O patamar de produção da indústria brasileira em junho de 2021 estava no mesmo nível do pré-pandemia, em fevereiro de 2020, que por sua vez era semelhante ao observado em fevereiro de 2009, segundo a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao mesmo tempo, o nível de produção está 16,7% abaixo do pico da série histórica da pesquisa, iniciada em 2002.
Esse desempenho, segundo o gerente da pesquisa, André Macedo dá a dimensão das dificuldades da indústria brasileira trazidas não apenas pela pandemia, mas também por eventos de anos anteriores.
“A indústria tem patamar de produção semelhante ao do pré-pandemia e ao de 2009. Estamos, ainda, muito distantes do maior ponto da série histórica, 16,7% abaixo de maio de 2011”, afirma Macedo. “Isso mostra que não só as perdas recentes, como as de anos anteriores, estão longe de serem recuperadas. Isso dá o tamanho das dificuldades do setor industrial vem enfrentando não só de agora”.
Para o gerente do IBGE, a recuperação da indústria depende da reorganização da cadeia produtiva – que ainda sofre a falta de insumos trazida pela pandemia – e da melhora da demanda doméstica, hoje afetada pelo desemprego elevado e pela renda em queda.
“A gente não pode imaginar uma trajetória mais forte da indústria sem que se passe por uma recuperação do mercado de trabalho e pelo maior controle da inflação, que afeta a renda das famílias”, diz.
O superintendente de Fiscalização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Nauber Nascimento, a coordenadora de fiscalização da unidade regional do Rio Grande do Sul, Suziane Soares da Silva, e o coordenador de Fiscalização substituto, Vinícius Oliveira, participaram de reunião no SETCERGS na tarde desta quinta-feira (29).
Entre os assuntos em pauta, estava um pedido feito por transportadores de todo país: que sejam revistas as autuações feitas por evasão de fiscalização em balanças de pesagem, com multas no valor de R$ 5.000,00, enquanto a multa por evasão de balança era de R$ 550,00.
Em 2019, depois de disputas judiciais e vários pedidos dos transportadores, a ANTT publicou no Diário Oficial a Resolução nº 5.847, estabelecendo a multa em R$ 550,00. No entanto, quem foi autuado antes disso não teve o valor modificado. A reivindicação é que as multas sejam reenquadradas neste valor, conforme funciona a normativa do Código Tributário Nacional, em que a lei tributária retroage quando é mais benéfica para o contribuinte em matéria de infração. O superintendente de Fiscalização disse que a ANTT não pode resolver o assunto de forma administrativa, embora compreenda a questão. “A gente entende claramente a dificuldade dos transportadores e também vemos os problemas que são oriundos de legislações passadas”, declarou Nascimento.
Para o diretor de Gestão do SETCERGS, Roberto Machado, a impossibilidade da ANTT de reverter situações já instaladas não encerra o pleito. “Eles entenderam perfeitamente os problemas que estão atingindo o segmento e até concordaram com isso”, disse. “Porém, o que tivemos de resposta objetiva foi que precisamos buscar essas correções através da alteração da legislação federal, portarias e resoluções da ANTT. E é o que vamos fazer, junto de nossos representantes na Câmara Federal e das entidades do transporte.”
Participaram da reunião o ex-presidente do SETCERGS, João Pierotto e a coordenadora de gestão Michele Souza. Foram tratados também assuntos como o vale-pedágio e a fiscalização do embarcador. Nauber Nascimento pediu que o SETCERGS contribua com o grupo de trabalho criado pela Portaria nº 86, de 8 de julho de 2021, que vai estudar a integração entre o Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) e a Agência Nacional de Transportes Terrestres.
A coordenadora regional, Suziane Silva, solicitou que os transportadores informem à Agência sobre propostas de soluções que possam reduzir custos e simplificar processos. “A reunião de hoje foi excelente”, avaliou Suziane. “A ANTT quer estar sempre em diálogo com os envolvidos no setor, seja o usuário, seja o ente regulado, porque só assim vamos construir regulações que sejam efetivas e que atendam ao anseio dos envolvidos no mercado.”
