguro, com decisões mais assertivas e também com mais saúde, afinal podemos ser atendidos por um médico especialista que poderá realizar uma cirurgia controlando um robô a 500 km de distância sem o risco de “perder a conexão”. A Internet das Coisas na 4ª revolução industrial é sobre a geração e inteligência de dados, a conectividade de operações e toda a cadeia agindo de forma uníssona e uniforme e o 5G permitirá essa realidade em um futuro muito, mas muito próximo.
*Mauricio Finotti, coordenador do Comitê de Manufatura da Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC)
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