SETCERGS e ANTT já agendaram um novo encontro, no final do próximo mês, para buscar a solução de outras demandas. “Temos dois assuntos específicos: a questão da fiscalização nas balanças, onde existe a inobservância da Medida Provisória nº 1.050, que aumentou o limite de tolerância na pesagem por eixo; e o vale-pedágio, em que há uma dificuldade muito grande para o transportador em cumprir o que a lei determina. Pretendemos continuar buscando uma uma regulação adequada para isso”, informou Roberto Machado.
Criado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga (RNTRC) é uma obrigatoriedade para os trabalhadores e para as empresas atuantes no setor de transporte RODOVIáRIO de cargas (TRC), de acordo com a Lei 11.442/2007, que determina a atividade do segmento mediante remuneração. O documento tem como intuito permitir que tanto transportadoras quanto motoristas possam exercer a função do transporte em território nacional de forma legal. Sendo o único ponto autorizado de Cascavel, cidade localizada no oeste do Paraná, a prestar serviços da ANTT, o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Oeste do Paraná (SINTROPAR) oferece a possibilidade de cadastro e de recadastramento do RNTRC, permitindo que os processos sejam feitos na sede da entidade de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h.
A certificação garante maior proteção às empresas de transporte, padronizando e regulamentando as atividades do setor. Desse modo, o RNTRC assegura que o seu negócio esteja em conformidade com a lei e identificado como um meio de transporte profissional legalizado. Assim, o documento atua como meio transformador do TRC em uma função segura.
O presidente da entidade, Antonio Ruyz, comenta sobre a importância de prestar os serviços aos trabalhadores do setor. “Por ser a única entidade cadastrada em Cascavel para fazer a avaliação, as empresas que vierem procurar o SINTROPAR escolherão um sindicato que realmente pensa e preza os valores que o transportador precisa. Realizamos o processo de forma correta, com ética e oferecendo um valor justo” completa.
Os associados do SINTROPAR possuem algumas vantagens na inclusão de automotores e implementos, contando com uma tabela de valores atrativa: o preço para a inclusão de automotores aos associados é de R$ 100, valor mais vantajoso quando comparado aos R$ 231 cobrados de não associados. Já o valor da inclusão de implementos aos associados é de apenas R$ 75 contra os R$ 154 para não associados.
Por meio do Programa Despoluir do SEST SENAT, o Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (SETCESP), em parceria com a Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo (FETCESP), disponibiliza gratuitamente para seus associados o agendamento e realização do teste de opacidade.
Após o agendamento, um técnico é direcionado até a empresa para que a opacidade seja aferida. Assim, o técnico realizará uma inspeção externa do motor do veículo e conectará o opacímetro ao escapamento enquanto o tacômetro é conectado à bateria. Deste modo, a quantidade de fumaça emitida por metro e sua tonalidade, calculada de acordo com seu percentual de enegrecimento, será avaliada.
Com a finalização do processo, o técnico emitirá um laudo atestando que o veículo cumpre os padrões estabelecidos pelo Decreto nº 54.487/2009, responsável por regulamentar o controle da poluição no estado de São Paulo, e o veículo também receberá um Selo de Aprovação do Despoluir.
A realização do teste de opacidade nos veículos de carga reduz danos ao meio ambiente, já que colabora com a diminuição da poluição e melhoria da qualidade do ar em grandes centros urbanos. A emissão de fumaça preta em excesso pode ser um detector de vazamento de combustível ou de falhas no funcionamento do veículo, atuando como uma prevenção mecânica e evitando que o veículo permaneça parado.
Transporte RODOVIáRIO de carga puxa criação de vagas no setor; São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina lideram abertura de postos de trabalho
O setor de transportes apresentou um saldo positivo de 7.390 postos de trabalho em junho, resultado da diferença entre as admissões (59.912) e demissões (52.522) no mês, diante de 4.129 novas vagas registradas em maio. Em junho do ano passado, houve um saldo negativo de 7.041 vagas.
No acumulado do primeiro semestre, foi gerado um total de 39.214 empregos no setor, segundo dados disponibilizados pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) no Painel do Emprego no Transporte, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), obtidos com exclusividade pela EXAME.
O maior saldo de empregos formais (62.048) nos diferentes modais de transporte no acumulado de janeiro a junho ocorreu no segmento de transporte rodoviário de carga. Não por acaso, a ocupação de motorista de caminhão registrou o maior volume de admissões (120.749), seguida por ajudante de motorista (25.651) e auxiliar de escritório (18.081).
Os setores mais afetados pela pandemia, como o transporte urbano, ainda trafegam na contramão, com o desligamento de 19.005 profissionais do transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano no acumulado do ano.
Os estados com o melhor desempenho em termos de geração líquida de empregos formais no primeiro semestre foram São Paulo (+20.096 vagas), Minas Gerais (5.135) e Santa Catarina (3.917). Já o pódio dos campeões em desligamentos coube ao Rio de Janeiro, com perda de 3.757 empregos, seguido por Pernambuco (691) e Alagoas (226).
O país acumula a criação de 1.536.717 empregos com carteira assinada no primeiro semestre, em todos os setores da economia, de acordo com dados do Caged. No mesmo período do ano passado, foram fechadas 1.198.363 vagas formais, o pior resultado semestral desde 1992.
O Sebrae e o IBGE contam com dados que apontam que 90% das empresas no Brasil são de perfil familiar. Quando entramos no setor de transporte, a questão é mais perceptível. Tanto que a NTC&Logística em conjunto com diversos sindicatos de transportadoras conta com o departamento COMJOVEM, exatamente para atuar na capacitação dos herdeiros para a sucessão nessas empresas.
Ainda segundo o mesmo estudo dessas instituições, as empresas familiares são responsáveis por 65% do Produto Interno Bruto (PIB) do País e 75% dos empregos. Assim, um negócio com esse perfil é capaz de atingir bons resultados quando gerido de forma profissional.
Transportadoras como Zorzin Logística, Grupo Rodonery Transportes e Transportadora Andrade e muitas outras possuem esse perfil de sucessão.
Uma das dicas é que a transportadora forme um conselho consultivo com profissionais de fora da empresa e da família para ter uma visão mais ampla. O conselho pode ser formato por profissionais experientes de diferentes áreas e com conhecimentos em gestão, comunicação, compliance, mercado, legislação etc.
Danilo Guedes, CEO da ABC Cargas, transportadora rodoviária também de origem familiar, relata alguns pontos importantes para alcançar uma gestão profissional em empresas com esse perfil. “É preciso definir a POLíTICA de distribuição de lucros e criar uma estrutura hierárquica, investir em pessoas, em qualidade e em certificados que evidenciem essa busca por qualidade, desenvolvendo uma cultura forte para a empresa”.
A diferença de mentalidade entre as gerações familiares que lideram os negócios e a separação entre o pessoal e o profissional são alguns dos principais desafios encontrados pelas empresas que buscam essa mudança em sua forma de gestão. “É preciso definir os limites entre os interesses da família e os interesses da empresa: almoço de domingo é almoço de domingo, não reunião”, continua Danilo.
Uma gestão empresarial profissional é um processo constante que necessita de acompanhamento a todo momento, de transparência e de conselhos e práticas que visem monitorar as métricas e as metas estabelecidas.
Existem diversos métodos que as diretorias das empresas podem buscar para monitorar as métricas do negócio. Danilo compartilha a experiência da ABC Cargas na implementação de uma dessas práticas: “Desde 2019 estabelecemos na ABC Cargas ritos de gestão, que visam acompanhar, controlar, alinhar e fortalecer o planejamento estratégico vigente. É com isso que verificamos se as diretrizes definidas para alcance dos objetivos estabelecidos estão sendo ou não eficazes”.
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